quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

31 de janeiro - São Francisco Saverio Maria Bianchi

Francisco Saverio Maria Bianchi nasceu no dia 2 de dezembro de 1743, na cidade de Arpino, França, e viveu quase toda a sua vida em Nápoles, Itália. Era filho de Carlo Bianchi e Faustina Morelli, sua família era muito cristã e caridosa. Francisco viveu sua infância num ambiente familiar, de doação ao próximo e que o influenciou durante toda sua existência religiosa.

Aos doze anos entrou para o "Colégio dos Santos Carlos e Felipe" da ordem dos Barnabitas e em 1762, para o seminário onde jurou fidelidade a Cristo e fez seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Completou os estudos de direito, ciência, filosofia e teologia em Nápoles e Roma. Foi ordenado sacerdote aos 25 de janeiro de 1767. Tendo em vista sua alta cultura, seus Superiores o enviam de volta para lecionar no Colégio de Belas Artes e Letras de Arpino e, dois anos depois, ao Colégio São Carlos em Nápoles, para ensinar filosofia e matemática. Em 1778 foi chamado para ensinar na Universidade de Nápoles. No ano seguinte recebe o título de "Sócio Nacional da Real Academia de Ciências e Letras". A intensa atividade no campo da cultura não o impediu, todavia, de viver plenamente a vida de religioso, desempenhando importantes cargos na Congregação e continuando a exercer seu ministério sacerdotal.

Durante sua vida fez amizade com Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, mística que vivia em Nápoles e sentia no corpo os sofrimentos do Calvário. Por sua formação racionalista tinha algumas restrições às experiências místicas, mas numa sexta-feira em 1777, Francisco presenciou como ela sofria pessoalmente a paixão de Cristo e a partir deste momento mudou totalmente a sua vida.

Privou-se de seus livros científicos e deixou as discussões para os intelectuais. Em sua cela dedicou-se á meditação, ao contato com Deus e à penitência. Entre os dois santos desenvolveu-se uma bela amizade espiritual.

Na véspera de Pentecostes, de uma hóstia saiu um raio que o feriu profundamente no coração, e desde aquele dia cada vez que celebrava a Santa Missa, as pessoas viam que seu corpo tremia, seu rosto e seus olhos brilhavam extraordinariamente, deixando todos admirados.

Ao seu redor se formou uma próspera família espiritual. A fama de sua virtuosidade e santidade cresceu e, com as pernas cobertas de chagas, Francisco passava longas horas no confessionário. Mesmo assim não deixou de celebrar a Santa Missa, de acolher e aconselhar a todos os que o procuravam, distribuindo palavras de coragem e conforto. Consumido pela doença morreu em 31 de janeiro de 1815, envolto pela paz e suprema alegria espiritual.

Francisco Bianchi viveu durante o período conturbado e histórico das sucessivas conquistas e batalhas empreendias pelo imperador Napoleão Bonaparte. Assistiu a destruição de todas as bases políticas da Europa. Sobretudo, viu o clima antirreligioso ser instalado e que se materializou contra o clero com leis de confisco, incêndios e expulsões de congregações inteiras dos domínios napoleônicos. Mas, padre Francisco Bianchi se manteve apaixonadamente sacerdote de Cristo. Lutou contra a miséria, a desnutrição, as epidemias, as doenças e por fim contra a baixa estima dos habitantes tão abandonados politicamente.

O seu funeral foi um dos mais comoventes, onde estiveram reunidas personalidades ilustres das áreas das artes, da ciência, da Igreja e a imensa população, para as últimas homenagens àquele que chamaram de "Apóstolo de Nápoles" e "santo". Em 1951, foi canonizado pelo papa Pio XII, em Roma.

31 de janeiro - Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco? Mc 6,3

O Verbo, a Palavra eterna de Deus, “veio em auxílio da descendência de Abraão; por isso, teve de assemelhar-Se em tudo aos Seus irmãos” (Heb 2, 16-17) e de tomar um corpo semelhante ao nosso. É por isso que Maria foi verdadeiramente necessária, para que Ele tomasse corpo nela, e o oferecesse por nós como sendo Seu. Gabriel tinha-lho anunciado em termos cuidadosamente escolhidos. Não disse apenas: “Aquele que vais nascer em ti”, disse: “Aquele que vai nascer de ti”,

Tudo isto se fez assim para que o Verbo, assumindo a nossa natureza e oferecendo-a em sacrifício, a fizesse totalmente Sua. Em seguida, quis revestir-nos da Sua própria natureza divina, razão pela qual São Paulo afirma: “É necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de imortalidade” (1Cor 15, 53). E tal não aconteceu de forma simulada, como supõem certos heréticos: nem pensar nisso! O Salvador tornou-Se verdadeiramente homem, e foi daí que veio a salvação para todo o homem. A nossa salvação não é uma aparência, não é apenas para o corpo, mas para o homem todo, alma e corpo, e esta salvação veio do próprio Verbo.

Aquele que veio de Maria era, pois, humano por natureza, segundo as Escrituras, e o corpo do Senhor era um verdadeiro corpo; sim, um verdadeiro corpo, porque era idêntico ao nosso, porque Maria é nossa irmã, visto que todos descendemos de Adão.


Santo Atanásio de Alexandria – século IV

Hoje celebramos:

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

30 de janeiro - Tomando-lhe a mão, disse: ‘Talitha qûm’, que significa: ‘Menina, levanta-te!’ Mc 5,41

Porque nasceste uma segunda vez, serás chamada ‘menina’. Menina, levanta-te por Mim, não porque o mereças, mas pela ação da Minha graça. Levanta-te, portanto, por Mim: a tua cura não provém da tua força. E logo a menina se levantou e começou a andar.

Que Jesus nos toque, a nós também, e logo começaremos a andar. Embora estejamos paralisados, embora as nossas obras sejam más e não possamos andar, embora estejamos deitados no leito dos nossos pecados, se Jesus nos tocar, ficaremos imediatamente curados. A sogra de Pedro estava atormentada pela febre: Jesus tocou-lhe com a mão, ela levantou-se e serviu-O imediatamente.

“Todos ficaram assombrados. Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido”. Eis a razão porque Ele mandou sair toda aquela multidão para fazer um milagre. Ele mandou, e não só mandou, mas ordenou que ninguém soubesse. Ele ordenou aos três apóstolos, e ordenou também aos pais que ninguém soubesse. O Senhor ordenou a todos, mas a menina não pôde ficar calada, ela que se tornou a levantar.

“E mandou dar de comer à menina”: para que a sua ressurreição não fosse considerada como a aparição de um fantasma. E Ele próprio, depois da Sua ressurreição, comeu peixe e um bolo de mel. Suplico-te, Senhor, que também a nós que estamos deitados, nos toques com a Tua mão; levanta-nos do leito dos nossos pecados e põe-nos a andar. Quando estivermos a andar, manda darem-nos de comer. Deitados, não podemos comer; se não estivermos levantados, não seremos capazes de receber o Corpo de Cristo.


São Jerônimo – século V

Hoje celebramos:

30 de janeiro - Beato Bronislao Markiewicz

Bronislao Markiewicz nasceu em 13 de julho de 1842 em Pruchnik, na Polônia,  sexta das onze crianças de Juan Markiewicz, prefeito da cidade e Marianna Gryziecka. Ele recebeu uma sólida formação religiosa em sua família. Mais tarde, durante seus estudos, ele experimentou uma certa hesitação na fé devido, em grande parte, à atmosfera fortemente antirreligiosa que reinava na escola. Conseguiu, no entanto, superá-la logo recuperando a serenidade e a paz interior.

O jovem Bronislao, que obteve um diploma de bacharel , sentiu-se chamado por Deus para o sacerdócio, em 1863, entrou no Seminário Maior de Przemyśl. Depois de completar seus estudos, foi ordenado sacerdote em 15 de setembro de 1867. Após seis anos de pastoral, como vigário, na paróquia de Harta e na Catedral de Przemyśl, com o desejo de se preparar ainda mais para trabalhar coma juventude, durante dois anos estudou pedagogia, filosofia e história na Universidade de Lviv e em Cracóvia. Em 1875 foi nomeado pároco em Gac e em 1877 em Blazowa. Em 1882, lhe foi confiado o ensino da teologia pastoral no Seminário Maior de Przemyśl.

Sentindo-se também chamado à vida religiosa, no mês de novembro de 1885, partiu para a Itália e entrou nos Salesianos, onde teve a alegria de conhecer São João Bosco, em cujas mãos fez os votos religiosos em 25 de março de 1887.

Como salesiano, desenvolveu várias atribuições confiadas pelos seus superiores e tentou realizá-las com dedicação e zelo. Devido à austeridade da vida e à diversidade do clima, em 1889, Padre Bronislao ficou gravemente doente com a tuberculose, estando à beira da morte. Recuperado da doença, ele convalesceu, sempre na Itália, até que, em 23 de março de 1892, com a permissão de seus superiores, retornou à Polônia, onde assumiu o cargo de pároco de Miejsce Piastowe, na diocese de origem Przemyśl.

Além da atividade ordinária da paróquia, o padre Bronislao Markiewicz dedicou-se, no espírito de São João Bosco, à formação de jovens pobres e órfãos. Para eles, abriu um Instituto em Miejsce Piastowe, no qual ofereceu a seus alunos ajuda material e espiritual, preparando-os para a vida com treinamento profissional nas escolas abertas no mesmo Instituto. Em 1897, ele decidiu fundar duas novas congregações religiosas baseadas na espiritualidade de São João Bosco, adaptando suas regras à especificidade de seu próprio carisma. Recebido novamente entre o clero da diocese de Przemyśl, o padre Markiewicz continuou a atividade de pastor e diretor do Instituto (Sociedade) que ele chamou de Temperança e Trabalho (erguido em 1898), tratando de obter sua aprovação como Congregação religiosa, sob o proteção de São Miguel Arcanjo, com um ramo masculino e feminino. A aprovação foi concedida apenas um ano após a sua morte: em 1921 para o ramo masculino e em 1928 para o ramo feminino.

O padre Bronislao continuou, sempre com a aprovação e bênção do Bispo, Dom Sebastian Pelczar, sua atividade como professor de jovens e de órfãos e crianças abandonadas, com a ajuda de colaboradores para cuja preparação e treinamento ele mesmo contribuiu constantemente. Já em Miejsce Piastowe tinha oferecido casa e treinamento para centenas de meninos se dando inteiramente a eles. Com vontade de fazer ainda mais a seu favor, no mês de agosto de 1903, o Padre Markiewicz abriu uma nova casa em Pawlikowice, perto de Cracóvia, onde mais de 400 órfãos encontraram uma casa e possibilidades de formação espiritual e profissional.

A dedicação total aos meninos, a abnegação heroica, o enorme trabalho a ser feito, logo consumiu as forças do padre Markiewicz minando sua saúde, já comprometida com os inconvenientes sofridos na Itália. Tudo isso rapidamente o levou ao fim de sua peregrinação terrena, que ocorreu em 29 de janeiro de 1912.

Antes e depois de sua morte, ele era considerado um homem fora do comum. Crescendo cada vez mais a fama da santidade do pai Bronislao, os Superiores dos dois Institutos religiosos de São Miguel Arcanjo, fundados por ele, pediram ao Bispo de Przemyśl para formalizar o processo de beatificação de seu Fundador que começou em 1958, sendo beatificado em 19 de junho de 2005.



segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

29 de janeiro - São Gelásio II (Papa)

159º Papa da Igreja, era italiano. Foi batizado com o nome de João de Gaeta, era  monge  na  abadia  de  Montecassino, conhecido  pela sua  sapiência  e  que desde o ano  de 1089 exercia o cargo  de chanceler pontifício.

Foi  eleito secretamente na igreja  romana de Santa Maria de  Pallara,  pelos cardeais, devido a uma perigosa  situação  política  e  militar  em  Roma.

Foi violentamente agredido e aprisionado por Cencius Frangipini, de uma família que odiava o falecido Papa Pascoal II, a quem o Papa Gelásio II era profundamente leal. Apesar de  ter sido aprisionado no  meio da eleição, a 24 de janeiro de 1118, a  manifestação  popular  fez com  que fosse  libertado,  tendo-se então refugiado em  Gaeta, onde foi ordenado sacerdote (era apenas diácono quando foi eleito papa) e consagrado Bispo de Roma em  10 de março de 1118.

Gelásio II não aceitou o pedido  de encontro do  imperador, que queria discutir a  questão  das investiduras – a interferência de governantes seculares na designação e posse de bispos e abades.  Assim,  o Imperador Henrique  V declarou a Sé vacante e nomeou o antipapa, Maurício de Braga (que tomou o nome de Gregório VIII).

O Papa Gelásio II excomungou o imperador e o antipapa, assim, quando  o  imperador saiu  de  Roma, Gelásio voltou,  sendo, contudo, perseguido pelos partidários daquele.  Fugiu  então  para  Pisa,  consagrou a  nova catedral desta cidade e presidiu o  sínodo de Vienne,  onde se condenaram mais uma vez as investiduras. 


Acabou por  morrer,  prostrado no  chão, na  abadia  de  Cluny.  O  seu  papado terminou a  29 de janeiro de 1119.

29 de julho - É que Jesus lhe dizia: Espírito imundo, sai deste homem! Mc 5,8

É como se dissesse: “Sai da Minha casa; que fazes tu na Minha habitação? Eu quero entrar: Por isso, cala-te e sai do homem, deste ser dotado de razão. Sai do homem! Deixa essa morada que Eu preparei para Mim! O Senhor quer a Sua casa, sai deste homem”.

Vede a que ponto a alma do homem é preciosa. O que contraria os que pensam que os homens e os animais têm uma alma idêntica e que somos animados pelo mesmo espírito. 

Noutra altura, o demônio foi expulso de um só homem e foi enviado para dois mil porcos: aquilo que era precioso foi salvo, e o que era vil, perdido: “Sai do homem, vai para os porcos. Vai para onde quiseres, vai para os abismos. Deixa o homem que é Minha propriedade. Não te vou deixar possuir o homem, pois seria para Mim um ultraje instalares-te nele em Meu lugar. Assumi um corpo humano, vivo no homem: essa carne que possuis faz parte da Minha carne: sai deste homem!”


São Jerônimo – século V

Hoje celebramos:

domingo, 28 de janeiro de 2018

28 de janeiro - São José Freinademetz

A cruz de Cristo, o pão eucarístico, a meditação da Palavra de Deus foram as estrelas que guiaram a vida do missionário José Freinademetz.

"Então, eles partiram e pregaram por toda a parte" (Mc 16, 20). Assim o Evangelista Marcos conclui o seu Evangelho. Acrescenta, em seguida, que o Senhor não cessa de acompanhar a atividade dos Apóstolos com o poder dos seus prodígios. Destas palavras de Jesus fazem eco as palavras cheias de fé de São José Freinademetz: "Não considero a vida missionária como um sacrifício que ofereço a Deus, mas como a maior graça que Deus me poderia ter dado".

Com a tenacidade típica de um montanhês, esta generosa "testemunha do amor" fez de si mesmo um dom às populações chineses no Shandong meridional. Abraçou por amor e com amor a sua condição de vida, segundo o conselho que ele mesmo dava aos seus missionários: "O trabalho missionário será em vão, se não amarmos e se não formos amados". Modelo exemplar de inculturação evangélica, este Santo imitou Jesus, que salvou os homens compartilhando profundamente a sua existência.

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 05 de outubro de 2003

Giuseppe (José) Freinadmetz nasceu no dia 15 de Abril de 1852, em Oies (Bolzano), um pequeno aglomerado de casas nas Dolomitas, do Norte de Itália. Foi batizado no dia em que nasceu e herdou da família uma fé simples e tenaz e uma grande capacidade de trabalho.

Enquanto estudante de Teologia no Seminário Diocesano de Bressanone (Brixen), ele começou a pensar em dedicar a vida ao serviço das missões. Foi ordenado sacerdote no dia 25 de Julho de 1875 e encarregado da Paróquia de São Martinho (St. Martin di Badia), muito próximo da casa paterna, onde muito rapidamente conquistou os corações da sua gente. No entanto, o apelo ao serviço da missão não o abandonou. Dois anos após a ordenação entrou em contacto com o Padre Arnaldo Janssen, Fundador da casa de Steyl, que ficaria a conhecer-se como Congregação do Verbo Divino.

Com a autorização do Bispo, José deixou a paróquia e dirigiu-se a Steyl, na Holanda, no mês de Agosto de 1878. No dia 2 de Março de 1879 recebeu a cruz missionária e partiu para a China com o Padre João Baptista Anzer, outro missionário do Verbo Divino. Cinco semanas mais tarde, chegavam a Hong Kong, onde ficaram dois anos preparando-se para a etapa seguinte. Em 1881 partiram para a nova missão no Shantung do Sul, uma província com 12 milhões de habitantes e somente 158 cristãos. 

Os próximos dois anos foram marcados por duras e longas viagens, assaltos de bandidos e as dificuldades na formação das pequenas comunidades cristãs. Logo que uma comunidade começava a organizar-se, uma ordem do Bispo obrigava-o a deixar tudo e a começar de novo.

José aprendeu desde muito cedo a importância de um laicado empenhado, especialmente dos catequistas, para o trabalho da primeira evangelização. Dedicou muita energia à formação dos Leigos e preparou um manual para a catequese em Chinês. Ao mesmo tempo, juntamente com Anzer, que se tornara bispo, ele dedicou grande esforço à preparação, animação espiritual e formação permanente de sacerdotes chineses e de outros missionários. 

A sua vida esteve marcada pelo desejo de se transformar num Chinês entre os Chineses e nesse espírito escrevia à família: «Eu amo a China e os Chineses; eu quero morrer e ser sepultado entre eles».

Externamente ele se em converte em chines e transforma também o seu nome em "Fu Jo-shei Shenfu", abreviado "Fu Shenfu" - Sacerdote da Felicidade.

Em 1889 Freinadmetz adoeceu gravemente de uma laringite e teve um início de tuberculose, devido ao excesso de trabalho e a outros sofrimentos. A insistência do Bispo e dos confrades, ele saiu para o Japão para descansar, na esperança de que recuperasse a saúde. Ele nunca mais se recompôs totalmente e voltou ao trabalho missionário na China.

Quando no ano de 1907, o bispo empreendeu uma viagem à Europa, Freinadmetz assumiu o lugar de Administrador da Diocese. Durante esse período surgiu uma epidemia de tifo. José, como um bom pastor oferecendo ajuda onde podia, visitava as muitas comunidades até que ele próprio foi infectado. Dirigiu-se a Taikia, sede da Diocese, onde morreu no dia 28 de janeiro de 1908. Ele foi sepultado junto da duodécima estação da Via Sacra e o seu sepulcro transformou-se rapidamente num centro de peregrinação para os cristãos.

Freinadmetz aprendeu a descobrir a grandeza e beleza da cultura chinesa e a amar profundamente o povo a quem fora enviado. Dedicou a sua vida à proclamação do Evangelho do amor de Deus por todos os povos e à encarnação deste amor na formação das comunidades cristãs da China. Animou essas comunidades a abrirem-se em solidariedade com os povos vizinhos. Encorajou muitos Chineses a tornarem-se missionários entre o seu povo como catequistas, religiosos, irmãs religiosas e sacerdotes. A sua vida era bem a expressão deste dito seu: «A linguagem que todo o mundo entende é a linguagem do amor».

"A oração é nossa força, nossa espada, nosso consolo e a chave do paraíso."

"Em meio aos perigos permaneçamos tranquilos e confiemos na Providência do céu que vela por nós dia e noite."

"Tomemos a vida como o que é na realidade: um plantio para a eternidade."

"O pouco que nós fazemos não é nada em comparação com o que o bom Deus tem feito por nós."

"A oração e a alegria tornam possível a verdadeira virtude."


28 de janeiro - Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. Mc 1,26


É esta a sua maneira de exprimir a sua dor: sacudindo-o com violência. Uma vez que não podia alterar a alma do homem, o demônio exerceu a sua violência no corpo dele. Estas manifestações físicas eram, aliás, o único meio que tinha à sua disposição para demonstrar que estava a sair. Tendo o espírito puro manifestado a sua presença, o espírito impuro bate em retirada.

Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: “Que é isto?”.
Olhemos para os Atos dos Apóstolos, e para os sinais que os primeiros profetas nos deram. Que dizem os magos do Faraó perante os prodígios de Moisés? “Está aí o dedo de Deus” (Ex 8,15). É Moisés que os realiza, mas eles reconhecem o poder de outrem. Posteriormente, os apóstolos fizeram outros prodígios: “Em nome de Jesus, levanta-te e anda!” (At 3,6); “E Paulo disse ao espírito: Ordeno-te, em nome de Jesus Cristo, que saias desta mulher” (At 16,18). O nome de Jesus é sempre citado.

Mas aqui, que diz Ele? “Sai desse homem”, sem mais pormenores. É em Seu próprio nome que Ele ordena ao espírito que saia. “Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: Que é isto? Eis um novo ensinamento”. A expulsão do demônio não tinha em si nada de novo: os exorcistas dos hebreus faziam-no frequentemente. Mas que diz Jesus? Qual é este ensinamento novo? Onde está então a novidade? É que Ele impõe-Se com a Sua própria autoridade aos espíritos impuros. Ele não cita ninguém: é Ele próprio que dá as ordens; Ele não fala em nome de ninguém, mas sim com a Sua própria autoridade.


São Jerônimo – século V

Hoje celebramos:

sábado, 27 de janeiro de 2018

27 de janeiro - Os sete mártires de Tibhirine serão beatificados.



O Papa Francisco aprovou hoje o decreto que aprova o martírio dos sete monges trapistas sequestrados e mortos na Argélia em 1996, abrindo caminho para a sua beatificação.
A história dos sete monges trapistas da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, Christian de Chergé, Luc Docher, Christophe Lebreton, Michel Fleury, Bruno Lemarchand, Celestin Ringeard e Paul Favre-Miville, raptados e assassinados em Tibhirine, deu origem ao filme “Homens e Deuses.”

Em abril de 2016 o Vaticano anunciou que o Papa Francisco escreveu prefácio do livro ‘Tibhirine. L’heritage’ (Tibhirine. A herança), que recolhe testemunhos sobre os frutos da mensagem de paz e de convivência dos sete monges entre o cristianismo e o islã.


“Vinte anos após a sua morte, somos convidados a ser sinais de simplicidade e de misericórdia, no exercício quotidiano do dom de si, a exemplo de Cristo. Não haverá outro modo de combater o mal que tece a sua teia no nosso mundo”. Papa Francisco

Assista o trailer do filme Homens e Deuses 

27 de janeiro - Beata Maria de Jesus de Santocanale

"Ser pão partido para a fome do mundo".

Carolina, esse era o nome de batismo de Irmã Maria de Jesus de Santocanale. “Nasci – disse ela – a 02 de Outubro de 1852, em sábado e festa dos Santos anjos em Palermo; fui batizada no dia 03 de outubro, dia consagrado a Nossa Senhora do Rosário, às primeiras vésperas da festa de São Francisco de Assis que, já daquele momento começava a amar-me e me escolhia como sua filha.” Era primogênita de seis filhos de família nobre, sendo seus pais, o advogado José Santocanale proprietário de muitos bens e de Catarina também proprietária de muitos imóveis.

Em 1861 com 09 anos de idade, fez sua primeira comunhão na sua paróquia de santo Abade: “chorei o tempo todo – ela escreve: como estava feliz! Na adolescência, comecei a ser vaidosa: gostava muito de me vestir muito bem, o que, além de atrapalhar o corpo, enfraquecia a alma”.

Em 1868, na Catedral de Palermo, em companhia de sua mãe, escuta as pregações quaresmais. Em 06 de Março de 1869: “Naquele dia – escreve Carolina – quando o pregador falou sobre a Samaritana, fiquei abalada. O Evangelho da mulher Cananéia despertou na minha alma tanta fé e tão grande confiança em Deus que nunca mais se apagou.” Carolina escuta a voz de Deus, que a orienta irrevogavelmente na direção dos pobres.

Em 1873 ingressa na congregação das Filhas de Maria. O convite do Pároco para ficar como Presidente, é aceito com grande entusiasmo como um autêntico exercício de preparação para a futura vocação religiosa; de fato, experimenta uma alegria de Paraíso. Não há rosa sem espinho, nem alegria separada da provação. Também a grande Graça da aprovação da Regra, as constituições e agregação do novo Instituto à Ordem capuchinha.

Em 13 de junho de 1910 após uma preparação com retiros espirituais por Frei Antonio de Palermo e Frei Fedele de Cinima, a serva de Deus e suas filhas, recebem o hábito religioso pelas mãos do Bispo Gaspar Bova.

Irmã Maria de Jesus e suas filhas iniciam uma vida nova, implantada na Regra e constituições, firmemente decididas a percorrer a vereda da perfeição religiosa. Dando o nome da nova congregação de: Capuchinhas da Imaculada de Lourdes, fundada nesse mesmo dia e ano, dia de Santo Antonio de Pádua em Cinise (Palermo) sendo denominada como Padroeira da Congregação e comemorada em 11 de fevereiro de cada ano, que fará o seu ideal dos pobres e excluídos. Ideal esse, que estava presente nas suas fibras mais íntimas desde a sua adolescência quando experimentou e se entusiasmou com a obra de Frei Tiago Gusmão, agora já Bem Aventurado. É o Fundador do “Pão dos Pobres, quando pensava no “pão dos pobres” seu ardia de amor e compaixão pelos mais pobres dos pobres. Ela com consentimento do Pároco de Cínise implantou a obra do “Pão dos pobres” na Paróquia.

Saía de casa em casa visitando, levando alimentos, vestes e conforto espiritual, moral e limpeza do corpo e da alma, vendo naquele doente o próprio Jesus Cristo que sofre.

Após se tornar Irmã Maria de Jesus, em Cinise, deu inicio a uma nova família religiosa. Enxertando-a na árvore multissecular do franciscanism : As Irmãs Capuchinhas da Imaculada de Lourdes, atualmente existentes não só na Itália, mas em outras fronteiras como: Brasil, Albânia, México e Madagascar.

Para as Capuchinhas, trata-se de continuar a resposta da Madre entregando a “própria vida ao louvor do Senhor... Como uma necessidade, como indagação, de cada ser humano, que encontra em Nossa Senhora de Lourdes um sonho de esperança “.


27 de janeiro - Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Mc 4,37

Numerosas são as vagas e brame a tempestade, mas não tememos ser submersos: permanecemos firmes sobre a rocha. Mesmo que o mar se enfureça, não quebrará a rocha; mesmo que as vagas se levantem, não podem engolir a barca de Jesus. Dizei-me: que podemos nós temer? A morte? «Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro» (Fil 1,21). O exílio? «Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe» (Sl 23,1). A confiscação dos bens? «Nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1Tim 6,7). Pouco me importa o que é temível neste mundo; rio-me dos seus bens. Não temo a pobreza, não desejo a riqueza. Não tenho medo da morte.

O Senhor é quem me dá garantias. Fiar-me-ei nas minhas forças? Possuo o seu testamento: eis o meu ponto de apoio, a minha segurança, o meu porto tranquilo. Ainda que trema todo o universo, eu possuo este testamento e releio-o: ele é a minha fortaleza, a minha segurança. Qual é o seu conteúdo? «Eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28,20). Jesus Cristo está comigo, a quem temerei? Assaltem-me as vagas e a cólera dos grandes: tudo isso não vale, sequer, o peso de uma teia de aranha.


São João Crisóstomo – século V

Hoje celebramos:

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

26 de janeiro - Beato Gabriel Maria Allegra

O Beato Gabriel Maria Allegra, sacerdote franciscano, é especialmente conhecido como o fundador do Studium Biblicum Franciscanum e por ser o primeiro tradutor de toda a Bíblia em chinês. 

O padre Allegra nasceu em 26 de dezembro de 1907 em San Giovanni La Punta, pequena cidade siciliana, localizada no sopé do Etna. Ele era o mais velho de oito irmãos e, no batismo, recebeu o nome de João, um nome pelo qual ele se orgulhava porque João era o discípulo favorito de Jesus, aquele que penetrou nos segredos do Verbo encarnado e porque Jesus lhe confiou na Cruz o cuidado de sua mãe. De acordo com um dos irmãos, seus pais, nasceram pobres, viveram pobres e morreram pobres dos bens deste mundo, mas ricos em méritos e virtudes. 
A família Allegra, muito dedicada à Virgem, cuidava do santuário local da Virgem de La Ravanusa, lugar ligado a vários momentos importantes de nosso O nosso Beato falando de seus pais, disse: "Eu sempre dou graças ao bom Jesus que me deu pais cristãos, e imploro-lhe que nossa casa seja sempre como a casa de Lázaro, Marta e Maria em Betânia, na qual Jesus sempre encontrou corações amigáveis".

Em 1918, quando tinha onze anos, entrou no seminário menor franciscano no convento de San Biagio em Arcireale (Sicília), onde completou seus estudos. Em 1923, vestiu o hábito franciscano e iniciou o noviciado, mudando seu primeiro nome para Gabriel Maria. No ano seguinte ele fez a primeira profissão. No mesmo ano, por ocasião da peregrinação da relíquia do braço de São Francisco Xavier à Sicília, ele pediu e obteve a graça da vocação missionária.

Em 1926 ele foi enviado para Roma para completar os estudos e lá teve a sorte de ouvir, em 1928, uma conferência sobre o Padre Juan de Montecorvino, missionário franciscano, na China, de 1294 a 1328 e primeiro arcebispo de Pequim, por ocasião do sexto centenário de sua morte. A conferência era - ele diria mais tarde em suas Memórias - "como uma chama acesa contra um barril de pólvora", e o convenceu de que ele era chamado para ser missionário na China. 

Quando ele soube que não havia tradução católica de toda a Bíblia na China, ele decidiu ir para traduzir as Sagradas Escrituras na língua de Confúcio. Este voto ele fez para a Virgem Imaculada, a quem ele sempre teve um afeto filial, quando foi a sua aldeia para celebrar sua primeira missa cantada no santuário de La Ravanusa, em 15 de agosto de 1930, solenidade da Assunção da Virgem Maria. Pouco antes, em 20 de julho de 1930, ele havia recebido a ordenação sacerdotal em Roma.

Em setembro de 1931 embarcou no porto de Brindisi para a China, enviado como missionário: ele tinha 24 anos. É verdade que o Pe. Allegra foi ao Extremo Oriente para levar o Evangelho ao povo daquele mundo. Mas, dentro desse objetivo geral, teve o concreto e específico objetivo de traduzir a Bíblia para a língua chinesa.Assim, assim que ele chegou ao seu destino, ele se dedicou a estudar chinês em Xangai, e o fez com tanto interesse e paixão que, cerca de quatro meses após sua chegada, já era capaz de exercer seu ministério na aldeia: ele confessava, batizava e pregava em chinês. E ele conseguiu dominar a língua chinesa dessa maneira, tanto na sua forma literária como popular, que se tornou, entre os próprios chineses, um professor entre professores.

No final de 1932, ele foi nomeado reitor do seminário menor de Heng Yang. O padre Gabriel se definiu como um apóstolo da Palavra, e verdadeiramente ele estava no profundo e completo senso do termo de acordo com esse pensamento tão estimado como "cooperador da verdade". Sua figura deve ser vista sob a luz dupla de um sacerdote de Deus, devorado pelo zelo das almas, e um colaborador apaixonado e entusiasmado da verdade. Pediu ao Senhor quatro coisas: sabedoria, santidade, apostolado e martírio. 

Com a grande bagagem cultural que possuía, (conhecia e falava, além de italiano e chinês, inglês, francês, espanhol, alemão e, entre as línguas bíblicas, latim, grego, siríaco e aramaico) o Padre Allegra, nos primeiros anos de sua experiência missionária, realizou sozinho, a tradução do Antigo Testamento do texto hebraico e aramaico e, em 1941, praticamente terminou um primeiro rascunho. Não querendo assumir sozinho a responsabilidade da uma tradução dos textos originais, viu que a colaboração de outros era necessária. Com a ajuda de alguns colaboradores praticamente terminou em 1944 seu primeiro trabalho, a tradução do Antigo Testamento. Infelizmente, durante as vicissitudes da guerra, ele perdeu mais da metade do texto traduzido. No entanto, ele não foi desencorajado, pelo contrário, ele chamou novos irmãos para ajudá-lo. E assim, o ano de 1945 nasceu o Centro Franciscano de Estudo da Bíblia em Pequim, que, devido à turbulência e à guerra, teve que se mudar para Hong Kong em 1948.

Em 12 de agosto de 1946, o primeiro volume, os Salmos, foi publicado em Hong Kong, seguido de mais onze, totalizando 10.000 páginas. Além dos textos bíblicos, foi publicado um comentário rico e atualizado com notas críticas, de grande valor científico.
Após a tradução do Antigo Testamento, em 1954 ele foi para a Terra Santa junto com seus irmãos, para um curso de formação contínua.

Ele retornou a Hong Kong em 1955 e se dedicou a traduzir o Novo Testamento do texto grego. O sonho de traduzir toda a Sagrada Escritura tornou-se uma realidade com a publicação das Cartas Católicas e do Apocalipse em 1961. Mais tarde, em 1968, o Studium Biblicum Franciscanum publicou pela primeira vez na história a Bíblia completa traduzida em chinês – Antigo e Novo Testamento – em um único volume.

Traduzir a Bíblia, desde os textos originais até a língua chinesa, certamente implicou grandes esforços; basta pensar na necessidade de criar novas palavras para expressar conceitos até então desconhecidos na língua e mentalidade chinesas. Por esta razão, o mérito do Padre Allegra é extraordinário: com sua tradução ele não escreveu uma teologia chinesa, mas colocou os chineses em posição de escrever uma teologia deles. Com o seu trabalho, permitiu o acesso direto aos textos da Revelação de acordo com a tipicidade chinesa, para descobrir aspectos culturais e institucionais diferentes dos consolidados na Europa Ocidental. 

O Padre Allegra não era apenas um homem de estudo. Ele foi antes de mais um Irmão Menor, humilde, com um grande coração, aberto a todas as misérias físicas e morais, às quais se aproximou com ternura particular. Inúmeras almas em todo o mundo que, sob sua liderança, recuperaram fé ou esperança. Ele aproveitou todas as ocasiões para falar com palavras simples, como queria São Francisco. Ele falou com os humildes e os aprendizes.

Mas sua paternidade espiritual foi especialmente focada nos leprosos, a quem ele professou um amor particular. Ele aproveitou os feriados e os dias de descanso para ir ao encontro deles e permanecer por dias inteiros em sua companhia.

No "Pontifício Decreto sobre as suas Virtudes", lemos: "Ele observou com grande fidelidade a Regra Franciscana e os votos". Sua vida é um testemunho eloquente do primado do amor de Cristo e serviço fiel à Igreja, seguindo o exemplo de São Francisco. A Carta Apostólica de sua beatificação o chama de "sacerdote da Ordem dos Frades Menores, humilde discípulo da Sabedoria Divina, apóstolo fiel das Sagradas Escrituras, missionário zeloso nas terras do Oriente".

Na sua vida de fé e devoção, o Padre Allegra reservou um espaço totalmente privilegiado para a Santíssima Virgem Maria: ele alimentou um amor filial, terno e afetuoso para com ela. Para ela, ele sempre dirigia sua oração, sob sua proteção ele colocou o Estudo da Bíblia Franciscana, com isso ele falou de uma maneira cativante. 

Ele amou e serviu a Igreja com generosidade e perseverança. Cumpriu suas práticas de piedade com naturalidade e humildade, quase não falava sobre si mesmo, e não gostava que outros o louvassem. Nada foi feito sem o mérito da obediência.  Fiel à tradição franciscana, ele sabia unir essas duas colunas de vocação, que realmente sustentavam sua vida com Deus e seu trabalho.

O padre Gabriel María Allegra morreu no hospital "Canossa" (Caritas) de Hong Kong em 26 de janeiro de 1976, apreciado por todos como um homem de grande caridade e sabedoria.  Em 23 de abril de 2002, o Papa João Paulo II reconheceu o milagre que foi atribuído à intercessão do Padre Allegra, e em 29 de setembro de 2012 foi beatificado em Acireale, na Basílica da Catedral da Anunciação de Maria Santíssima.









26 de janeiro - A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Lc 10,2

Jesus Cristo, coberto de desprezo e de insultos pelos seus inimigos, aplica-Se ainda mais a fazer-lhes o bem. Percorria cidades, aldeias e sinagogas, ensinando-nos a responder às calúnias, não com calúnias, mas através de boas obras. Se, ao fazeres o bem ao teu próximo, tens em vista agradar a Deus e não aos homens, façam estes o que fizerem, não deixes tu de fazer o bem; a tua recompensa será maior. Eis a razão por que Cristo não esperava que os doentes fossem ter com Ele, mas Ele próprio ia ter com eles, levando-lhes simultaneamente dois bens essenciais: a Boa Nova do Reino e a cura de todos os seus males.

Para Cristo, porém, isso não era suficiente; Ele manifestava ainda de outra maneira a sua compaixão. “Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” Note-se uma vez mais o seu desapego à vanglória. Não querendo que toda a gente O seguisse, enviava os seus discípulos. Queria instruí-los, não apenas para as lutas que iriam suportar na Judeia, mas também para os combates que começariam em toda a Terra.

Jesus deu aos seus discípulos o poder de curar os corpos, esperando confiar-lhes o poder, não menos importante, de curar as almas. Repara como mostra ao mesmo tempo a facilidade e a necessidade desta obra. Efetivamente, que foi que Ele disse? “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”: não é à sementeira que vos envio, mas à messe. Falando assim, Nosso Senhor dava-lhes confiança e mostrava-lhes que o trabalho mais importante já tinha sido realizado.

São João Crisóstomo  - século V

Hoje celebramos:

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

25 de janeiro - Beata Emília Fernández Rodriguez de Cortés

Emília Fernández Rodriguez de Cortés nasceu em 13 de abril de 1914, na aldeia de Las Cuevas, em Tijola (Almeria). Foi batizada no mesmo dia em que nasceu, na igreja de Santa Maria. Seus pais, de etnia cigana, ganhavam a vida fazendo cestos de vime, arte que ensinaram a Emília. 
Assim, Emília que depois os vendia, no meio de uma grande pobreza, passou a ser conhecida como Emília “la Canastera” (a Cesteira).

Emília nunca aprendeu a ler nem a escrever e viveu uma vida tranquila de acordo com os costumes do seu povo, incluindo a participação nas atividades da Igreja.

Muito jovem, entre fevereiro e março de 1938, Emília casou-se com o cigano  Juan Cortés. Como a igreja tinha sido fechada pelo Partido Republicano, por causa do começo da Guerra Civil Espanhola, o casamento realizou-se segundo a tradição cigana, com bailes e cânticos durante uma semana inteira.

O seu esposo foi chamado a combater na frente republicana, mas negou-se ir e Emília apoiou-o na sua recusa em ir para a frente e foi à Câmara Municipal expressando com veemência a negação: “ Meu Senhor Presidente, nós somos uns ciganos bons, somos pobres mas honrados, não nos metemos com ninguém e casamo-nos no outro dia e não queremos separar-nos um do outro”.

A reposta foi do seguinte teor: “Em 21 de junho do ano corrente de 1938, o mancebo Juan Cortés Cortés deverá apresentar-se neste escritório de recrutamento, a fim de se juntar à Frente de Guerra para a defesa dos interesses da República. No caso de não comparecer, será decretada a deserção e serão dadas as devidas ordens para a sua captura”.

Chegado o dia marcado, Juan não se apresentou. Os milicianos comunistas vieram a sua casa e prenderam-no por deserção, e a Emília que estava em estado avançado de gravidez, por tê-lo apoiado. Os dois foram separados: o marido ficou na prisão conhecida como “El Ingenio”, e a mulher na cadeia feminina de Gachas-Colorás, foi condenada a seis anos de prisão. E foi ali que, inesperadamente, encontrou conforto e confiança na sua angústia.

Um grupo de prisioneiras, entre as quais algumas religiosas e senhoras da Ação Católica, recitavam o Rosário todos os dias. Curiosa com aquela maneira de rezar, Emília pediu-lhes que lho ensinassem a rezar: foi Dolores del Olmo a sua catequista. Embora fosse analfabeta, a jovem Emília tinha uma inteligência viva e depressa aprendeu os ensinamentos da fé.

A simplicidade com que Emília fazia as suas orações diante de todos, despertou em pouco tempo a preocupação da diretora da cadeia. Um dia dirigiu-se a Emília para que ela denunciasse quem era a sua professora de religião, a troco de melhorar as condições em que estava na cadeia. Emília não abriu a boca e nunca disse o nome da sua catequista, em consequência do que, foi fechada na cela solitária. Foi aí que, a 13 de janeiro de 1939, deitada numa enxerga, Emília deu à luz uma menina, em abandono total, sem ajuda de ninguém.

A pequena criança foi batizada com o nome de Angeles, pelas suas companheiras de prisão.
Emília esteve por quatro dias sem receber assistência enquanto perdia sangue com uma terrível hemorragia. No quarto dia foi levada ao Hospital provincial, em estado grave, tendo regressado poucas horas depois à solitária na cadeia onde, em 25 de janeiro de 1939, 12 dias depois do parto, às 9h30m faleceu sem nunca ter denunciado a sua catequista.

Tinha 24 anos: se tivesse sobrevivido mais três meses, teria visto o fim da guerra.

Os restos mortais de Emília foram sepultados numa vala comum, no território de Almeria, sem que nunca tenha sido exumada. Quanto à pequena Angeles, não foi confiada nem ao pai nem a nenhum familiar, mas internada num orfanato, para adoção, suspeitando-se que pudesse ter sido confiada a alguma família republicana.

A causa da beatificação de Emília Fernandez Rodríguez foi incluída no grupo de cento e dezessete mártires potenciais da diocese de Almeria. O inquérito diocesano foi iniciado no dia 11 de abril de 1995, encerrado em 21 de maio de 1998 e declarado válido pelo decreto de 26 de fevereiro de 1999.


A beatificação de Emília, a Cesteira realizou-se no Palacio de Congresos y Exposiciones de Aguadulce em Roquetas de Mar, Almeria, Espanha, em 25 de março de 2017, tendo a cerimônia sido presidida pelo Prefeito da Congregação para as causas dos Santos, como delegado pontifício do Papa Francisco, Cardeal  Angelo  Amato, pelo Bispo de Almeria e pelo Arcebispo de Granada.

25 de janeiro - Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pela mão dos meus companheiros. At 22,11

Paulo ficou cego na hora do seu chamamento, mas essa cegueira fez dele um archote de luz para o mundo. Ele via para fazer o mal; na sua sabedoria, Deus cegou-o para lhe dar a luz, a fim de que fizesse o bem. Deus não lhe mostrou apenas o seu poder; revelou-lhe também o coração da fé que ele ia pregar, ordenando-lhe que fechasse os olhos, quer dizer, que afastasse os preconceitos e as falsas luzes da razão com vista a acolher a boa doutrina, a «tornar-se louco para ser sábio», como ele dirá mais tarde (1Cor 3,18).

Fervoroso, impetuoso, Paulo precisava de um travão enérgico para não ser arrastado pelo seu ímpeto e desprezar a voz de Deus. Então, Deus começou por reprimir esse impulso; apazígua a sua cólera infligindo-lhe a cegueira, e depois fala-lhe. Dá-lhe a conhecer a sua sabedoria insondável, para que reconheça Aquele que combatia e compreenda que já não pode resistir à sua graça. Não é a privação da luz que o cega; é a superabundância da luz.

Deus escolheu bem o momento. Paulo é o primeiro a reconhecê-lo: «Quando aprouve a Deus – que me escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça – revelar o seu Filho em mim …» (Gal 1,15ss). Aprendamos pois, da boca do próprio Paulo, que nunca ninguém encontrou a Cristo sozinho. Foi Cristo quem Se revelou e Se deu a conhecer. Como diz o Salvador: «Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós» (Jo 15,16).


São João Crisóstomo - Século V

Hoje celebramos: