quarta-feira, 19 de setembro de 2018

19 de setembro - Com quem hei de comparar os homens desta geração? Lc 7,31


No Evangelho de hoje Jesus compara a geração dos seus contemporâneos com aqueles rapazes sentados nas praças que se dirigem aos outros companheiros e dizem: tocamos a flauta e não dançastes, recitamos uma elegia e não chorastes. Existem cristãos que sentem uma certa alergia aos pregadores da palavra: aceitam a verdade da revelação mas não o pregador, preferindo uma vida enjaulada. Aconteceu nos tempos de Jesus e infelizmente continua a acontecer hoje naqueles que vivem fechados em si mesmos, porque têm medo da liberdade que vem do Espírito Santo.

Os cristãos alérgicos aos pregadores têm sempre alguma coisa a criticar, mas na verdade têm medo de abrir a porta ao Espírito Santo e tornam-se tristes. Cristãos tristes não creem no Espírito Santo, não creem naquela liberdade que vem da pregação, que te aconselha, te ensina, te esbofeteia, também; mas é precisamente a liberdade que faz crescer a Igreja.

As pessoas daquele tempo preferiam refugiar-se numa religião mais elaborada: nos preceitos morais, como aquele grupo de fariseus; no compromisso político, como os saduceus; na revolução social, como os zelotas; nas espiritualidade gnóstica, como os essênios. Estavam com o seu sistema bem acabado, bem feito. Mas o pregador, não.

O povo de Deus tem uma certa alergia aos pregadores da Palavra, os profetas: perseguiram-nos, mataram-nos. Escandaliza que Deus nos fale através de homens com limites, homens pecadores: escandaliza! E escandaliza mais que Deus nos fale e nos salve através de um homem que diz que é filho de Deus mas que acaba como um criminoso.

Rezemos por eles e também por nós mesmos, a fim de que não nos tornemos cristãos tristes, que não deixam que o Espírito Santo tenha a liberdade de vir até nós através do escândalo da pregação.

Papa Francisco – 13 de dezembro de 2013

Hoje celebramos:

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