O Evangelho hoje mostra-nos Jesus em contato uma
doença, considerada na sua época, a mais grave, a ponto de tornar a pessoa impura
e de a excluir dos relacionamentos sociais: a lepra.
Enquanto Jesus ia pregando pelos povoados da
Galileia, um leproso foi ao seu encontro e disse-lhe: Se quiseres, podes
purificar-me! Jesus não evitou o contato com aquele homem, mas, ao
contrário, impelido pela participação íntima na sua condição, estendeu a mão e
tocou-o — superando a proibição legal — e disse-lhe: Sim, quero. Sê
purificado!
Naquele gesto e nessas palavras de Cristo está
toda a história da salvação, está encarnada a vontade de Deus de nos curar, de
nos purificar do mal que nos desfigura e arruína os nossos relacionamentos.
Naquele contato entre a mão de Jesus e o leproso é abatida toda a barreira
entre Deus e a impureza humana, entre o Sacro e o seu oposto, certamente não
para negar o mal e a sua força negativa, mas para demonstrar que o amor de Deus
é mais forte do que todo o mal, até do mais contagioso e horrível. Jesus
assumiu sobre Si as nossas enfermidades, fez-se leproso a fim de que nós
fôssemos purificados.
São Francisco de Assis, nos deixa no seu
Testamento: “Assim o Senhor concedeu-me, a mim Frei Francisco, começar a fazer
penitência: porque, quando eu vivia no pecado, parecia-me demais amargo ver os
leprosos. E foi o próprio Senhor quem me levou para o meio deles, e fui
misericordioso para com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia
amargo transformou-se para mim em doçura da alma e do corpo; e depois,
detive-me um pouco e saí do século”. Naqueles leprosos, que Francisco encontrou
quando ainda vivia no pecado — como ele mesmo diz — estava presente Jesus; e
quando Francisco se aproximou de um deles e, vencendo a própria repugnância,
abraçou-o, Jesus curou-o da sua lepra, ou seja do seu orgulho, convertendo-o ao
amor de Deus. Eis a vitória de Cristo, que é a nossa cura profunda e a nossa
ressurreição para a vida nova!
Papa Bento XVI – 12 de fevereiro
de 2012
Hoje celebramos:
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