Há um último aspecto
que o Evangelho destaca: o vestido dos convidados, que é indispensável.
Com efeito, não basta responder uma vez ao convite, dizer sim e… chega! Mas é
preciso vestir o costume próprio, é preciso o hábito do amor vivido
cada dia. Porque não se pode dizer Senhor, Senhor, sem viver e praticar a
vontade de Deus. Precisamos de nos revestir cada dia do seu amor, de renovar
cada dia a opção de Deus. Os Santos canonizados hoje, sobretudo os numerosos
Mártires, indicam-nos esta estrada. Eles não disseram sim ao amor com palavras
e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim. O seu hábito diário foi o
amor de Jesus, aquele amor louco que nos amou até ao fim, que deixou o seu
perdão e as suas vestes a quem O crucificava.
Também nós
recebemos no Batismo a veste branca, o vestido nupcial para Deus. Peçamos a
Ele, pela intercessão destes nossos irmãos e irmãs santos, a graça de optar por
trazer cada dia esta veste e de a manter branca. Como consegui-lo? Antes de
mais nada, indo sem medo receber o perdão do Senhor: é o passo decisivo para
entrar na sala das núpcias e celebrar a festa do amor com Ele.
Papa Francisco –
Homilia de Canonização – 15 de outubro de 2017
No dia 15 de
outubro de 2017, o Papa Francisco canonizou três crianças, os chamados
“protomártires do México”, pré-adolescentes de 11-12 anos, assassinados por
ódio à fé entre os anos de 1527 a 1529.
O primeiro mártir
foi Cristóvão, filho de 12 anos de um dos quatro caciques de Tlaxcala. Era o
primogênito, o filho predileto do seu pai e seu herdeiro. Juntamente com os
irmãos frequentou a escola dos missionários franciscanos, foi instruído na fé e
pediu o batismo, recebendo o novo nome de Cristóvão. Com o poder do Sacramento,
o entusiasmo dos neófitos e a vitalidade dos adolescentes, quiz converter os
outros, começando pelo pai, que também tinha o hábito de ficar bêbado com
frequência. E como o pai continuava surdo aos seus apelos e conselhos, ele
começa a destruir as estatuetas de ídolos mantidos em casa.
Perdoado algumas
vezes por essa atitude de "protesto", é no final o mesmo pai que o
condenará à morte. Atacado com os punhos e bastões de madeira, é espancado até
que os braços e pernas se romperam e por fim, é queimado vivo, para silenciar
uma vez por todas que o filho teimoso, que mesmo sob os golpes continuou a
rezar. Poucos dias depois, o mesmo fim teve a sua esposa, porque com o coração amoroso
de mãe ela tinha tentado defender Cristóvão da violência do pai.
Nascidos por volta
dos anos 1516-1517 Antônio e João: o primeiro é o sobrinho e herdeiro do
cacique do Tizatiàn, enquanto o segundo é seu servo. As diferentes origens não
os impedem de sentir-se irmãos na fé quando frequentaram juntos escola dos
missionários franciscanos. São convertidos juntos, e recebem o batismo, e depois,
optam por seguir alguns padres dominicanos para uma nova missão em Oaxaca, para
serem intérpretes e ajudá-los na pregação.
Sempre juntos, os
dois vão de casa em casa coletando estatuetas de ídolos para serem destruídas.
Como regra geral, Antônio entrava nas casas, enquanto João ficava de vigia na
porta. Em 1529, durante uma dessas "blitz" sofreram a vingança dos
índios, e com uma surra João é morto instantaneamente e, em seguida, Antônio,
que se apressou em defesa de seu amigo.
Mártires do passado,
mas sempre testemunhas oportunas, foram beatificados pelo Papa João Paulo II,
em 1990, e em 15 de outubro de 2017, eles foram canonizados pelo Papa
Francisco.
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