quinta-feira, 20 de setembro de 2018

20 de setembro - Santo Eustáquio


Santo Eustáquio chamava-se Plácido antes de se converter ao Cristianismo. Plácido foi um general que viveu em Roma na época do imperador Trajano (98-117). Ainda pagão, Plácido era notavelmente virtuoso e tinha um amor especial para com os pobres. Vendo sua natureza bem intencionada, Deus se revelou a ele como havia feito com São Paulo.

Certo dia, caçando na floresta, Plácido apanhou um grande cervo e, entre seus chifres viu uma cruz mais brilhante que o sol na qual se lhe revelou a face de Cristo. Ouviu ainda uma voz que lhe disse: “Plácido, por que me persegues? Eu sou o Cristo, a quem, inconscientemente, tens honrado com tuas boas obras. Eu vim ao mundo como homem para salvar a humanidade, e como tal, mostro-me hoje a ti para acolher-te na rede do meu amor pela humanidade”.  

Assombrado e aterrorizado, Plácido caiu de seu cavalo e permaneceu inconsciente por várias horas. A veracidade de sua visão foi indubitável quando Cristo lhe apareceu uma segunda vez e lhe deu a conhecer que foi Deus por natureza, que fez o céu e a terra, e que por seu amor à humanidade, assumiu como própria a nossa natureza humana. Plácido então acreditou do fundo de seu coração, e se fez batizar juntamente com sua esposa e filhos, recebendo todos eles novos nomes cristãos. Os pais passaram a se chamar Eustáquio e Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto.

Encontrando em Eustáquio a virtude que provém da fé, o Senhor novamente se mostrou a ele dizendo-lhe das tribulações que o diabo usou para com Jó, e que também a ele estas coisas poderiam acontecer, mas, que a divina graça estaria com ele. E, um pouco adiante Eustáquio perdeu todos os seus bens e decidiu então embarcar para o Egito com sua esposa e filhos. O capitão do barco, desavergonhado e licencioso, capturou sua esposa no momento em que ele desembarcava seus filhos. Com lágrimas nos olhos Eustáquio prosseguiu seu caminho e, enquanto atravessava um rio, um lobo e um leão afugentaram seus filhos, ficando Eustáquio solitário e arruinado, mas firme em sua fé e com sua esperança voltada no Senhor.

Ele, que já havia sido um notável membro da nobreza romana, agora perambulava de um lugar a outro, tendo a mesma paciência de Jó e vivendo de trabalhos eventuais. Finalmente estabeleceu-se num lugar chamado Badissos cuidando de um jardim, não muito longe de onde seus dois filhos, que haviam sido resgatados por alguns pastores, cresciam sem saber do pai.

Quinze anos mais tarde, os bárbaros tinham feito cativa sua esposa Teopista, preparavam-se para invadir em massa o império; os romanos não encontraram um general suficientemente hábil que pudesse enfrentar ao ataque. O Imperador lembrou-se então das muitas vitórias e do grande valor de Eustáquio, e mandou que o buscassem. Quando se apresentou na corte, mal era possível reconhecê-lo, pois a pobreza e a miséria haviam deixado suas marcas em seu semblante. O imperador lhe restituiu a sua posição e posses, dando-lhe também o comando da Legião. E, com a ajuda de Deus, afastaram para longe os bárbaros.  Durante a campanha Eustáquio reencontrou a sua esposa e filhos e pode provar que sua paciência não ficou sem recompensa nesta vida.

Em seu retorno triunfal a Roma, Adriano, o novo imperador, o encheu de presentes e perguntou-lhe se, em agradecimento por sua vitória, iria oferecer um sacrifício aos ídolos. Eustáquio respondeu que sua vitória pertencia somente a Cristo e não a poderes imaginários de falsos deuses.

Esta resposta enfureceu o tirano e, novamente, todos os seus bens foram confiscados e sua esposa e filhos foram levados como comida aos leões famintos, mas os animais não se atreveram a tocá-los, sentando-se, com reverência, diante deles.

Os santos foram então jogados num caldeirão cheio de bronze fervente onde entregaram suas almas a Deus sem que seus corpos sofressem qualquer alteração. Isto produziu grande assombro aos pagãos, e grande alegria aos fiéis que, por estes sinais reconheceram que a graça de Deus habitava aqueles corpos dos santos mártires, e neles permaneceu como conforto no sofrimento. 


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