domingo, 30 de setembro de 2018

Mês de Outubro - Rezar o terço todos os dias


O Papa Francisco pede que os fiéis rezem, diariamente, neste mês de outubro, o Terço “contra o mal que divide a Comunidade cristã”.

Por isso, a pedido do Santo Padre, a Rede Mundial de Oração lança, neste mês de outubro, uma Campanha especial de Oração para que os fiéis de todos os Continentes possam invocar Nossa Senhora e o Arcanjo Miguel, para que protejam a Igreja nestes tempos difíceis.

Na sua Carta ao Povo de Deus, no último dia 20 de agosto, o Santo Padre recordou: “Se um membro sofre, todos sofrem com ele... Quando experimentamos a desolação, que provoca tantas chagas na Igreja, devemos persistir na oração a Maria e buscar crescer no amor e na fidelidade eclesial”.

Portanto, neste mês de outubro, o Santo Padre pede a todos os fiéis um maior esforço nas orações pessoais e comunitárias, rezando, todos os dias, o Terço a Nossa Senhora, para que a Virgem Maria proteja a Igreja, nestes tempos de crise, e o Arcanjo São Miguel a defenda dos ataques do inimigo.

Oração a Nossa Senhora
À Vossa Proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!

Oração a São Miguel Arcanjo
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate. Sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Que Deus manifeste o seu poder sobre ele. Eis a nossa humilde súplica. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com o poder que Deus vos conferiu, precipitai no inferno Satanás e os outros espíritos malignos, que andam pelo mundo tentando as almas. Amém!


30 de setembro - São Francisco Borja


Príncipe da Espanha, Francisco nasceu na família dos Bórgia, em português Borja, no dia 28 de outubro de 1510, em Gáudia, Valença. Teve o mérito de redimir completamente a má fama precedente desta família desde a remota e obscura época medieval, notadamente em Roma. Ele era parente distante do papa Alexandre VI e sobrinho do rei católico Fernando II, de Aragão e Castela.

Os Bórgias de então já eram muito piedosos e castos, o que lhe garantiu uma educação esmerada, dentro dos princípios cristãos, possibilitando o pleno exercício de sua vocação de vida dedicada somente a Deus.

Mesmo vivendo numa Corte de luxo e de seduções mundanas, Francisco manteve-se sempre firme na busca de diversões sadias e no estudo compenetrado e sério. Na infância, foi pajem da Corte do rei Carlos V, depois seu amigo confidente. Como não gostava dos jogos, ao contrário da maioria dos jovens fidalgos da época, cresceu entre os livros. Mas abominava os fúteis. Preferia os de cultura clássica, principalmente os de assunto religioso. Esta mesma educação ele repassou, mais tarde, pessoalmente aos seus oito filhos.

Tinha dezenove anos quando se casou com Eleonora de Castro e, aos vinte, recebeu o título de marquês. Apesar do acúmulo das atribuições políticas e administrativas, foi um pai dedicado e atencioso, levando sempre a família a frequentar os sacramentos e a unir-se nas orações diárias.

O mesmo tino bondoso e correto utilizou para cuidar do seu povo, quando se tornou vice-rei da Catalunha. A história mostra que a administração deste príncipe espanhol foi justa, leal e cristã. Os seus súditos e serviçais o consideravam um verdadeiro pai e todos tinham acesso livre ao palácio.

Entretanto, com as sucessivas mortes de seu pai e sua esposa, os quais ele muito amava, decidiu entregar-se, totalmente, ao serviço de Deus. Em 1548, abdicou de todos os títulos, passou a administração ao filho herdeiro, fez votos de pobreza, castidade e obediência e entrou, oficialmente, para a Companhia de Jesus, ordem recém-fundada pelo também Santo Inácio de Loyola. Meses depois, o papa quis consagrá-lo cardeal, mas ele pediu para poder recusar. Porém logo foi eleito superior-geral da Companhia.

Nesse cargo, imprimiu as suas principais características de santidade: a humildade, a mortificação e uma grande devoção à eucaristia e à Virgem Maria. Ativo, fundou o primeiro colégio jesuíta em Roma, depois outro em sua terra natal, Gáudia, e mais vinte espalhados por toda a Espanha. Enviou, também, as primeiras missões para a América Latina espanhola. E foi um severo vigilante do carisma original dos jesuítas, impondo a todos a hora de meditação cotidiana.

Morreu em 30 de setembro de 1572. Deixou como legado vários escritos sobre a espiritualidade, além do exemplo de sua santidade. Beatificado em 1624, São Francisco Borja foi elevado aos altares da Igreja em 1671. Foi assim, por meio dele, que o nome da família Bórgia se destacou com uma glória nunca antes presumida.

30 de setembro - Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. Mc 9,41


A fé abre a janela à presença operante do Espírito e demonstra-nos que a santidade, tal como a felicidade, está sempre ligada aos pequenos gestos. Seja quem for que vos der a beber um copo de água – um pequeno gesto – por serdes de Cristo, não perderá a sua recompensa, diz Jesus. São gestos mínimos, que uma pessoa aprende em casa; gestos de família que se perdem no anonimato da vida diária, mas que fazem cada dia diferente do outro. São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de filho, de irmãos. São gestos de ternura, de afeto, de compaixão. Gestos como o prato quente de quem espera para jantar, como o café da manhã de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o abraço ao regressar duma jornada de trabalho. O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida sempre tenha sabor de casa. A fé cresce, quando é vivida e plasmada pelo amor. Por isso, as nossas famílias, as nossas casas são autênticas igrejas domésticas: são o lugar ideal onde a fé se torna vida e a vida cresce na fé.

Jesus convida-nos a não obstaculizar estes pequenos gestos miraculosos; antes, quer que os provoquemos, que os façamos crescer, que acompanhemos a vida como ela se nos apresenta, ajudando a suscitar todos os pequenos gestos de amor, sinais da sua presença viva e operante no nosso mundo.
Este comportamento a que somos convidados leva-nos a perguntar, hoje:

Como estamos a trabalhar para viver esta lógica nas nossas famílias e nas nossas sociedades?

Que tipo de mundo queremos deixar aos nossos filhos?

Não podemos responder, sozinhos, a estas perguntas. É o Espírito que nos chama e desafia a responder a elas com a grande família humana. A nossa casa comum não pode mais tolerar divisões estéreis. O desafio urgente de proteger a nossa casa inclui o esforço de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, porque sabemos que as coisas podem mudar. Que os nossos filhos encontrem em nós pontos de referência para a comunhão, não para a divisão! Que os nossos filhos encontrem em nós pessoas capazes de se associarem com outras para fazer florir todo o bem que o Pai semeou.

Papa Francisco – 27 de setembro de 2015

Hoje celebramos:

sábado, 29 de setembro de 2018

29 de setembro - Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Jo 1,51


Hoje festejamos os três arcanjos que desempenharam um papel importante na história da salvação. E festejamos estes três também porque desempenharam um papel importante no nosso caminho rumo à salvação.

Começando por Miguel — o grande Miguel — aquele que combate o demônio: O demônio é o nosso inimigo e esta, é uma visão do fim do mundo, mas ao mesmo tempo incômoda na nossa vida: procura sempre seduzir-nos, como seduziu a nossa mãe Eva, com argumentos convincentes: “Come o fruto, vai fazer-te bem, vai fazer-te conhecer muitas coisas”. E assim começa, como faz a serpente, a seduzir, a seduzir e depois, quando caímos, acusa-nos diante de Deus: “É um pecador, é meu!”.
Portanto, ele é meu é precisamente a palavra do demônio, vence-nos com a sedução e depois acusa-nos em frente de Deus. E Miguel combate contra ele, o Senhor pede-lhe para lhe fazer a guerra: para nós que estamos a caminho, nessa nossa terra, rumo ao céu, Miguel ajuda-nos a combatê-lo, a não nos deixar seduzir por este espírito maligno que nos engana com a sedução.

O segundo arcanjo, Gabriel, é aquele que traz as boas novas, aquele que deu a notícia a Maria, a Zacarias, a José. Portanto, Gabriel anuncia as boas novas e a boa notícia da salvação. Também ele está conosco e ajuda-nos no caminho. Sobretudo quando — e acontece muitas vezes — com tantas notícias más ou numerosas notícias que não têm substância, nós esquecemos a boa nova, a do Evangelho de Deus, da salvação, que Jesus veio ter conosco, nos trouxe a salvação de Deus. E é precisamente Gabriel que nos recorda isto e, por esta razão, hoje peçamos a Gabriel que nos anuncie sempre a boa nova.

E há também o terceiro arcanjo, Rafael, aquele que nos ajuda no caminho, que caminha conosco. Miguel — defende-nos, Gabriel dá-nos a boa notícia e Rafael conduz-nos pela mão e caminha conosco, ajuda-nos nos eventos que acontecem ao longo do caminho. Devemos pedir a Rafael: que, por favor, não sejamos seduzidos a dar o passo errado, errar o caminho; guia-nos pela boa estrada, pelo caminho bom.

Os três arcanjos, estão diante de Deus, são os nossos companheiros porque têm a mesma vocação no mistério da salvação: levar em frente o mistério da salvação. Adoram a Deus, glorificam a Deus, servem a Deus.

E assim hoje peçamos simplesmente aos três arcanjos:
Miguel, ajuda-nos na luta; cada um sabe qual luta tem na própria vida hoje, cada um de nós conhece a luta principal, a que faz arriscar a salvação. Ajuda-nos, Gabriel, traz-nos boas notícias, traz-nos boas novas da salvação, que Jesus está conosco, que Jesus nos salvou e dá-nos esperança. Rafael, leva-nos pela mão e ajuda-nos no caminho para que não erremos a estrada, para que não permaneçamos parados: caminhar sempre, mas ajudados por ti.

Papa Francisco – 29 de setembro de 2017

Hoje celebramos:

29 de setembro - Beato Francisco de Paula Castelló i Aleu


Não menos edificante foi o testemunho dos demais mártires, como o jovem Francisco Castellói i Aleu, de vinte e dois anos, químico de profissão e membro da Ação Católica que, consciente da gravidade do momento não se escondeu, mas ofereceu a sua juventude em sacrifício de amor a Deus e aos irmãos, deixando-nos três cartas, exemplo de fortaleza, generosidade, serenidade e alegria, escritas poucos momentos antes de morrer, às suas irmãs, ao seu diretor espiritual e àquela que fora sua noiva. 

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 11 de março de 2001


Francisco de Paula Castelló i Aleu nasceu em Alicante (Espanha) em 19 de abril de 1914. Seu pai morreu quando ele era apenas um bebê e sua mãe, professora, cristã exemplar e excelente educadora, encarregou-se da família. Ela ensinou-lhe a educação primária nas diferentes cidades de sua carreira como professora nacional, e preparou-o para sua primeira comunhão, que ele recebeu em Juneda, onde então Teresa Aleu trabalhava. 

Sua vida foi desenvolvida quase inteiramente em Lleida e em Barcelona, ​​onde Francisco fez seu ensino superior. Aos 12 anos, começou o ensino médio como aluno interno na escola marista de Lleida. E no Instituto de Química de Sarriá, dirigido pelos padres da Companhia de Jesus, obteve seu diploma em Ciências Químicas, iniciado em 1930.

Graduou-se em Química pela Universidade de Oviedo (1934). Quando cursava Química, ele passava as tardes e feriados de domingo ministrando aulas de catecismo às crianças do Patronato Obrero da Sagrada Família de Barcelona, ​​liderado pelos padres jesuítas, e dando lições práticas muito úteis aos trabalhadores da Igreja, uma seção perseverante que lhe havia sido confiada.

