Quando a família hebraica se colocava à mesa
para a Ceia Pascal, era prescrito que o filho mais novo perguntasse ao pai: Que
significa esse rito? No cenáculo, foi talvez João que fez essa pergunta, e
Jesus foi quem respondeu. Hoje nós também devemos nos fazer a mesma pergunta: que
significa o rito desta noite e que significam os ritos que nos preparamos para
repetir também este ano, por ocasião da Páscoa?
Cristo morreu pelos nossos pecados e
ressuscitou para nossa justificação; mas uma só vez; ele não morre mais, a
morte não tem mais poder sobre ele.
O que é, portanto, o que fazemos a cada
ano na Páscoa?
O que nós estamos para fazer é a anamnese, ou
liturgia, da história; é o sacramento que atualiza o evento.
Esta anamnese não é invenção do homem, mas instituição
de Cristo: “Fazei isto em memória de mim.” É um memorial que atravessa a
história desde a noite do êxodo no Egito, até o acontecimento da morte e
ressurreição de Jesus. É um eixo ao redor do qual giram não só os anos, mas também
as semanas e os dias.
A Eucaristia é a atualização da Páscoa de
Cristo, mas é também outra coisa muito importante: é a consagração de nossa
Páscoa.
Quem diz, na missa de Páscoa, ‘tomai e
comei; este é o meu corpo oferecido em sacrifício por vós” não é mais
somente Cristo-cabeça, isto é, Cristo histórico que as pronunciou a primeira vez
no cenáculo; é o Cristo total, cabeça e corpo; somos nós também. É o “eu”
da Igreja, fundido com o “eu” de Cristo, que se oferece a si mesmo em
sacrifício.
“Fazei isto em memória de mim” significa: fazei
também vós como eu fiz. Na sua Primeira Carta, João diz para nós: “Nisto
temos conhecido o amor: Jesus deu sua vida por nós. Também nós devemos dar a
nossa vida pelos irmãos.”
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