segunda-feira, 10 de setembro de 2018

10 de setembro - Santa Pulchéria


Pulchéria foi uma princesa, filha do Imperador Arcádio, nasceu em 19 de janeiro de 399, era uma mulher cheia de virtudes.
Seu irmão Teodósio, assumiu o trono de seu pai tendo apenas oito anos e teve uma auxiliar e conselheira competente na pessoa de Pulchéria, sua irmã mais velha. Preenchendo o lugar de mãe, procurou com todo o escrúpulo formar o coração do jovem irmão nos moldes da religião de Jesus Cristo. Para este fim teve grande cuidado na escolha dos mestres.

Exerceu também grande Influência sobre as irmãs menores Arcádia e Marina. Estas, à imitação da irmã mais velha, fizeram o voto perpétuo de castidade, e com ela viveram em santa harmonia, formando, por assim dizer, uma pequena comunidade no palácio imperial.

A vida das princesas obedecia a um regulamento, que especializava o trabalho e as práticas de piedade. Praticavam obras de penitência e mortificação, que não eram comuns em palácios ricos. A administração dos negócios públicos estava entregue aos cuidados de homens competentes; reinava paz e ordem em toda a parte, e os povos sentiam-se felizes sob o governo de tão santa e sábia monarca.

Quando Teodósio alcançou a idade de vinte anos, a conselho da santa irmã, contraiu núpcias com Atenias, filha de um filósofo de Atenas, muito famosa pelas raras virtudes que a ilustravam; no santo batismo recebeu ela o nome de Eudóxia. Dois anos depois lhe foi conferido o título de Imperatriz. Não obstante, Pulchéria tomava ainda parte ativa no governo. Envidou todos os esforços para que fosse realizado o Concílio ecumênico de Éfeso (431) que ficou marcado pela condenação da heresia de Nestório, que negava à Santíssima Virgem Maria a prerrogativa de Mãe de Deus.

Passado algum tempo, surgiram desavenças. Eudóxia e Crisáfio, favorito do imperador, trataram de afastar Pulchéria da corte. Após longa resistência, Teodósio afinal consentiu na realização do plano e pediu ao Patriarca de Constantinopla, Flaviano, para aceitar a irmã como diaconisa. Flaviano ponderou a inconveniência dessa medida, e pôs de aviso Pulchéria sobre o que se estava tratando. Pulchéria tomou logo providências e retirou-se para uma vivenda no campo. A ausência da santa Princesa trouxe para o império uma série intérmina de tristes ocorrências.

Eudóxia e Crisáfio abriram hostilidade contra Flaviano; arvoraram-se em fatores de Eutiques e Dióscoro, célebres hereges, e extorquiram de Teodósio o consentimento para as medidas coercivas em favor da heresia.

Pulchéria, livre de maiores responsabilidades, mais à vontade pôde viver, satisfazendo os desejos do coração, mas dos lábios nunca se lhes escapou um monossílabo sequer de queixa contra a ingratidão daqueles que tanto lhe deviam.
Só lastimava o estado triste a que as maquinações dos hereges tinham reduzido sua Mãe, a Igreja Católica. Tantos foram os estragos causados por esses emissários do inimigo de Cristo, que o Papa Leão, alarmado pelo desenvolvimento assustador da heresia, impôs a Santa Pulchéria o sacro dever de fazer valer a sua influência, para pôr um dique ao movimento, que ameaçava arruinar a fé católica no Oriente.

Pulchéria, munindo-se de coragem, dirigiu-se ao Imperador, e com franqueza de princesa católica, mostrou-lhe o grande perigo que o Império corria.
Crisáfio seguiu para o desterro, onde morreu. Teodósio não teve longa vida e morreu a 29 de Julho de 450. Eudóxia retirou-se para a Palestina.

Achava-se o destino do Império novamente nas mãos de Pulchéria. Para o bom desempenho dessa alta função, resolveu Pulchéria contrair matrimônio com um oficial do exército, de nome Marciano, bom católico e homem de grande circunspeção. Celebrou-se o consórcio, com a condição de poder respeitar o voto de perfeita castidade.

Sob o sábio regime de Marciano e Pulchéria voltou a prosperidade ao Império. Os embaixadores do Papa foram recebidos com as honras devidas à sua alta dignidade. Em 451 se realizou o Concílio de Calcedônia, que anatematizou a heresia de Nestório, que não reconhecia a natureza divina de Cristo.

Restabelecida a paz e a ordem, Pulchéria dirigiu a atenção para o desenvolvimento do espírito religioso entre o povo. Por toda a parte se ergueram igrejas e hospitais. Parte considerável do tempo a imperatriz dedicava como dantes, à oração, à leitura espiritual e ao serviço dos pobres e doentes. Modelo de virtude, mãe dos pobres e protetora da Igreja que era, bem merecidos foram os elogios que lhe teceram São Proclo, Leão e os demais Padres do Concílio de Calcedônia.

Pulchéria morreu em odor de santidade, em 10 de setmbro de 453. As Igrejas romana e grega dão-lhe a veneração de Santa Virgem, e o Concílio de Calcedônia a saúda como segunda Santa Helena.


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