Esta
inculturação, atendendo à situação de pobreza e abandono de tantos habitantes
da Amazônia, deverá necessariamente ter um timbre marcadamente social e caracterizar-se
por uma defesa firme dos direitos humanos, fazendo resplandecer o rosto de
Cristo que quis, com ternura especial, identificar-Se com os mais frágeis e
pobres. Pois, a partir do coração do Evangelho, reconhecemos a conexão íntima
que existe entre evangelização e promoção humana, e isto exige das comunidades
cristãs um claro empenho com o Reino de justiça na promoção dos descartados.
Para isso, é sumamente importante uma adequada formação dos agentes pastorais
na doutrina social da Igreja.
Ao mesmo tempo, a
inculturação do Evangelho na Amazônia deve integrar melhor a dimensão social
com a espiritual, para que os mais pobres não tenham necessidade de ir buscar fora
da Igreja uma espiritualidade que dê resposta aos anseios da sua dimensão
transcendente. Naturalmente, não se trata duma religiosidade alienante ou
individualista que faça calar as exigências sociais duma vida mais digna, mas
também não se trata de mutilar a dimensão transcendente e espiritual como se
bastasse ao ser humano o desenvolvimento material. Isto convida-nos não só a
combinar as duas coisas, mas também a ligá-las intimamente. Deste modo
resplandecerá a verdadeira beleza do Evangelho, que é plenamente humanizadora,
dá plena dignidade às pessoas e aos povos, cumula o coração e a vida inteira.
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