Formado, regressou a Lleida, indo trabalhar no setor Químico da empresa Casa Cros, ele também dava aulas gratuitas de matemática, física e química para os trabalhadores que queriam se aperfeiçoar profissionalmente. E à noite ensinava ciência básica e religião aos filhos de Canyeret, um distrito pobre de Lerida, em cuja escola estadual não havia instrução religiosa, porque era impedida pela Constituição Republicana.

Durante a revolução popular, foi preso, julgado pelo “Tribunal Popular”. No início, quando ele foi acusado de fascismo, ele se defendeu. Não era verdade, ele nunca participou de nenhum partido político. Mas então, quando ele foi acusado de ser católico, ele assumiu plenamente: "Sim, eu sou católico", disse ele. O presidente do tribunal convidou-o a corrigir, dada a gravidade da manifestação que implicava uma sentença de morte. Ele, ao contrário, respondeu que se ele tivesse mil vidas, ele as ofereceria a Cristo. Foi fuzilado na noite do mesmo dia: 29 de setembro de 1936.

Foi na intensa espera – entre o momento da condenação e seu fuzilamento - que ele escreveu as três cartas que correram ao redor do mundo. Uma para suas irmãs e tia, outra para a noiva Mariona Pelegrí e a terceira para o padre jesuíta Galant. São o testemunho de uma alegre aceitação do martírio e da premonição da glória iminente. Quando o tempo acabou, ele e seus seis companheiros foram levados para o cemitério de Lleida e fuzilados. Eles estavam felizes cantando "Eu acredito em Deus".

Seu desejo de que a Química progredisse mesmo após a sua morte, manifestado em sua última carta, e o empenho de sua juventude pela Ciência que amava, tornam Francisco um excelente modelo para os Profissionais da Área Química e em 2014 foi nomeado patrono dos profissionais Químicos do Brasil. 

Carta às suas irmãs e tia:

Queridas:

Eles acabaram de me ler a pena de morte. Eu nunca estive mais calmo do que agora. Tenho certeza de que esta noite estarei com meus pais no céu. Lá eu vou esperar por vocês. A Providência de Deus quis me escolher como vítima dos erros e pecados cometidos por nós. Eu vou com prazer e tranquilidade até a morte. Nunca, como agora, tive tanta possibilidade de salvação. Minha missão nesta vida acabou. Eu ofereço a Deus os sofrimentos desta hora.
Eu não quero que vocês chorem. É a única coisa que peço. Estou muito contente. Deixo com tristeza aqueles a quem tanto amei, mas ofereço a Deus esse afeto e todos os laços que poderiam me manter neste mundo.
Teresa: Seja corajosa. Não chore! ... Sou eu quem teve imensa sorte, não sei como agradecer a Deus. Eu tenho cantado o "Amunt, que é sols cami d'un día", com toda a propriedade. Perdoa as tristezas e sofrimentos que eu lhe causei involuntariamente: Eu sempre te amei muito. Eu não quero que você chore, sabe?
Maria: Pobre irmã minha! Você também será corajosa e não será ferida por este golpe da vida. Se Deus lhes der filhos, dê-lhes um beijo de mim, do tio deles que os amará do céu. Para meu cunhado um grande abraço. Espero que ele seja sua ajuda nesta vida e ele saiba como me substituir ...
Tia: Neste momento sinto um profundo apreço por tudo o que você fez por nós. Em poucos anos nos encontraremos no céu. Saiba como gastá-los com generosidade de todos os tipos. Do céu vou orar por você, eu que te amo tanto.
Você dará lembranças a Bastida, a senhora Francisqueta, aos didos a enfermeira e o marido e para Pedro, para Puig, para López, para os companheiros da Federação que eu não quero nomear. A todos os amigos, diga-lhes que sou feliz e que me lembrarei de todos eles na vida após a morte.
Ao Fernández, aos tios de Vallmol, aos do Jardim, a Carlos, aos de Alicante, aos de Pravia, aos de Sarriá, a todo meu afeto. 

Francisco

Carta à sua noiva:

Cara Mariona:
Nossas vidas se uniram e Deus quis separá-las. A Ele, ofereço com toda a sinceridade possível o amor que tenho por você, meu intenso amor, puro e sincero. Eu sinto sua infelicidade, não a minha.
Você deve estar orgulhosa: dois irmãos e seu noivo ... Pobre Mariona minha!
Uma coisa intrigante acontece comigo. Eu não posso sentir aflição pela minha morte. Uma alegria estranha, intensa, interior e forte invade tudo. Eu gostaria de escrever uma carta de despedida triste, mas eu não posso. Sinto-me envolto em ideias felizes, como um vislumbre de Gloria ... Gostaria de falar com você sobre o quanto eu te amei e sobre a ternura que reservei para você, sobre como ficaria feliz. Mas para mim tudo isso é secundário. Eu tenho que dar um grande passo. Uma coisa eu tenho que te dizer: case se puder. Eu do céu abençoarei sua união e seus filhos. Eu não quero que você chore, eu não quero isso. Você deve estar orgulhosa de mim. Eu te amo Eu não tenho tempo para mais.

Francisco

Carta ao Padre Roman Galan

Querido Padre,
Estou escrevendo estas cartas quando fui condenado à morte e falta algumas horas para ser fuzilado. Eu estou calmo e feliz, muito feliz. Espero estar na Glória em breve. Eu renuncio aos laços e prazeres que o mundo e o meu amor podem me dar. Eu dou graças a Deus porque ele me dá uma morte com muitas possibilidades para me salvar.
Eu tenho um caderno em que apontei as ideias que vieram para minhas invenções. Vou mandar para você. É meu pobre testamento intelectual. Olhe para o compressor de amônia. H.G. pode ser substituído por qualquer líquido em circuito fechado, as válvulas por válvulas de metal, a pressão por uma simples bomba centrífuga com pressão. Eu sou muito grato e vou orar por você. Lembranças para Pravia,

Francisco Castelló.


sexta-feira, 28 de setembro de 2018

28 de setembro - São Simão de Rojas


O mistério pascal, o paradigma da vocação à santidade, era o centro da vida de Simão de Rojas, ilustre religioso da Ordem da Santíssima Trindade, que agora é elevado à honra dos altares. Ele fez suas, as palavras de Cristo que ouvimos no Evangelho: "Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna” (Jo 12, 25).

