terça-feira, 19 de dezembro de 2017

19 de dezembro - Beatas Maria Eva da Providência e Maria Marta de Jesus

Se hoje nos alegramos pela beatificação de 108 Mártires clérigos e leigos, fazemo-lo antes de mais porque eles são o testemunho da vitória de Cristo, o dom que restitui a esperança. 
Enquanto realizamos este ato solene, num certo sentido revive em nós a certeza de que, independentemente das circunstâncias, podemos obter a vitória plena em tudo, graças Àquele que nos amou (cf. Rm 8, 37). Os Beatos mártires bradam aos nossos corações: crede que Deus é amor! Acreditai n'Ele, no bem e no mal! Despertai a esperança em vós! Que esta dê em vós o fruto da fidelidade a Deus em cada provação!

Alegra-te, Polônia, pelos novos Beatos: a Regina Protmann, Edmundo Bojanowski e os 108 Mártires. Aprouve a Deus «mostrar a extraordinária riqueza da sua graça mediante a bondade» dos teus filhos e filhas em Cristo Jesus (cf. Ef 2, 7). Eis a «riqueza da sua graça», eis o fundamento da nossa inabalável confiança na presença salvífica de Deus ao longo dos caminhos do homem no terceiro milênio! A Ele seja dada glória pelos séculos dos séculos.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 13 de junho de 1999

Em Slonim, na Polônia, Beatas Maria Eva da Providência Noiszewska e Maria Marta de Jesus Wolowska, virgens da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição e mártires, que, por manter a fé no tempo da ocupação da Polônia durante a guerra, foram fuziladas.

Estas duas religiosas da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria foram presas durante a noite de 18 para 19 de dezembro de 1942 na cidade de Slonim, em que sua congregação tinha uma casa, e na manhã foram levadas para as cercanias da cidade, na colina chamada Góra Pietralewicka, onde foram fuziladas por ódio à fé.

Bogumila Noiszewska nasceu em 11 de junho de 1885 em Osaniszki, Lituânia, no seio de uma família polonesa; era a mais velha de onze irmãos. Passou sua infância e primeira adolescência em Duneburg e Tula. Terminado o curso médio, estudou medicina, em que chegou a doutorar-se, e na 1ª. Guerra Mundial trabalhou nos hospitais militares com grande entrega e dedicação, aproveitando seu contato com os feridos para aproximá-los de Deus e infundir-lhes sentimentos religiosos.

Confiou a direção de sua alma ao venerável servo de Deus Segismundo Lozinski (+ 1932), mais tarde bispo de Pinks. A ele confiou seu desejo de se tornar religiosa, porém não foi senão em 1919 que pode concretizar seu anelo entrando na Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria. Em 12 de maio de 1920 recebeu o hábito religioso e tomou o nome de Irmã Maria Eva da Providência. Em 12 de maio de 1921 emitiu a profissão temporária e em 16 de julho de 1927 a profissão perpétua.

Um de seus destinos foi a casa de Jazlowiek onde foi educadora, médica dos alunos e diretora do Seminário (1930-1936). Em 1938 foi destinada à casa de Slonim. Chegada a 2ª. Guerra Mundial, a cidade foi tomada, primeiro pelos bolcheviques e depois pelos nazistas, porém ela não mudou sua entrega e dedicação nas obras de caridade e ao apostolado, trabalhando no hospital e hospedando na casa os perseguidos judeus.

Casimira Wolowska nasceu em Lublin no dia 30 de setembro de 1879, última de oito filhos. Recebeu em sua família uma esmerada educação e aos 13 anos perdeu a mãe. Ingressou em novembro de 1900 na mencionada congregação religiosa, e começou o noviciado em 30 de junho de 1901, com o nome de Irmã Maria Marta de Jesus. Fez a primeira profissão em 8 de dezembro de 1902 e os votos perpétuos em 3 de julho de 1909. Religiosa dedicada e de boas qualidades, era jovem quando foi nomeada superiora de várias casas sucessivamente.

Em 1919 organizou o orfanato de Maciejów para crianças polonesas, ucranianas e russas procedentes da Sibéria, e em seguida abriu para elas uma escola de instrução geral e profissional e uma escola pedagógica. Muito inteligente e preparada, buscava boas relações com ortodoxos e judeus. Em agosto de 1939 foi nomeada superiora da casa de Slonim e poucos dias depois eclodiu a 2ª. Guerra Mundial.

Tendo a cidade sido tomada sucessivamente pelos bolcheviques e nazistas, ela procurou organizar uma ajuda a todos: prisioneiros, perseguidos, famintos, todos os necessitados. Foi-lhe dito que estava sendo vigiada e que se encontrava em uma lista muito perigosa. Teria podido fugir, mas preferiu manter-se em seu posto. 

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