quarta-feira, 29 de abril de 2020

29 de abril - Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Jo 6,38


Como cristãos somos chamados à vivência do amor, da generosidade, da humildade, da obediência a Deus, o dom de si. Trata-se não só nem simplesmente de seguir o exemplo de Jesus, como uma ação moral, mas de comprometer toda a existência no seu modo de pensar e agir. A oração deve levar a uma consciência e a uma união no amor cada vez mais profundas com o Senhor, para poder pensar, agir e amar como Ele, n’Ele e por Ele. Realizar isto e aprender os sentimentos de Jesus é o caminho da vida cristã.

Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, não vive o seu “ser como Deus” para triunfar ou impor a sua supremacia, não o considera uma posse, um privilégio, um tesouro cioso. Aliás, despojou-se, esvaziou-se a si mesmo assumindo a forma de servo, a realidade humana marcada pelo sofrimento, pela pobreza, pela morte; assemelhou-se plenamente aos homens, exceto no pecado, de modo a comportar-se como servo completamente dedicado ao serviço dos outros.
São Paulo continua delineando o quadro histórico no qual se realizou este abaixamento de Jesus: “Rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte”. O Filho de Deus tornou-se verdadeiramente homem e percorreu um caminho na total obediência e fidelidade à vontade do Pai, até ao sacrifício supremo da própria vida. Mais ainda, o Apóstolo especifica até à morte, e morte de cruz. Na cruz Jesus Cristo alcançou o máximo grau de humilhação, porque a crucifixão era a pena reservada aos escravos e não às pessoas livres: “mors turpissima crucis, escreve Cícero.

Os Padres realçam que Ele se fez obediente, restituindo à natureza humana, através da sua humanidade e obediência, o que se tinha perdido por causa da desobediência de Adão.

Papa Bento XVI – 27 de junho de 2012

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