quarta-feira, 31 de maio de 2017

31 de maio - Nossa Senhora da Visitação

A referência mais antiga da invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence a Ordem franciscana, que assim a festejava desde 1263, na Itália. Em 1441, o Papa Urbano VI instituiu esta festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e união do clero dividido pelo grande cisma.

A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do Anjo, que lhe dissera “vossa prima Isabel, também conceberá um filho em sua idade avançada. E este é agora o sexto mês dela, que foi dita estéril; nada é impossível para Deus”. (Lc 1, 26, 37). Já concebida pelo Espírito Santo, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e apoio à parenta genitora do precursor do Messias Salvador.

O encontro das duas Mães é a verdadeira explosão de salvação, de alegria e de louvor ao Criador. Dele resultou a oração da Ave Maria e o cântico do “Magnificat”, rezados e entoados por toda a cristandade aos longos destes mais de dois milênios.

Desde 1412, Nossa Senhora da Visitação é festejada especialmente pelos italianos da Sicília, como a Padroeira da cidade da Enna. Mas nem todo o mundo cristão celebrava esta veneração, por isto foi confirmada no sínodo de Basiléia em 1441.

Os portugueses sempre a celebraram com muita pompa, porque rei D. Manuel I, o Venturoso, que governou entre 1495 e 1521, escolheu Nossa Senhora da Visitação a Padroeira da Casa de Misericórdia de Lisboa, e de todas as outras do reino.

Foi assim que este culto chegou ao Brasil Colônia, primeiro na Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, depois se disseminou por todo território brasileiro. Antigamente os fieis faziam uma enorme procissão até os Hospitais da Misericórdia para levar conforto aos enfermos e suas doações às instituições. Hoje, as paróquias enviam as doações recolhidas com antecedência, para as Pastorais dos enfermos, que atuam com os voluntários junto às Casas de Saúde mais deficitárias. Tudo para perpetuar a verdadeira caridade cristã, iniciada pela Mãe de Deus ao visitar a santa prima levando sua amizade e ajuda quando mais precisava.

Oração
Virgem Maria,
Mãe de Jesus e minha querida Mãe,
invocando-vos sob o título de “Nossa Senhora da Visitação”, 
peço-vos que assim como visitastes vossa prima Isabel, 
venha visitar minha família, 
pois estamos necessitando de muitas graças (pedir a graça), 
que certamente com vossa visita as receberemos.
Que com vosso exemplo possamos ser mais caridosos com nossos irmãos,
indo visitá-los e confortá-los em suas necessidades.
Obrigada Mãe, pelo vosso amor para conosco.
Amém.


31 de maio - Visitação de Nossa Senhora


Hoje celebramos a Festa da Visitação de Maria a sua prima Isabel. Quero meditar convosco este mistério que mostra como Maria enfrenta o caminho de sua vida com grande realismo, humanidade e concretude.

Três palavras sintetizam o comportamento de Maria: Escuta, Decisão e Ação. Palavras que indicam um caminho, também para nós, diante do que o Senhor nos pede na vida. 
Escuta, Decisão, Ação.

Escuta. De onde nasce o gesto de Maria de ir a prima Isabel? De uma palavra do Anjo de Deus: “Isabel, tua parente, em sua velhice concebeu um filho” (Lc1,36). Maria sabe ouvir Deus. Atenção não é um simples ouvir superficial mas é ouvir cheio de atenção, com acolhida, disponibilidade para com Deus.

Maria está atenta a Deus, escuta a Deus, mas Maria escuta também os fatos, lê os acontecimentos de sua vida. Está atenta a realidade concreta e não fica na superfície, mas vai ao profundo para acolher o significado.

Isso vale também para nossa vida. Escuto Deus que nos fala, escuto também a realidade diária, atenção às pessoas, aos fatos, porque o Senhor está à porta de nossas vidas e bate de muitos modos. Coloca sinais em nosso caminho, a nós, cabe a capacidade de vê-los.

A segunda palavra Decisão. Maria não vive da pressa, da ânsia, mas como destaca São Lucas “meditava todas essas coisas no seu coração” (Lc2,19). Também no momento decisivo da anunciação do Anjo (cf. Lc1,26ss) ela também pergunta “como acontecerá isso?”, mas não se detém nem mesmo no momento da reflexão, dá um passo a mais: decide.

Ela não vive da pressa, mas apenas quando é necessário vai rapidamente. Maria não se deixa arrastar pelos acontecimentos. Não evita o esforço de decidir. Isso acontece seja na escolha fundamental que mudará sua vida – “Eis aqui a escrava do Senhor”-, seja nas escolhas mais cotidianas, mas também ricas de significado.
Na vida é difícil tomar decisões, muitas vezes procuramos adiá-las e deixar que os outros decidam por nós, muitas vezes preferimos deixar-nos arrastar pelos acontecimentos e seguir a moda do momento. Às vezes sabemos o que devemos fazer, porém não temos coragem ou então porque nos parece muito difícil, por parecer andar contra a corrente.
Maria, na anunciação, na visitação, nas bodas de Caná, vai contra a corrente. Maria vai contra a corrente. Ela se coloca à escuta de Deus, reflete e procura compreender a realidade e decide confiar totalmente em Deus.
Decide visitar, embora estivesse grávida, sua parente idosa. Decide confiar no Filho, com insistência, para salvar a alegria das núpcias.

A terceira palavra Ação. “Maria pôs-se em viagem e foi depressa”.
Domingo passado eu colocava em destaque este modo de agir de Maria. Apesar das dificuldades, das críticas que teria recebido pela decisão de partir, não se detém diante de nada, ela parte depressa. É a oração diante de Deus, que fala.
Ao refletir e meditar sobre os acontecimentos da sua vida, Maria não tem pressa, não se deixa questionar pelo momento, não se deixa arrastar pelos acontecimentos, mas ela pergunta: “O que Deus quer?” Ela não demora, não se atrasa, mas vai adiante.

A ação de Maria é uma consequência de sua obediência às palavras do Anjo, mas unidade à caridade. Ela vai até Isabel para ser-lhe útil. Esta sua saída de casa, de si mesma, por amor, carrega o que tem de mais precioso: Jesus. Ela carrega seu Filho.

Às vezes, também nós paramos para escutar, para refletir o que devemos fazer, talvez até tenhamos clara a decisão que devemos tomar, mas não passamos a ação, tampouco colocamos em jogo nós mesmos, ao agir depressa em relação aos outros, para levar-lhes a nossa ajuda, a nossa compreensão, a nossa caridade.

Para levarmos nós mesmos, como Maria, o que temos de mais precioso e o que recebemos: Jesus e o seu Evangelho, mediante a Palavra e, sobretudo, mediante o testemunho concreto de nossa ação.”

Papa Francisco – Encerramento do Mês Mariano 
31 de maio de 2013



31 de maio - Trezena de Santo Antônio - Primeiro Dia

1º Dia - Santo Antônio, Mestre do Evangelho

SINAL DA CRUZ

PALAVRA DE DEUS: “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.(Mt 4,4)

PALAVRA DO SANTO: “São os pobres, os simples, os humildes, que têm fome e sede da palavra da Vida”.

ORAÇÃO: Senhor, a vossa palavra é o alimento de nosso espírito e a luz em nosso caminho. Abri nosso coração para acolhê-la, nossa mente para entendê-la e motivai nossa vontade para praticá-la. Por intercessão de Santo Antônio, Mestre do Evangelho, fazei que consigamos orientar nossa vida pessoal, familiar e comunitária com a verdade libertadora de vossa palavra. Amém!

PAI-NOSSO… AVE-MARIA… GLÓRIA AO PAI…

RESPONSÓRIO DE SANTO ANTÔNIO

Se milagres desejais,
Recorrei a Santo Antônio;
Vereis fugir o demônio
E as tentações infernais.

Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido.

Todos os males humanos
Se moderam, se retiram,
Digam-no aqueles que o viram,
E digam-no os paduanos.

Pela sua intercessão
Foge a peste, o erro, a morte,
O fraco torna-se forte
E torna-se o enfermo são.

- Rogai por nós Santo Antônio,
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
 

terça-feira, 30 de maio de 2017

30 de maio - Nossa Senhora do Amparo

Nossa Senhora do Amparo, é um titulo muito antigo, remonta a Jesus pregado na cruz, quando entrega sua mãe, Maria, ao apóstolo João. Este representa a todos nós cristãos. Na ocasião, Jesus disse a João: Eis ai tua mãe, confiando Santa Maria como Mãe da humanidade, para que Ampare a todos. Durante muito tempo esta dádiva de Jesus à humanidade foi denominada do amparo, sendo representada aos pés da Cruz de Jesus, que era invocado como bom Jesus do Amparo.

A pedido de Nicodemos, São Lucas esculpiu e pintou Maria aos pés da Cruz de Jesus, recebendo o mandato para ser a Mãe de todos. São Tiago levou a pintura para todos os lugares em que foi evangelizar. Daí começa a grande devoção popular a Maria, Nossa Senhora do Amparo. A partir desse ponto, muitos santuários, capelas e igrejas foram construídos em honra da Mãe de Jesus e sua devoção se estende muito forte até os dias de hoje.

Conta-se que Constantino l, o grande, nascido no ano de 274, na véspera de uma batalha da luta pela sucessão, teve um sonho em  que viu um escudo com uma cruz e ouviu uma voz que dizia, com este sinal, vencerás. Mandou, então, pintar todos os escudos com a cruz e realmente venceu a batalha, tornando-se Imperador no ano de 306. No ano de 313, ele tornou o Cristianismo a religião oficial do império romano.
Os cristãos então, com liberdade, passaram a meditar mais sobre Cristo e sua Mãe Maria. Referindo-se aos cuidados maternos de Maria, todos queriam se colocar sob o seu Manto Protetor, sob o Amparo de Nossa Senhora. Assim, propagou-se ainda mais o título de Nossa Senhora do Amparo.

Logo após a descoberta do Brasil, o culto a Nossa Senhora do Amparo, chegou aqui. Sob sua proteção fundou-se o Forte, que deu origem à cidade de Fortaleza, capital do Ceará, onde existe uma igreja dedicada a Ela. Também em Olinda, Pernambuco, foi construída, uma das primeiras igrejas dedicadas à Senhora do Amparo.

No Brasil existem três municípios fundados e dedicados a Nossa Senhora do Amparo. Em São Paulo, a cidade de Amparo, em Minas Gerais a cidade de Amparo da Serra e em Sergipe a cidade de Amparo de São Francisco.


Oração
Nossa Senhora do Amparo, tão estimada que és, 
nós bem sabemos que como meros pecadores 
não somos dignos de invocá-la nesta hora de angústia, 
mas também sabemos que apesar da tua grandeza 
tu não esquece de ter misericórdia de nós 
e tua compaixão está longe de diminuir, 
esta só aumenta cada vez mais. 
Tu nos olha com olhos de misericórdia do alto do teu trono 
e enxergas as nossas aflições
e os perigos pelos quais passamos até o fim de nossa vida.
Pelos merecimentos da fé e da confiança na perseverante amizade de Deus, 
pedimos que um dia sejamos capazes de nos juntar à ambos nas alturas dos céus,
louvando e cantando as glórias do Pai por toda eternidade.
Ó Maria, tu que foi concebida sem pecado, 
rogai por nós que a ti recorremos. Amém.


30 de maio - Santa Joana D'Arc


Dentre os vários santos celebrados neste dia destacamos a vida de Santa Joana D'Arc.

Filha de camponeses muito pobres, nasceu na região francesa de Lorena, em de 1412. Cresceu no meio rural, piedosa, devota e analfabeta, assinava seu nome utilizando uma simples cruz. Com treze anos começou a viver experiências místicas.

Ouvia as "vozes" do arcanjo Miguel, das santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela. Os pais, no início, não deram importância, depois acharam que estava louca e por fim acreditaram, mas temeram por Joana.

A França vivia a Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses estavam enfraquecidos com o rei deposto e os ingleses tentando firmar seus exércitos para tomar de vez o trono. As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores, reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII, para ser coroado na catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França. A ordem para ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de que Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar pessoalmente com o rei deposto.

Conseguiu aos dezoito anos de idade. Carlos VII só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu que ela realmente tinha por trás de si o sinal de Deus. Isso porque Joana falou com o rei sobre assuntos que na verdade eram segredos militares e de Estado, que ninguém conhecia, a não ser ele. Deu-lhe, então, a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço, empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os santíssimos nomes de Jesus e Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por Deus. Guerreira, sem nunca ter ferido ninguém.

E o que aconteceu na batalha que teve aquela figura feminina, jovem e mística, que nada entendia de táticas ou estratégias militares, à frente dos soldados, foi inenarrável. Os franceses sitiados reagiram e venceram os invasores ingleses, livrando o país da submissão.

Carlos VII foi, então, coroado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa.

A luta pela reconquista demorara cerca de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Mas o rei exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris. Ela obedeceu, mas foi ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses.
Humilhada, torturada, tentaram fazê-la negar sua missão divina, renegar suas visões, não conseguindo, que decidiram julgá-la por heresia. Num processo religioso ridículo, completamente ilegal, conduzido por sacerdotes renegados, foi condenada à fogueira como "feiticeira, blasfema e herética".

Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado Vermelho, em Rouen.
Vinte anos depois, seus pais pediram ao Papa a revisão e o processo, este foi revisto pelo papa Calisto III, que constatou a injustiça e a reabilitou, sendo  reconhecidas suas virtudes heróicas e os sinais de uma missão divina.
Joana d'Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da França.
O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de santa Joana d'Arc, mártir da pátria e da fé.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

29 de maio - Nossa Senhora da Ajuda

Nossa Senhora da Ajuda é uma das diversas invocações de Maria, mãe de Jesus. O culto teve início em Portugal durante a Idade Média, as casas reais, desde a metade da Idade Média, colocavam sob a proteção de Nossa Senhora da Ajuda, os seus navios de guerra ou mercantes, sempre expostos aos perigos do alto mar. Festejos e celebrações, em honra dessa devoção, eram realizados nas partidas e nas chegadas. Com isso, surgiram inúmeras ermidas e capelas dedicadas à Senhora da Ajuda em toda a costa europeia. A imagem venerada mostra a Virgem segurando o Menino Jesus com o braço direito e tem o esquerdo estendido, com um cedro na mão. De Portugal, a invocação foi trazida ao Brasil colonial pelos jesuítas.

Entre os santuários de Nossa Senhora fundados pelos Jesuítas merece especial atenção o de Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia. Este santuário deve sua existência ao Padre Francisco Pires, um dos principais apóstolos do Brasil.

À custa de excessivas fadigas e privações sem número, o padre Pires e seus companheiros escavaram os alicerces para a construção de um templo que iam dedicar a Maria Santíssima, no alto de monte denominado Porto Seguro, na Bahia.

Não tendo quem os ajudasse na construção do templo, começaram os Jesuítas, com suas próprias mãos, a construí-lo, mas não havia água ali perto, para a construção, pelo que fizeram uma valeta a mais de uma milha de distância, de onde a transportavam para cima da montanha, não os desanimando o trabalho fatigante e exaustivo.
Um dia, porém, veio perturbá-los um colono que morava perto do lugar de onde eles retiravam a água: pensando o colono que viesse a faltar água para seu sítio, por causa da contínua retirada de água, opôs-se a que os padres continuassem a retirar a água para a construção do templo. Recorreram então eles, cheios de confiança à Mãe de Deus, pedindo sua ajuda, para poderem continuar a construção que estavam erguendo em sua honra.
Maria ouve a prece dos padres: durante a celebração da santa missa começa a brotar do tronco de uma árvore que haviam deixado no terreno que limparam para a construção do templo, uma fonte de água límpida e abundante!

Maravilhados com o milagre que Maria Santíssima havia operado, continuaram a construção, e, pronto o templo, escolheram-na para padroeira sob a invocação de Nossa Senhora da Ajuda, devido à grande “ajuda” que Maria lhes prestara.

O Padre Anchieta narra que essa água milagrosa curava qualquer espécie de moléstia, sendo operados muitos milagres.
Hoje o santuário de Nossa Senhora da Ajuda é muito procurado no mês de agosto, pois no dia 15 se comemora a festa de Nossa Senhora da Ajuda, e Nossa Senhora é muito venerada sob este título ou invocação.

Oração
Ó Mãe Santíssima d’ Ajuda, Virgem pura e Imaculada, ouvi como especial Advogada os nossos clamores. Mostrai-nos o vosso poder profundo; O céu e a terra. O mundo inteiro vos venera, até o inferno a vós se rende, ó Senhora!
Procuramos o vosso abrigo como filhos miseráveis, pois são mais admiráveis os vossos prodígios. Queremos, Senhora, seguir vossos vestígios.
Sede sempre nossa Protetora e Advogada,
socorrei a nós às nossas famílias, alcançai a todos as graças que vos pedimos, e enfim a eterna felicidade do Céu.
Abençoai-nos e protegei-nos, ó Virgem Mãe Santíssima.
Amém.


