“Quem dizem os homens que eu sou?” E vós, quem
dizeis que eu sou?'” São as perguntas feitas por Jesus no trecho do Evangelho
da liturgia de hoje.
O Evangelho nos ensina as etapas já percorridas
pelos apóstolos para saber quem é Jesus. São três: conhecer, professar e
aceitar o caminho que Deus escolheu para Ele.
Conhecer Jesus, observou o Papa, é o que
“fazemos todos nós” quando pegamos o Evangelho, procuramos conhecer Jesus,
quando levamos as crianças ao catecismo, quando as levamos à missa, mas é só o
primeiro passo.
O segundo é professar Jesus. E isso nós,
sozinhos, não podemos fazer. “Jesus disse a Pedro: ‘Isso não vem de ti. O Pai
te revelou”. Somente podemos professar Jesus com a força de Deus, com a força
do Espírito Santo. Ninguém pode dizer Jesus na confissão e
confessá-Lo sem o Espírito, diz Paulo. Nós não podemos confessar Jesus sem o
Espírito. Por isso, a comunidade cristã deve buscar sempre a força do Espírito
Santo para professar Jesus, para dizer que Ele é Deus, que Ele é o Filho de
Deus.
Mas qual é a finalidade da vida de Jesus, por
qual motivo Ele veio? Responder a esta pergunta significa realizar a terceira
etapa no caminho do conhecimento de Cristo. Jesus começou a ensinar aos
apóstolos que deveria sofrer, morrer e depois ressuscitar.
Professar Jesus é professar a Sua morte, a Sua
ressurreição; não é professar: “Tu és Deus” e parar ali. Não: “Viestes por nós
e morreste por mim. E ressuscitastes e nos deste a vida, nos prometeste o
Espírito Santo para nos guiar”. Professar Jesus significa aceitar o caminho que
o Pai escolheu para Ele: a humilhação.
Satanás sabe que Jesus é o Filho de Deus, mas
Jesus rejeita a sua “confissão”, assim como afasta Pedro quando não quer
aceitar o caminho escolhido por Jesus. Professar Jesus é aceitar o caminho da
humildade e da humilhação. E quando a Igreja não percorre este caminho, erra e
acaba mundana.
E quando nós vemos tantos cristãos bons, não?
Com boa vontade, mas confundem a religião com um conceito social de bondade, de
amizade, quando nós vemos tantos clérigos que dizem seguir Jesus, mas buscam as
honras, o caminho da mundanidade, não buscam Jesus: buscam a si mesmos. Não são
cristãos; dizem ser cristãos, mas de nome, porque não aceitam o caminho de
Jesus, da humilhação. E quando lemos na história da Igreja tantos bispos que
viveram assim e também tantos Papas mundanos que não conheceram o caminho da
humilhação, não o aceitaram, devemos aprender que aquele não é o caminho.
Papa Francisco – 20 de fevereiro
de 2020
Hoje celebramos:
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