quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

09 de janeiro - Jesus veio à cidade de Nazaré onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. Lc 4,16


Hoje o discurso programático de Jesus em Nazaré, sintetiza brevemente a sua atividade evangelizadora. É uma atividade que Ele cumpre com a potência do Espírito Santo: a sua palavra é original, porque revela o sentido das Escrituras; é uma palavra influente, porque comanda até aos espíritos impuros e eles obedecem. Jesus é diferente dos mestres do seu tempo: por exemplo, não abriu uma escola para o estudo da Lei, mas andava por toda parte pregando e ensinando: nas sinagogas, pelas estradas, nas casas, sempre a caminho! Jesus é diferente também em comparação com João Batista, o qual proclama o julgamento iminente de Deus, ao passo que Jesus anuncia o seu perdão de Pai.

E agora imaginemos que entramos também nós na sinagoga de Nazaré, a aldeia onde Jesus cresceu até cerca de trinta anos. O que ali acontece é um evento importante, que delineia a missão de Jesus. Ele levanta-se para ler a Sagrada Escritura. Abre o rolo do profeta Isaías e lê o trecho onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres”. Em seguida, após um momento de silêncio cheio de expectativa por parte de todos, diz, entre a estupefação geral: “Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir”.

Evangelizar os pobres: esta é a missão de Jesus, segundo Ele diz; esta é inclusive a missão da Igreja, e de cada batizado na Igreja. Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa. Anunciar o Evangelho, com a palavra e, antes ainda, com a vida, é a finalidade principal da comunidade cristã e de cada seu membro. Observa-se aqui que Jesus dirige a Boa Nova a todos, sem excluir ninguém, aliás privilegiando os mais distantes, os sofredores, os doentes, os descartados da sociedade.

Questionamo-nos: o que significa evangelizar os pobres? Significa em primeiro lugar aproximar-nos deles, significa ter a alegria de os servir, de os libertar da opressão, e tudo isto em nome e com o Espírito de Cristo, porque é Ele o Evangelho de Deus, é Ele a Misericórdia de Deus, é Ele a libertação de Deus, é Ele quem se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. O texto de Isaías, enriquecido com pequenos ajustes introduzidos por Jesus, indica que o anúncio messiânico do Reino de Deus que veio entre nós se destina de maneira preferencial aos marginalizados, aos prisioneiros, aos oprimidos.

Papa Francisco – 24 de janeiro de 2016

Hoje celebramos:
Santo Adriano de Cantuária
Beato Gregório X - Papa
Beata Alessia Le Clerc


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