29 de maio - Santa Úrsula Ledóchowska

"Ide ao mundo com o sorriso nos lábios. Ide semear um pouco de felicidade neste vale de lágrimas sorrindo para todos, especialmente para os tristes, para os desanimados diante da vida, para os que estão caindo sob o peso da cruz; Ide sorrindo para eles com aquele sorriso límpido que fala da bondade de Deus." 
(Madre Úrsula Ledóchowska)

Santa Úrsula nasceu no dia 17 de abril de 1865, em Losdorf, na Áustria, sendo batizada com o nome de Julia.
Seu pai, Antônio, filho de um revolucionário, foi obrigado a emigrar do seu próprio país – a Polônia. A mãe Josefina, de origem suíça, consciente das conseqüências de seu casamento com um polonês, colaborava com seu marido para educar os filhos em espírito de pertença à nação polonesa. Tinha 08 irmãos dos quais dois morreram em fama de santidade. A Bem Aventurada Maria Teresa, Fundadora da Congregação de São Pedro Claver e Vladimiro Ledochowska, Superior Geral da Companhia de Jesus.
Na família, Julia gozava de um afeto especial, sua mãe chamava-a de “Raio de Sol” e ela aceitou este nome como seu programa de vida... Queria como um raio depender continuamente do seu Sol Divino e com seu amor iluminar a vida dos outros, para conduzi-los à fonte de todo o bem, a Deus.

Em 1883 a família Ledóchowska retornou à Polônia e se estabeleceu em Lipnica Murowana, próximo à Cracóvia. Os seus numerosos contatos com o povo da localidade permitiram-lhe descobrir quais eram suas dificuldades e sofrimentos, o que lhe deu oportunidade para colocar-se a serviço dos mais necessitados.

O seu irmão Vladimiro declara: “Tinha um coração extremamente sensível e terno para com cada miséria e cada desgraça. Cercava de cuidados e preocupações especialmente os doentes e pobres; ia buscá-los em casa, providenciava remédios, prestava diversos serviços, consolava-os.”

Em 1885, seu pai e sua irmã Maria Teresa foram contagiados por uma epidemia de varíola e o conde Antônio não superou esta grave doença. Em seu leito de morte quis ser assistido por sua filha Julia que, em tal ocasião, lhe pediu a permissão de tornar-se religiosa, o que lhe foi concedido de coração. Seu irmão procurou ajudá-la convencendo a mãe em luto que suplicava para que ela ficasse ao seu lado e o pároco local que não queria perder a benéfica influencia que Julia exercitava sob a população da região.

Em 1886, Julia entrou no Convento autônomo das Ursulinas em Cracóvia. Em 1889, fez a profissão religiosa assumindo a nome de Úrsula. Em seguida inicia as atividades de educadora e professora no ginásio dirigido pelas mesmas irmãs. Em 1904, foi eleita Superiora do convento. Abriu o primeiro pensionato para as moças universitárias. Adaptou as Constituições religiosas às necessidades apostólicas recebendo aprovação da Santa Sé.

Como professora unia o profundo conhecimento da matéria com uma acessível e interessante forma de ensinar. Exercia uma profunda e duradoura influencia sobre as educandas. Não poupava esforços para aprofundar nas alunas a vida espiritual. Com as irmãs, como Superiora, era paciente e compreensiva.
Entre suas alunas, em Cracóvia, entrou em contato com muitas jovens provenientes dos territórios ocupados pela Rússia. Sentia a necessidade de abrir uma obra missionária na Rússia. Em 1907, a pedido da colônia polonesa de Petersburgo e com a bênção do Papa Pio X, Madre Úrsula vestida de leiga porque era proibida a existência de conventos, parte com algumas irmãs para Petersburgo e assume a direção do internato junto ao ginásio polonês Santa Catarina. Além das atividades de educadora e professora, empreende numerosas ações de caráter apostólico e ecumênico. Em 1908 obtém a ereção da casa de Petersburgo como convento autônomo e é nomeada Superiora.

Em Petersburgo não se desencorajou diante das numerosas dificuldades do deplorável estado financeiro do pensionato, dos educadores e professores mal dispostos para com as religiosas, da falta de conhecimento da língua russa e da necessidade de esconder a própria identidade religiosa, ao menos nos contatos oficiais.
A aproximação com as moças foi relativamente fácil. Eis o que relata uma delas: “Rebeldes esperávamos na grande sala, segundo o que nos foi dito, a nossa nova e severa educadora. Entretanto, entrou uma pessoa serena e querida, passou sobre nós um olhar bondoso e disse com sorriso: “Então, daqui em diante seremos uma família”. Viemos para perto dela. Rompeu-se o gelo.”

Também o corpo docente foi conquistado e algumas das professoras, entre elas a responsável do pensionato, aumentaram a comunidade das irmãs, naturalmente no maior segredo.
Madre Úrsula com toda a energia põe-se a trabalhar. Toma nas mãos a administração do internato e introduz as mudanças necessárias. Dedica, porém a maior parte do seu tempo para as jovens. Faz surgir uma capela dentro do internato. Funda o Sodalício Mariano, organiza retiros estimulando nas educandas a necessidade de Deus.
Em 1910 abre na Finlândia, em Merentähti uma escola com pensionato para as jovens polonesas. Merentähti se torna o centro de ajuda e de atividade religiosa também para a população local na maior parte pobres pescadores. Aprende a língua finlandesa para traduzir o catecismo e os cantos religiosos. Traz de Petersburgo, uma enfermeira para cuidar dos doentes. As autoridades russas percebem a atuação da Madre e iniciam uma seqüência de interrogações e perseguições. Em 1914, com o estouro da Primeira Guerra Mundial, é expulsa definitivamente do território russo e da Finlândia.

