domingo, 24 de dezembro de 2017

24 de dezembro - Santa Ermínia

Os nomes Ermínia, Irmina ou Irma (em português, Hermínia) se referem a uma única santa alemã. Diz a tradição que ela era a irmã mais velha de Santa Adélia, a abadessa do mosteiro em Pfalzel.

Ermínia também era princesa da Austrásia, filha do rei Dagoberto II, o Bom, o primeiro dessa família a ser declarado santo pela Igreja Católica. Porém, toda essa descendência real nunca ficou muito clara.

No Martirológio Romano encontramos outras notícias relativas a um antigo documento ‘A carta de Dagoberto’ de 646, na qual se diz que ela era filha de Dagoberto, rei merovíngio, filho de Clotário II. Outro documento diz ser Ermínia irmã de Santa Adélia de Pfalzel, celebrada no mesmo dia, 24 de dezembro. Esta data aparece nos calendários da diocese de Tréves desde o século XI.

Nos Arquivos de Echternach (Alemanha) tomamos conhecimento que Ermínia foi a grande benfeitora de São Willibrordo, o grande missionário apóstolo dos países do Norte da Europa, ao qual ela fez várias doações: em 697-698, doou-lhe a parte que tocava a ela na herança da cidade de Echternach, com a igreja e o pequeno mosteiro construído por ela. Em 699, doou uma cidade perto de Tolbac e em 704, Stenheim e uma vinha perto de Tréves (Trier, em alemão).

Além dessas tradições, muito do florescimento do Cristianismo na Alemanha se deve às duas venerandas abadessas fundadoras. 
Entre os séculos VII e VIII, a propagação da fé cristã realmente foi resultado das fervorosas iniciativas missionárias e das fundações de mosteiros.

Ermínia era uma jovem muito bela e caridosa cujo noivo era o Conde Hermano. Ele, entretanto, morreu antes da cerimônia do casamento. O fato foi interpretado por ela como um desígnio de Deus que a desejava na vida religiosa. Então ingressou num mosteiro beneditino.
Mais tarde, ela mesma fundou um mosteiro perto da cidade de Tréves (Trier), que existe ainda hoje, o Mosteiro de Ohren. Escolheu a regra beneditina e foi eleita a primeira abadessa. 

Desde então, tornou-se uma grande benfeitora dos missionários que passavam pela região, especialmente do monge Wilibrordo, futuro santo. Ele era inglês e chefiava uma missão evangelizadora na região da Frísia, atual Dinamarca, ao lado de outros monges da mesma origem, atendendo um pedido do papa Sérgio I, que desejava ver a região convertida.

A tradição nos conta que no final do século VII, quando ele passava pela região, encontrou a cidade de Tréves na mais completa desolação. Uma terrível peste se espalhava velozmente atingindo também o mosteiro de Ermínia. O monge se manteve em fervorosa oração e penitência para que as religiosas e os habitantes da cidade ficassem livres do mortal contágio.
As preces de Wilibrordo foram ouvidas tão depressa, que Ermínia, comovida com tanta santidade, muito agradecida, doou-lhe o território de Echternach. As construções já ali existentes serviriam como base para mais um glorioso mosteiro beneditino que depois se tornou o ponto de partida das suas viagens de pregações apostólicas que levaram à conversão da Frísia.

Ermínia continuou a ajudar o santo com suas orações e com recursos materiais. Ela continuou sua existência entregue aos exercícios espirituais e a uma vida feita de abnegação e caridade. Pode-se dizer, também, que sem a sua ajuda a Frísia demoraria muito para converter-se ao seguimento de Cristo.
A abadessa Ermínia morreu na véspera do Natal de 710.


A Igreja autorizou seu culto, incluiu-a no livro dos santos e determinou o dia de sua morte, 24 de dezembro, como a data em que sua memória deveria ser celebrada. Posteriormente, neste dia foi incluída também a celebração de Santa Adélia de Pfalzel, sua irmã no sangue e na fé.

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