No Evangelho de hoje Jesus envia os seus
discípulos para curar, o próprio Jesus veio ao mundo para curar, curar a raiz
do pecado em nós. Uma cura, a de Jesus que é um recriar. Com efeito, Ele nos
recriou a partir da raiz e depois nos encaminhou com o seu ensinamento, com a
sua doutrina, que é uma doutrina que cura.
Portanto, o mestre envia os doze para curar.
Mas antes de tudo deu um mandamento: Ordenou-lhes [...] e eles proclamaram que
o povo se convertesse. A primeira cura é a conversão no sentido de abrir o
coração para que entre a Palavra de Deus. Com efeito, converter-se significa
ver de outro modo, convergir para outro ponto. E isto abre o coração, faz ver
outras coisas. Mas se o coração estiver fechado não pode ser curado. Acontece
como na vida diária: Se alguém estiver doente e pela sua tenacidade não quiser
ir ao médico, não será curado.
Por conseguinte, o Senhor recomenda aos
discípulos antes de tudo: Convertei-vos, abri o coração. Não obstante nós
cristãos façamos muitas coisas boas, o coração está fechado, as boas ações são
apenas uma fachada: é apenas tinta por fora, que nas primeiras chuvas desaparecerá.
Ao contrário, é necessário abrir o coração e questionar-se: Será que eu sinto
este convite a converter-me, a abrir o coração para ser curado, para encontrar
o Senhor, para ir em frente?
Os doze partiram e exortaram o povo a
converter-se. Uma missão, que precisava de autoridade. E foi o próprio Jesus
quem indicou como eles teriam obtido aquela autoridade: Ordenou-lhes que nada
levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforje, nem
dinheiro... Nada. A pobreza. Trata-se de um pormenor fundamental para definir a
figura do apóstolo que é como o pastor que não procura o leite das ovelhas, que
não procura a lã das ovelhas. Também Santo Agostinho, usou a mesma comparação
especificando quem procura o leite, procura dinheiro e quem procura a lã, gosta
de se vestir com a vaidade da sua profissão. É um carreirista de honras. Este, não
é apóstolo: Não, não, não, nada: pobreza, humildade, mansidão.
Papa Francisco – 07 de fevereiro
de 2019
Hoje celebramos:
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