Madre Úrsula refugia-se na Suécia. Insere-se, com entusiasmo e com novas iniciativas na vida do ambiente local e nas atividades da Igreja católica. 

Reúne as Senhoras para colocações religiosas e retiros espirituais... Funda o Sodalício Mariano... Publica uma revista mensal com o título “Centelhas de Sol”. Única revista católica, ainda hoje, na Suécia.
Inicia ainda outras obras importantes: Organiza na Dinamarca (Djursholm, 1915 e Aalborg 1918) a casa para os órfãos dos operários poloneses que vinham aos países escandinavos para trabalhar periodicamente e por causa da guerra ficaram separados do próprio país. Funda também uma escola de economia doméstica para as jovens.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e consciente das conseqüências da mesma, se abre diante de Madre Úrsula um vasto campo apostólico. Em 1920 retorna à Polônia com um grupo de irmãs e de crianças órfãs. A comunidade se estabelece em Pniewy. Madre Úrsula obtém a permissão da Santa Sé para transformar a casa autônoma de Petersburgo em Congregação das Irmãs Ursulinas do Coração de Jesus Agonizante.
A Congregação participa com dinamismo da vida do país em reconstrução. Dá-se um rápido desenvolvimento às obras e as comunidades. Entre os anos 1920 - 1939 foram fundadas 35 casas na Polônia, Itália e França. O número de irmãs chega a 800.
Abraça com a própria atividade as necessidades sociais e religiosas: Abre Institutos de educação, escolas com pensionatos para as jovens, creches, organiza a catequese, Congregação Mariana, edição de um periódico religioso, etc.
Madre Úrsula morreu em Roma, no dia 29 de maio de 1939 na casa geral da Congregação. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Verano. Em 22 de abril de 1959, foi realizada uma exumação e o corpo intacto foi transferido para a casa geral. Em 1989 foi realizada uma segunda exumação e o corpo foi transladado para a Polônia, em Pniewy, atraindo um grande número de peregrinos.
No dia 20 de junho de 1983, foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em Poznan, na Polônia.



domingo, 28 de maio de 2017

28 de maio - Nossa Senhora da Saudade

Nossa Senhora da Saudade relembra a imensa saudade que a Virgem Maria teve de seu Filho, nos três dias incompletos que seu corpo esteve no sepulcro.
A devoção a Nossa Senhora da Saudade nasceu em 30 de março de 1918, após a Virgem Maria ter aparecido em sonho para a Irmã Ignez do Sagrado Coração de Jesus, uma das fundadoras do Carmelo de São José, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde se encontra sua única, linda e comovente imagem, esculpida em mármore branco.
Trata-se, portanto, de uma invocação genuinamente brasileira, “inspirada pelo Alto para, de modo especial, honrar a dor, até então desconhecida, do Imaculado Coração de Maria, durante as 36 horas, ou seja, os três dias incompletos, do encerramento de Jesus no sepulcro”.
De acordo com o jornalista Mozart Monteiro, em seu livro “Nossa Senhora da Saudade”, “a devoção da Coroa de Saudades da Rainha dos Mártires foi desde logo apresentada ao eminente teólogo Padre Dr. João Gualberto do Amaral, e por ele examinada. Declarou o ilustre sacerdote ser esta devoção perfeitamente ortodoxa, nada tendo que contrariasse a sã doutrina da Igreja; e acrescentou que o número 36, das horas do sepultamento de Cristo, se encontra no corpo da ‘Suma’, de São Tomás de Aquino – cuja obra é a expressão mais perfeita da ortodoxia católica” (p. 139).
Naquela época, a cidade de Petrópolis pertencia à Diocese de Niterói, cujo Bispo, Dom Agostinho Benassi, aprovou a devoção, autorizando a impressão de folhetos com a fórmula da Coroa de Saudades.
Como explica Nilza Botelho Megale, no livro Invocações da Virgem Maria no Brasil, “foi então instituída a ‘Coroa da Saudade da Rainha dos Mártires’ (aprovada pelo bispo de Niterói), espécie de terço constituído de três mistérios, cada um constando de um ‘Pai Nosso’ e doze ‘Lembrai-vos’, somando, portanto, esta última oração o número 36, correspondente às horas de sofrimento da Mãe Celestial. Na medalha de Nossa Senhora com que termina a coroa rezam se três ‘Aves Marias’ e uma súplica especial à Rainha dos Mártires”.
Com a criação da Diocese de Petrópolis, em 1948, o primeiro Bispo, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, em decisão arbitrária, proibiu, em 1950, a difusão pelo país da devoção a Nossa Senhora da Saudade, autorizando-a apenas nos limites do Carmelo de São José.
A restauração da Liturgia da Semana Santa pelo Papa Pio XII, em 1956, ratificando o luto intenso para o Sábado Santo, antigo Sábado de Aleluia, tornou evidente o martírio da Saudade sofrido pela Mãe Divina durante o sepultamento de Jesus, vindo respaldar o culto a Nossa Senhora da Saudade.
A única imagem de Nossa Senhora da Saudade encontra-se na clausura do Carmelo de São José, em Petrópolis. Esculpida em Paris, em mármore Carrara, mede 1,66 m de altura, sem contar o globo terrestre que fica aos pés da Virgem. Foi doada por uma senhora da sociedade, em agradecimento às graças recebidas da Virgem Saudosa.
Coroa de Saudades da Rainha dos Mártires
“(3 Pai Nossos/ 36 Lembrai-vos)
Lembrai-Vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorreram à Vossa proteção, e imploraram o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado, pois, com igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho, e, gemendo sob os pesos dos meus pecados, me prostro a Vossos pés. Não rejeiteis as minhas súplicas. ò Mãe do Filho de Deus humanado, dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos peço. Amém.
Ao final: Lembrai-vos, ó Rainha dos Mártires, das saudades cruciantes que atormentaram o vosso Imaculado Coração durante 36 horas de sepultura do vosso divino Filho. Pelas dores acerbíssimas da vossa soledade, oh! acendei-nos na alma o desejo de ver a Deus no Céu, e alcançai-nos, um dia, a eterna Bem-aventurança. Enquanto, porém, neste desterro peregrinamos, obtende-nos as graças que nos são necessárias para amarmos e servirmos a Jesus com fidelidade até à morte; e, se for de sua vontade adorável, impetrai-me(nos) a mercê que imploro (vos imploramos) com inteira confiança. "Amém".
Nossa Senhora da Saudade, rogai por nós!”



28 de maio - Beata Margarida Pole

Nobres, eclesiásticos e funcionários da corte de Henrique VIII, rei da Inglaterra, foram decapitados porque se opunham ao seu divórcio e a sua consequente separação da Igreja de Roma. Alguns deles tiveram sua morte reconhecida como autêntico martírio e foram elevados à honra dos altares. A perseguição não poupou a sobrinha dos reis Eduardo IV e Ricardo III da Inglaterra, Margarida, filha do Duque de Clarence, irmão daqueles monarcas, e de Isabel Neville, a filha de Ricardo Neville, Conde de Warwick.

Margarida nasceu em 14 de agosto de 1471, no Castelo de Farleigh, em Somerset (Inglaterra), e cresceu na corte, junto com os filhos de Eduardo IV, porque seus pais haviam falecido quando ela tinha poucos anos de vida. Margaret, por parte de seu avô paterno, Ricardo de York, era herdeira da Casa de York, a principal Casa Real que ainda conseguia ofuscar a Casa dos Tudor.

Aos 18 anos, conforme o costume da época, desposaram-na com Sir Reginaldo Pole de Buckinghamshire, que havia prestado grandes serviços ao rei na campanha da Escócia e em outros empreendimentos militares. Reginaldo faleceu 12 anos depois, deixando-a viúva com cinco filhos. Uma família para cuidar no meio de dificuldades econômicas, porque sua família tivera todas as propriedades e títulos nobiliárquicos confiscados.

Devia ser um modelo de esposa, mãe e viúva, devota e piedosa, pois Henrique VIII, subindo ao trono em 1509, quando ela já era viúva, considerava-a “a mulher mais santa da Inglaterra”. Era tão grande a estima que ele nutria por ela, que restituiu todos os bens que tinham sido confiscados, reintegrou-a a todos os direitos da sua família, criou-a Condessa de Salisbury e, quando sua filha Maria Tudor nasceu, confiou a Margarida a educação da princesa.

A sua reabilitação, entretanto, foi tão rápida quanto a sua queda na desgraça. A Condessa Margarida não se deixou seduzir pelas boas graças do rei e não aprovou seu casamento com Ana Bolena após ter se divorciado da esposa legítima. Sua reprovação é tão decisiva e pública, que atraiu a ira do rei que, como primeira reação a exonerou do cargo de governanta da princesa e a obrigou a deixar a corte. Este procedimento continuou após a queda de Ana Bolena, que foi decapitada.

Além disso, Margaret cometia o “grave erro” de ser católica. Um de seus filhos, Reginaldo Pole, havia mesmo se tornado um clérigo eminente da Igreja Católica. Quando se recusou a conceder ao rei o direito de se divorciar de sua esposa, Catarina de Aragão, atacando a política do rei, Reginaldo atraiu para si e sua família a ira do monarca, principalmente ao redigir um tratado a favor da unidade da Igreja e contra a supremacia do rei.

Quando Sir Henry Neville se levantou em armas no norte, o rei enviou alguns emissários para interrogar Margarida, com a esperança de envolvê-la na conspiração, ela, porém, sujeita a um extenuante interrogatório durante um dia inteiro, enfrentou seus opositores com sua habilidade intelectual e sobretudo com a sua dignidade e elevação moral que todos reconheciam. Apesar de sua hábil defesa, Margarida foi aprisionada, primeiro na casa de Lord Southampton, em Cowdray, e depois na Torre de Londres. Ali sofreu muito durante o inverno, já que não tinha roupas suficientes e não podia acender fogo, e passou fome também.
Como não existiam provas para condená-la em um julgamento legal, Henrique VIII obrigou o Parlamento a declará-la culpada de alta traição e condenaram-na à morte por decapitação.

No dia 28 de maio de 1541, Margarida foi conduzida ao pátio da Torre para ser decapitada. Lord Herbert conta que ela se negou a ajoelhar-se e a reclinar a cabeça no tronco, porque não se considerava culpada de traição. O verdugo, que carecia de prática no ofício, errou várias vezes o golpe. Segundo o relato do embaixador francês, Margarida não se negou a ajoelhar-se, porém o carrasco principal estava ausente e o substituto manejou o machado com suma torpeza. Margarida morreu aos setenta anos de idade.

A 2 de fevereiro de 1886, Leão XIII proclamou beata Margarida Pole, a condessa que não teve medo de se opor ao rei, ainda que isso lhe custasse a vida.


28 de maio - Ascensão do Senhor


Quarenta dias depois da Páscoa, a Igreja celebra a Ascensão do Senhor.
Na realidade, o que se celebra hoje é bem mais do que uma aparição na qual Jesus é elevado ao céu. É toda a realidade de sua glorificação que celebramos, aquilo que os primeiros cristãos chamaram de “estar sentado à direita do Pai”. Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração.

Jesus realiza-se agora em outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa para nós (“Sede as minhas testemunhas… até os confins da terra” At 1,8), e nós é que devemos reinventá-la a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais “carnal”, mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito.

Ao contemplar a ascensão de seu Senhor à glória do Pai, os discípulos ficaram assombrados, porque não entendiam as Escrituras antes do dom do Espírito, e olhavam para o alto. Aparecem dois homens vestidos de branco, é uma teofania, a mesma dos dois homens que Lucas descreve no sepulcro (24,4). Neles a Igreja Mãe judaico-cristã via acertadamente a forma simbólica da divina presença do Pai, que são Cristo e o Espírito. 

As palavras dos dois homens são fundamentais: “Galileus, o que fazeis aí plantados olhando para o céu? O próprio Jesus que vos deixou para subir ao céu, voltará como vistes marchar (Atos 1,11).”

Em um excesso de amor semelhante ao que o levou ao sacrifício, o Senhor voltará para tomar os seus e para estar com eles para sempre; e se mostrará como imagem perfeita de Deus, como ícone transformante por obra do Espírito, para nos tornar semelhantes a ele, para contemplá-lo tal como ele é (1 João 3,1-12). 

No relato deste mistério segundo o Evangelho de São Mateus (28,19-20), o Senhor envia os discípulos a proclamar e realizar a salvação, segundo o triplo mistério da Igreja: pastoral, litúrgico e magisterial: Ide e fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; e ensinando-os a guardar tudo o que vos mandei.

O Plano de Deus está sendo cumprido, e a salvação, anunciada primeiro a Israel, é proclamada a todos os povos. Nesta obra de conversão universal, por longa e laboriosa que possa ser, o Ressuscitado estará vivo e operante em meio dos seus: E sabei que eu estou convosco todos os dias até o final dos tempos. 

sábado, 27 de maio de 2017

27 de maio - Nossa Senhora do Bom Parto

Nossa Senhora do Bom Parto é uma devoção muito antiga, da qual se tem notícia desde o Século XI. A representação veio passando por várias fases ao longo dos séculos e, hoje, temos esta, acima, que representa muito bem a devoção. Trata-se de uma devoção que nasceu daquele que, talvez, seja o momento mais importante da vida de qualquer mulher: o parto. Qual mulher não deseja ter por perto nessa hora a poderosa e doce Mãe, Maria, que também viveu a experiência da maternidade? Por isso, a imagem de Nossa Senhora do Bom Parto é rica em símbolos.

Maria e o Menino Jesus

A representação de Nossa Senhora do Bom Parto Segurando o menino Jesus no colo tem alguns significados. Primeiro: ela O segura com o braço direito, simbolizando que Jesus quis precisar de uma mãe que o sustentasse e amparasse desde o nascimento até ä sua independência natural. Maria apoia o Menino com a mão esquerda, simbolizando a ternura e o carinho da Mãe sobre Jesus e sobre todos nós, também filhos de Maria.

As coroas de três círculos

Na representação, tanto Nossa Senhora quanto o Menino Jesus tem sobre a cabeça uma coroa dourada de três círculos. Esses três círculos simbolizam a Santíssima Trindade, Deus, Pai, filho e Espírito Santo. E a mensagem é: Maria é Mãe e intercessora em favor da humanidade por vontade divina. Foi Deus, Trindade, quem a colocou nesta posição. E a coroa no Menino Jesus representa sua divindade, lembrando-nos que Ele é uma das pessoas desta Trindade Santa. O véu e a capa na cor azul. O véu e a capa de Nossa Senhora na cor azul simbolizam o céu e a verdade. O céu, porque nossa Mãe está no céu e de lá, intercede por nós. A verdade, porque o Filho que Ela gerou para a humanidade é o caminho, a verdade, e a vida. E esta Verdade que a Virgem Maria nos apresenta em seu colo.

A túnica branca de Nossa Senhora do Bom Parto

A túnica branca de Nossa Senhora do Bom Parto e do Menino Jesus simbolizam a pureza. A palavra pureza tem vários significados que se aplicam à vida espiritual: significa limpidez, transparência, nitidez; inocência, singeleza, sinceridade; pureza de sentimento; pureza de intenções; virgindade, castidade. Significa também finura, elegância; correção, perfeição. Tudo isso é o que representa a túnica branca de Nossa Senhora do Bom Parto e a do Menino Jesus.

Os detalhes em dourado

Os detalhes em dourado na roupa de Nossa Senhora e do Menino Jesus simbolizam a realeza espiritual e a divindade, no caso de Jesus. Maria não é uma "deusa", porém, é a mãe terrena do Filho de Deus. Por isso, ela passou a ser chamada de "Mãe de Deus".

A capa vermelha do Menino Jesus

A capa vermelha do Menino Jesus simbolizam o Sangue e a Paixão de Cristo. Como, para deus, não há tempo, o Menino Jesus já está entregue ao sofrimento e à Paixão. Como nos diz São Paulo: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz." (Filipenses 2, 6-8)

Os bebês

Os bebês no céu, perto de Nossa Senhora e do Menino Jesus lembram-nos que o Pai nos conhece antes mesmo de nascermos: "Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações". (Jeremias 1,5) E, claro, os bebês nos falam de partos felizes, "bons partos" alcançados pela intercessão de Nossa Senhora.

As meninas

As meninas ajoelhadas em volta de Nossa Senhora nos lembram a veneração devida à nossa Mãe e a adoração prestada ao Menino Jesus no colo de Maria. Lembram-nos também mulheres, futuras mamães, que serão felizes em seus partos, com as b6ençàos de Nossa Senhora.
Oração
Maria Santíssima, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que no ventre da Senhora Santa Ana fostes concebida
sem a mácula do pecado original,
Virgem, antes de conceberdes Jesus,
por obra e graça do Espírito Santo,
Virgem durante a vossa gravidez,
Virgem depois de haverdes dado à luz do dia
Aquele que é a luz do mundo,
humildemente vos peço, pela vossa intercessão junto ao vosso Filho,
perdão para os meus pecados.
Rogo-vos, Senhora,
pelas Sete Espadas que trespassaram o vosso coração
quando vistes o vosso Filho agonizante na cruz,
a vossa proteção e a vossa assistência,
nas horas do meu parto aliviando-me as dores,
concedendo-me um feliz sucesso.
Maria, concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a vós.


Rezar três Ave Maria e uma Salve Rainha.

27 de maio - Santo Agostinho da Cantuária

Pouco se sabe a respeito da vida de Agostinho antes de ser enviado à Grã-Bretanha. Ele nasceu em Roma, Itália. Era um monge beneditino do mosteiro de Santo André, fundado pelo papa Gregório Magno naquela cidade. E foi justamente esse célebre papa que ordenou o envio de missionários às ilhas britânicas.

Agostinho era o responsável pelo mosteiro de Santo André do Monte Célio, quando o papa Gregório Magno o designou em 597 para, com mais quarenta padres, reconstruir o trabalho de evangelização da Grã-Bretanha.

Antes ele quis viajar à França, onde se inteirou das dificuldades que a missão poderia encontrar, pedindo informações aos vários bispos que evangelizaram nas ilhas e agora se encontravam naquela região da Europa. Todos desaconselharam a continuidade da missão. Mas, tendo recebido do papa Gregório Magno a informação de que a época era propícia apesar dos perigos, pois o rei de Kent, Etelberto, havia desposado a princesa católica Berta, filha do rei de Paris, ele resolveu, corajosamente, enfrentar os riscos.
A situação naquele país, porém, era de tal modo difícil que o grupo foi duramente ameaçado de represálias, caso insistisse em lá se estabelecer. Assustado, o grupo retornou a Roma e pediu a papa que desistisse da ideia. O papa, porém, tranquilizou a todos, garantindo a acolhida do rei de Kent.

E assim aconteceu. O rei não só acolheu o grupo, como garantiu-lhes a liberdade de culto. Por fim, o próprio monarca acabou por converter-se. 
No Natal de 597, mais de dez mil pessoas já tinham recebido o batismo. Entre elas, toda a nobreza da corte, precedida pelo próprio rei Etelberto. 
A notícia chegou ao papa Gregório Magno, que, com alegria, enviou mais missionários à Inglaterra. Assim, Agostinho prosseguiu e ampliou o trabalho de evangelização, fundando as dioceses de Londres e de Rochester, além de Agostinho ter conduzido a construção da famosa Basílica de Cantuária, no local onde haviam erguido uma pequena igreja. 
Com esse resultado surpreendente, Agostinho foi nomeado arcebispo da Cantuária, primeira diocese fundada por ele.

Agostinho morreu no dia 25 de maio de 604, sendo sepultado na igreja da Cantuária, que hoje recebe o seu nome e ainda guarda suas relíquias. 




sexta-feira, 26 de maio de 2017

26 de maio - Nossa Senhora do Equilíbrio

Um dia de 1967, um monge da abadia de Fattochie, em Roma, rezava distraidamente, esforçando-se para se concentrar.
Vinha-lhe à mente, de modo obsessivo, a palavra equilíbrio. Saindo da Capela, foi ao sótão do mosteiro para colocar algumas coisas em ordem. De repente, caiu-lhe nas mãos uma rude e compacta tábua sobre a qual estava fixada uma chapa metálica oxidada com o relevo de uma imagem de uma pessoa em prece, com a inscrição: “Santa Mãe do equilíbrio.”.
Inspiradamente exclamou: Santa Maria do Equilíbrio. E entregou-a ao monge Armando Paniello, que a reproduziu numa estampa com um vestido amarelo, frisado, e longo, véu azul, da cabeça aos pés, braços e mãos estendidos verticalmente até o colo, pés descalços, como que a admoestação, nesta posição hierática, um espiritual equilíbrio.
Em 19 de setembro de 1968, Dom Armando solicitou uma audiência com o Papa Paulo VI. Ao receber a estampa, o Pontífice, radiante e de braços abertos exclamou:
Santa Maria do Equilíbrio!… ah, é justamente dela que se precisa!”. 
“Qual deve ser o dia de sua festa?” – perguntou-lhe o monge.
Ao que responde o papa: 
“Dela não existe uma festa, porque deve ser invocada da manhã à noite”.

Oração a Nossa Senhora do Equilíbrio

Virgem Mãe de Deus e dos homens, MARIA. Pedimos-vos o dom do equilíbrio cristão, hoje tão necessário à Igreja e ao mundo. Livrai-nos de todo o mal; salvai-nos do egoísmo, do desânimo, do orgulho, da presunção e da dureza de coração. Dai-nos tenacidade no esforço, calma no insucesso, humildade no êxito feliz. Abri nossos corações à santidade. Fazei que pela pureza de coração, pela simplicidade e amor à verdade, possamos conhecer nossas limitações. Alcançai-nos a graça de compreender e viver a palavra de Deus. Concedei-nos que, pela Oração, Amor e Fidelidade à Igreja na pessoa do Sumo Pontífice…, vivamos em comunhão fraterna com todos os membros do Povo de Deus, Hierarquia e fiéis. Despertai-nos profundo sentimento de solidariedade entre irmãos, para que possamos viver, com Equilíbrio, a nossa Fé, na Esperança da eterna salvação. Nossa Senhora do Equilíbrio, a Vós nos consagramos, confiantes na ternura da vossa maternal Proteção.

Divino Espírito Santo, que deste a Maria todo equilíbrio emocional e físico, dai-nos a graça de abandonar em vós nossos sentimentos e emoções, desejos e aspirações, a amar acima de tudo a Deus e não querer nada que me prejudique nem me afaste da Sua Vontade. Dai-nos a graça da paciência nas demoras, do discernimento para procurar as pessoas certas que nos ajudem, da cura de nossas feridas emocionais provocadas pela falta do amor verdadeiro e de escolhas erradas. Amém.