No Evangelho de
hoje há uma palavra que chama a atenção: Jesus “escolheu”. Escolheu doze, aos
quais chamou apóstolos. E depois continua: e chama-os pelo nome, um depois do
outro. Por conseguinte, Jesus, entre tantas pessoas que o seguiam chamou a si
os que queria. Em síntese, há uma escolha: Jesus escolheu os que queria. E constituiu
doze, aos quais chamou apóstolos. Com efeito, havia outros e o Evangelho a um
certo ponto fala de setenta e dois. Mas estes eram outra coisa.
Os doze são
constituídos para que andem com Ele e para os enviar a pregar com o poder de
expulsar os demônios. É o grupo mais importante que Jesus escolheu, para que
andassem com Ele, mais próximos, e para os enviar a pregar o Evangelho. E com o
poder de expulsar os demônios. Precisamente aqueles doze são os primeiros bispos,
o primeiro grupo de bispos.
Estes doze eleitos
estavam cientes da importância desta eleição, a ponto que depois de Jesus ter
subido ao céu, Pedro falou aos outros e explicou-lhes que, considerando a
traição de Judas, era necessário fazer algo. E assim entre aqueles que tinham
andado com Jesus, do batismo de João até à ascensão, escolheram uma testemunha
conosco — diz Pedro — da Ressurreição. Eis que o lugar de Judas foi ocupado,
foi preenchido por Matias.
Depois a liturgia
da Igreja, referindo-se a algumas expressões de Paulo, chama aos doze colunas
da Igreja. Sim, os apóstolos são as colunas da Igreja. E os bispos são colunas
da Igreja. Aquela eleição de Matias foi a primeira ordenação episcopal da
Igreja.
Gostaria de dizer
hoje algumas palavras sobre os bispos. Nós bispos temos esta responsabilidade
de ser testemunhas: de que o Senhor Jesus está vivo, ressuscitou, caminha conosco,
nos salva, deu a sua vida por nós, é a nossa esperança, nos acolhe sempre e nos
perdoa. Eis o testemunho. Por conseguinte, a nossa vida deve ser assim: um
testemunho, um verdadeiro testemunho da ressurreição de Cristo.
E Jesus, faz esta
escolha dos doze, por duas razões. Antes de tudo para que andassem com Ele. Por
isso o bispo tem a obrigação de andar com Jesus. Sim, é a primeira obrigação do
bispo: andar com Jesus. Isto é verdade a ponto que quando surgiu, nos primeiros
tempos, o problema que os órfãos e as viúvas não eram bem cuidados, os bispos —
estes doze — reuniram-se, e pensaram no que fazer. E introduziram a figura dos
diáconos, dizendo: que os diáconos se ocupem dos órfãos e das viúvas. Enquanto
aos doze, diz Pedro, competem duas tarefas: a oração e o anúncio do Evangelho.
Por conseguinte, a
primeira tarefa do bispo é estar com Jesus na oração. Com efeito a primeira
tarefa do bispo não é fazer planos pastorais... não! É rezar: esta é a primeira
tarefa. Enquanto a segunda tarefa é ser testemunha, ou seja, anunciar: anunciar
a salvação que o Senhor Jesus nos trouxe.
Trata-se de duas
tarefas difíceis, mas são precisamente estas duas tarefas que tornam fortes as
colunas da Igreja. Com efeito se estas colunas se debilitam, porque o bispo não
reza ou reza pouco, se esquece de rezar; ou porque o bispo não anuncia o
Evangelho, se ocupa de outras coisas, também a Igreja se debilita; sofre. O
povo de Deus sofre. Precisamente porque as colunas são débeis.
Por este motivo, hoje
gostaria de vos convidar a rezar por nós bispos: porque também nós somos
pecadores, temos debilidades, corremos o risco de Judas: também ele tinha sido
eleito como coluna. Sim, também nós corremos o risco de não rezar, de fazer
algo que não seja anunciar o Evangelho e expulsar os demônios. Eis então, o
convite a rezar para que os bispos sejam aquilo que Jesus queria e que todos
nós demos testemunho da ressurreição de Jesus.
Papa Francisco – 22 de
janeiro de 2016
Hoje
celebramos:
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