quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

28 de fevereiro - Santas Marana e Cira


A Igreja hoje recorda a memória das santas Marana e Cira, virgens, que em Beréia, na Síria, viveram em um lugar estreito e fechado sem teto, e recebiam a comida necessária através de uma janela, mantendo sempre um absoluto silêncio.
Tudo o que sabemos sobre as santas vem da "História Religiosa" de Theodoreto de Ciro, que as conheceu pessoalmente. Neste trabalho, o bispo e historiador eclesiástico nos traz exemplos do que era um vasto movimento ascético monástico na Síria, do qual nossas duas santas faziam parte. 

Segundo o autor, embora fossem ricas e tivessem recebido educação de acordo com sua condição, ou seja, embora estivessem preparadas para viver no mundo, as duas decidiram deixar tudo para se juntar à vida penitencial que alguns homens e mulheres da região tinham. Elas então construíram uma cela estreita, com apenas uma janela para receber a comida, e sem telhado, de modo que elas foram expostas às inclemências do sol e da chuva. Theodoreto elogia a bravura dessas mulheres no combate espiritual, notando que sua força supera a dos homens, que normalmente são considerados mais fortes. Elas usavam apenas uma túnica e dedicavam seu dia à oração.

Elas passaram muitos anos nesse tipo de vida (Theodoreto as conheceu quando estavam reclusas por 42 anos). Elas recebiam a comida trazida por mulheres locais, que elas acompanhavam com seus conselhos e conversas espirituais. 

Depois de todos esses anos, alguns sacrifícios pesavam como correntes, tanto que Cira, de pele mais fraca, não conseguia ficar em pé. Para essas penitências - excessivas e incompreensíveis para nós - devemos acrescentar o completo silêncio e os prolongados jejuns. Uma vez elas deixaram sua cela estreita: era para fazer uma peregrinação aos lugares santos, e visitar a igreja de Santa Tecla. Depois de terem feito isso, inflamadas de caridade, voltaram ao confinamento. Elas morreram por volta do ano 440, e muitos milagres são atribuídos a elas.


28 de fevereiro - Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. Mc 9,41


As riquezas de que dispomos não devem servir apenas para nós; com bens injustos pode fazer-se uma obra justa e salutar, e aliviar um daqueles que o Pai destinou à Sua morada eterna. Que admirável é esta palavra de Paulo: “Deus ama quem dá com alegria” (2Co 9,7), aquele que dá esmola do coração, que semeia sem medida para colher de forma igualmente abundante, que partilha sem murmurar, sem hesitação nem reticência. […] E ainda é maior esta palavra que o Senhor diz noutro lado: «Dá a todo aquele que te pede» (Lc 6,30).

Reflete então na magnífica recompensa que te é prometida pela tua generosidade: a morada eterna. Que bom negócio! Que negócio extraordinário! Compramos a imortalidade com dinheiro; trocamos os bens perecíveis deste mundo por uma morada eterna no céu!

Se vós, os ricos, tendes sabedoria, aplicai-vos a este comércio. Por que vos deixais fascinar por diamantes e esmeraldas, por casas que o fogo devora, que o tempo faz desmoronar, que um tremor de terra derruba? Aspirai apenas a viver nos céus e a reinar com Deus. Um homem, um pobre dar-vos-á esse reino.

São Clemente de Alexandria (150-215)

Hoje celebramos:


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

27 de fevereiro - Santa Ana Line


Desde a instauração do anglicanismo pelo rei Henrique VIII, em 1531, os países da Comunidade Britânica viviam dias difíceis. Os católicos eram perseguidos, os sacerdotes ou eram expatriados ou condenados à morte. Muitos retornavam clandestinamente a Inglaterra para dar assistência religiosa aos leigos e corriam o risco de serem presos e condenados. Vários mosteiros e igrejas foram queimados. Foram anos de intensa perseguição e muitos foram os mártires da Fé católica, leigos e eclesiásticos. Tal situação perdurou ainda pelo século XVII.

Ana viveu nesta época. Ela nasceu no ano de 1567 em Dunmow, no Condado de Essex, segunda filha de William Heigham de Dunmow, e de Ana Alien. Ana havia se convertido ao catolicismo junto com seu irmão William. Depois de tentar sem sucesso fazê-la apostatar, o pai, um abastado e rigoroso calvinista, deserdou-a e ao irmão, e expulsou-os de casa.

Pouco tempo depois, provavelmente em 1586, Ana desposou Roger Line, ele também um jovem católico convertido, deserdado pelo mesmo motivo. Mas Ana logo ficou sozinha e sem recursos, porque seu esposo e seu irmão foram presos quando assistiam à Missa, naquele tempo uma grave transgressão. Depois de pagarem uma multa, foram banidos do país. Roger foi para Flandres onde recebia uma pequena pensão do Rei da Espanha, parte da qual enviava para a esposa em Londres. Ana pode contar com aquele auxílio até 1594, ano da morte de Roger Line.

Ana ficou viúva num momento em que sua saúde estava bastante afetada. Mais do que nunca teve que confiar na Divina Providência para o seu sustento.

Quando em 1595 o jesuíta Padre João Gerard instituiu em Londres uma casa de refúgio para os sacerdotes que retornavam secretamente à cidade, ou que já exercitavam o ministério, Ana foi chamada para governá-la e administrá-la, encargo que ela desenvolveu dia a dia com o afeto de uma mãe e a devoção de uma criada.

Em 1597, como esta casa se tornara insegura após a fuga do Padre Gerard da prisão da Torre, um novo local foi escolhido e Ana nele continuou a desempenhar suas funções. 

No dia 2 de fevereiro de 1601, Festa da Purificação, o Padre Francisco Page, S.J. estava rezando a Missa das Candeias na casa administrada por Ana Line, quando guardas vieram prendê-lo. Um vizinho o havia delatado. O padre conseguiu esconder-se num local especialmente preparado por Ana para isto, e depois fugiu. Mas Ana e dois leigos foram capturados e levados para a prisão de Newgate.

No dia 26 de fevereiro de 1601 ela foi levada ao tribunal de Old Bailey. Ana estava tão fraca, que foi necessário conduzi-la sobre uma cadeira, tão grave eram suas condições de saúde. O juiz Popham a processava sob a alegação de ter dado refúgio e assistência aos padres missionários

Ela disse à corte que longe de arrepender-se de haver ocultado um padre, ela somente se entristecia por “não poder receber mil”. Foi acusada segundo a ata 27 da Rainha Elisabeth, quer dizer, por dar albergue a um sacerdote, ainda quando isto não pudesse provar-se, e condenada pelo juiz John Popham a pena capital: seria enforcada no dia seguinte em Tyburn.

No dia seguinte foi levada à forca e valentemente proclamando sua fé alcançou o martírio pelo que havia rogado. Seu destino foi compartilhado com dois sacerdotes, o Beato Mark Barkworth, O.S.B. e o Beato Roger Filcock, S.J., que foram executados no mesmo dia. Sendo mulher, foi poupada do esquartejamento que eles sofreram.
No cadafalso, antes de colocar a cabeça no laço, declarou em voz alta dirigindo-se à multidão que assistia as execuções: “Fui condenada à morte por ter concedido refúgio a um padre católico; contudo estou tão longe de arrepender-me, que desejaria de todo coração ter hospedado mil em vez de um só”.

Ana Line foi beatificada pelo Papa Pio XI em 15 de dezembro de 1929, e canonizada pelo Papa Paulo VI em 25 de outubro de 1970, junto com os 40 Mártires da Inglaterra e Gales.

Santa Ana Line é patrona dos casais sem filhos, dos convertidos, das viúvas.


27 de fevereiro - Quem não é contra nós é a nosso favor. Mc 9,40


Os discípulos tinham visto que um homem, que não fazia parte do grupo dos seguidores de Jesus, expulsava demônios em nome de Jesus, e por isso queriam impedi-lo. João, com o entusiasmo zeloso típico dos jovens, refere o acontecimento ao Mestre, procurando o seu apoio; mas Jesus, ao contrário, responde: Não lhe proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós, é por nós.

João e os outros discípulos manifestam uma atitude de fechamento, diante de um acontecimento que não faz parte dos seus esquemas, neste caso a ação até boa de uma pessoa “externa” ao círculo dos seguidores. Ao contrário, Jesus parece muito livre, plenamente aberto à liberdade do Espírito de Deus, que na sua ação não é limitado por confim nem espaço algum. Jesus quer educar os seus discípulos, e hoje também nós, para esta liberdade interior.

É bom refletir sobre este episódio, e fazer um pouco de exame de consciência. A atitude dos discípulos de Jesus é muito humana, deveras comum, e podemos encontrá-la nas comunidades cristãs de todos os tempos, provavelmente até em nós mesmos. Em boa-fé, aliás com zelo, gostaríamos de proteger a autenticidade de uma certa experiência, tutelando o fundador ou o líder contra os falsos imitadores. Mas, ao mesmo tempo, há como que o medo da “concorrência” — e é feio ter medo da concorrência — que alguém possa subtrair novos seguidores, e então não conseguimos apreciar o bem que os outros praticam: não está bem, porque “não é dos nossos”. Aliás, aqui está a raiz do proselitismo. E a Igreja — dizia o Papa Bento — não cresce por proselitismo, mas por atração, isto é, cresce pelo testemunho dado aos outros, mediante a força do Espírito Santo.

A grande liberdade de Deus ao doar-se a nós constitui um desafio e uma exortação a modificar as nossas atitudes e os nossos relacionamentos. É o convite que nos dirige Jesus hoje. Ele exorta-nos a não pensar segundo as categorias de “amigo/inimigo”, “nós/eles”, “quem está dentro/quem está fora”, “meu/teu”, mas a ir além, a abrir o coração para poder reconhecer a sua presença e a ação de Deus inclusive em âmbitos incomuns e imprevisíveis, e em pessoas que não fazem parte do nosso círculo.

Papa Francisco – 30 de setembro de 2018

Hoje celebramos:

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

26 de fevereiro - Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos! Mc 9,35


Depois que Pedro, em nome dos discípulos, professou a fé nele, reconhecendo-o como o Messias, Jesus começou a falar abertamente daquilo que lhe acontecerá no fim. Jesus diz: O Filho do homem — expressão com a qual se designa a si mesmo — será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; mas ressuscitará três dias depois da sua morte. No entanto, os discípulos não compreendiam estas palavras; e tinham medo de lhe perguntar.

Parece evidente que entre Jesus e os discípulos havia uma profunda distância interior; encontram-se, por assim dizer, em duas dimensões diferentes, de modo que os discursos do Mestre não são compreendidos, ou o são só superficialmente. Após o segundo anúncio da paixão, os discípulos põem-se a discutir sobre qual deles é o maior.

O que nos diz tudo isto? Recorda-nos que a lógica de Deus é sempre outra em relação à nossa, como o próprio Deus revelou pela boca do profeta Isaías: Os meus pensamentos não são os vossos, / e o vosso modo de agir não é o meu. Por isso, seguir o Senhor exige sempre do homem uma profunda conversão — de todos nós — uma mudança do modo de pensar e de viver, requer que abramos o coração à escuta, para nos deixarmos iluminar e transformar interiormente.

Um ponto-chave em que Deus e o homem se diferenciam é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque Ele é toda a plenitude e está totalmente propenso para amar e dar vida; em nós homens, ao contrário, o orgulho está intimamente arraigado e exige vigilância e purificação constantes. Nós, que somos pequeninos, aspiramos a parecer grandes, a ser os primeiros; enquanto Deus, que é realmente grande, não tem medo de se humilhar e de se fazer último.

Papa Bento XVI – 23 de setembro de 2012

Hoje celebramos:

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

25 de fevereiro - Beata Rani Maria Vattalil


“A Irmã Vattalil testemunhou Cristo no amor e na gentileza, e se une à longa fila de mártires do nosso tempo. O seu sacrifício seja uma semente de fé e de paz, especialmente na terra indiana. Era tão boa que a chamavam de ‘a irmã sorriso’.” 
Papa Francisco – 06 de novembro de 2017

"Irmã Vattalil tinha fome e sede de justiça. Por isto foi morta, em 25 de fevereiro de 1995, enquanto viajava de ônibus para Bhopal. O assassino desferiu 54 golpes de faca em seu corpo. Foi um verdadeiro massacre. Enquanto era morta, a Irmã repetia o nome de Jesus". 
 Cardeal Ângelo Amato

Na manhã de 25 de fevereiro de 1995, Irmã Rani Maria, viajava no ônibus que a levava de Udayanagar para Indore (Índia), quando foi atacada e assassinada por Samander Singh, um matador, com 54 facadas.
O assassinato de Rani Maria Vattalil ocorreu diante de dezenas de passageiros, depois que Samandar foi induzido pelo líder hindu Jeevan Singh. Este último era uma das diversas pessoas que não concordavam com o trabalho social que a religiosa realizava com as mulheres da aldeia, organizando grupos de autoajuda para afastá-las de credores agressivos.
As ameaças das quais foi alvo antes de ser assassinada não a intimidaram, ao contrário, fizeram-na mais generosa na doação de si mesma: “Tenho a forte convicção de ter sido escolhida para os pobres e os oprimidos. Estou feliz por trabalhar para eles, porque eles também são filhos de Deus, nossos irmãos e irmãs”.
A hostilidade contra a Irmã Rani e contra sua maneira de anunciar o Reino de Deus aumentou nos últimos momentos, depois que pôde tirar da prisão alguns católicos que tinham sido vítimas de uma armadilha. Seus inimigos decidiram, portanto, livrar-se dela e decretaram sua morte.
Declarada “Mártir dos Marginalizados” por suas irmãs de Congregação, morreu repetindo muitas vezes o Santo Nome de Jesus.


25 de fevereiro - Jesus disse: “Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé”. Mc 9,23


Temos necessidade não só do pão material, mas precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajude a viver com um sentido autêntico também na crise, nas obscuridades, nas dificuldades e nos problemas quotidianos.
A fé oferece-nos precisamente isto: é um entregar-se confiante a um “Tu”, que é Deus, o qual me confere uma certeza diversa, mas não menos sólida do que aquela que me deriva do cálculo exato ou da ciência.
A fé não é simples assentimento intelectual do homem a verdades particulares sobre Deus; é um gesto mediante o qual me confio livremente a um Deus que é Pai e que me ama; é adesão a um “Tu” que me dá esperança e confiança.

Sem dúvida, esta adesão a Deus não está isenta de conteúdos: com ela estamos conscientes de que o próprio Deus nos é indicado em Cristo, mostrou o seu rosto e fez-se realmente próximo de cada um de nós. Aliás, Deus revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é incomensurável: na Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus que se fez homem, mostra-nos do modo mais luminoso até que ponto chega este amor, até ao dom de si mesmo, até ao sacrifício total. Com o mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce até ao fundo na nossa humanidade, para a restituir, para a elevar à sua altura.

A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, perante o mal e a morte, mas é capaz de transformar todas as formas de escravidão, oferecendo a possibilidade da salvação. Então, ter fé é encontrar este “Tu”, Deus, que me sustém e me faz a promessa de um amor indestrutível, que não só aspira à eternidade, mas também a concede; é confiar-me a Deus com a atitude da criança, a qual sabe bem que todas as suas dificuldades, todos os seus problemas estão salvaguardados no “tu” da mãe.

E esta possibilidade de salvação através da fé é um dom que Deus oferece a todos os homens. Penso que deveríamos meditar mais frequentemente — na nossa vida quotidiana, caracterizada por problemas e situações por vezes dramáticas — sobre o fato de que crer cristãmente significa este abandonar-se com confiança ao sentido profundo que me sustém, a mim e ao mundo, àquele sentido que não somos capazes de nos darmos a nós mesmos, mas só de receber como dádiva, e que é o fundamento sobre o qual podemos viver sem temor.
Temos que ser capazes de anunciar com a palavra e de mostrar com a nossa vida cristã esta certeza libertadora e tranquilizadora da fé.
Papa Bento XVI – 24 de outubro de 2012

Hoje celebramos:



domingo, 24 de fevereiro de 2019

24 de fevereiro - Beato Tomás Maria Fusco


Tomás Maria Fusco, sétimo de oito filhos, nasceu em Paga-ni (Itália), no dia 1 de dezembro de 1831. Seu pai chamava-se Antônio e era farmacêutico; sua mãe, Stella Giordano, era de família nobre; ambos tinham uma conduta moral e religiosa íntegra, e souberam formá-lo na piedade cristã e na caridade para com os pobres.

Tomás foi batizado no mesmo dia em que nasceu,  ainda em tenra idade ficou órfão de mãe, vítima de uma epidemia de cólera em 1837 e, poucos anos mais tarde, em 1841, também de pai. A partir de então, confiou-se a sua formação ao tio paterno, Pe. José, que foi o seu professor nos estudos primários.

Já a partir de 1839, ano da canonização de Santo Afonso Maria de Ligório, o pequeno Tomás sonhava com a igreja e o altar e, finalmente, em 1847 entrou no Seminário diocesano de Nocera, de onde em 1849 o seu irmão Rafael sairá consagrado sacerdote.
No dia 1 de abril de 1851, Tomás Maria recebeu o Sacramento da Crisma e, em 22 de dezembro de 1855, depois da formação seminarística, recebeu a Ordenação presbiteral.
Nesses anos de experiências dolorosas, em virtude da morte de algumas pessoas que lhe eram queridas, às quais se acrescentava a do seu tio (1847) e do jovem irmão Rafael (1852), desenvolveu-se em Tomás Maria uma devoção já alimentada por toda a família Fusco: a Cristo Paciente e à sua Santíssima Mãe das Dores, como recordam os seus biógrafos: “Era devotíssimo do Crucificado e sempre conservou esta devoção”.

Desde o início do seu ministério cuidou da formação das crianças, para as quais abriu em sua casa uma Escola Matutina e restabeleceu a Capela Noturna para os jovens e os adultos na Igreja paroquial de São Félix e do Corpo de Cristo, com a finalidade de promover a sua formação humana e cristã.
Ela transformou-se num autêntico lugar de conversões e de oração, como se tinha verificado na experiência de Santo Afonso.
Em 1857 foi admitido na Congregação dos Missionários de Nocera, com o título de São Vicente de Paulo, tendo sido introduzido num longo itinerário missionário, especialmente nas regiões da Itália meridional.

Em 1860 foi nomeado Capelão do Santuário de Nossa Senhora do Carmo, chamada “das Galinhas” em Pagani, onde desenvolveu as associações católicas masculinas e femininas, erigiu um altar ao Crucificado e criou a piedosa União para o culto ao Preciosíssimo Sangue de Jesus.

Em 1862 abriu em sua casa uma Escola de Teologia moral destinada à habilitação dos sacerdotes para o ministério do confessionário, inflamando-os no amor ao Sangue de Cristo; nesse mesmo ano, instituiu a Companhia (sacerdotal) do Apostolado Católico para as missões populares, e em 1874 obteve do Papa Pio IX, a aprovação da mesma.
Profundamente amargurado pela desgraça de uma órfã, no dia 6 de janeiro, Epifania do Senhor de 1873, depois de uma atenta preparação na oração de discernimento, Pe. Tomás Maria fundou a Congregação das Filhas da Caridade do Preciosíssimo Sangue. A obra teve início na igreja de Nossa Senhora do Carmo, com a entrega do hábito às primeiras três Religiosas, e bênção do primeiro Orfanato para sete pequenas órfãs pobres dessa localidade. Sobre a nascente Família religiosa e sobre o Orfanato, não tardou a descer também a bênção do Papa, que com esta finalidade fora invocado.

Pe. Tomás Maria continuou a dedicar-se ao ministério sacerdotal com a pregação de exercícios espirituais e de Missões populares; e ao longo deste itinerário apostólico nasceram as numerosas fundações de Casas e Orfanatos, que assinalaram a sua caridade heroica, ainda mais intensa de forma especial nos últimos vinte anos da sua vida (1870-1891).

Aos compromissos de Fundador e Missionário apostólico, ele associou também os trabalhos de Pároco (1874-1887) na igreja matriz de São Félix e do Corpo de Cristo, em Pagani; de Confessor extraordinário das Monjas de clausura nessa mesma localidade e em Nocera; e, nos últimos anos de vida, de Diretor espiritual da Congregação laical no Santuário de Nossa Senhora do Carmo.
Tornando-se objeto de inveja pelo bem realizado com o seu ministério e pela vida de sacerdote exemplar, muito cedo Pe. Tomás Maria viria a padecer humilhações e perseguições até à infamante calúnia de 1880, que lhe fora lançada por um seu irmão no sacerdócio. Mas, sustentado pelo Senhor, foi com amor que ele carregou aquela cruz que o seu Bispo D. Ammirante lhe tinha preconizado no momento da fundação: “Você escolheu o título do Preciosíssimo Sangue? Pois bem, prepare-se para beber o cálice amargo”.

Nos momentos da provação, extremamente árdua, mas suportada em silêncio, ele repetia: “O trabalho e o sofrimento por Deus sejam sempre a vossa glória, e das obras e das dores que padeceis, Deus seja a vossa consolação na terra e a vossa recompensa no céu. A paciência é como a salvaguarda e o sustentáculo de todas as virtudes”.

Debilitado por uma doença no fígado, Pe. Tomás Maria concluiu piedosamente a sua existência terrestre no dia 24 de fevereiro de 1891, com 59 anos de idade, rezando com o velho Simeão: «Nunc dimittis servum tuum, Domine, secundum verbum tuum, inpace» (Lc 2, 29).

Gozava de fama de santidade no meio do presbitério diocesano, do povo em geral e das suas filhas espirituais, que receberam o seu carisma e hoje o testemunham nas várias regiões do mundo onde desempenham o próprio apostolado, em comunhão com a Igreja.

No dia 7 de julho de 2001 foi reconhecido o aspecto milagroso da cura da sra. Maria Battaglia, cura esta que teve lugar na localidade de Sciacca, Agrigento (Itália) a 20 de agosto de 1964, por intercessão de Pe. Tomás Maria Fusco.

Foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 07 de fevereiro de 2001.

24 de fevereiro - A vós, que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Lc 6,27


O Evangelho deste domingo contém uma das palavras mais típicas e fortes da pregação de Jesus: "Amai os vossos inimigos". Jesus pronunciou-o na Galileia, no início da sua vida pública: quase uma "declaração" apresentada a todos, com a qual Ele pede a adesão dos seus discípulos, propondo-lhes em termos radicais o seu modelo de vida. Mas qual é o sentido desta sua palavra? Por que Jesus pede para amar os próprios inimigos, isto é, um amor que excede as capacidades humanas?

Na realidade, a proposta de Cristo é realista, pois considera que no mundo existe demasiada violência, demasiada injustiça, e portanto, não se pode superar esta situação exceto se lhe contrapuser um algo mais de amor, um algo mais de bondade. Este "algo mais" vem de Deus: é a sua misericórdia, que se fez carne em Jesus e que sozinha pode "inclinar" o mundo do mal para o bem, a partir daquele pequeno e decisivo "mundo" que é o coração do homem.

Exatamente esta página evangélica é considerada a magna carta da não-violência cristã, que não consiste em entregar-se ao mal segundo uma falsa interpretação do "oferecer a outra face" mas em responder ao mal com o bem, quebrando dessa forma a corrente da injustiça. Então, compreende-se que a não-violência para os cristãos não é um mero comportamento táctico, mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e do seu poder, que não tem medo de enfrentar o mal somente com as armas do amor e da verdade.

O amor ao inimigo constitui o núcleo da "revolução cristã", uma revolução baseada não em estratégias de poder económico, político ou mediático. A revolução do amor, um amor que definitivamente não se apoia nos recursos humanos, mas é dom de Deus que se obtém confiando unicamente e sem reservas na sua bondade misericordiosa. Eis a novidade do Evangelho, que muda o mundo sem fazer rumor. Eis o heroísmo dos "pequenos", que creem no amor de Deus e o difundem até à custa da vida.

Papa Bento XVI – 18 de fevereiro de 2007

Hoje celebramos:


sábado, 23 de fevereiro de 2019

23 de fevereiro - Madona do Divino Pranto


O colégio Marcelino di Cernusco era mais usado como lar de idosos para as freiras idosas e um abrigo para as doentes. Em 1922, uma jovem de 27 anos, a irmã Elisabetta Redaelli, foi atingida por um mal desconhecido: ela sofria de hemoptise frequente, sendo impedida em suas funções mais elementares e, além disso, tornava-se progressivamente cega.

Em 6 de janeiro de 1924, no entanto, ocorreu um fato que mudou o curso de sua existência. Por volta das dez e meia da noite, as irmãs que a observavam na enfermaria pensaram tê-la ouvido falar durante o sono; na verdade, como ela disse mais tarde, estava acordada. Ela havia visto uma bela dama que a consolara: "Reze, confie e espere; Eu voltarei de 22 para 23". Como ela fez para "ver" apesar de ter perdido o uso dos olhos, as irmãs não entenderam isto. 

No mês seguinte, no dia 3 de fevereiro, a irmã Elizabeth foi encontrada em lágrimas: ela entendeu que a Senhora voltaria do dia 2 para o dia 3 do mês seguinte à sua primeira visita, por isso temia não voltar porque não tinha sido "boa o suficiente", como repetiu para as outras freiras. 

Às 22h45 do dia 22 de fevereiro, dia em que o médico declarara sua condição desesperadora, ela viu novamente a visitante sobrenatural, reconhecendo-a como Nossa Senhora. Ela usava um manto celestial e segurava o Menino Jesus perto do coração, com grandes lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele não chorava, no entanto, por causa dos pecados da vidente: "A Criança chora - disse a Virgem com um sorriso triste - porque ele não é amado o suficiente, procurado, desejado também pelas pessoas que se consagraram".

Embora a Irmã Elizabeth tenha pedido para ser levada para o Céu, porque agora era considerado um fardo para as irmãs, a interlocutora celestial respondeu: “Você deve ficar aqui para dizer isso!”. De repente, a mulher doente sentiu-se obrigada a pedir um sinal para ser acreditada: "Eu sou capaz de lhe dar saúde!" A visão respondeu, em seguida, desapareceu. 

Pouco depois, a jovem doente começou a gritar como se estivesse sofrendo de grande dor física. A irmã Emilia Gariboldi, que presenciara a cena junto com uma enfermeira irmã, embora não visse nada e ouvisse apenas as palavras pronunciadas por ela, agarrou-a firmemente antes que ela pulasse da cama: “Estou curada!”, respondia ela. Toda a casa em Cernusco foi tomada por um turbilhão de alegria com o milagre, a notícia de que logo se espalhou para a aldeia. A interessada direta, maravilhada com a comoção, comentava: "Mas a Madonna sabe como fazer isso e muito mais!" 

Irmã Elisabetta, para fugir da curiosidade do povo, foi designada para a Casa Mãe na Via Quadronno, em Milão, onde por muitos anos se dedicou às meninas que frequentavam a escola. Quando alguém lhe fazia perguntas sobre os eventos que a envolveram, ela inteligentemente desviava o discurso, fiel à tarefa de não contar mais nada. De qualquer forma, ela pediu que não falássemos muito sobre ela, mas sim sobre a Madonna. Ela morreu em 15 de abril de 1984, após retornar a Cernusco. 

A sala da enfermaria onde a segunda aparição acontecera foi transformada em capela, onde foi colocada uma estátua que, exatamente como Santa Bernadette definiu a Imaculada de Lourdes, era muito semelhante, mas não idêntica à visão. No fundo, protegido por uma redoma, o ponto exato em que a Virgem colocou seus pés é visível. No arco da capela, que pode ser visitado livremente após o contato com as freiras, destaca-se a forma de uma árvore com frutos singulares: corações de prata, símbolos de graças recebidas. A aparição se chamava "Madonna del Divin Pianto", porque não era o choro dela, mas do bebê que ela segurava nos braços. 

Quanto à aprovação oficial, o Beato Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster, quando foi informado do incidente, comentou que a Madonna teria feito o que queria. Pouco depois do octogésimo aniversário da aparição, o cardeal Carlo Maria Martini autorizou a nomeação de uma paróquia de Cernusco com esse nome, que atualmente faz parte da Comunidade Pastoral de Nazaré (há também a paróquia de Nossa Senhora do Divino Pranto em São Paulo no Brasil). Estas declarações representam para Marcelline uma aprovação da autoridade de forma indireta, embora não formal, desses eventos sobrenaturais. 

Todos os anos a Comunidade Pastoral e as Irmãs recordam o acontecimento com uma série de celebrações. No dia 22 de fevereiro, às 23 horas, uma comemoração da aparição acontece. Pela manhã, uma missa solene é celebrada pela manhã na igreja paroquial da Madonna del Divin Pianto, seguida pela tarde por um rosário itinerante com a estátua da Madonna, partindo do Colégio Marcelino e chegando ao Divino Pianto.

23 de fevereiro - Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles.Mc 9,2


O episódio da transfiguração de Cristo é confirmado de modo concorde pelos Evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Os elementos essenciais são dois: antes de tudo, Jesus sobe com os discípulos Pedro, Tiago e João a um monte alto e lá foi transfigurado diante deles, o seu rosto e as suas vestes irradiaram uma luz resplandecente, enquanto ao lado d’Ele apareceram Moisés e Elias; em segundo lugar, uma nuvem envolveu o cimo do monte e dela ouviu-se uma voz que dizia: Este é o Meu Filho muito amado, ouvi-o! Portanto, a luz e a voz: a luz divina que resplandece no rosto de Jesus, e a voz do Pai celeste que testemunha por Ele e dá a ordem de O ouvir.

O mistério da transfiguração não deve ser separado do contexto do caminho que Jesus está a percorrer. Ele já se orientou decididamente para o cumprimento da sua missão, sabendo bem que, para alcançar a ressurreição, deverá passar sempre através da paixão e da morte de cruz. Disto falou abertamente aos discípulos, os quais contudo não compreenderam, aliás, recusaram esta perspectiva, porque não pensam segundo Deus, mas segundo os homens. Por isso, Jesus leva consigo três deles ao monte e revela a sua glória divina, esplendor de Verdade e de Amor. Jesus quer que esta luz possa iluminar os seus corações quando atravessarem a escuridão espessa da sua paixão e morte, quando o escândalo da cruz for para eles insuportável. Deus é luz, e Jesus deseja doar aos seus amigos mais íntimos a experiência desta luz, que habita n’Ele. Assim, depois deste acontecimento, será neles luz interior, capaz de os proteger dos assaltos das trevas. Também na noite mais escura, Jesus é a lâmpada que nunca se apaga. Santo Agostinho resume este mistério com uma expressão lindíssima; diz: “Aquilo que o sol que vemos é para os olhos do corpo, o mesmo é [Cristo] para os olhos do coração”.

Amados irmãos e irmãs, todos nós precisamos de luz interior para superar as provas da vida. Esta luz vem de Deus, e é Cristo quem a concede, Ele, no qual habita a plenitude da divindade. Subamos com Jesus ao monte da oração e, contemplando o seu rosto cheio de amor e de verdade, deixemo-nos colmar interiormente pela sua luz.

Papa Bento XVI – 04 de março de 2012

Hoje celebramos:

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

22 de fevereiro - Beata Isabel da França


A Princesa Isabel da França, irmã mais nova do Rei São Luis IX, nasceu em 1225, filha do Rei Luis VIII e da Rainha Santa Branca de Castela.
Educada pela mãe numa religiosidade profunda e severa, desde a infância Isabel se distinguia pela piedade. Uma longa enfermidade fez amadurecer nela a decisão de se dedicar às suas práticas de piedade, às leituras piedosas e ao cuidado dos pobres. Se distinguiu particularmente pelo culto às relíquias dos santos e por manter os Cruzados. Desde a adolescência Isabel mostrava desprezo pelo luxo que a circundava.

Após ter recusado não poucos pretendentes e com firmeza responder negativamente ao Papa Inocêncio IV, que lhe havia escrito pedindo que ela aceitasse a mão do Rei Conrado de Jerusalém pelo bem da Cristandade, pediu e obteve a permissão para emitir o voto de perpétua virgindade.

Em 1226 seu irmão subira ao trono e foi ele quem lhe inspirou a caridade com os pobres e o fervor religioso: todos os dias Isabel convidava à sua mesa numerosos mendigos e visitava os doentes e os pobres.
    
São Luis IX tomou parte em duas Cruzadas, que não tiveram um resultado feliz, e quando foi feito prisioneiro no Egito, durante a primeira Cruzada, foi um duro golpe para Isabel, pois ela subvencionava a manutenção de dez cavaleiros para a recuperação dos locais santos.

Outra figura que influenciou sua vida foi Santa Clara de Assis; e em 1252, após a morte de sua mãe, Isabel decidiu fundar um mosteiro em Longchamp,

O Rei Luis IX aprovou e financiou o projeto e alguns franciscanos, entre os quais São Boaventura, foram chamados para colaborar na formulação da regra e das constituições. O novo mosteiro foi dedicado à Humildade da Bem-aventurada Virgem Maria.

A Princesa não adotou a regra de Santa Clara: ela escreveu uma regra que mitigava o voto de pobreza, especialmente para uma comunidade de religiosas de origem nobre. Esta regra foi aprovada em 1263 pelo Papa Urbano IV e foi adotada por outros mosteiros de Clarissas, principalmente na França.

Isabel dotou o convento de boa parte de bens destinados à sua própria sobrevivência e continuou sua atividade de assistência aos pobres. Muito provavelmente ela jamais emitiu os votos perpétuos devido a sua saúde precária. A decisão de viver em um local separado do edifício, sem um contato estreito com as celas das Irmãs, parece ter sido o resultado de sua humildade unido ao desejo de se proteger de uma eventual eleição a abadessa.

Por dez anos ela levou no mosteiro uma vida de jejuns, penitências, contemplação e oração. Viveu santamente em Longchamo até sua morte que ocorreu depois de dois anos de enfermidade.
Antes de sua morte, ocorrida em 22 de fevereiro de 1270, o seu capelão, o confessor e a Irmã Inês, sua futura biógrafa, foram testemunhas de seu êxtase. Poucos meses depois, seu santo irmão morria em Tunis, ao retornar da segunda Cruzada.

Isabel foi beatificada em 3 de janeiro de 1521 pelo Papa Leão X.



22 de fevereiro - Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Mt 16,18


O texto evangélico de hoje apresenta Pedro que, movido por uma inspiração divina, exprime firmemente a sua fé em Jesus, o Filho de Deus e o Messias prometido. Respondendo a esta profissão clara de fé, que Pedro faz também em nome dos outros Apóstolos, Cristo revela-lhe a missão que pensa confiar-lhe: ser a “pedra”, a “rocha”, o alicerce visível sobre o qual será construído todo o edifício espiritual da Igreja. Esta denominação de rocha-pedra não alude ao caráter da pessoa, mas só é compreensível a partir dum aspecto mais profundo, a partir do mistério: através do encargo que Jesus lhe confere, Simão Pedro tornar-se-á aquilo que ele não é mediante a carne e o sangue. 

A “cátedra” é a cadeira reservada ao Bispo, da qual deriva o nome catedral, atribuído à igreja em que, precisamente, o Bispo preside à liturgia e ensina ao povo.
A Cátedra de São Pedro, representada na abside da Basílica do Vaticano por uma escultura monumental de Bernini, é símbolo da missão especial de Pedro e dos seus sucessores de apascentar o rebanho de Cristo mantendo-o unido na fé e na caridade.
Já no início do século II santo Inácio de Antioquia atribuía à Igreja que está em Roma um primado singular, saudando-a na sua carta aos Romanos, como aquela que “preside na caridade”. Esta tarefa especial de serviço deriva para a Comunidade romana e para o seu Bispo do fato de que nesta Cidade derramaram o seu sangue os Apóstolos Pedro e Paulo, além de numerosos outros Mártires.
Assim, voltamos ao testemunho do sangue e da caridade. Portanto, a Cátedra de Pedro é sim sinal de autoridade, mas de Cristo, fundamentada na fé e no amor.

Papa Bento XVI – 19 de fevereiro de 2012

Hoje celebramos:


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

21 de fevereiro - “Quem dizem os homens que eu sou?” Mc 8,27


No evangelho vemos representadas, de certo modo, duas formas diferentes de conhecer Cristo. O primeiro consistiria num conhecimento externo, caracterizado pela opinião corrente. À pergunta de Jesus: Quem dizem os homens que é o Filho do Homem? os discípulos respondem: Uns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas. Isto é, considera-se Cristo como mais um personagem religioso junto aos que já são conhecidos. Depois, dirigindo-se pessoalmente aos discípulos, Jesus pergunta-lhes: E vós, quem dizeis que Eu sou? Pedro responde formulando a primeira confissão de fé: Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. A fé vai mais longe que os simples dados empíricos ou históricos, e é capaz de apreender o mistério da pessoa de Cristo na sua profundidade.

A fé, porém, não é fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus: És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que lhe revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua intimidade e nos convida a participar da sua própria vida divina. A fé não se limita a proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma relação pessoal com Ele, a adesão de toda a pessoa, com a sua inteligência, vontade e sentimentos, à manifestação que Deus faz de Si mesmo. Deste modo, a pergunta de Jesus: E vós, quem dizeis que Eu sou? no fundo está impelindo os discípulos a tomarem uma decisão pessoal em relação a Ele. Fé e seguimento de Cristo estão intimamente relacionados.

E, dado que supõe seguir o Mestre, a fé tem que se consolidar e crescer, tornar-se mais profunda e madura, à medida que se intensifica e fortalece a relação com Jesus, a intimidade com Ele. Também Pedro e os outros apóstolos tiveram que avançar por este caminho, até que o encontro com o Senhor ressuscitado lhes abriu os olhos para uma fé plena.

Papa Bento XVI – 21 de agosto de 2011

Hoje celebramos:
São Pedro Damião

21 de fevereiro - São Robert Southwell


Robert Southwell nasceu no final de 1561, em Horsham, muito perto de Norwich, na Inglaterra. Era uma época de perseguição aos católicos, no entanto os Southwell mantêm, em seu castelo, um padre católico, pelo menos nos primeiros anos de Robert. Não sabemos o porquê, talvez, porque sua mãe fosse católica. 
A infância de Roberto é muito calma. Ele é o mais novo de uma família de oito filhos, cinco mulheres e três homens. Em tudo é semelhante aos outros filhos nobres da região.

Em 1571 sua mãe Bridget passou muito tempo na casa de seu irmão Thomas Copley. Robert tem dez anos e vai com ela. Na costa sul da Inglaterra, o catolicismo é forte e a fé é praticada em muitas casas. Os padres chegam, celebram as missas, instruem e confessam.
Pouco a pouco, Roberto começa a praticar a fé de sua mãe. Já se fala dos sacerdotes que estão sendo formados no continente, no Seminário fundado em Flandres por Sir William Allen, que foi exilado pela fé. Bridget, quando ele retorna a Horsham, deixa Roberto na casa da tia. Lá ele pode garantir a fé que você encontrou.
Logo depois, Thomas Copley e sua família decidiram se exilar. Por fé é mais seguro viver no continente. Roberto se muda para morar com seu primo John Cotton localizado em uma enseada ao largo da costa de Warblington. A família Cotton é muito católica. O filho mais velho, Ricardo, é aluno de um colégio jesuíta na Bégica.

Em 1576, Robert e seu primo John atravessam o Canal e passam para a França. De Paris, o agente leva-os a Flandres e entrega-os em segurança a Sir William Allen. 
Na Escola de Inglês existem cento e vinte meninos de diferentes idades, entre 15 e 25 anos de idade. Todos eles vêm da Inglaterra e têm bons estudos. Os tutores são em sua maioria formados em Oxford. O objetivo de Sir William Allen é preparar padres para a Inglaterra.

Roberto agora flutua entre a Cartuxa que o atrai por causa de suas austeridades e a Companhia de Jesus que pode tornar possível que ele volte à Inglaterra para pregar a fé. O padre Darbyshire não o influencia. Na oração você deve encontrar o caminho. Ensina-o a orar. Da a ele os exercícios. A calma retorna, mas a decisão ainda não está clara.
Em 15 de junho de 1577, Roberto retorna a Flandres. Lá ele fará a determinação final. Sua estadia em Paris foi de seis meses.
Ora muito e faz penitência. Ele sabe que deve se render, mas o consolo não vem. Ele novamente conversa com um jesuíta, desta vez com o padre Columbus. Finalmente ele decide pela Companhia de Jesus.

Robert Southwell decide viajar para Roma. Talvez ele pense no jovem Stanislaus de Kostka que viajou de Viena para a Cidade Eterna dez anos antes. Com o padre Edmund Holt e três outros meninos ingleses, ele parte. Eles passam por Paris. No colégio de Clermont, ele cumprimenta seu amigo Pe. Darbyshire, obtém sua bênção e continua sua jornada.

Em 17 de outubro de 1578, foi recebido no noviciado de San Andrés del Quirinal. 
Em 18 de outubro de 1580, ele pronuncia os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. "Minha alma agora está unida ao Crucificado. A semelhança total é amor. Não me lembrar de mim é esquecer".

Imediatamente Robert é transferido para a Escola de Inglês, em Campo de Fiori. Ele deve iniciar cursos de teologia na Universidade Gregoriana e, ao mesmo tempo, ser o tutor de estudos filosóficos de seus compatriotas ingleses.
Em 1585, aos vinte e quatro anos, ele recebeu ordenação sacerdotal em Roma. Ele é imediatamente nomeado Prefeito Geral de Estudos e Diretor da Congregação Mariana em seu amado Colégio Inglês.
O trabalho continua o mesmo. Mas o coração de Roberto está na Inglaterra. De novo e de novo ele ora e discerne.
"O desejo de martírio é sempre muito presente em mim, com força, humildade e devoção. Contudo, não posso ter certeza de que esse desejo é uma garantia de dar a própria vida pela defesa da fé. Eu manifestei meus desejos ao Superior, que ele decide. Vida e morte estão em suas mãos, querido Jesus. Qualquer um que dê não é uma perda para você, mas a morte para mim é um ganho. Então, deixe-me morrer e chegar até você, querido Jesus. Não faça o que eu quero, mas o que você quer. Deixe sua vontade ser feita."

Em janeiro de 1586, ele enviou ao Padre Claudio Acquaviva seu relatório sobre o progresso da Escola de Inglês. No final, ele coloca um parágrafo com seu pedido há tanto tempo discernido.
"Com relação a mim, quero adicionar apenas uma coisa. Eu tenho orado muito e quero com toda a minha alma. Você decidiu que eu me entregarei aos ingleses aqui em Roma. Mas também pode ser sua decisão, inspirada por Deus, que eu tenha a mesma missão na Inglaterra, com o martírio como meta. Eu nunca vou parar de competir com Deus, em oração, para alcançar esta graça. Eu peço ao Senhor para mantê-lo por muitos anos."

Padre Geral agora tem que discernir. Ora muito e decide: Padres Enrique Garnet e Robert Southwell irão para a Inglaterra.
São Roberto escreve sua última carta do continente para seu amigo Pe. John Deckers, que mora no Colégio de Douai:
"Finalmente cheguei à beira da morte. Peço-lhe que me ajude com suas orações. Eu vejo onde estou indo. O Senhor é quem me envia. Eu não temo, porque Ele estará ao meu lado para me ajudar. "

Em Hurleyford, os jesuítas organizam todo o plano de ação. Os sacerdotes que vêm do continente são cada vez mais numerosos e é necessário distribuí-los em lugares seguros.
Em seu retorno a Londres, Robert Southwell se estabeleceu na mansão de Lord William Vaux em Hackney. O filho é um poeta e gosta de Robert. A casa se torna o centro das operações apostólicas. De dia, ora e escreve. À noite, desliza pelas ruas de Londres. Com seu amigo Henry Vaux, seu anjo da guarda, ele visita todos os católicos. Termina conhecendo de cor as ruas da sua amada cidade.
Para a instrução, treinamento e consolo de seus amigos, ele escreve numerosas cartas, livros e poemas. Ele tem tempo nas longas horas do dia. Todos eles são impressos na pequena tipografia instalada na casa da Condessa de Arundel.

A busca das autoridades inglesas é incessante. Há um verdadeiro ódio pelos escritos de Southwell e pela força dos católicos que o defendem. Duas vezes eles estão prestes a pará-lo.
No mês de dezembro, Roberto recebe uma mensagem da condessa de Arundel, Ana Dacre, esposa do futuro Beato Philip Howard, prisioneiro da Torre de Londres, e a quem a Companhia de Jesus deve serviços extraordinários. Ela mora em um bairro quase totalmente protestante. Robert corajosamente vai e a conforta. Ele também decide aceitar seu convite e mudar para sua casa. Naquela parte de Londres, os caçadores de sacerdotes não procuram presas.
Por dois anos, Roberto Southwell faz uma vida secreta e solitária por lá. Ele é um convidado de longe, um parente doente. Sua verdadeira identidade é ignorada por todos, exceto pelos senhores. Qualquer empregado pode denunciá-lo por uma recompensa. Ele não olha pela janela e come em seu quarto. Se ele sai, faz à noite e se disfarça de criado.
O apostolado faz isso, na maior parte do tempo, através da condessa de Arundel, sempre disposta a ir para lá onde há necessidade ou um bom trabalho para realizar. O Padre Robert Southwell pode acompanhá-lo como mais um membro de seu serviço.

A admiração por Southwell cresce todos os dias entre os católicos, e mesmo entre não poucos protestantes. Ninguém pode explicar como esse homem se multiplica. Seus escritos estão em toda parte.
Escreve "Uma Carta de Conforto aos Sacerdotes, nobres e leigos perseguidos pela Fé Católica". É um documento que move cristãos perseguidos. É uma carta que revive os dias da grande devoção da Inglaterra. A excelência e ritmo de seu estilo emociona os ingleses. “Nossa infância é um sonho, nossa juventude é uma loucura, nossa vida adulta é um combate, nossa idade é muito fraca, nossa morte é um horror. Quando a Inglaterra era católica, tínhamos confessores gloriosos, hoje nossa glória é dos mártires.”

Escreve também uma carta muito bonita para Philip Howard, o Conde de Arundel, prisioneiro da Torre e condenado à morte em 18 de abril de 1589. Nessa carta ele expõe seus melhores sentimentos e argumentos. A graça do martírio é o melhor meio para demonstrar a Deus o amor por Ele e pela Igreja. É um documento entre dois santos. A
São Robert escreve ao Padre Geral: "Apesar de tudo, a fé cresce na tempestade, e nossa arca de Noé exultante sobe as ondas".

Em outubro de 1589, escreveu uma carta muito longa a seu pai, Richard Southwell, que teve a fraqueza de aceitar as práticas externas da nova fé. Tudo pelas dívidas contraídas. São Robert pede que ele volte e se mantenha firme na fé católica.
Com os recém-chegados jesuítas, Edward Oldcorne, futuro martirizado beatificado e John Gerard, inseparável companheiro, viaja novamente uma boa parte da Inglaterra. O superior, padre Enrique Garnet, envia o fiel carpinteiro San Nicolás Owen para preparar os esconderijos.
Assim, o nome do padre Robert Southwell torna-se conhecido como um dos mais famosos jesuítas, entre os perseguidores e perseguidos católicos.
Em 1589 e 1590, San Roberto assiste a muitas mortes. Entre os mártires estão seus amigos sacerdotes Christopher Bailey, Anthoney Middleton e Edward Jones. Mas quem é procurado é ele, Robert Southwell, "o principal líder dos papistas".

No ano de 1591, as autoridades acabaram fechando o cerco a Roberto Southwell. Eles não têm dúvidas Ele é a principal causa da resistência católica. O autor dos formulários que funcionam em Londres e Inglaterra. É urgente pará-lo e sua captura é recomendada aos principais espiões e caçadores de sacerdotes.

Em 1592 ele é traído. Na pequena cidade de Woxingdon vive a família Bellamy, católica, anteriormente dirigida por Pe. Pessoas e agora por Southwell. A filha, Ana Bellamy, fervorosa católica, é presa. Prisioneira na Torre de Londres, é estuprada e espera um filho. Depois de três meses, em abril de 1592, ela se rendeu ao tormento. Para obter liberdade, ela aceita ser um instrumento para a captura do Pe. Robert Southwell. Richard Topcliffe, o mais famoso caçador, é responsável por impor o compromisso.
Ana Bellamy pede ao padre para visitá-la, fingindo tratar as coisas de sua alma. O Padre vai e é recebido com a cordialidade habitual. Confessa, celebra a missa e da comunhão aos que estão na casa. Mas, à meia-noite, Topcliffe e um grupo armado chegam à casa. Não é possível fugir e todos se reúnem no grande salão. 
O caçador então o detém. Como o prisioneiro é importante, imediatamente escreve para a rainha:
"Saiba, Sua Majestade, que eu nunca consegui capturar uma pessoa mais importante." E ele pede a licença para iniciar torturas. É 5 de junho de 1592.

Em 30 de junho de 1592, ele foi transferido para a prisão de Gatehouse e jogado lá no subsolo. Depois de dois meses eles o apresentam diante dos juízes. Sua condição é verdadeiramente lamentável. Coberto por parasitas, toca até o mais endurecido.
Seu pai, Richard Southwell apavorado, apresenta-se à rainha e implora para ela lembrar que seu filho nasceu nobre. Se ele é culpado, deixe-o ser condenado. Mas ele implora para não o deixar morrer dessa maneira na prisão.
A rainha concorda que o pai lhe dará roupas e livros, mas será transferido para a Torre de Londres com isolamento estrito. Southwell recebe um breviário e as obras de San Bernardo ordenadas por ele.
Dois anos e meio permanecem na Torre. No breviário, escreva com uma agulha:
"Meu Deus e meu tudo. Deus se entregou a você. Entregue-se a ele.”
Seu superior, Pe. Enrique Garnet, escreveu mais tarde a Roma:
"Enquanto ele estava lá, ele nunca poderia celebrar a missa ou confessar. Ele não podia falar com ninguém que pudesse lhe dar qualquer consolo. E, no entanto, ele chegou ao juízo e condenação com um espírito quieto e seguro. Como se ele estivesse na companhia de amigos e desfrutasse de uma festa.”

Depois de dois anos e meio ele é enviado para a prisão de Newgate, a mais difícil das prisões inglesas. Três ou quatro dias permanece no Limbo, a cela subterrânea onde os condenados aguardam a chamada do carrasco. O carcereiro lhe dá uma cama e algumas velas que um católico desconhecido enviou. Em 20 de fevereiro de 1595, ele é levado ao tribunal.
Ele é formalmente acusado de ter sido ordenado fora da Inglaterra, apesar das leis do Reino.  O Padre Robert Southwell responde com serenidade: “Não nego que voltei para a Inglaterra, mesmo conhecendo as leis que o proíbem. Nem nego que sou um sacerdote pela autoridade do Romano Pontífice. Pelo contrário, agradeço a Deus por isso. Eu invoco a Deus como testemunha de que, ao retornar à minha terra natal, não tive a menor ideia de prejudicar a Rainha, o país ou a segurança pública, mas apenas o desejo de fazer o bem às almas.”

O júri está ausente apenas um quarto de hora. O presidente impõe silêncio e lê a sentença: morte.
No dia seguinte, o carcereiro o avisa para se preparar para a tortura.
"Obrigado pela notícia. É o melhor que posso receber neste mundo", responde Southwell. 

No cadafalso, ele pergunta ao executor se ele pode dizer algumas palavras. Ele faz o sinal da cruz e fala: "Quando vivemos, vivemos para o Senhor e, se morrermos, morremos para o Senhor; na vida e na morte somos do Senhor.”
"Eu cheguei aqui para o último ato da minha pobre vida. Eu oro e imploro ao nosso Salvador Jesus Cristo, por cuja paixão e morte eu espero me salvar, para me perdoar todos os pecados da minha vida. Confesso que sou padre católico da Santa Igreja de Roma e pertenço à Companhia de Jesus. Eu agradeço a Deus por isso.”
"Quanto à rainha, o Deus todo-poderoso sabe que nunca tentei nada contra a sua pessoa. Todos os dias tenho orado por ela. Neste pouco tempo que me resta da vida, imploro ao Todo-Poderoso, por sua terna misericórdia, por seu precioso sangue e por suas gloriosas feridas que lhe dão o poder de usar todos os dons e graças que Deus e a Natureza lhe deram. dado. Peço que ela agrade e glorifique a Deus, que ela possa alcançar a felicidade de nosso país e que ela possa obter a salvação do corpo e da alma. Eu também confio o Deus Todo-Poderoso a este meu pobre país para que por sua infinita misericórdia ele possa conhecer a verdade e glorificá-la. Finalmente, peço a Deus por mim! Esta é minha morte. É o fim desta vida pobre e o começo da vida eterna.”
"Santa Maria, sempre Virgem, anjos e santos me ajudam."

Quando pronuncia as palavras: "Senhor, nas tuas mãos entrego o meu espírito", o carrasco retira o carro e Roberto fica na forca. No entanto, o empate não está bem colocado e, portanto, não aperta totalmente a garganta. Ele está suspenso, vivo, meio afogado, com os olhos abertos e o rosto sereno. Com a mão direita, ele faz o sinal da cruz. Com esforço, ele diz: "Em suas mãos, Senhor ...".
O executor trava, então, as pernas. Nesse momento ele morre.
Ele imediatamente abre o peito e tira o coração para mostrá-lo ao povo. Quebra os membros, de acordo com a sentença e joga-os no caldeirão.
É o dia 21 de fevereiro de 1595 e Robert tem 33 anos.

São Robert Southwell foi canonizado em 25 de outubro de 1970, juntamente com Santo Edmund Campion, São Alexander Briant, Santo Henry Walpole e com quatro outros ingleses e dois galeses, todos os mártires jesuítas. São Philipp Howard, o marido da condessa de Arundel em cuja casa viveu San Roberto Southwell, também foi canonizado no mesmo dia.