A Amazônia deveria
ser também um local de diálogo social, especialmente entre os diferentes povos
nativos, para encontrar formas de comunhão e luta conjunta. Os demais, somos
chamados a participar como convidados, procurando com o máximo respeito
encontrar vias de encontro que enriqueçam a Amazônia. Mas, se queremos
dialogar, devemos começar pelos últimos. Estes não são apenas um interlocutor
que é preciso convencer, nem mais um que está sentado a uma mesa de iguais. Mas
são os principais interlocutores, dos quais primeiro devemos aprender, a quem
temos de escutar por um dever de justiça e a quem devemos pedir autorização
para poder apresentar as nossas propostas. A sua palavra, as suas esperanças,
os seus receios deveriam ser a voz mais forte em qualquer mesa de diálogo sobre
a Amazônia. E a grande questão é: Como imaginam eles o bem viver para si e seus
descendentes?
O diálogo não se
deve limitar a privilegiar a opção preferencial pela defesa dos pobres,
marginalizados e excluídos, mas há de também respeitá-los como protagonistas.
Trata-se de reconhecer o outro e apreciá-lo como outro, com a sua
sensibilidade, as suas opções mais íntimas, o seu modo de viver e trabalhar.
Caso contrário, o resultado será, como sempre, um projeto de poucos para poucos,
quando não um consenso de escritório ou uma paz efémera para uma minoria feliz.
Se tal acontecer, é necessária uma voz profética e, como cristãos, somos
chamados a fazê-la ouvir.
Daqui nasce o sonho sucessivo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário