Hoje celebramos São
Nicolau, que foi transformado no Papai Noel, um dos personagens mais
emblemáticos das festas de final de ano. Nas últimas décadas, ganhou tanta fama
e se tornou tão eficaz para representar a diversão e os presentes que desvia o
foco da verdadeira razão da alegria: Jesus que nasce em Belém.
Há várias teorias
sobre a origem do Papai Noel. A mais difundida é que foi a empresa Coca-Cola
que inventou o personagem para promover o consumo de sua bebida em 1920.
Entretanto, no
século 19, escritores de Nova Iorque tentaram dar um selo nacional às festas de
Natal cheias de tradições cristãs dos migrantes europeus. Em pouco tempo, as
celebrações deixaram de lado o caráter santo desta data e tornaram-se populares
as desenfreadas, com bebedeiras e desordem pública.
Em 1821, foi
publicado o livro de litografias para crianças “Papai Noel, o amigo das
crianças”, no qual se apresentava um personagem que chegava do Norte em um
trenó com renas voando. Esta publicação fez o personagem aparecer a cada
véspera de natal e não no dia 6 de dezembro, dia da festa do santo bispo. Um
poema anônimo e as ilustrações dessa publicação se tornaram a chave para a
distorção de São Nicolau.
Segundo
especialistas do ‘St. Nicholas Center’, foi a elite de Nova Iorque que conseguiu
nacionalizar o Natal através do Papai Noel e do apoio de artistas e escritores
como Washington Irving, John Pintard e Clement Clarke Moore.
Em 1863, durante a
Guerra Civil, o caricaturista político Thomas Nast começou a desenhar Papai
Noel com os traços que agora lhe atribuem: gorro vermelho, barba branca e
barriga saliente. Junto com as mudanças de aparência, o nome do santo em inglês
mudou para Santa Claus, uma alteração fonética do alemão “Sankt Niklaus”.
Apenas em 1920, Papai Noel apareceu pela primeira vez em um anúncio da Coca
Cola.
De acordo com
vários historiadores, Papai Noel é a distorção – primeiro literária e depois
comercial – de São Nicolau, o generoso Bispo de Mira, padroeiro das crianças,
dos marinheiros e dos cativos.
São Nicolau de Mira (outros
dizem de Bari) que viveu no século IV, em Patara, capital da Lícia (atual
Turquia). Herdou, de pais muito cristãos e nobres, a piedade católica e também
grandes riquezas materiais, embora se considerasse “apenas administrador desses
bens, cujos reais senhores se tornaram os pobres e os necessitados”.
Desse modo, são
narrados, de sua vida santa, muitos fatos que o apresentam sempre solícito e
preocupado com o próximo, especialmente com os mais necessitados. Assim, logo
após o falecimento de seus pais, Nicolau soube que um nobre, cuja fortuna
perdera, e, por isso, já não possuía dotes para casar as suas três filhas,
colocou as moças para se prostituírem. O homem de Deus não pensou duas vezes,
juntou moedas de ouro suficientes para o casamento da primeira jovem e,
discretamente, as jogou pela janela da casa do nobre decadente. No dia
seguinte, lançou mais uma quantia para que o pai casasse a segunda menina e, no
terceiro dia, deu o valor para as núpcias da caçula.
Eis, porém, que a
discrição de Nicolau não passou despercebida ao pai das meninas que vendo tudo
o que o santo fizera por ele e por sua família, pediu perdão a Deus pela
entrega de suas filhas à prostituição e espalhou a notícia da ajuda recebida do
santo. Ora, isso fez com que os habitantes daquela região passassem a venerar
ainda mais Nicolau que, alheio à fama deste mundo, decidiu retirar-se, então,
para uma vida mais escondida na região de Mira. Deus, porém, tinha outros
planos para ele, de modo que mal chegara à cidade e já foi aclamado bispo
daquela diocese há tempos sem pastor.
Embora relutante,
aceitou o encargo para o bem do povo de Deus. Todavia, redobrou suas
penitências. Passava parte da noite em oração, comia uma só vez por dia,
privava-se de carne e de vinho, dormia sobre uma dura tábua e dedicava-se à
administração da diocese, atendendo, muito solicitamente, aos que mais
precisavam de conforto físico e espiritual.
Sua fama correu o
Oriente e o Ocidente com milagres de primeira grandeza como multiplicação de
trigo, ressurreição (revitalização, segundo a Parapsicologia) de mortos,
socorro a marinheiros em tempestades, etc. São Nicolau é representado sempre
montado em um cavalo branco com vestes de bispo, ou seja, de mitra sobre a
cabeça e nas mãos o báculo dourado. Na noite de Natal, ele visita – segundo a
tradição – as casas e entrega bombons às crianças boas ou um pedaço de carvão
às malvadas.
Essa é a verdadeira
história do bom velhinho que cativa as crianças com sua bondade e docilidade.
Embora substituído pelo Papai Noel americanizado e consumista, a figura
original do grande São Nicolau de Bari ou de Mira vem sendo resgatada em
diversas regiões da Europa a começar pela Alemanha.
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