Pouco é conhecido da vida de Pascoal l antes de
se tornar Papa, exceto que ele era de origem romana, nascido no ano 775, filho
do romano Bonosus e foi educado na cúria papal, ordenado sacerdote e nomeado
abade do mosteiro de Santo Estêvão Maior. Possivelmente durante parte de seu
início de carreira, ele desempenhou um papel na administração papal. A
evidência sobrevivente sugere que sua eleição para o ofício papal teve apoio
geral em Roma.
Com o falecimento do Papa Estevão IV, Pascoal
foi eleito para ser seu sucessor no dia 25 de janeiro de 817. Na ocasião, ele
estava com apenas 42 anos de idade tornou-se o 98º Papa da Igreja Católica.
Aparentemente preocupado com seu relacionamento
com os francos, uma das primeiras ações de Pascoal foi estabelecer comunicações
com o Imperador Luís, o piedoso (814-840), que assumiu o cargo imperial menos
que três anos antes e já tinha mostrado sinais de se mover em novas direções em
sua política e religiosa política. Pascoal despachou duas cartas para Luís. A
primeira procurou explicar as circunstâncias em torno de sua eleição e
consagração, que ocorreram sem o envolvimento do imperador. Esta carta
enigmática parece refletir incerteza sobre o papel do imperador ocidental nas
eleições papais e um forte desejo da parte de Pascoal para evitar qualquer
sinal de impropriedade em relação ao imperador.
A segunda solicitou que Luís renovasse o pacto
de amizade que havia existido entre o papado e os governantes carolíngios desde
a época do rei Pepino III (751–768) e reconfirmar as concessões territoriais
concedidas ao papado por Pepino III e Carlos Magno. Mais uma vez o papa parecia
ansioso para definir os limites dos Estados Pontifícios e esclarecer seu papel
no Império Carolíngio. Luís respondeu prontamente emitindo em 817 um documento
chamado o Pactum Ludovicianum que definia por escrito, os termos que Luís e o
Papa Estevão IV (V) (816-817), antecessor imediato de Pascoal, combinaram
durante a sua reunião em 816.
O Pactum renovou o pacto de amizade entre o
papado e os francos e confirmou os territórios exatos e patrimônios que
pertenciam ao papado de uma forma que sancionou reivindicações papais para
uma grande parte da Itália. Luís reconhecia a soberania papal nas funções
administrativas e judiciais nos Estados Pontifícios, exceto nos casos em que o
Papa pedisse ajuda imperial ou onde os habitantes dos Estados Papais que
afirmavam ser oprimidos procurassem justiça do imperador. O imperador prometeu
proteger o Estado Papal e permitir a completa liberdade das eleições papais.
Em 821 Pascoal enviou legados com presentes
para celebrar o casamento de Lotário, herdeiro do título imperial. Em 823 o
Papa acolheu Lotário I a Roma e concedeu-lhe a coroa do reino da Itália e o
título de imperador; Apesar de Luís I já ter designado Lotário I como
co-imperador em 817, o ato de Pascoal reforçou a ideia de que a participação
papal era necessária para legitimar a legitimidade da coroa imperial.
O Papa
Pascoal I enfrentou problemas heréticos também. Durante
seu pontificado, voltou a aparecer a heresia iconoclasta, contra a
veneração de ícones e imagens religiosas, em Constantinopla. O papa recebeu os
padres e monges expulsos pelo arcebispo herege da cidade e os colocou em
mosteiros de Roma. Mas o problema com a heresia permaneceu por algum tempo. Além
de acolher vítimas de perseguição no império oriental, Pascoal escreveu cartas
denunciando o iconoclasmo de Leão V e seu sucessor, Miguel II (820-829).
A condenação papal foi um fator para sustentar
a oposição dentro do império oriental. Pascoal também deu considerável atenção
à reconstrução e redecoração de igrejas em Roma, dando continuidade à política
de transformar a aparência física da cidade começada por seus antecessores
durante o oitavo século.
Pascoal I dedicou-se a descobrir muitas
catacumbas e transladar muitos corpos para terras cristãs. Foi nesta empreitada
que descobriu as relíquias de Santa Cecília. Encontraria também as relíquias de
São Leão e de São Valeriano. Além disso, recuperou muitas igrejas e
monastérios.
O Papa
Pascoal I faleceu após sete anos de pontificado, no dia 11
de fevereiro de 824. Venerado e reconhecido como Santo pela Igreja Católica,
ele foi sucedido pelo Papa
Eugenio II.
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