São Simão de Rojas deu pleno sentido à sua vida, como cristão e como sacerdote, na contemplação do mistério do amor de Deus.

Fiel ao carisma redentor e misericordioso de sua ordem, o "Padre Rojas" - como era conhecido familiarmente pelo povo - era muito sensível às necessidades do próximo, especialmente os pobres e marginalizados, assim como os cristãos presos por causa de sua fé. Os pobres, por sua vez, viram nele o protetor, defensor e pai. Eles viram nele um testemunho tão visível e concreto da pobreza, que o consideravam como um deles, totalmente assimilado aos seus sofrimentos e necessidades.

Trabalhou incansavelmente para que a Congregação dos Servos do Dulcíssimo Nome de Maria, fundada por ele, intensificasse cada vez mais sua atividade sócio caritativa. Seus membros, em sua maioria seculares, comprometeram-se a dividir seus bens e ajudar os pobres.

Digno de nota foi o incansável zelo do novo santo. Mas sua enérgica e contínua atividade apostólica nunca obstruiu sua vida de oração contemplativa, à qual dedicou "muito tempo durante o dia e também durante a noite, depois do ofício comum do meio da noite".

Um aspecto que deve ser enfatizado em nosso santo é, sem dúvida, o amor singular e confiante alimentado desde a infância pela Virgem Maria. Sua intensa devoção mariana estava sempre aumentando constantemente. Sem interrupção repetia a invocação e saudação "Ave Maria", motivo pelo qual, com frequência, era carinhosamente chamado de "Padre Ave Maria". Ele fez muito para propagar a devoção ao Santo Rosário.

Para nós, o novo santo é um modelo próximo e providencial da vida mariana. Ele expressou seu desejo de pertencer a Maria com uma de suas orações favoritas: "Que eu seja, senhora, todo seu, e que nada tenha a temer". A Providência fez que sua canonização fosse a última deste ano mariano. E como se ele estivesse insistindo para que recebêssemos com gratidão a mensagem tantas vezes repetida pelo novo santo: "Não busque, faça ou pense em algo que não seja deferência a Nossa Senhora".

São Simão de Rojas apareceu perante a sociedade do seu tempo como um homem cheio do Espírito Santo, dócil às suas sugestões e profundamente evangélico em todos os momentos da sua vida: como outro Cristo!

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 03 de julho de 1988

Simão de Rojas nasceu em Valladolid, Castilha (Espanha), em 28 de outubro de 1552. Desde pequeno, Simão era introvertido, não muito bom para os estudos e tinha um defeito para falar pelo qual todos zombavam dele, no entanto, superava os demais na devoção à Virgem Maria. Foi sua mãe, Dona Constança, que instilou e fez brotar na alma o pequeno Simão o amor a Maria. O culto que, com o esposo Gregório, continuamente tributava à Virgem Maria, deixa bem entender o porquê Simão, quando pronunciou as suas primeiras palavras aos 14 meses de idade, dissesse: “Ave, Maria”: repetia a oração de seus pais.

Aos doze anos entrou no convento Trinitário de sua cidade, onde emitiu sua profissão religiosa em 28 de outubro de 1572. Estudou filosofia e teologia na universidade de Salamanca. A caminho de Salamanca parou uns dias no santuário Trinitário de Nossa Senhora das Virtudes. Ao retomar a viagem os demais se deram conta de que falava normalmente – estava curado de sua gagueira. Todos consideraram isso como um milagre de Nossa Senhora.

Tornou-se sacerdote em 1577. Destinado ao convento de Toledo, ensinou filosofia e teologia de 1581 a 1587. Entre seus alunos, estava João Batista Rico, que se tornaria santo e reformador da Ordem Trinitária. Desde 1579 exerceu com grande prudência o ofício de ministro conventual nos diferentes conventos de sua província; foi também visitador apostólico e ministro provincial. Famoso por suas virtudes, foi requisitado pelo rei Filipe II a Madri, onde viveu desde 1600. Tornou-se preceptor dos Infantes de Espanha e confessor da rainha Isabel de Bourbon. Faleceu no dia 29 de setembro de 1624 em Madri.

Foi rigorosa sua observância da regra, austera sua vida; sua humildade o fez sentir-se grande pecador e indigno dos episcopados que lhe ofereceram. Fiel ao carisma Trinitário, frei Simão promoveu redenções de cativos, foi ao encontro às inúmeras necessidades dos carentes, consolou enfermos, oprimidos e marginalizados de todo tipo. Quando foi chamado para a Corte, impôs a condição de continuar dedicando-se aos “seus” pobres, que ajudava de mil maneiras, em qualquer hora do dia e da noite.

Faleceu no dia 29 de setembro de 1624 vítima de uma apoplexia. A notícia se propagou rapidamente por Madri e seus redores. As honras fúnebres que lhe tributaram assumiram o aspecto de uma canonização antecipada. Ao convento acorreram pessoas de todas as categorias e classes sociais que desejavam vê-lo pela última vez, e, durante 12 dias, os mais famosos oradores de Madri exaltaram suas virtudes e santidade. Foi preciso que acorresse a Guarda Real para pôr ordem e evitar tumulto.

