Os
nomes Ermínia, Irmina ou Irma (em português, Hermínia) se referem a uma única
santa alemã. Diz a tradição que ela era a irmã mais velha de Santa Adélia, a
abadessa do mosteiro em Pfalzel.
Ermínia
também era princesa da Austrásia, filha do rei Dagoberto II, o Bom, o primeiro
dessa família a ser declarado santo pela Igreja Católica. Porém, toda essa
descendência real nunca ficou muito clara.
No
Martirológio Romano encontramos outras notícias relativas a um antigo documento
‘A carta de Dagoberto’ de 646, na qual se diz que ela era filha de Dagoberto,
rei merovíngio, filho de Clotário II. Outro documento diz ser Ermínia irmã de
Santa Adélia de Pfalzel, celebrada no mesmo dia, 24 de dezembro. Esta data
aparece nos calendários da diocese de Tréves desde o século XI.
Nos
Arquivos de Echternach (Alemanha) tomamos conhecimento que Ermínia foi a grande
benfeitora de São Willibrordo, o grande missionário apóstolo dos países do
Norte da Europa, ao qual ela fez várias doações: em 697-698, doou-lhe a parte
que tocava a ela na herança da cidade de Echternach, com a igreja e o pequeno
mosteiro construído por ela. Em 699, doou uma cidade perto de Tolbac e em 704,
Stenheim e uma vinha perto de Tréves (Trier, em alemão).
Além
dessas tradições, muito do florescimento do Cristianismo na Alemanha se deve às
duas venerandas abadessas fundadoras.
Entre
os séculos VII e VIII, a propagação da fé cristã realmente foi resultado das
fervorosas iniciativas missionárias e das fundações de mosteiros.
Ermínia
era uma jovem muito bela e caridosa cujo noivo era o Conde Hermano. Ele,
entretanto, morreu antes da cerimônia do casamento. O fato foi interpretado por
ela como um desígnio de Deus que a desejava na vida religiosa. Então
ingressou num mosteiro beneditino.
Mais
tarde, ela mesma fundou um mosteiro perto da cidade de Tréves (Trier), que
existe ainda hoje, o Mosteiro de Ohren. Escolheu a regra beneditina e foi
eleita a primeira abadessa.
Desde
então, tornou-se uma grande benfeitora dos missionários que passavam pela
região, especialmente do monge Wilibrordo, futuro santo. Ele era inglês e
chefiava uma missão evangelizadora na região da Frísia, atual Dinamarca, ao
lado de outros monges da mesma origem, atendendo um pedido do papa Sérgio I,
que desejava ver a região convertida.
A
tradição nos conta que no final do século VII, quando ele passava pela região,
encontrou a cidade de Tréves na mais completa desolação. Uma terrível peste se
espalhava velozmente atingindo também o mosteiro de Ermínia. O monge se manteve
em fervorosa oração e penitência para que as religiosas e os habitantes da
cidade ficassem livres do mortal contágio.
As
preces de Wilibrordo foram ouvidas tão depressa, que Ermínia, comovida com
tanta santidade, muito agradecida, doou-lhe o território de Echternach. As
construções já ali existentes serviriam como base para mais um glorioso
mosteiro beneditino que depois se tornou o ponto de partida das suas viagens de
pregações apostólicas que levaram à conversão da Frísia.
Ermínia
continuou a ajudar o santo com suas orações e com recursos materiais. Ela
continuou sua existência entregue aos exercícios espirituais e a uma vida feita
de abnegação e caridade. Pode-se dizer, também, que sem a sua ajuda a
Frísia demoraria muito para converter-se ao seguimento de Cristo.
A
abadessa Ermínia morreu na véspera do Natal de 710.
A
Igreja autorizou seu culto, incluiu-a no livro dos santos e determinou o dia de
sua morte, 24 de dezembro, como a data em que sua memória deveria ser
celebrada. Posteriormente, neste dia foi incluída também a celebração de Santa
Adélia de Pfalzel, sua irmã no sangue e na fé.
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