quinta-feira, 5 de março de 2020

05 de março - Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Mt 7,7


Devemos rezar com coragem, pois quando oramos precisamos de algo. E Deus é um amigo, aliás, um amigo rico que tem aquilo de que precisamos. É, como se Jesus dissesse: “Na oração sede importunos. Não vos canseis”. Mas não vos canseis do quê? De pedir. “Pedi e ser-vos-á dado”. Portanto, uma oração que se faz busca. Procurai. E se uma porta estiver fechada, ide bater à outra. Procurai e encontrareis. Batei e ser-vos-á aberto. Sede importunos na oração, pois quem pede recebe, quem procura encontra, quem bate ser-lhe-á aberto. E isto é bonito.
A oração não é como uma varinha mágica: nós recitamos a oração e... pum! E cumpre-se a graça. A oração é um trabalho: uma labuta que requer vontade, constância e determinação, sem vergonha. Por quê? Porque eu bato à porta do meu amigo. Deus é amigo, e com um amigo posso fazer isto. Uma prece constante, importuna.

Acho que certa vez vos disse, mas não tenho a certeza: eu estava em Buenos Aires, num hospital havia uma menina de nove anos com uma doença infecciosa, contagiosa, e numa semana teria morrido. Quando os médicos chamaram os seus pais, disseram-lhes: “Fizemos o possível, mas não há nada a fazer. Morrerá em duas ou três horas”. Então o pai, que era um operário — um homem simples, trabalhador — e conhecia a realidade da vida como Jesus, saiu da clínica, deixou ali a sua esposa, apanhou um ônibus e percorreu 70 km até ao santuário de Nossa Senhora de Luján. Saiu por volta das 18h00 e chegou às 21:00, quando o santuário já estava fechado.
Mas esse homem permaneceu ali a noite inteira, diante do santuário. Agarrou-se ao portão de entrada do santuário, e a noite inteira implorou a Nossa Senhora: “Quero a minha filha. Quero a minha filha. Tu podes me dar”. Depois, por volta das 5:00 da manhã, voltou a apanhar o ônibus e regressou. Chegou mais ou menos às 9h30 e encontrou a esposa um pouco desorientada, sozinha. A menina não estava ali. Pensou no pior. E a mãe, a esposa, disse-lhe: “Sabes, os médicos levaram-na para fazer outro exame, não conseguem explicar porque ela despertou e pediu para comer, e não tem nada, está bem, fora de perigo”.
Isto aconteceu. Estou certo. E o ensinamento tirado deste acontecimento é que aquele homem talvez não fosse à missa todos os domingos, mas sabia rezar, sabia que quando temos uma necessidade, há um amigo que tem a possibilidade de resolver um nosso problema. Por isso, bateu à porta a noite inteira.

Papa Francisco – 11 de outubro de 2018

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