A fé abre a janela
à presença operante do Espírito e demonstra-nos que a santidade, tal como a
felicidade, está sempre ligada aos pequenos gestos. Seja quem for que vos der a
beber um copo de água – um pequeno gesto – por serdes de Cristo, não perderá a
sua recompensa, diz Jesus. São gestos mínimos, que uma pessoa aprende em casa;
gestos de família que se perdem no anonimato da vida diária, mas que fazem cada
dia diferente do outro. São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de filho, de
irmãos. São gestos de ternura, de afeto, de compaixão. Gestos como o prato
quente de quem espera para jantar, como o café da manhã de quem sabe acompanhar
o levantar na alvorada. São gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o
abraço ao regressar duma jornada de trabalho. O amor exprime-se em pequenas
coisas, na atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida sempre
tenha sabor de casa. A fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por
isso, as nossas famílias, as nossas casas são autênticas igrejas domésticas:
são o lugar ideal onde a fé se torna vida e a vida cresce na fé.
Jesus convida-nos a
não obstaculizar estes pequenos gestos miraculosos; antes, quer que os
provoquemos, que os façamos crescer, que acompanhemos a vida como ela se nos
apresenta, ajudando a suscitar todos os pequenos gestos de amor, sinais da sua
presença viva e operante no nosso mundo.
Este comportamento
a que somos convidados leva-nos a perguntar, hoje:
Como estamos a
trabalhar para viver esta lógica nas nossas famílias e nas nossas sociedades?
Que tipo de mundo
queremos deixar aos nossos filhos?
Não podemos
responder, sozinhos, a estas perguntas. É o Espírito que nos chama e desafia a
responder a elas com a grande família humana. A nossa casa comum não pode mais
tolerar divisões estéreis. O desafio urgente de proteger a nossa casa inclui o
esforço de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento
sustentável e integral, porque sabemos que as coisas podem mudar. Que os nossos
filhos encontrem em nós pontos de referência para a comunhão, não para a
divisão! Que os nossos filhos encontrem em nós pessoas capazes de se associarem
com outras para fazer florir todo o bem que o Pai semeou.
Papa
Francisco – 27 de setembro de 2015
Hoje celebramos:
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