sábado, 1 de setembro de 2018

01 de setembro - Muito bem, servo bom e fiel! como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria! Mt 25,21


O Evangelho nos fala de um homem que, antes de partir para uma viagem, convoca os seus empregados e confia-lhes o seu património em talentos, moedas antigas de enorme valor. Aquele senhor confia ao primeiro servo cinco talentos; ao segundo, dois; e ao terceiro, um. Durante a sua ausência, os três servos devem fazer frutificar esse património. O primeiro e o segundo duplicam as respectivas quantias iniciais; o terceiro, ao contrário, tendo medo de perder tudo, enterra num buraco o talento recebido. Quando o senhor volta, os primeiros dois servos recebem a recompensa, enquanto o terceiro, que restitui apenas a moeda recebida, é repreendido e até punido.

O significado disto é claro. O homem da parábola representa Jesus; os servos somos nós; e os talentos são o patrimônio que o Senhor nos confia.
Qual é o património?
A sua Palavra, a Eucaristia, a fé no Pai celestial, o seu perdão... em síntese, muitas coisas, os seus bens mais preciosos. Este é o patrimônio que Ele nos confia. Que não devemos só conservar, mas também multiplicar!

Enquanto, segundo o uso comum, o termo talento indica uma acentuada qualidade individual — por exemplo, talento na música, no desporto, etc. — na parábola os talentos representam os bens do Senhor, que Ele nos confia para os fazermos frutificar. O buraco escavado no terreno pelo servo mau e preguiçoso indica o medo do risco que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor. Sim, o medo dos ricos do amor bloqueia-nos!

Jesus não nos pede que conservemos a sua graça num cofre! Jesus não nos pede isto, mas deseja que a utilizemos em vantagem do próximo. Todos os bens que recebemos devem, ser transmitidos aos outros, porque só assim crescem. É como se Ele nos dissesse: Eis-te a minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: toma-os e usa-os com magnanimidade.

E nós, o que fazemos disto?
Quem contagiamos com a nossa fé?
Quantas pessoas encorajamos com a nossa esperança?
Quanto amor compartilhamos com o nosso próximo?

São perguntas que nos fará bem formular. Qualquer ambiente, até o mais distante e impraticável, pode tornar-se um lugar onde fazer frutificar os talentos. Não existem situações nem lugares fechados à presença e ao testemunho cristão. O testemunho que Jesus nos pede não é fechado, mas aberto, depende de nós.

Esta parábola anima-nos a não esconder a nossa fé nem a nossa pertença a Cristo, a não enterrar a Palavra do Evangelho, mas a fazê-la circular na nossa vida, nos relacionamentos, nas situações concretas, como uma força que põe em crise, que purifica e renova. Assim também o perdão, que o Senhor nos oferece especialmente no Sacramento da Reconciliação: não o conservemos fechado em nós mesmos, mas permitamos que ele transmita a sua força, que faça ruir aqueles muros elevados pelo nosso egoísmo, que nos leve a dar o primeiro passo nos relacionamentos bloqueados e retomar o diálogo onde já não há comunicação... E assim por diante. Devemos fazer com que estes talentos, estes presentes, estes dons que o Senhor nos concedeu cheguem aos outros, cresçam e deem fruto através do nosso testemunho.

Papa Francisco – 16 de novembro de 2014

Hoje celebramos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário