A liturgia de hoje nos apresenta judas, o
traidor de Jesus. Judas não tinha nascido traidor e não o era quando foi
escolhido por Jesus; tornou-se! Estamos diante de um dos dramas mais obscuros
da liberdade humana. Por que se tornou?
Tentou-se dar a seu gesto motivações ideais,
outros pensaram que Judas estivesse desapontado com a maneira em que Jesus
realizou a sua ideia do "reino de Deus" e que quisesse forçá-lo a
agir no plano político contra os pagãos.
O Evangelho de hoje fala de um outro motivo: o
dinheiro. Judas tinha a responsabilidade da bolsa comum do grupo; na ocasião da
unção em Betânia havia protestado contra o desperdício do perfume precioso
derramado por Maria aos pés de Jesus, não porque se preocupasse pelos pobres,
assinala João, mas porque “era um ladrão e, como tinha a bolsa, tirava o que se
colocava dentro". A sua proposta aos chefes dos sacerdotes é explícita:
“Quanto estão dispostos a dar-me, se eu o entregar? E eles fixaram a soma de
trinta moedas de prata".
Mas por que maravilhar-se desta explicação e
achar que ela é banal? Não foi quase sempre assim na história e não é ainda
assim hoje em dia? O dinheiro não é um dos muitos ídolos; é o ídolo por
excelência; literalmente, “o ídolo de metal fundido".
Quem é, nos fatos, o outro patrão, o anti-Deus,
Jesus diz claramente: ‘Ninguém pode servir a dois senhores: não podeis servir a
Deus e ao dinheiro’. O dinheiro é o deus visível, em oposição ao verdadeiro
Deus que é invisível.
O apego ao dinheiro é a raiz de todos os males.
Por trás de todo o mal da nossa sociedade está o dinheiro, ou pelo menos está
também o dinheiro.
Hoje celebramos:
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