Hoje a Liturgia mostra Jesus que vai ao
encontro do seu povo. É a festa do encontro: a novidade do Menino encontra a
tradição do templo; a promessa encontra cumprimento; Maria e José, jovens,
encontram Simeão e Ana, idosos. Enfim, tudo se encontra, quando chega Jesus.
Que significa isto para nós?
Antes de mais nada, que também nós somos
chamados a acolher Jesus, que vem ao nosso encontro. Encontrá-Lo: o Deus
da vida deve ser encontrado todos os dias da vida; não ocasionalmente, mas
todos os dias.
Seguir Jesus não é uma decisão tomada
uma vez por todas; é uma opção diária. E o Senhor não Se encontra virtualmente, mas
diretamente, encontrando-O na vida, na vida concreta. Caso contrário, Jesus
torna-Se apenas uma bela recordação do passado. Mas, quando O acolhemos como
Senhor da vida, centro de tudo, coração pulsante de todas as coisas, então Ele
vive e revive em nós.
E acontece, também a nós, o que sucedeu no
templo: ao redor d’Ele tudo se encontra, a vida torna-se harmoniosa. Com Jesus,
reencontra-se a coragem de avançar e a força de permanecer firme.
O encontro com o Senhor é a fonte. Então é
importante voltar às fontes: percorrer com a memória os encontros decisivos que
tivemos com Ele, reavivar o primeiro amor, talvez escrever a nossa história de
amor com o Senhor. Fará bem à nossa vida, para que não se torne tempo que
passa, mas seja tempo de encontro.
Se recordarmos o nosso encontro fundante com o
Senhor, dar-nos-emos conta de que não surgiu como uma questão privada entre nós
e Deus. Não! Desabrochou no povo crente, ao lado de tantos irmãos e irmãs, em
tempos e lugares concretos. Assim nos diz o Evangelho, mostrando como o
encontro tem lugar no povo de Deus, na sua história concreta, nas suas
tradições vivas: no templo, segundo a Lei, no clima da profecia, com os jovens
e os idosos juntos.
O mesmo se passa com a vida: desabrocha e
floresce na Igreja; se se isolar, murcha. Aquela amadurece quando os jovens e
os idosos caminham juntos, quando os jovens reencontram as raízes e os idosos
acolhem os frutos. Mas estagna quando se caminha sozinho, quando se permanece
fixado no passado ou se salta para a frente para tentar sobreviver. Hoje, festa
do encontro, peçamos a graça de redescobrir o Senhor vivo, no povo crente, e de
fazer encontrar o carisma recebido com a graça do dia de hoje.
Papa Francisco – 02 de
fevereiro de 2019
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário