Papa de número 58 da Igreja Católica, Silvério
nasceu em Frosinone, na Campânia, e era filho do papa Hormisdas, que fora
casado antes de entrar para o ministério da Igreja.
Foi eleito em 1 de junho de 536 como sucessor
de Santo Agapito I (535-536), embora fosse apenas subdiácono quando assumiu o
trono de Pedro, ele foi um dos mais valentes defensores do cristianismo, pois
enfrentou a imperatriz Teodora, esposa de Justiniano.
O candidato de Constantinopla era Vigílio,
secretário nas causas do Ocidente, com o apoio da imperatriz Teodora, que via
nele o homem de que necessitava para assegurar suas ambições políticas, e não
desistiu do trono pontifício, iniciando forte campanha contra o novo papa.
O conflito com a imperatriz começou quando ela
enviou uma carta a ele ordenando que aceitasse, em Roma, bispos heréticos,
entre eles Antimo. Respondendo com veemência que não obedeceria de forma
alguma, foi preso. Tiraram-lhe as vestes papais, e, vestido como um simples
monge, foi deportado para Patara, na Ásia.
Enquanto isso, assumia o governo da Igreja o antipapa Vigílio, que foi colocado em seu lugar porque aceitou a imposição da imperatriz de receber em Roma os tais bispos heréticos recusados por Silvério. Esse, por sua vez, pouco depois foi enviado a Lícia. Mas, como era um religioso muito popular, foi recebido com honras inesperadas pelos monarcas romanos da região.
Revoltado com a deposição de Silvério, o bispo de Lícia resolveu falar diretamente com o imperador Justiniano. Foi nesse encontro que proferiu as palavras que ficariam gravadas na história e seriam repetidas pelos séculos seguintes: "Existem muitos reis neste mundo, mas apenas um papa em todo o universo".
Tocado pelas palavras do religioso, o imperador determinou a volta do papa Silvério a Roma. Mas Teodora continuou com suas armações e, pouco tempo depois, ele era enviado à ilha de Palmaria, Ponza, onde sofreu um exílio mais rigoroso que o primeiro.
Novamente, recebeu ordem de Justiniano para voltar a Roma. Contudo o papa preferiu terminar o cisma que surgira, abdicando no dia 11 de novembro de 537.
Consumido pelas chagas e pela fome, morreu pouco depois, no dia 2 de dezembro do mesmo ano. Seu corpo, ao contrário do dos outros papas que morreram no exílio, não retornou para Roma, permaneceu naquela ilha, onde sua sepultura se tornou local de muitas graças e meta de peregrinação. O santo papa Silvério é venerado como mártir, no dia de sua morte.
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