Por sua terna devoção a Maria, é comparado a São Bernardo de Claraval e a Santo Ildefonso de Toledo. É chamado “o São Bernardo espanhol”.
                                                                                                      
Sua maior alegria era a de visitar os santuários marianos, de rezar a Maria e com Maria, de imitar suas virtudes, de cantar seus louvores, de mostrar sua importância no mistério de Deus e da Igreja. Através de profundos estudos teológicos, frei Simão compreendeu sempre melhor a missão de Maria e a sua cooperação com a Trindade na salvação do gênero humano e a santificação da Igreja. Viveu seus votos religiosos a exemplo de Maria

28 de setembro - O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Lc 9,22


O Evangelho inteiro quer responder à pergunta que se abrigava no coração do Povo de Israel e que, mesmo hoje, não cessa de habitar em tantos rostos sedentos de vida: “És Tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?”
Pergunta que Jesus retoma e coloca aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis que Eu sou?”

Pedro, tomando a palavra, atribui a Jesus o título maior com que O podia designar: “Tu és o Messias”, isto é, o Ungido, o Consagrado de Deus. Apraz-me saber que foi o Pai a inspirar esta resposta a Pedro, que via como Jesus ungia o seu povo. Jesus, o Ungido que caminha, de aldeia em aldeia, com o único desejo de salvar e levantar quem era tido por perdido.

Como Pedro, também nós podemos confessar com os nossos lábios e o nosso coração não só aquilo que ouvimos, mas também a experiência concreta da nossa vida: fomos ressuscitados, acudidos, renovados, cumulados de esperança pela unção do Santo. Todo o jugo de escravidão é destruído graças à sua unção. A nós não é lícito perder a alegria e a memória de nos sabermos resgatados, aquela alegria que nos leva a confessar: “Tu és o Filho de Deus vivo”.

Entretanto é interessante notar o seguimento desta passagem do Evangelho onde Pedro confessa a fé: “A partir desse momento, Jesus Cristo começou a fazer ver aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito, da parte dos anciãos, dos sumos-sacerdotes e dos doutores da Lei, ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar”. O Ungido de Deus leva o amor e a misericórdia do Pai até às extremas consequências. Este amor misericordioso exige ir a todos os cantos da vida para alcançar a todos, ainda que isso custe o bom nome, as comodidades, a posição... o martírio.

Várias vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Jesus toca a miséria humana, convidando-nos a estar com Ele e a tocar a carne sofredora dos outros.

Jesus, não separando da cruz a glória, quer resgatar os seus discípulos, a sua Igreja, de triunfalismos vazios: vazios de amor, vazios de serviço, vazios de compaixão, vazios de povo. Quer resgatá-la duma imaginação sem limites que não sabe criar raízes na vida do Povo fiel ou, pior ainda, crê que o serviço ao Senhor lhe pede para se livrar das estradas poeirentas da história. Contemplar e seguir a Cristo exige deixar que o coração se abra ao Pai e a todos aqueles com quem Ele próprio Se quis identificar, e isto na certeza de saber que não abandona o seu povo.

Papa Francisco – 29 de junho de 2018

Hoje celebramos:

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

27 de setembro - Então Herodes disse: 'Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas? Lc 9,9


O Evangelho narra que o Rei Herodes estava inquieto porque aquele Jesus sobre o qual todos falavam era para ele uma ameaça. Alguns pensavam que fosse João, mas o rei repetia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? Uma inquietação, que recorda a do pai, Herodes o grande, o qual, quando chegaram os reis magos para adorar Jesus, ficou atemorizado.

A nossa alma pode ter duas inquietações: a boa, que é a inquietação do Espírito Santo, que nos dá Espírito Santo, e faz com que a alma esteja inquieta para fazer coisas boas, para ir em frente: e há também a má inquietação, a que nasce de uma consciência suja. Precisamente esta última caracterizava os dois soberanos contemporâneos de Jesus: tinham a consciência suja e por esta razão estavam inquietos, porque tinham feito coisas más e não encontravam paz, e qualquer acontecimento lhes parecia uma ameaça. Aliás, o seu modo de resolver os problemas era assassinar, e iam em frente passando por cima dos cadáveres das pessoas.

Quem como eles, comete o mal, tem a consciência suja e não pode viver em paz: a inquietação atormenta-os e vivem com uma comichão constante, com uma urticária que não os deixa em paz. Uma realidade interior: esta gente cometeu o mal, mas o mal tem sempre a mesma raiz, qualquer mal: a avidez, a vaidade e a altivez. Todas elas, não te deixam a consciência em paz, todas impedem que entre a inquietação sadia do Espírito Santo, e levam a viver assim: inquietos, com medo.

A vaidade é camuflar a própria vida. E isto adoece a alma, porque há quem camufla a própria vida para parecer, para aparecer, e todas as coisa que faz são para fingir, por vaidade, mas no fim de contas o que ganha?
São Bernardo exprimia-se dirigindo-se ao vaidoso com uma palavra até muito forte: Mas pensa naquilo que serás. Serás comida para vermes. Ou seja: todo este esforço para camuflar a vida é uma mentira, porque te comerão os vermes e não serás nada.

Papa Francisco – 22 de setembro de 2016

Hoje celebramos:


27 de setembro - Beato Frei Fidelis de Puzol


Os testemunhos que chegaram até nós falam de pessoas honestas e exemplares, cujo martírio selou uma vida repleta de trabalho, oração e compromisso religioso nas suas famílias, paróquias e congregações religiosas. Muitos deles gozavam já em vida de fama de santidade entre os seus coetâneos. Pode dizer-se que os seus comportamentos exemplares foram como que uma preparação para essa confissão suprema da fé que é o martírio.

Quantos exemplos de serenidade e esperança cristã! Todos estes novos Beatos e muitos outros mártires anónimos pagaram com o seu sangue o ódio à fé e à Igreja, desencadeado com a perseguição religiosa e o rebentar da guerra civil, essa grande tragédia vivida na Espanha durante o século XX. Ao longo daqueles terríveis anos muitos sacerdotes, religiosos e leigos foram assassinados simplesmente por serem membros ativos da Igreja. Os novos beatos que hoje sobem aos altares não estiveram implicados em lutas políticas ou ideológicas, nem quiseram entrar nelas. Sabei-lo bem muitos de vós, que sois familiares seus e hoje participais com grande alegria nesta beatificação. Eles morreram unicamente por motivos religiosos.

Agora, com esta solene proclamação de martírio, a Igreja deseja reconhecer naqueles homens e mulheres um exemplo de valentia e constância na fé, auxiliados pela graça de Deus. Eles são para nós, ao mesmo tempo, modelo de coerência com a verdade professada e honram o nobre povo espanhol e a Igreja.
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 11 de março de 2001

Mariano Climent Sanchís, nasceu em Puzol, diocese e Província de Valência, no dia 08 de janeiro de 1856. Era filho de Mariano Climent e Mariana Sanchis. Bem cedo ficou órfão de pai e mãe. Sua tia materna, Josefa Sanchis, o adotou e educou cristãmente.

Prestou serviço militar, chegando a participar da guerra Carlista. Terminada esta, entrou na Ordem dos Capuchinhos como frade não clérigo, vestindo o hábito aos 13 de junho de 1880, em Massamagrell. Emitiu a profissão temporária aos 14 de junho de 1881 e a perpétua aos 17 de junho de 1884, com o nome de Frei Fidelis.

A figura franciscana de Frei Fidelis de Puzol recorda a dos santos frades não clérigos capuchinhos. Entrando no convento com idade madura, sua vocação não foi, portanto, fruto das loucuras próprias de uma idade jovem. Empenharam-se durante anos como porteiros, esmoleres, hortelãos, sacristãos, cozinheiros... trabalhos que requerem uma constituição física robusta. Além disso, eram homens de vida de fé, oração profunda, devotos da Virgem, obedientes e submissos em tudo, silenciosos, penitentes, austeros... Frei Fidelis, ao longo de sua vida religiosa passou pelos conventos de Barcelona, Totana, Orihuela, Massamagrell e Valência, trabalhando como porteiro, cozinheiro, assistente do Seminário Seráfico, companheiro do Ministro Provincial.

Eis um pequeno retrato de como o recordam os religiosos: “era de temperamento quieto e aprazível. Não se perturbava por nada e seu aspecto era sempre sorridente. Consideravam-no com grande apreço e boa fama, tanto os religiosos como todos os fiéis. Cumpria muito bem suas obrigações e a Regra da Ordem. Era um homem todo de Deus. Rezava continuamente. Tinha sempre o rosário às mãos e era muito devoto da Virgem. Tinha fama de santo”.

Quando foi fechado o convento de Valencia, Frei Fidelis buscou refúgio em Puzol, na casa de uns familiares, onde, devido à sua idade avançada (82 anos) não saía de casa, pois enxergava pouco. Ali permaneceu sereno, ocupando-se da oração, quando foi detido ao entardecer do dia 27 de setembro, por membros do Comitê Local, com o pretexto de levá-lo ao asilo das "Irmãs dos pobres" de Sagunto, levando-o pela estrada principal de Barcelona até o distrito municipal de Sagunto, onde na entrada da casa "Laval de Jesus" foi assassinado.

Foi a caseira desta casa que advertiu sobre a presença de um cadáver na entrada, que há dois dias estava ali, aguardando sepultura. Era o corpo de Frei Fidelis. Foi sepultado no cemitério de Sagunto, junto a outros corpos, no entanto seus restos mortais não puderam ser identificados.



quarta-feira, 26 de setembro de 2018

26 de setembro - Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares. Lc 9,6

Há três lugares referenciais na vida de cada cristão: a Galileia, o céu e o mundo. A eles correspondem outras três palavras — Memória, Oração e Missão — que identificam o caminho de cada um.

A primeira palavra: Galileia, onde ocorreu o primeiro encontro com Jesus, é o lugar onde Jesus se encontrou com eles, escolheu-os, ensinou-lhes desde o início, convidou-os a segui-lo. Um lugar que se reapresenta na vida de cada cristão: cada um de nós tem a própria Galileia. É o momento no qual nos encontramos com Jesus, em que Ele se manifestou, em que o conhecemos, também nós sentimos esta alegria, este entusiasmo de o seguir. Portanto, cada um de nós tem a própria Galileia que não é igual para todos.

A segunda palavra é Céu, onde agora está Jesus, mas não separado de nós; fisicamente sim, mas está sempre unido conosco para interceder por nós. Lá Jesus mostra ao Pai as chagas, o preço que pagou por nós, pela nossa salvação. Assim como era necessário recordar o primeiro encontro com a graça da memória, devemos pedir a graça de contemplar o Céu, a graça da prece, a relação com Jesus na oração, neste momento nos ouve, está conosco.

Por fim, o terceiro: o mundo. Jesus diz aos discípulos: Ide e fazei discípulos em todas as nações. Disto compreendemos, que o lugar do cristão é o mundo para anunciar a Palavra de Jesus, para anunciar que fomos salvos, que Ele veio para nos dar a graça, para nos levar todos com Ele diante do Pai.

Eis então delineada a topografia do espírito cristão: a memória — a Galileia; a oração, a intercessão — o Céu; e a missão — ir pelo mundo,
Um cristão deve mover-se nestas três dimensões e ir em missão. Não significa que todos devem ir ao estrangeiro; ir em missão é viver e dar testemunho do Evangelho, é anunciar às pessoas como é Jesus. Isto, com o testemunho e com a Palavra, porque se eu disser como Jesus é, como é a vida cristã e viver como pagão, não funciona. A missão não é eficaz.

Papa Francisco – 26 de maio de 2017

Hoje celebramos:



26 de setembro - Beato Luís Tezza


Luís Tezza, nasceu em 1º de novembro de 1841, na cidade de Conegliano, na Itália. Sua família era muito religiosa e gozava de boa situação financeira. Seus pais chamavam-se Augusto e Catarina Nedwiedt, sendo seu pai médico e sua mãe uma santa dona de casa. Devido questões de trabalho de Augusto, a família muda-se para Veneza, ele foi exercer medicina no hospital São João e São Paulo de Veneza. Passado um ano e meio, Augusto novamente é transferido, foi para um município de Veneza, para onde levou sua família.

O pequeno Luís amava e admirava muito seu pai, pois era um homem muito bom. No exercício de sua profissão foi capaz de curar e confortar a muitas pessoas doentes. O exemplo dele mais tarde refletiu na vida do filho. Quando Luís tinha oito anos de idade, seu pai faleceu, e com a morte de Augusto, o pequeno Luís e sua mãe retornam para a cidade natal, Conegliano, permanecendo juntos dos parentes e familiares.

Ali o jovem começou os estudos fundamentais. Em certa ocasião, ele escreveu ao Padre Luís Artini, camiliano, superior da Casa Santa Maria del Paradiso, em Verona. O jovem manifestava o desejo de conhecer o carisma e a espiritualidade camiliana e conversar pessoalmente com o Padre Artini. Na verdade, Luís Tezza buscava discernir sua vocação. No dia 29 de outubro de 1856, Catarina, acompanha seu filho à comunidade de Santa Maria del Paradiso. Ali iniciava sua formação religiosa, sob a orientação do Padre Artini.

Uma vez separada de Luís, sentindo-se muito sozinha, Catarina, no dia 31 do mesmo mês, ingressou no mosteiro da Visitação. Renunciou a todos os bens, doando-os aos pobres e ao Instituto, que a acolhera. Eme 1857, Catarina recebeu o hábito das Monjas da Visitação do Mosteiro de Pádua, cerimônia, a qual o religioso camiliano Luís Tezza estava presente. Sua mãe morreu no dia 2 de agosto de 1880.

Aos 18 anos, Luís fez a profissão Religiosa perpétua, e aos 23 anos foi ordenado presbítero. Padre Luís Tezza muito jovial, inteligente e bondoso inicia seu apostolado. Em 1866, padre Tezza viveu momentos complicados com a lei de supressão das Ordens e Congregações Religiosas. Ele sempre alimentou o afã pelas missões. Teve convite para um projeto de missões, por meio do missionário Daniel Comboni, hoje, santo. Por obediência aos seus superiores recusou. Após essa recusa, ele foi mandado para Roma e nomeado Vice Mestre de Noviços, em 1869. Um ano depois foi nomeado Vice Provincial da Província Francesa.
Depois de três anos ele voltou para Roma. Com ele vários religiosos e noviços, saíram expulsos da França. Todos foram acolhidos em Verona. Padre Tezza retorna à França em 19 de abril de 1881, onde ocupou a função de Superior de Lille e, em 1885, foi feito Superior Provincial. Após quatro anos, foi eleito Consultor Geral.

Profundo imitador de São Camilo, sonhava com a criação de um instituto feminino, que com maior naturalidade poderia atender aos doentes.  Uma fundação que pudesse oferecer aos pacientes um tratamento de característica “afeição maternal”, conforme desejava seu fundador.  

No mês de dezembro de 1891, Padre Luís Tezza, foi assessorar um retiro espiritual no convento das Irmãs de Nossa Senhora do Cenáculo. Dentre as participantes estava a jovem Judite, mais tarde, Madre Josefina Vannini. Com a autorização do Cardeal Vigário, no dia 2 de fevereiro de 1892, na Capela da Casa Geral dos Camilianos, em Roma, o Padre João Mattis, Superior Geral, conferiu à Judite e duas companheiras, o escapulário e a cruz vermelha de São Camilo. Toda a cerimônia foi assistida e apoiada pelo Padre Tezza. Aquele momento foi o marco de um sonho, ele via nascer a Congregação Filhas de São Camilo.

O Padre Luís Tezza, ao final de sua peregrinação, encontrava-se em Lima -Peru. Tão grande foi sua atuação que logo ficou conhecido como o “Apóstolo de Lima”. Era com pregador, sobretudo pelo seu testemunho.  Celebrava a Santa Missa com extrema devoção e piedade. Consagrou-se aos jovens e sua formação espiritual e tinha, como dom, a intuição e conhecimento do que se passava pelo coração das pessoas, guiando-as no caminho da perfeição cristã e religiosa. A amabilidade foi a virtude inseparável de sua vida.  Sentia-se estreitamente unido ao Senhor aos pés da cruz; considerava tanto as pequenas, como as grandes cruzes, como o seu mais precioso bem.    

Depois de uma vida toda entregue ao serviço da caridade para com os doentes e necessitados, no dia 26 de setembro de 1923, em Lima, na Casa de Santa Maria da Boa Morte, Padre Luís Tezza faleceu. A cidade de Lima ficou consternada pela grande perda, do santo de Lima.

O Padre Luís Tezza foi proclamado pela Igreja bem-aventurado no dia 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.

Padre Luis Tezza foi escolhido por Deus não só para viver, mas também para transmitir o carisma de misericórdia para com os doentes através da fundação do Instituto das Filhas de São Camilo, dedicado ao serviço da vida humana desde a sua concepção até à sua morte natural. Ele indica a todo cristão como se colocar diante do mundo do sofrimento, como curá-lo e aliviá-lo e, acima de tudo, como valorizá-lo em prol da própria santificação e redenção.

Padre Luis também nos encoraja a acreditar e agir de acordo com o plano de Deus para cada um de nós. De fato, ele girou sua existência em uma dobradiça: obediência a Deus. E ele realmente viveu em um estado constante de busca e ação da vontade de Deus. Nos sinais dos tempos, nos fatos da vida cotidiana, nas decisões de seus superiores, ele sempre viu o plano de Deus, que deveria ser seguido à custa de qualquer sacrifício.

