O Evangelho narra
que o Rei Herodes estava inquieto porque aquele Jesus sobre o qual todos
falavam era para ele uma ameaça. Alguns pensavam que fosse João, mas o rei
repetia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? Uma
inquietação, que recorda a do pai, Herodes o grande, o qual, quando chegaram os
reis magos para adorar Jesus, ficou atemorizado.
A nossa alma pode
ter duas inquietações: a boa, que é a inquietação do Espírito Santo, que nos dá
Espírito Santo, e faz com que a alma esteja inquieta para fazer coisas boas,
para ir em frente: e há também a má inquietação, a que nasce de uma consciência
suja. Precisamente esta última caracterizava os dois soberanos contemporâneos
de Jesus: tinham a consciência suja e por esta razão estavam inquietos, porque
tinham feito coisas más e não encontravam paz, e qualquer acontecimento lhes
parecia uma ameaça. Aliás, o seu modo de resolver os problemas era assassinar,
e iam em frente passando por cima dos cadáveres das pessoas.
Quem como eles, comete
o mal, tem a consciência suja e não pode viver em paz: a inquietação atormenta-os
e vivem com uma comichão constante, com uma urticária que não os deixa em paz.
Uma realidade interior: esta gente cometeu o mal, mas o mal tem sempre a mesma
raiz, qualquer mal: a avidez, a vaidade e a altivez. Todas elas, não te deixam
a consciência em paz, todas impedem que entre a inquietação sadia do Espírito
Santo, e levam a viver assim: inquietos, com medo.
A vaidade é
camuflar a própria vida. E isto adoece a alma, porque há quem camufla a própria
vida para parecer, para aparecer, e todas as coisa que faz são para fingir, por
vaidade, mas no fim de contas o que ganha?
São Bernardo
exprimia-se dirigindo-se ao vaidoso com uma palavra até muito forte: Mas
pensa naquilo que serás. Serás comida para vermes. Ou seja: todo este
esforço para camuflar a vida é uma mentira, porque te comerão os vermes e não
serás nada.
Papa
Francisco – 22 de setembro de 2016
Hoje celebramos:
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