onde morou a tortura
e vastas as florestas
compradas entre mil mortes».
«Os madeireiros têm parlamentares
e nossa Amazónia não tem quem a defenda (…)
Mandam em exílio os papagaios e os macacos (…)
Já não será igual a colheita da castanha.
Isto favoreceu os movimentos migratórios mais
recentes dos indígenas para as periferias das cidades. Ali não encontram uma
real libertação dos seus dramas, mas as piores formas de escravidão, sujeição e
miséria. Nestas cidades caracterizadas por uma grande desigualdade, onde hoje
habita a maior parte da população da Amazônia, crescem também a xenofobia, a
exploração sexual e o tráfico de pessoas. Por isso o clamor da Amazônia não
brota apenas do coração das florestas, mas também do interior das suas cidades.
Não é necessário repetir aqui as análises tão
abrangentes e completas que foram apresentadas antes e durante o Sínodo. Mas
lembremos ao menos uma das vozes ouvidas:
“Estamos sendo afetados pelos
madeireiros, criadores de gado e outros terceiros. Ameaçados por agentes econômicos
que implementam um modelo alheio em nossos territórios. As empresas madeireiras
entram no território para explorar a floresta, nós cuidamos da floresta para
nossos filhos, dispomos de carne, pesca, remédios vegetais, árvores frutíferas. A construção de hidroelétricas e o projeto de hidrovias têm impacto sobre
o rio e sobre os territórios. Somos uma região de territórios roubados”.
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