sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

10 de janeiro - Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. Lc 5,13


O Evangelho hoje mostra-nos Jesus em contato uma doença, considerada na sua época, a mais grave, a ponto de tornar a pessoa impura e de a excluir dos relacionamentos sociais: a lepra.

Enquanto Jesus ia pregando pelos povoados da Galileia, um leproso foi ao seu encontro e disse-lhe: Se quiseres, podes purificar-me! Jesus não evitou o contato com aquele homem, mas, ao contrário, impelido pela participação íntima na sua condição, estendeu a mão e tocou-o — superando a proibição legal — e disse-lhe: Sim, quero. Sê purificado!
Naquele gesto e nessas palavras de Cristo está toda a história da salvação, está encarnada a vontade de Deus de nos curar, de nos purificar do mal que nos desfigura e arruína os nossos relacionamentos. Naquele contato entre a mão de Jesus e o leproso é abatida toda a barreira entre Deus e a impureza humana, entre o Sacro e o seu oposto, certamente não para negar o mal e a sua força negativa, mas para demonstrar que o amor de Deus é mais forte do que todo o mal, até do mais contagioso e horrível. Jesus assumiu sobre Si as nossas enfermidades, fez-se leproso a fim de que nós fôssemos purificados.

São Francisco de Assis, nos deixa no seu Testamento: “Assim o Senhor concedeu-me, a mim Frei Francisco, começar a fazer penitência: porque, quando eu vivia no pecado, parecia-me demais amargo ver os leprosos. E foi o próprio Senhor quem me levou para o meio deles, e fui misericordioso para com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo transformou-se para mim em doçura da alma e do corpo; e depois, detive-me um pouco e saí do século”. Naqueles leprosos, que Francisco encontrou quando ainda vivia no pecado — como ele mesmo diz — estava presente Jesus; e quando Francisco se aproximou de um deles e, vencendo a própria repugnância, abraçou-o, Jesus curou-o da sua lepra, ou seja do seu orgulho, convertendo-o ao amor de Deus. Eis a vitória de Cristo, que é a nossa cura profunda e a nossa ressurreição para a vida nova!

Papa Bento XVI – 12 de fevereiro de 2012

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