domingo, 12 de janeiro de 2020

12 de janeiro - Beato Pedro Francisco Jamet


O padre francês Pedro Francisco Jamet viveu a caridade ardente nas múltiplas formas de sua atividade sacerdotal. Ficamos impressionados com a coragem dele, com a atitude de imprimir na fé o itinerário de um homem de alta cultura, um padre fiel, um servo dos pobres.

Assim que foi ordenado sacerdote, foi imediatamente nomeado confessor e conselheiro das Irmãs do Bom Salvador. Ele viveu todos os riscos para exercer essas posições durante a Revolução Francesa. Dá um exemplo de firme apego à Igreja e não abandona seus cristãos. Ao se esconder, ele celebra os sacramentos com alegria. Ele vê claramente as ameaças que pesam na fé, mas deposita toda a sua confiança nos dons de Deus.

Um respeitado estudante universitário, Padre Jamet tem uma forte posição acadêmica. Uma educação equilibrada, um treinamento exigente tanto no nível intelectual quanto no moral e espiritual, são essas as preocupações que norteiam simultaneamente sua ação. Num ambiente em que crenças e lealdades opostas se opõem, ele respeita as pessoas, mas assegura firmemente o desenvolvimento das instituições pelas quais é responsável. Disponível e dedicado, ele é um verdadeiro servo do homem, tanto que pode cumprir seu dever em consciência.

Pedro Francisco Jamet não negligenciou o serviço dos pobres em nenhum momento. Estimula as irmãs do Bom Salvador e as incentiva a desenvolver suas obras, tornando-se seu "segundo fundador". Admiramos sua intrépida generosidade, sua atenção em não deixar o irmão mais deficiente sem cuidado. Ele sempre organizava melhor a recepção dos doentes mentais: ele os ama a ponto de aprender, frequentemente, a curá-los. Precursor de ajudar surdos-mudos, lhes dá um meio de se expressar, permitindo que eles encontrassem uma linguagem, resgatando sua dignidade. Saudamos nele um inventor e um criador de caridade.

Devido à amplitude de sua atividade, Pedro Francisco Jamet, também testemunha o que um homem pode realizar quando a presença de Deus está nele. Pode dizer: "Meu Deus, sou para você, como você é para mim". Pastor, conduz suas ovelhas pelos caminhos da vida. Ele arrasta particularmente as Irmãs do Bom Salvador na esteira do Redentor e na intimidade da Santíssima Trindade. Nós o reconhecemos quando ele aceita a oração de Jesus: "Santo Pai, guarde para a glória do seu nome, os filhos que você me deu, para que eles estejam sempre unidos".

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 10 de maio de 1987

Pedro Francisco Jamet, nasceu no dia 13 de setembro de 1762 em Fresnes, hoje diocese de Seez, na França. Seus pais eram ricos fazendeiros cristãos, tiveram oito filhos, destes dois seguiram o sacerdócio e uma se tornou religiosa. Com os outros irmãos, estudou no colégio de Vire. Aos vinte anos, percebeu sua vocação religiosa, por isso ingressou na renomada universidade de Caen, para frequentar os cinco anos de filosofia e teologia.

Depois, em 1784 entrou no seminário, onde após três anos foi ordenado sacerdote. Obteve o diploma de bacharel em teologia e o título de "mestre das artes", mas não pôde continuar a especialização porque eclodiu a Revolução Francesa. Existia em Caen a comunidade das Filhas do Bom Salvador, Instituto fundado em 1720, e Pedro Francisco em 1790, foi nomeado capelão e confessor do Instituto.

Durante a Revolução, em 1798 recusou-se a fazer o juramento imposto pelos reacionários, por isso foi preso, julgado e condenado à morte. Mas conseguiu a liberdade e passou a se dedicar incansavelmente a assistir, da melhor maneira possível, as dispersas Filhas do Bom Salvador. Celebrava a Missa escondido, amparava os companheiros vacilantes e mantinha o ânimo e a coragem dos fiéis perseguidos.

Terminada a Revolução, pôde se dedicar plenamente à restauração e ao desenvolvimento da Congregação do Bom Salvador, sendo eleito o Superior. Nessa oportunidade introduziu a assistência aos surdos-mudos. Para isso, ele próprio quis se especializar frequentando cursos específicos, a fim de fornecer a educação adequada, através dos mais atualizados métodos de ensino existentes na época. Durante oito anos, até 1830, foi o reitor da universidade de Caen, levando aos docentes e aos estudantes um novo clima de fé cristã, depois da grande bufada da Revolução e da divulgação das ideias iluministas e racionalistas.

Tudo fez para a glória de Deus, porque no íntimo era todo de Deus. Morreu aos oitenta e três anos, em decorrência das fadigas e da idade avançada, no dia 12 de janeiro de 1845, em Caen, França.
O Papa João Paulo II o beatificou em 1987. Durante a solenidade indicou o dia da morte do Beato Pedro Francisco Jamet, que ele chamou de o "segundo fundador" do Instituto do Bom Salvador, para receber sua homenagem litúrgica.

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