quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

20 de dezembro - São Vicente Romano

Saudamos o novo Beato Don Vicente Romano, e nos alegramos com o Senhor, que nos concede contemplar como um cidadão do céu, Seu fiel e exemplar seguidor.

Não são poucos os motivos para estarmos felizes por esta beatificação, além do principal de ter honrado o Senhor, que resulta a favor de toda a Igreja, ao enriquecer o álbum de seus filhos vitoriosos com o nome de um novo eleito.

A santidade floresce, se Deus ajuda, em todos os lugares; o ambiente pode fermentá-lo, qualquer condição de vida pode ser propícia, quando o encontro das duas vontades, o divino e o humanos, iluminam a chama vitoriosa da caridade (Cf. Rm 8, 35).
Isto é precisamente o que admiramos no novo Beato; a sua santidade brota do diálogo com o meio ambiente; onde nasceu e onde ele se formou; ele o absorveu, moldou-o em si mesmo de acordo com o modelo cristão e sacerdotal, e depois reeducado, evangelizado e santificado.

Ele era um sacerdote da região, como muitos outros daquele tempo; um padre diocesano que teve a fortuna de uma magnífica formação no seminário, e mais tarde ele voltou à sua cidade para exercer vários ministérios primeiro, e depois o cargo de pároco durante mais de trinta anos, de 1799 a 1831, data de sua morte. 

O esboço de sua vida parece normal de um sacerdote com cura de almas. 
Onde está o aspecto extraordinário da santidade? Onde é o aspecto exemplar que merece nossa imitação e nossa veneração?

Para responder, teríamos que contar a história desse bom sacerdote, e veríamos o gênero de perfeição própria daquele que se consagra à vida pastoral: o dom de si mesmo para a salvação dos outros.
Que Vicente Romano se estabeleceu como a máxima "fazer bem" indica o desejo de perfeição que dominou sua vida. 

Devemos falar sobre sua vida interior, sua espiritualidade pessoal, de seu compromisso de estudar, sua austeridade privada, seu desapego de dinheiro e ambição de honra, do esforço ascético que domina todo o curso de sua vida e penetra sua projeção ao serviço dos outros. 
Eu teria que destacar alguns valores místicos que às vezes escapam do segredo de uma alma sempre dedicada para as coisas de Deus e sempre disposto a expressar sua experiência com acentos afetivo e sentimental

Mas o que agora chama nossa atenção é o seu comportamento pastoral, isto é, o exercício de seu ministério externo ao serviço de seu vizinho, e não devemos esquecer duas observações anteriores:
Este ministério externo é alimentado pela vida interior, onde tem suas raízes, suas energias, é encorajamento, suas consolações; não é uma necessidade profana, não é o desejo de Marta, nem a dissipação que vazio para o homem ativo de sua profundidade pessoal, é a caridade que queima dentro e se inflama na intimidade do devoto colóquio e na meditação reflexiva e depois vá para fora. 

Também encontraremos em Vicente Romano uma grande fecundidade na palavra de Deus, da catequese, à exortação edificante. Vamos encontrar a sua preocupação de envolver os fiéis na celebração da Santa Missa; um folheto intitulado "A Missa Prática" nos diz como ele intuiu a necessidade que a assembleia dos fiéis rezasse bem, rezasse em unidade, coordenasse seus pensamentos e suas vozes com as do sacerdote celebrante, uma necessidade que hoje é reconhecida pela doutrina de Igreja e promovida pelos movimentos litúrgicos.

Encontraremos uma instituição de caridade que vai além do puro exercício de adoração e está interessada e ocupada para todas as necessidades humanas privadas de outra ajuda: o pastor não é estranho a nada, a todos conhece, a todos consola, a todos aconselha, a todos faz o bem. 

O Beato Vicente nos dá, a este respeito, um lindo exemplo, quase precursor da caridade social da Igreja em nossos dias, organizando e ajudando pescadores de corais, que em Torre del Greco foram e  ainda são muito numerosos, operários e necessitados.


Papa Paulo VI – Trecho da homilia de beatificação – 14 de novembro de 1963

Vincenzo Romano nasceu em 3 de junho de 1751 em Torre del Greco, uma cidade marítima no meio do Golfo de Nápoles. Os pais, Nicola Romano e Grazia Rivieccio, de uma família modesta, moravam na Via Piscopia, em um dos bairros mais populosos e animados da cidade.
Ele passou os primeiros anos de sua vida em uma atmosfera familiar muito religiosa. Depois de ter passado tempos difíceis, devido ao elevado número de seminaristas e clérigos locais, aos 14 anos foi admitido no seminário diocesano de Nápoles.

Ordenado sacerdote em 10 de junho de 1775, dedicou-se com zelo e amor à celebração dos sacramentos, à atividade catequética, à assistência dos pobres, dos enfermos e dos marinheiros.

A terrível erupção do Vesúvio, em 15 de junho de 1794, que quase destruiu completamente a cidade e a igreja paroquial, destacou a sua fibra apostólica. Ele imediatamente se dedicou ao difícil trabalho de reconstrução material e espiritual da cidade e da igreja, que queria reconstruir maior e mais majestoso.

Ele morreu em 20 de dezembro de 1831 após uma longa e dolorosa doença, deixando a seus sacerdotes um testamento espiritual de compromisso e vivência da caridade fraterna.
Leão XIII, declarou heroicas as virtudes de Vicente Romano e Paulo VI proclamou-o bem-aventurado, apontando-o, para o clero e especialmente para os padres de paróquia, como modelo de vida apostólica.

Seu corpo repousa na Pontifícia Basílica de Santa Croce, onde, em 11 de novembro de 1990, João Paulo II foi venera-lo durante sua visita pastoral à Igreja de Nápoles.


Foi canonizado em 14 de outubro de 2018 pelo Papa Francisco, depois de ter sido confirmado mais um milagre por sua intercessão. 


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