Ele repete a cada um de nós sua convicção para que ela se torne nossa:

Deus não disse apenas a alguns, mas a todos: seja santo.
A santidade, portanto, deve ser acessível a todos.
Em que consiste? Fazendo muitas coisas? Não.
Fazendo coisas extraordinárias? Nenhum dos dois. Não seria para todos ou para todos os tempos.
Portanto: é fazer o bem e fazer isso perfeitamente na condição, no estado em que Deus nos colocou.
Nada mais; nada fora disso.
  



terça-feira, 25 de setembro de 2018

25 de setembro - Nossa Senhora do Rosário de São Nicolau


Ao norte da Argentina, diante do rio Paraná está a cidade de São Nicolau de los Arroyos, distante duzentos e quarenta quilômetros da capital Buenos Aires. Nas duas últimas décadas, São Nicolau se converteu na capital da fé cristã, graças a migração maciça de fiéis que acorrem ao Santuário da Virgem Maria do Rosário, especialmente nos dias 25 de cada mês, para a festa das aparições da Mãe Santíssima. 
  
No dia 25 de setembro de 1983, na cidade de São Nicolau iniciaram as aparições da Virgem Maria à uma mulher, chamada Gladys Quiroga de Motta. Essa pessoa simples, esposa e mãe de duas filhas, de pouca instrução e conhecimentos bíblicos, primeiro viu, depois ouviu as mensagens de Nossa Senhora do Rosário. Desde 13 de outubro, Gladys recebeu quase duas mil mensagens, sendo a última em 11 de fevereiro de 1990.

A Igreja, só começou a apoiar o crescimento da obra de Maria, ante as evidências manifestadas. Os estigmas da Paixão surgiram em Gladys e foram examinados e confirmados por várias autoridades médicas do país. As mensagens, por seu alto grau de erudição e conteúdo bíblico, não poderiam ser elaboradas por uma pessoa com apenas a formação primária. 

As mensagens se assemelhavam as aparições em Fátima, Loreto, La Salette e tantas outras. Era mais um chamado para a conversão, a volta aos Sacramentos, a vida consagrada e a oração, especialmente a do Rosário. Os Bispos tiveram certeza sobre a manifestação de Deus no solo argentino, quando a Virgem Maria pediu a construção de uma capela e indicou o local com um raio de luz que iluminou um campo, às margens do rio Paraná, hoje chamado de "El Campito". Também, pediu para colocarem sobre o altar a imagem da "Virgem Maria do Rosário de São Nicolau", pois já fora abençoada por um Papa. A surpresa foi geral, visto que a maioria, desconhecia a existência dessa imagem. Depois de muita procura encontraram a estátua toda empoeirada no velho depósito do campanário da Catedral. E nos registros da inauguração da igreja, a informação da entrega da estátua de Nossa Senhora do Rosário benzida pelo Papa Leão XIII. 

Em 1984 a Virgem pediu a confecção de uma medalha da devoção de Nossa Senhora do Rosário de São Nicolau e no reverso, a Santíssima Trindade com sete estrelas. O significado das sete estrelas foi dado na mensagem de setembro de1985: são sete graças que Jesus Cristo concederá, a quem levar a medalha sobre seu peito, com fé no Pai Criador. No ano seguinte, a Virgem Maria encarregou Gladys de fazer um escapulário branco, com a imagem: celeste e rosa. O seu uso trará cura aos doentes do corpo e da alma, desde que orem com fé pela intercessão da Virgem do Rosário. 

Em 1984, o Bispo de São Nicolau, Monsenhor Castagna, antes de viajar à Roma, para uma audiência com o Papa João Paulo II, quis ter uma conversa reservada com Gladys. Ao retornar da Santa Sé, Monsenhor Castagna instituiu uma comissão permanente de estudos, sob sua supervisão, a fim de analisar as aparições, as mensagens e os milagres atribuídos à Maria, desde a primeira aparição à Gladys. 

Em 22 de maio, 2016, Mons. Héctor Cardelli, Bispo de San Nicolau, publicou:
"Como bispo diocesano competente para este tipo de instrução; motivado por um sentimento de justa consciência (...) Eu reconheço o caráter sobrenatural dos felizes eventos em que Deus através de sua filha predileta, Jesus através de Sua Mãe Santíssima, o Espírito Santo através da Sua amada noiva, queria manifestar-se amorosamente na nossa diocese".



25 de setembro - Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática. Lc 8,21


O Evangelho de hoje fala-nos de outra incompreensão, muito diversa, em relação a Jesus: a dos seus familiares. Eles estavam preocupados, porque a sua nova vida itinerante lhes parecia uma loucura. Com efeito, Ele mostrava-se muito disponível com o povo, sobretudo com os doentes e os pecadores, a ponto de não ter tempo nem sequer para comer. Jesus era assim: primeiro as pessoas, servir o povo, ajudar o povo, ensinar ao povo, curar as pessoas. Era para as pessoas. Não tinha tempo nem sequer para comer. Por conseguinte, os seus familiares decidem reconduzi-lo a Nazaré, a casa.

Chegam ao lugar onde Jesus está a pregar e mandam chama-lo. Disseram-lhe: Estão ali fora, Tua mãe e Teus irmãos que te procuram. Ele respondeu: Quem são Minha mãe e Meus irmãos? e olhando para as pessoas que estavam em seu redor a ouvi-lo, acrescentou: Aí estão Minha mãe e Meus irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe. Jesus formou uma nova família, já não baseada nos vínculos de sangue, mas na fé n’Ele, no seu amor que nos acolhe e nos une, no Espírito Santo. Todos aqueles que acolherem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos entre si. Acolher a palavra de Jesus torna-nos irmãos entre nós, faz de nós a família de Jesus. Falar mal dos outros, destruir a fama dos outros, torna-nos a família do diabo.

Aquela resposta de Jesus não é uma falta de respeito para com a sua mãe e os seus familiares. Aliás, para Maria é o maior reconhecimento, pois precisamente ela é a discípula perfeita que obedeceu em tudo à vontade de Deus. Que a Virgem Mãe nos ajude a viver sempre em comunhão com Jesus, reconhecendo a obra do Espírito Santo que age n’Ele e na Igreja, regenerando o mundo para a vida nova. 

Papa Francisco – 10 de junho de 2018

Hoje celebramos: