Barba branca, sorriso sereno, olhos no chão e
coração voltado para o céu, o Beato Frei Leopoldo é um dos modelos da santidade
capuchinha marcada por santos simples e do povo, nas fileiras da Ordem, vemos
santos que foram testemunhos extraordinários vivendo com dedicação e devoção as
tarefas ordinárias. Encontramos vários frades leigos, porteiros, cozinheiros,
esmoleres.
Frei Leopoldo não alcançou a santidade, que
agora vem reconhecida pela Igreja, como missionário num outro país, nem fazendo
pregações nos púlpitos, muito menos porque era douto. Mas porque foi um
testemunho no seu relacionamento com as pessoas e principalmente as mais
necessitadas. O Beato se insere na escola capuchinha da simplicidade. Aqueles
que aparentemente não são importantes é que Deus se serve para realizar a sua
obra.
O escondimento de Nazaré, no silêncio, no
trabalho contínuo e na oração.
A beatificação do Servo de Deus Frei Leopoldo
de Alpandeire aconteceu em 12 de setembro de 2010 em Granada.
Ele nasceu na cidade de Alpandeire(Malaga),
Espanha, com o nome de Francesco Tommaso Marquez y Sánchez (frei Leopoldo da
Alpandeire), no dia 24 de junho de 1864, seus pais eram Diego Marquéz e Jeronima
Sánchez, dois humildes e piedosos camponeses.
Desde a infância ajudou os seus pais nos
afazeres agrícolas em no cuidado do pequeno rebanho, quando estava um pouco
mais crescido começou a trabalhar nas poucas posses de terra da família.
Um dia ouvindo a pregação sobre o Beato Diego
Cadiz, resolveu tornar-se capuchinho. No dia 16 de novembro de 1899 vestiu o
hábito capuchinho no convento de Sevilha. Passou seus primeiros anos de vida
religiosa nos conventos de Sevilha, Granada, Antequera, fazendo os trabalhos
mais difíceis e humildes.
No ano de 1914 foi destinado ao convento de
Granada como esmoler, e ali ficou por toda a sua vida. Com a sacola para pedir
esmolas sempre as costas, descalço e sempre a pé, passou mais de cinquenta anos
de porta em porta na cidade de Granada e nas cidades vizinhas pedindo
humildemente esmola para os confrades e para os pobres.
Enfrentou a dificuldade da Espanha dos anos 30
algumas vezes foi perseguido e insultado pelas ruas e algumas vezes quase
lapidado.
No seu interminável caminho se alternava entre
ensinar o catecismo e a chamar os pecadores a conversão, repreendia
energicamente os blasfemadores. Era acolhido nas casas com veneração e
respeito, pela devoção muitas vezes cortavam pedacinhos do hábito e do cíngulo.
Na verdade, como mendigo, toda vez que recebia
esmolas, recitava três Ave-Marias: era o seu modo de retribuir, suas esmolas de
amor. Muitas vezes era chamado nas casas dos doentes, onde recitando as “três
ave marias”, operava até curas prodigiosas.
Indo à mendicância quebrou o fêmur e teve de
ser internado por três anos num convento, orando constantemente e suportando
pacientemente as outras doenças.
Morreu no mosteiro de Santo Granada 9 de
fevereiro de 1956. Seu corpo repousa na cripta do convento de Granada, um lugar
de peregrinação constante, especialmente no dia 9 de cada mês.
"Sendo como Deus quer,
sou feliz!"
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