Tão logo acreditei que havia
um Deus, compreendi que não poderia ter outra atitude que não fosse a de viver
somente para ele: minha vocação religiosa data do mesmo instante que minha fé:
Deus é tão grande! Há uma grande diferença entre Deus e tudo o que não é ele.
Que nosso único tesouro seja
Deus, que nosso coração pertença completamente a Deus, tudo em Deus, tudo por
Deus. Somente ele. Sejamos vazios de tudo, tudo, tudo criado, desapegados mesmo
dos bens espirituais, mesmo das graças de Deus, vazios de tudo para poder ser
inteiramente repletos de Deus. Ele tem direito a tudo, a todo nosso coração:
nós lhe reservamos tudo, tudo inteiramente só para ele.
Os olhos mais doces que jamais
vi, os sorrisos que mais me consolaram, os seres que mais me encantaram, tudo
isso nada mais é que um pouco de sua beleza, que querias me fazer ver para que,
vendo-a dissesse a mim mesmo: isso vem de Deus. Meu Deus , como és bom por ter
me mostrado tua beleza nas criaturas! Dá-me a graça de só ver a ti, só a ti nas
criaturas. Que eu sempre rasgue os véus.
Cada vez que abro a janela
ou a porta, contemplo, cheio de admiração, os picos que me cercam e que domino,
é uma vista maravilhosa, uma bela solidão. Como é BM, nessa calma grandiosa,
nessa linda natureza, tão atormentada e estranha, elevar o coração ao Criador e
ao Salvador Jesus.
Trechos de Cartas de Charles de Foucauld a Henry de Castries, Sra. Bondy e Obras Espirituais
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