No Evangelho de
hoje Jesus compara a geração dos seus contemporâneos com aqueles rapazes
sentados nas praças que se dirigem aos outros companheiros e dizem: tocamos a
flauta e não dançastes, recitamos uma elegia e não chorastes. Existem cristãos que
sentem uma certa alergia aos pregadores da palavra: aceitam a verdade da
revelação mas não o pregador, preferindo uma vida enjaulada. Aconteceu nos
tempos de Jesus e infelizmente continua a acontecer hoje naqueles que vivem
fechados em si mesmos, porque têm medo da liberdade que vem do Espírito Santo.
Os cristãos
alérgicos aos pregadores têm sempre alguma coisa a criticar, mas na verdade têm
medo de abrir a porta ao Espírito Santo e tornam-se tristes. Cristãos tristes
não creem no Espírito Santo, não creem naquela liberdade que vem da pregação,
que te aconselha, te ensina, te esbofeteia, também; mas é precisamente a liberdade
que faz crescer a Igreja.
As pessoas daquele
tempo preferiam refugiar-se numa religião mais elaborada: nos preceitos morais,
como aquele grupo de fariseus; no compromisso político, como os saduceus; na
revolução social, como os zelotas; nas espiritualidade gnóstica, como os essênios.
Estavam com o seu sistema bem acabado, bem feito. Mas o pregador, não.
O povo de Deus tem
uma certa alergia aos pregadores da Palavra, os profetas: perseguiram-nos,
mataram-nos. Escandaliza que Deus nos fale através de homens com limites,
homens pecadores: escandaliza! E escandaliza mais que Deus nos fale e nos salve
através de um homem que diz que é filho de Deus mas que acaba como um criminoso.
Rezemos por eles e
também por nós mesmos, a fim de que não nos tornemos cristãos tristes, que não
deixam que o Espírito Santo tenha a liberdade de vir até nós através do
escândalo da pregação.
Papa
Francisco – 13 de dezembro de 2013
Hoje celebramos:
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