terça-feira, 11 de setembro de 2018

11 de setembro - Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos Lc 6,13


No Evangelho de hoje há uma palavra que chama a atenção: Jesus “escolheu”. Escolheu doze, aos quais chamou apóstolos. E depois continua: e chama-os pelo nome, um depois do outro. Por conseguinte, Jesus, entre tantas pessoas que o seguiam chamou a si os que queria. Em síntese, há uma escolha: Jesus escolheu os que queria. E constituiu doze, aos quais chamou apóstolos. Com efeito, havia outros e o Evangelho a um certo ponto fala de setenta e dois. Mas estes eram outra coisa.

Os doze são constituídos para que andem com Ele e para os enviar a pregar com o poder de expulsar os demônios. É o grupo mais importante que Jesus escolheu, para que andassem com Ele, mais próximos, e para os enviar a pregar o Evangelho. E com o poder de expulsar os demônios. Precisamente aqueles doze são os primeiros bispos, o primeiro grupo de bispos.

Estes doze eleitos estavam cientes da importância desta eleição, a ponto que depois de Jesus ter subido ao céu, Pedro falou aos outros e explicou-lhes que, considerando a traição de Judas, era necessário fazer algo. E assim entre aqueles que tinham andado com Jesus, do batismo de João até à ascensão, escolheram uma testemunha conosco — diz Pedro — da Ressurreição. Eis que o lugar de Judas foi ocupado, foi preenchido por Matias.

Depois a liturgia da Igreja, referindo-se a algumas expressões de Paulo, chama aos doze colunas da Igreja. Sim, os apóstolos são as colunas da Igreja. E os bispos são colunas da Igreja. Aquela eleição de Matias foi a primeira ordenação episcopal da Igreja.

Gostaria de dizer hoje algumas palavras sobre os bispos. Nós bispos temos esta responsabilidade de ser testemunhas: de que o Senhor Jesus está vivo, ressuscitou, caminha conosco, nos salva, deu a sua vida por nós, é a nossa esperança, nos acolhe sempre e nos perdoa. Eis o testemunho. Por conseguinte, a nossa vida deve ser assim: um testemunho, um verdadeiro testemunho da ressurreição de Cristo.

E Jesus, faz esta escolha dos doze, por duas razões. Antes de tudo para que andassem com Ele. Por isso o bispo tem a obrigação de andar com Jesus. Sim, é a primeira obrigação do bispo: andar com Jesus. Isto é verdade a ponto que quando surgiu, nos primeiros tempos, o problema que os órfãos e as viúvas não eram bem cuidados, os bispos — estes doze — reuniram-se, e pensaram no que fazer. E introduziram a figura dos diáconos, dizendo: que os diáconos se ocupem dos órfãos e das viúvas. Enquanto aos doze, diz Pedro, competem duas tarefas: a oração e o anúncio do Evangelho.

Por conseguinte, a primeira tarefa do bispo é estar com Jesus na oração. Com efeito a primeira tarefa do bispo não é fazer planos pastorais... não! É rezar: esta é a primeira tarefa. Enquanto a segunda tarefa é ser testemunha, ou seja, anunciar: anunciar a salvação que o Senhor Jesus nos trouxe.
Trata-se de duas tarefas difíceis, mas são precisamente estas duas tarefas que tornam fortes as colunas da Igreja. Com efeito se estas colunas se debilitam, porque o bispo não reza ou reza pouco, se esquece de rezar; ou porque o bispo não anuncia o Evangelho, se ocupa de outras coisas, também a Igreja se debilita; sofre. O povo de Deus sofre. Precisamente porque as colunas são débeis.
Por este motivo, hoje gostaria de vos convidar a rezar por nós bispos: porque também nós somos pecadores, temos debilidades, corremos o risco de Judas: também ele tinha sido eleito como coluna. Sim, também nós corremos o risco de não rezar, de fazer algo que não seja anunciar o Evangelho e expulsar os demônios. Eis então, o convite a rezar para que os bispos sejam aquilo que Jesus queria e que todos nós demos testemunho da ressurreição de Jesus.

Papa Francisco – 22 de janeiro de 2016

Hoje celebramos:

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