São Pedro pertencia a uma antiga e ilustre
família. Três membros desta família foram santos e bispos: São Basílio, São
Gregório de Nissa e São Pedro de Sebaste. Sua irmã mais velha, Santa Macrina,
foi mãe espiritual de muitos santos e grandes doutores.
Seus pais, São Basílio, o Velho, e Santa Emélia
foram desterrados por causa da fé no tempo do imperador Valério Maximiano, e
fugiram ao deserto do Ponto. A avó de nosso santo foi a célebre Santa Macrina,
a quem São Gregório instruiu na fé.
Pedro era o mais jovem dos dez filhos e perdeu
seu pai antes ainda de começar a dar os primeiros passos. Assim, sua irmã,
Macrina, teve de encarregar-se de sua educação. Macrina ocupou-se de instruí-lo,
sobretudo, na religião. Os estudos profanos interessavam muito pouco a quem
tinha os olhos fixos no céu. Pedro, que aspirava a vida monástica, nenhuma
restrição viu nela.
Sua mãe havia fundado dois monastérios, um
masculino e outro feminino. O primeiro tinha confiado a direção ao seu filho
Basílio e o segundo à Macrina.
Pedro ingressou no monastério que era dirigido
por seu irmão e que estava situado às margens do rio Íris. Quando São Basílio
se viu obrigado a deixar seu cargo, no ano 362, nomeou Pedro como seu sucessor,
que desempenhou por muitos anos o ofício de superior, com grande prudência e
virtude.
Quando eclodiu a fome nas províncias do Ponto e
da Capadócia, Pedro mostrou a sua grande caridade. A prudência humana o teria
aconselhado a não exagerar nas esmolas aos pobres, antes de ter garantido o
sustento aos seus monges. Pedro havia aprendido em outra escola a caridade
cristã e dispunha com liberalidade do que possuía o monastério para ajudar os
necessitados que vinham diariamente durante a carestia bater no monastério.
Ao ser nomeado bispo de Cesaréia, na Capadócia,
São Basílio ordenou Pedro sacerdote. Basílio morreu em 1° de janeiro e 379, e
Macrina em novembro daquele mesmo ano. Eustásio, bispo de Sebaste na Armênia,
que tinha sido ariano e perseguido São Basílio, parece ter morrido logo depois,
já que Pedro foi nomeado bispo desta diocese em 380, para erradicar a heresia
ariana. O demônio tinha se apoderado tão profundamente dessa região, quer o céu
precisava de um santo para arrojá-lo fora.
São Pedro é contado entre os eclesiásticos,
graças a uma carta incluída nos livros de São Gregório de Nissa contra
Eunomius, pela qual demonstra que, se bem que São Pedro havia se dedicado
exclusivamente aos estudos eclesiásticos, a sua leitura e seu talento natural
em eloquência não eram inferiores aos do seu irmão Basílio, nem as do seu
colega, São Gregório Nazianzeno.
Em 381 Pedro participou do Concílio Ecumênico
de Constantinopla. Não apenas seu irmão, São Gregório de Nissa, mas Teodoreto e
toda a antiguidade testemunham a sua santidade, prudência e zelo.
Sua morte ocorreu por volta do ano 391, durante
o verão. São Gregório de Nissa faz notar que Sebaste lhe honrou com uma solene
celebração (provavelmente no ano seguinte ao de sua morte), juntamente com
alguns outros mártires da mesma cidade.
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