quinta-feira, 13 de setembro de 2018

13 de setembro - Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Lc 6,27



Amar os nossos inimigos, aqueles que nos perseguem e nos fazem sofrer, é difícil e nem sequer é um bom negócio porque nos empobrece. É verdade: o amor aos inimigos empobrece-nos, torna-nos pobres, como Jesus, o qual, quando veio, se humilhou até tornar-se pobre. Talvez não seja um bom negócio, ou pelo menos não o é segundo a lógica do mundo. No entanto foi o caminho que Deus indicou, a estrada que Jesus percorreu, até nos conquistar a graça que nos enriqueceu.

Não se trata de um compromisso fácil e, em geral, pensamos que Jesus nos pede demais. Pensamos: Deixemos estes assuntos às religiosas de clausura que são santas, ou a alguma alma santa! Mas não é a atitude correta. Jesus diz que se deve fazer isto porque não somos como os publicanos, os pagãos, somos cristãos. Diante de tantos dramas que atingem a humanidade, é difícil fazer esta escolha: de fato, como se pode amar os que tomam a decisão de bombardear e assassinar tantas pessoas? Como podemos amar os que por amor ao dinheiro não deixam que os remédios cheguem a tantos que têm necessidade, aos idosos, deixando-os morrer? Ou: Como podemos amar as pessoas que procuram só o interesse próprio, o poder e causam tanto mal?

Não sei como se pode fazer isto. Mas Jesus diz duas coisas: primeiro, olhar para o Pai. O nosso Pai é Deus: faz brilhar o sol sobre malvados e bons; faz chover sobre justos e injustos. O nosso Pai de manhã não diz ao sol: Hoje ilumina estes e aqueles; deixa os outros na sombra! Diz: Ilumina todos. O seu amor é para todos, o seu amor é um dom para todos, bons e ruins. E Jesus conclui com este conselho: Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste. Por conseguinte, a indicação de Jesus é imitar o Pai naquela perfeição do amor. Ele perdoa aos seus inimigos. Faz tudo para os perdoar. Pensemos com quanta ternura Jesus recebe Judas no horto das oliveiras, quando entre os discípulos há quem planeja a vingança.

A vingança é aquele prato tão bom quando se come frio e por isso esperamos o momento justo para a realizar. Mas isto não é cristão. Jesus pede-nos para amar os inimigos. Como podemos fazer? Ele diz: orai, rezai pelos vossos inimigos. A oração faz milagres e isto vale não só quando estamos na presença de inimigos; vale também quando nutrimos alguma antipatia, uma pequena inimizade. E então é preciso rezar, porque é como se o Senhor viesse com o óleo e preparasse os nossos corações para a paz.

Mas agora gostaria de vos deixar com uma pergunta, à qual cada um pode responder dentro do próprio coração: rezo pelos meus inimigos? Rezo por aqueles que não me amam? Se dissermos sim, digo-vos: continuai, rezai ainda mais, porque esta é uma boa estrada. Se a resposta for não, o Senhor diz: Pobrezinhos! Também vós sois inimigos dos outros! Então é preciso rezar para que o Senhor mude os seus corações.

Papa Francisco – 18 de junho de 2013

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