“Portanto, com o amor tudo
sofrerei, tudo farei e tudo vencerei.”
Maria Crucifixa Di Rosa, que
na vida secular chamava-se Paula, é uma daquelas criaturas raras que,
intercedendo em favor dos outros, sentem nascer-lhe asas.
Paula é filha de um industrial
bresciano que conseguiu realizar vultosos negócios lucrativos, porém não adora
o deus-dinheiro. Órfã de mãe aos 11 anos, Paula é colocada no colégio das
Visitandinas. Com 19 anos, Paula assume a direção da fiação de Acquafredda
tornando-se amiga daquelas moças operárias, que de segunda a sábado vivem longe
da família.
O pai começa a se dar conta que a personalidade potencialmente forte da filha não aceitará nunca mais ficar isolada entre as paredes de uma casa familiar.
A epidemia de cólera, que assola Brescia em 1836, transforma Paula em enfermeira que assiste as mulheres atingidas pela doença. O amor não abandona nunca seu lugar de guarda. A filha do industrial descobre que nenhuma empresa tem cotações mais altas do que a bondade desinteressada.
Funda em Brescia duas
escolas de surdo-mudos. Ao mesmo tempo, assiste as mulheres internadas em “casa
d’Indústria” e se dedica às meninas em risco de desencaminhamento. E assim as
aspirações foram criando formas e, em 1º de maio de 1840, Paula e suas
companheiras dão nome ao sonho: “Servas
da Caridade”, que é sinônimo de: servas, empregadas, escravas da caridade,
congregação esta que alimenta até hoje os ideais de Paula.
Mas, onde encontra tempo
para tamanha rajada de iniciativas, essa frágil mulher que descerá no túmulo
com somente 42 anos? Levanta-se duas horas antes do amanhecer e mergulha na
oração mental. Vai à Missa na Catedral acompanhada da doméstica e passa outras
duas horas em diálogo com Deus.
As primeiras Servas da
Caridade são enfermeiras que seguem Paula na doação de um sorriso e de uma
prolongada assistência aos doentes.
A associação, que no começo é uma semente invisível, passa por seu primeiro teste geral na primeira guerra de independência (1848) e nas “dez giornadas”, nas quais Brescia combatendo contra os austríacos, vê proclamada a leoa da Itália.
A Pia União, que se torna Instituto das Servas, com os três votos basilares de sua orientação de vida, graças à pronta ratificação do Papa Pio IX, se difunde como o voo da pomba e alcança várias cidades italianas. A árvore hospitaleira alarga seus ramos e estende suas raízes pela Itália e fora dela. Com a profissão religiosa, Paula assumirá o nome de Maria Crucifixa.
Em 15 de dezembro de 1855,
com 42 anos a alma da Irmã Maria Crucifixa vai ao encontro de Cristo. Houve o
processo de beatificação pela Igreja Católica, e em 12 de junho de 1954 é
proclamada Santa Maria Crucifixa di Rosa, intercedendo por nós junto a Deus na
realização dos milagres.
“As almas fortes não deixam
que os ideais se apaguem em esperas inúteis”
Nenhum comentário:
Postar um comentário