quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

27 de fevereiro - Tomo hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós, de que vos propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes. Dt 30,19

A primeira leitura de hoje é uma parte do discurso que Moisés dirige ao povo a fim de o preparar para entrar na terra que o Senhor lhe tinha prometido. E o livro do Deuteronômio, no final, contém esta preparação e hoje põe-nos diante de um desafio e também de uma escolha. Escolhe: vida ou morte.
Somos nós, segundo Moisés, que devemos escolher. E isto é um apelo à nossa liberdade; põe-nos diante da nossa liberdade: sou livre para escolher a vida ou a morte. O texto bíblico, apresenta três palavras-chave no início: “Mas se o teu coração se desviar — primeira palavra — e não escutares — segunda palavra — se te deixares arrastar e adorares deuses estranhos e os servires — terceira palavra.

Quando o coração se desvia, quando empreende um caminho que não é o certo — quer o desvio quer outra estrada, mas não percorre o caminho certo — perde a orientação, a bússola, com a qual deve ir em frente. E um coração sem bússola é um perigo público: para si mesmo e para os outros. De resto, um coração empreende este caminho errado quando não ouve, quando se deixa arrastar pelos deuses, quando se torna idólatra.

Nós somos capazes de não ouvir. Há muitos surdos na alma. Também nós algumas vezes nos tornamos surdos na alma, não ouvimos o Senhor. E depois há os “fogos de artifício” que nos chamam, os falsos deuses que te chamam para uma idolatria, não é verdade? Este é o perigo ao longo do caminho rumo à terra que a todos nós foi prometida; a terra do encontro com Cristo ressuscitado.

A Quaresma ajuda-nos a percorrer esta estrada. Porque não ouvir o Senhor, não ouvir as promessas que nos fez, é perder a memória. E, isto é muito importante, quando nós perdemos a memória das grandes coisas que o Senhor realizou na nossa vida, que fez na sua Igreja, no seu povo, e nos habituamos a ir em frente por nossa conta, com as nossas forças, com a nossa autossuficiência. Por esta razão, é importante começar a Quaresma pedindo a graça da memória: “Senhor, que eu não perca a memória, que eu saiba ouvir”.


Papa Francisco – 07 de março de 2019

Hoje celebramos:

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