quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

12 de dezembro - Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Lc 1,42


Bem-aventurada és tu que creste: com estas palavras Isabel ungiu a presença de Maria na sua casa. Palavras que brotam do seu ventre, das suas vísceras; palavras que conseguem fazer ressoar tudo o que ela experimentou com a visita da sua prima: Assim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste.

Deus visita-nos nas entranhas de uma mulher, movendo as vísceras de outra mulher com um cântico de bênção e de louvor, com um canto de alegria. A cena evangélica contém em si todo o dinamismo da visita de Deus: quando Deus vem ao nosso encontro move as nossas vísceras, põe em movimento aquilo que somos, a ponto de transformar toda a nossa vida em louvor e bênção. Quando Deus nos visita deixa-nos inquietos, com a sadia inquietação daqueles que se sentem convidados a anunciar que Ele vem e está no meio do seu povo. Assim o vemos em Maria, a primeira discípula e missionária, a nova arca da aliança que, longe de permanecer num lugar reservado nos nossos templos, sai para visitar e acompanhar com a sua presença a gestação de João.

Assim o fez também em 1531: correu até Tepeyac para servir e acompanhar o povo que estava em dolorosa gestação, tornando-se Mãe, tanto sua como de todos os nossos povos.
Com Isabel, também nós hoje queremos ungi-la e saudá-la, dizendo: Bem-aventurada és tu que creste e continuas a crer que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas! Assim, Maria é como que o ícone do discípulo, da mulher crente e orante que sabe acompanhar e animar a nossa fé e a nossa esperança nas diversas etapas que nos compete atravessar.

Celebrar Maria é, em primeiro lugar, fazer memória da mãe, recordar que não somos nem nunca seremos um povo órfão. Nós temos uma mãe! E onde está a Mãe há sempre presença e sabor de casa. Onde está a mãe, os irmãos poderão desentender-se, mas triunfará sempre o sentido da unidade. Onde está a mãe não faltará a luta em benefício da irmandade.
Sempre me impressionou ver, em diversos povos da América Latina, aquelas mães lutadoras que, muitas vezes sozinhas, conseguem criar os filhos. Assim é Maria. Assim é Maria em relação a nós, pois somos os seus filhos: Mulher lutadora diante da sociedade da desconfiança e da cegueira, perante a sociedade da indolência e da dispersão; Mulher que luta para fortalecer a alegria do Evangelho. Luta para dar carne ao Evangelho.

Papa Francisco – 12 de dezembro de 2016

Hoje celebramos:


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