segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

10 de fevereiro - Santa Austreberta


Austreberta (Austreberthe ou Eustreberta) nasceu por volta de 630 em Marconne, perto de Hesdin, na diocese de Thérouanne, na França. Seus pais eram ilustres: Badefrido, era um dos primeiros oficiais da casa do Rei Dagoberto I; e sua mãe Frameilde ou Framechidis, da família dos reis alemães, foi honrada como santa.

Desde pequena a Santa mostrava um fervor incrível na oração e no exercício da meditação. Um dia, quando contemplava sua imagem refletida na água, viu um véu sobre sua cabeça; aquela estranha experiência lhe produziu uma impressão permanente.

Aos 12 anos, ao saber que a família a destinava a um matrimônio, fugiu acompanhada de seu irmão mais novo e foi ter com Santo Omer (595-670) bispo de Thérouane e abade de Abbeville, que lhe imporia o véu de virgem consagrada a pedido dela, mas este, ao saber quem ela era, e pensando o quão preocupados estariam seus pais, a persuadiu a voltar para casa.

Voltando para a família, Austreberta conseguiu convencer os pais da beleza da via que escolhera. Decidiu assim viver a própria vocação entrando no convento de Abbeville, dito Port-sur-Somme. Ali recebeu o véu das mãos de Santo Audoaro.

Logo ganhou todos os corações com sua piedade e humildade. Ela mesma estava feliz naquela comunidade tão devota e observante.

Conta-se que um dia, quando Austreberta assava o pão para a comunidade, as chamas iam se extinguindo no forno quente. Os pães estavam prontos e só faltava tirar as brasas. A Santa enfiou a vassoura que pegou fogo e encheu o forno de chamas. Temendo que os pães queimassem, ela primeiro fechou a porta da cozinha e depois, inclinando-se entre as chamas, que não lhe fizeram nenhum mal, limpou o interior do forno com suas mãos e tirou os pães. À jovem que assistiu perplexa a cena, Austreberta pediu que não dissesse nada a ninguém, e continuou tranquilamente seu trabalho, sem nenhuma queimadura nem em si nem nas roupas. A Santa relatou o fato ao seu confessor, que a aconselhou a não mais repetir o fato.

Após 14 anos, São Felisberto, o fundador da Abadia de Jumièges, procurou-a para que fosse governar o mosteiro feminino fundado em Pavilly, Caux, perto de Rouen. O local e os fundos necessários para a fundação tinham sido doados por Amalberto, senhor do local, cuja filha, Aurea, também receberia o véu no novo mosteiro.

Santo Audoaro continuou a assistir Austreberta com seus conselhos e abençoou a igreja da nova abadia, sem dúvida com a autorização de Santo Audoeno, bispo do local.

Austreberta governou o mosteiro aliando a doçura à firmeza. Dura consigo mesma, era cheia de bondade com as religiosas. Ela não exigia nada que ela mesma não era a primeira a fazer. Uma noite em que as monjas tinham voltado a dormir após a recitação de Matinas, Austreberta foi ao dormitório para examinar se tudo estava em ordem. O ruído que ela fez despertou a priora. Esta, que acreditava tratar-se de uma simples religiosa, repreendeu-a por faltar com a regra e ordenou que por penitência ela fosse rezar diante da cruz no centro do claustro. A Santa obedeceu sem replicar e passou o resto da noite aos pés do crucifixo. A priora só percebeu seu engano na manhã seguinte quando foi à igreja com as outras religiosas. Ela se aproximou da abadessa e pediu-lhe perdão, que foi prontamente concedido.

Durante 40 anos Austreberta dirigiu a nova fundação. Uma febre anunciou que sua morte estava próxima. Ela pediu para ser levada ao local onde a comunidade se reunia e falou com grande unção sobre as principais virtudes. Nos dias seguintes ela se tornou mais introspectiva. Após receber o viático, faleceu tranquilamente: era o dia 10 de fevereiro, provavelmente no ano de 704. As suas relíquias foram transferidas para Montreuil-sur-Mer por ocasião das invasões normandas e hoje ela é patrona de Barentin, perto de Rouen, cujo rio tomou o nome de Austreberthe.

A Santa fez construir três igrejas dedicadas à Virgem Santíssima em Saint Martin e em Saint Pierre. Ela tornou-se famosa por suas visões e pelos milagres que operou. Há uma cidade com o nome de Sainte-Austreberthe em veneração a ela. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário