Para José chega depressa o momento da provação,
uma prova exigente para a sua fé. Noivo de Maria, antes de ir viver com ela,
descobre a misteriosa maternidade e permanece perturbado. O evangelista Mateus
sublinha o fato de que, sendo justo, não queria difamá-la e, portanto, resolveu
deixá-la secretamente. Mas durante um sonho, o anjo fez-lhe compreender
que quanto estava a acontecer com Maria era obra do Espírito Santo; e José,
confiando em Deus, dá o seu consentimento e coopera com o plano da salvação.
Sem dúvida, a intervenção divina na sua vida
não podia deixar de inquietar o seu coração. Confiar em Deus não significa ver
tudo claramente, segundo os nossos critérios, não significa realizar aquilo que
nós mesmos programamos; confiar em Deus quer dizer esvaziar-se de si mesmo,
renunciar a si próprio, porque só quem aceita perder-se por Deus, pode ser
"justo" como São José, ou seja, pode conformar a própria vontade com
a de Deus e deste modo realizar-se a si mesmo.
Como sabemos, o Evangelho não conservou palavra
alguma de José, que desempenha a sua atividade em silêncio. É o estilo que o
caracteriza em toda a existência, quer antes de se encontrar diante do mistério
da obra de Deus na sua esposa, quer quando – consciente deste
mistério – está ao lado de Maria na Natividade. Naquela noite
santa em Belém, com Maria e o Menino, encontra-se José, a quem o Pai celestial
confiou o cuidado quotidiano do seu Filho na terra, um cuidado levado a cabo na
humildade e no silêncio.
Papa Bento XVI – 05 de
julho de 2010
Hoje celebramos:
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