Amar os nossos
inimigos, aqueles que nos perseguem e nos fazem sofrer, é difícil e nem sequer
é um bom negócio porque nos empobrece. É verdade: o amor aos inimigos
empobrece-nos, torna-nos pobres, como Jesus, o qual, quando veio, se humilhou
até tornar-se pobre. Talvez não seja um bom negócio, ou pelo menos não o é
segundo a lógica do mundo. No entanto foi o caminho que Deus indicou, a estrada
que Jesus percorreu, até nos conquistar a graça que nos enriqueceu.
Não se trata de um
compromisso fácil e, em geral, pensamos que Jesus nos pede demais. Pensamos: Deixemos
estes assuntos às religiosas de clausura que são santas, ou a alguma alma
santa! Mas não é a atitude correta. Jesus diz que se deve fazer isto porque não
somos como os publicanos, os pagãos, somos cristãos. Diante de tantos dramas
que atingem a humanidade, é difícil fazer esta escolha: de fato, como se pode
amar os que tomam a decisão de bombardear e assassinar tantas pessoas? Como
podemos amar os que por amor ao dinheiro não deixam que os remédios cheguem a
tantos que têm necessidade, aos idosos, deixando-os morrer? Ou: Como podemos
amar as pessoas que procuram só o interesse próprio, o poder e causam tanto
mal?
Não sei como se
pode fazer isto. Mas Jesus diz duas coisas: primeiro, olhar para o Pai. O nosso
Pai é Deus: faz brilhar o sol sobre malvados e bons; faz chover sobre justos e
injustos. O nosso Pai de manhã não diz ao sol: Hoje ilumina estes e aqueles;
deixa os outros na sombra! Diz: Ilumina todos. O seu amor é para todos, o seu
amor é um dom para todos, bons e ruins. E Jesus conclui com este conselho: Portanto,
sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste. Por conseguinte, a
indicação de Jesus é imitar o Pai naquela perfeição do amor. Ele perdoa aos
seus inimigos. Faz tudo para os perdoar. Pensemos com quanta ternura Jesus recebe
Judas no horto das oliveiras, quando entre os discípulos há quem planeja a
vingança.
A vingança é aquele
prato tão bom quando se come frio e por isso esperamos o momento justo para a
realizar. Mas isto não é cristão. Jesus pede-nos para amar os inimigos. Como
podemos fazer? Ele diz: orai, rezai pelos vossos inimigos. A oração faz milagres
e isto vale não só quando estamos na presença de inimigos; vale também quando
nutrimos alguma antipatia, uma pequena inimizade. E então é preciso rezar,
porque é como se o Senhor viesse com o óleo e preparasse os nossos corações
para a paz.
Mas agora gostaria
de vos deixar com uma pergunta, à qual cada um pode responder dentro do próprio
coração: rezo pelos meus inimigos? Rezo por aqueles que não me amam? Se
dissermos sim, digo-vos: continuai, rezai ainda mais, porque esta é uma boa
estrada. Se a resposta for não, o Senhor diz: Pobrezinhos! Também vós sois
inimigos dos outros! Então é preciso rezar para que o Senhor mude os seus
corações.
Papa
Francisco – 18 de junho de 2013
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário