segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

09 de dezembro - Beato Bernardo Maria de Jesus Silvestrelli


Bernardo Maria de Jesus, batizado com o nome de César Silvestrelli, nasceu em Roma no dia 7 de novembro de 1831, da nobre família Silvestrelli-Gozzani. Teve dois irmãos e duas irmãs.
Frequentou o Colégio Romano dirigido pelos Jesuítas e foi um estudante dinâmico, inscrevendo-se na Associação Caravita na qual era dispensada uma fervorosa formação religiosa e sugerida a prática duma religiosidade intensa e transformante.

César assistia aos ofícios no oratório, o que o levou rapidamente à prática dos exercícios espirituais e à descoberta do verdadeiro apostolado. De 1847 a 1854, prosseguiu os seus estudos na casa paterna sob a direcção dum mestre contratado para esse fim.
Em janeiro de 1854, decidiu entrar na congregação dos Passionistas. Em 21 de Fevereiro do mesmo ano ingressou no mosteiro de São João e São Paulo para ali seguir um curso de exercícios espirituais. Este tempo de oração e meditação foi determinante para o jovem romano visto que nesta mesma data tomou a decisão de entrar no noviciado dos Passionistas do Monte Argentário.

No dia 7 de abril seguinte vestiu o hábito dos Passionistas e tomou o nome de Luís do Sagrado Coração de Maria, começando assim o seu noviciado. Um pouco inclinado à melancolia, teve saudades da casa paterna, mas não quis voltar, permanecendo no mosteiro como convidado. Ali estudou teologia e se preparou para o sacerdócio.

Foi ordenado sacerdote no Monte Argentário em 22 de dezembro de 1855, fazendo a profissão religiosa a 28 de abril de 1857, no Noviciado de Morrovalle, onde teve como companheiro o futuro São Gabriel de Nossa Senhora das Dores.
Muito cedo foi designado para desempenhar importantes serviços na Congregação.

Em 1861 tornou-se professor e diretor dos estudantes em teologia. Quando em 1864 foram suprimidas as casas de Morrovalle e de Recanati, o Padre Bernardo Maria foi chamado a Roma onde exerceu o cargo de Mestre de noviços de 1865 até 1869. Ali escreveu o seu livro “Conferências espirituais para uso dos noviços Passionistas”.

Em 1869 foi eleito Superior de casa da Escadaria Santa (Scala Santa) e em 19 de setembro de 1870, véspera da violação da Porta Pia, ajudou o Papa Pio IX, em visita aos Passionistas, a subir, de joelhos, os degraus de Scala Santa. Numerosos foram aqueles que notaram que durante todo este tempo de grandes transformações sociais, Frei Bernardo nunca perdera a tranquilidade de espírito.

O seu “estado de serviço” é eloquente:
Diretor de Estudantes, Mestre de Noviços, Superior, Consultor Provincial e Superior Geral nos anos 1878-88 e 1893-1907.

Defensor intrépido do espírito da Congregação, em circunstâncias particularmente difíceis, imprimiu um grande impulso ao instituto Passionista no mundo. Sob a sua luminosa e vigilante orientação, foram fundadas seis novas províncias e reorganizadas as que tinham sido postas à prova pela supressão governativa em Itália e França.

Tendo renunciado ao generalato, recebeu, por vontade do Papa, o título vitalício de Superior Geral honorário. Retirando-se para Moricone, na Sabina, ali morreu de uma queda no dia 9 de dezembro de 1911, com 80 anos de idade.

Foi beatificado por João Paulo II no dia 16 de outubro de 1988. Trechos de sua homilia:

O Beato Bernardo Maria Silvestrelli manteve firme a profissão de fé, com força e generosidade exemplares, quando, em um período histórico difícil e contrastado da vida eclesial da cidade de Roma, e apesar das oposições da família e das resistências da sociedade política de sua época, dedicou-se a Deus, abraçando a vida religiosa dos Passionistas.

Ele confiava na obra da graça, quando problemas de saúde pareciam impedir seus passos. Ele foi capaz de descobrir, que a riqueza dessa graça podia ajudar aqueles que têm fé a superar todos os obstáculos, uma vez que "os olhos do Senhor vigiam aqueles que o temem, aqueles que esperam em sua graça, para libertá-lo da morte e nutri-lo em tempo de fome ”(Sl 33, 18-19). Apoiado pela graça, Bernardo Maria conseguiu, de fato, encontrar amigos e irmãos muito comprometidos, incluindo São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, junto com quem pudesse caminhar no caminho da perfeição religiosa.

A Providência ordenou que ele próprio se tornasse um instrumento de misericórdia e graça, quando foi escolhido para formar a juventude de sua comunidade e, em seguida, guiar sua Congregação Passionista por muitos anos, defendendo-a dos perigos seculares de seu século, promovendo seu desenvolvimento e confirmando os religiosos no difícil seguimento de Cristo crucificado, o "sumo sacerdote", modelo e mestre de todo sacerdote "semelhante em todas as coisas, como nós, excluindo o pecado" (Hb 4:15 ).

O novo beato antes de tudo encoraja os religiosos de sua Congregação a continuar com um espírito generoso na disciplina austera da vida Passionista, a apresentar perante o mundo, uma memória viva da paixão de Cristo. Ele então renova seu convite a todos os fiéis para cultivarem no coração uma firme confiança na ajuda de Deus, mesmo nos momentos difíceis da vida, porque o Senhor sempre permanece "amparo" e "escudo" daqueles que confiam nele (Sl 33, 20).



Nenhum comentário:

Postar um comentário