“O
Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, Ele ensinar-vos-á todas as
coisas e far-vos-á recordar tudo o que Eu vos disse" (Jo 14, 26). Desde o
princípio, o Paráclito suscitou homens e mulheres que recordaram e difundiram a
verdade revelada por Jesus. Um deles foi José Manyanet y Vives, verdadeiro
apóstolo da família. Inspirando-se na escola de Nazaré, ele realizou o seu
projeto de santidade pessoal e dedicou-se, com abnegação heroica, à missão que
o Espírito lhe confiava. Por isso, fundou duas Congregações religiosas. Um
símbolo visível do seu anseio apostólico é também o templo da Sagrada Família,
de Barcelona.
Que
São José Manyanet abençoe todas as famílias e vos ajude a levar os exemplos da
Sagrada Família aos vossos lares!
Papa
João Paulo II – Homilia de Canonização – 16 de maio de 2004
José
Manyanet nasceu a 7 de janeiro de 1833 em Tremp (Lleida, Espanha), no seio de
uma família numerosa e cristã. Foi batizado no mesmo dia e, com a idade de 5
anos, sua mãe o consagrou a Nossa Senhora de Valldeflors, padroeira da cidade.
Para completar os seus estudos secundários teve de trabalhar na Escola Pia de
Barbastro e os eclesiásticos nos seminários diocesanos de Lleida e Urgell. Foi
ordenado sacerdote a 9 de abril de 1859.
Após
doze anos de intenso trabalho na diocese de Urgell a serviço do bispo como
pajem e secretário particular, mordomo do palácio, bibliotecário do seminário,
vice-secretário de câmara e secretário de visita pastoral, sentiu-se chamado
por Deus a ser religioso e a fundar duas congregações religiosas.
Contando
com a aprovação do bispo, em 1864 fundou os Filhos da Sagrada Família Jesus, Maria e José, e em 1874, as Missionárias Filhas da Sagrada Família de
Nazaré, cuja missão era imitar, honrar e propagar o culto à Sagrada Família
de Nazaré e procurar a formação cristã das famílias, principalmente por meio da
educação e instrução católica da infância e juventude e do ministério
sacerdotal.
Com
oração e trabalho constantes, com o exercício exemplar de todas as virtudes,
com amorosa dedicação e zelo pelas almas, guiou e impulsionou ao longo de quase
quarenta anos a formação e expansão dos institutos, abrindo escolas, colégios,
oficinas e outros centros de apostolado em vários povoados da Espanha.
Atualmente, os dois institutos marcam presença em países da Europa, nas duas
Américas e África.
Chamado
especialmente por Deus para apresentar ao mundo o exemplo da Sagrada Família de
Nazaré, escreveu várias obras e opúsculos com o fim de propagar a devoção à
Família de Jesus, Maria e José; fundou a revista A Sagrada Família e promoveu a ereção do templo expiatório da
Sagrada Família, em Barcelona, destinado a perpetuar as virtudes e exemplos da
Família de Nazaré e a ser o lar universal das famílias. A obra é do arquiteto servo de Deus Antônio Gaudí.
O
beato José Manyanet pregou abundantemente a Palavra de Deus e escreveu muitas
cartas, livros e opúsculos para a formação dos religiosos e religiosas, das
famílias e das crianças, e para a direção dos colégios e escolas
profissionalizantes. Dentre eles, destaca-se A Escola de Nazaré e Casa da Sagrada Família (Barcelona 1895)
que constitui sua autobiografia espiritual onde, por meio de alguns colóquios
da alma, personificada em Desidéria, com Jesus, Maria e José, traça todo um
processo de perfeição cristã e religiosa inspirada na espiritualidade da casa e
escola de Nazaré.
Preciosa joia de família (Barcelona 1899), é um roteiro
para casais e famílias, que os ajuda a lembrar a dignidade do matrimônio como
vocação, e a importante tarefa na educação cristã dos filhos.
Para
a formação dos religiosos escreveu um livro de meditações intitulado O Espírito da Sagrada Família, onde
descreve a identidade da vocação e missão das religiosas e religiosos Filhos da
Sagrada Família na sociedade e na Igreja.
Uma
edição de suas Obras Seletas (Madrid
1991) já está em circulação e, em fase de impressão, encontra-se o primeiro
volume de suas Obras Completas.
As
obras do Padre Manyanet foram crescendo em meio a grandes obstáculos: foram
muitas e dolorosas as doenças corporais que o atingiram e o atormentaram no
decorrer de toda a sua vida. Porém, sua inabalável constância e fortaleza,
alimentadas por uma profunda adesão e obediência à vontade de Deus, ajudaram-no
a superar todas as dificuldades.
Sua
saúde, comprometida durante 16 anos por algumas chagas abertas —chamadas por
ele de «as misericórdias do Senhor» —,
fez com que a 17 de dezembro de 1901, ornado de virtudes e boas obras, voltasse
para a casa do Pai. Morreu em Barcelona, no colégio Jesus, Maria e José, centro
de suas atividades, cercado de crianças e com a mesma simplicidade que
caracterizou toda a sua existência. Suas últimas palavras foram aquelas que, em
forma de jaculatória, havia repetido tantas vezes: Jesus, José e Maria, quando eu
morrer, recebei a minha alma.
Seus
restos mortais descansam na capela-panteão do mesmo colégio Jesus, Maria e
José, continuamente acompanhados pela oração e agradecimento de seus filhos e
filhas espirituais e de inumeráveis jovens, crianças e famílias que se
aproximaram de Deus, atraídos por seu exemplo e seus ensinamentos.
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