domingo, 31 de maio de 2015

Oração à Nossa Senhora da Visitação

Deus, nosso Pai, ao terminar o mês de maio, consagrado a Nossa Senhora, vossa e nossa Mãe, inspirai em nós uma confiança e um amor filial àquela que nos trouxe Jesus. E possamos com ela cantar: Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrado de sua misericórdia – conforme prometera a nossos pais – em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre!

Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças

É da maternidade espiritual de Maria Santíssima que vem a sua mediação universal, como sempre quis Jesus, pois Maria esteve com Ele em todos os lugares. Desde o nascimento, passando por Caná da Galiléia, por todas as andanças de Jesus, até chegar em Jerusalém para o seu Calvário, no seu sepultamento, e principalmente em sua Ascensão, no cenáculo com os apóstolos, aconselhando e estando firme desde o início da Igreja.

A devoção, e o amor filial  à Virgem Maria  nasceu aos pés da Cruz, quando Jesus disse à João:“Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa”. (Jo 19,27)

A Veneração a Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, Mãe de Jesus, vem dos tempos do início do Cristianismo, pelo fato de Maria ter feito sempre a Vontade do Pai e de sempre ter acompanhado seu Filho Jesus.  De estar sempre com os apóstolos.
Portando essa devoção teve inicio no próprio evangelho. Maria, no princípio, colaborou com o plano de Deus para a humanidade, na Encarnação de Jesus e no final, em sua Redenção. Presente na hora da morte de Jesus, ela foi o sustento que os Apóstolos necessitavam. Se tornando a Medianeira, a Mãe de todas as horas, desde o início da Igreja no Cenáculo, quando todos receberam o Espírito Santo.

O Papa Leão XIII em 1921 disse: "Era designo de Deus, que após ter Maria, servido de intermediária no mistério da Redenção, continuasse igualmente a ser intermediária das graças que esse mistério faria correr em todos os tempos."
A sua festa é celebrada no dia 31 de maio.

No Brasil, a devoção a Nossa Senhora Medianeira, teve início no rio Grande do Sul. Em 1928, foi levada para o Seminário São José, na cidade de Santa Maria, através de uma imagem recebida por Frei Inácio Valle, vinda da Bélgica.
Dois anos depois, na iminência de uma luta armada entre os policiais e o exército na cidade de Santa Maria, um grupo de romeiros foi até o seminário São José para rezar e pedir a mediação de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, para intervir no conflito e impedir a guerra.
O pedido foi atendido, a demanda foi resolvida sem confronto. A partir desse acontecimento, o povo passou a fazer uma romaria todos os anos ao Seminário de São José para agradecer o feito, e sempre pedir novas graças.

Oremos:
Agradeço-vos, meu Deus, o novo dia que para mim desponta.
Pelas mãos de Maria, Medianeira de todas as Graças, minha Mãe do Céu, aceitai as minhas alegrias e dores, minhas esperanças e desenganos, minhas folgas e meu trabalho, em remissão de meus pecados, para a felicidade do meu próximo e pelas almas do purgatório.
Fazei Senhor, que aumente em minha alma, o amor de Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a mim mesmo.
Faço a intenção de lucrar todas as Indulgências aplicadas a meus atos de piedade nesse dia, a fim de que a sinceridade e a bondade de meu coração, caracterizem todos os meus pensamentos, todas as minhas palavras e todas as minhas obras. Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém. Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, Rogai por nós que recorremos a vós.


sábado, 30 de maio de 2015

Santa Joana D'Arc


A França era um país derrotado e decadente, retalhado pela ambição, governado por um príncipe fraco e hesitante, e de repente, ressuscita ao ouvir a convocação de Joana.
Sua voz virginal dá força aos fracos, coragem aos covardes e fé aos descrentes. Sua inocência infunde terror nos inimigos, restaura a pureza dos devassos. Seu nome é um brado de guerra. Sua figura, um estandarte imaculado.

Em sua curta vida, conheceu os esplendores da glória e as humilhações da mais vil perseguição: a da calúnia - último recurso dos invejosos, arma traiçoeira dos infames, que poupa o corpo e fere a honra.


Condenada à morte como bruxa, reduzida a cinzas pelo fogo, sua inocência triunfou nos altares para todo o sempre: Santa Joana d'Arc.

Leia também: Santa Joana D'Arc 

Oremos:

Ó Santa Joana D’Arc, vós que, cumprindo a vontade de Deus, de espada em punho, vos lançastes à luta, por Deus e pela Pátria, ajudai-me a perceber, no meu íntimo, as inspirações de Deus. Com o auxílio da vossa espada, fazei recuar os meus inimigos que atentam contra a minha fé e contra as pessoas mais pobres e desvalidas que habitam nossa Pátria.

Santa Joana D’Arc, ajudai-me a vencer as dificuldades no lar, no emprego, no estudo e na vida diária. Ó Santa Joana D’Arc atenda ao meu pedido (pedido). E que nada me obrigue a recuar, quando estou com a razão e a verdade, nem opressões, nem ameaças, nem processos, nem mesmo a fogueira.

Santa Joana D’Arc, iluminai-me, guiai-me, fortalecei-me, defendei-me. Amém!

Em que consiste esta vocação universal a sermos santos? E como a podemos realizar?

“Antes de tudo, devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nos propomos sozinhos, que nós obtemos com as nossas qualidades e capacidades. A santidade é um dom, é a dádiva que o Senhor Jesus nos oferece, quando nos toma consigo e nos reveste de Si mesmo, tornando-nos como Ele é.
Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que «Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para a santificar» (Ef 5, 25-26). Eis que, verdadeiramente, a santidade é o rosto mais bonito da Igreja, o aspecto mais belo: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Então, compreende-se que a santidade não é uma prerrogativa só de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém, e por isso constitui o cunho distintivo de cada cristão.
Tudo isto nos leva a compreender que, para ser santo, não é preciso ser bispo, sacerdote ou religioso: não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar exclusivamente à oração.
Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! A santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá. Aliás, somos chamados a tornar-nos santos precisamente vivendo com amor e oferecendo o testemunho cristão nas ocupações diárias. E cada qual nas condições e situação de vida em que se encontra.
Mas tu és consagrado, consagrada? Sê santo vivendo com alegria a tua entrega e o teu ministério.
És casado? Sê santo amando e cuidando do teu marido, da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja.
És batizado solteiro? Sê santo cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho e oferecendo o teu tempo ao serviço dos irmãos.
«Mas padre, trabalho numa fábrica; trabalho como contabilista, sempre com os números, ali não se pode ser santo...». «Sim, pode! Podes ser santo lá onde trabalhas. É Deus quem te concede a graça de ser santo, comunicando-se a ti!».

Sempre, em cada lugar, é possível ser santo, abrir-se a esta graça que age dentro de nós e nos leva à santidade.
És pai, avô? Sê santo, ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é necessária tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó; é necessária tanta paciência, e é nesta paciência que chega a santidade: exercendo a paciência!
És catequista, educador, voluntário? Sê santo tornando-te sinal visível do amor de Deus e da sua presença ao nosso lado.
Eis: cada condição de vida leva à santidade, sempre! Em casa, na rua, no trabalho, na igreja, naquele momento e na tua condição de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimeis de percorrer esta senda. É precisamente Deus quem nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que permaneçamos em comunhão com Ele e ao serviço dos irmãos.

Nesta altura, cada um de nós pode fazer um breve exame de consciência, podemos fazê-lo agora, e cada qual responda dentro de si mesmo, em silêncio: como respondemos até agora ao apelo do Senhor à santidade? Desejo ser um pouco melhor, mais cristão, mais cristã?
Este é o caminho da santidade. Quando o Senhor nos convida a ser santos, não nos chama para algo pesado, triste... Ao contrário!
É o convite a compartilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com júbilo cada momento da nossa vida, levando-o a tornar-se ao mesmo tempo um dom de amor pelas pessoas que estão ao nosso lado. Se entendermos isto, tudo mudará, adquirindo um significado novo, bonito, um significado a começar pelas pequenas coisas de cada dia.

Papa Francisco 19/11/2014


Um ano do Nosso Blog

O nosso Blog hoje está fazendo um ano.
Um ano caminhando com amigos muito queridos: os santos!
A cada dia conhecendo mais um de nossos intercessores no céu, partilhando com vocês a alegria do chamado universal à santidade.
Cada santo nos fala com a sua vida que o céu é para todos nós: temos fraquezas, pecados, quedas e muitas vezes pensamos em desistir, mas olhando para eles, conhecendo o caminho que percorreram, podemos entender que o amor de Deus por nós é maior que tudo, que a força que Ele nos dá com o Seu Espírito Santo nos levanta e nos sustenta no caminho da santidade, aprendemos que os Sacramentos nos alimentam e que a Igreja nos apóia.
Ser santo é ser quem Deus me criou, pois Ele nos predestinou à santidade:

"Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda a bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos.
No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-amado." Ef 1,3-6

"Para mim ser um santo significa ser eu mesmo. Portanto, o problema da santidade e salvação é na verdade o problema de descobrir quem eu sou e descobrir o meu verdadeiro eu." Thomas Merton

“Os santos, não são heróis mas mulheres e homens que vivem a cruz no dia-a-dia: são pessoas escolhidas por Deus precisamente para demonstrar que a Igreja é santa mesmo sendo composta por pecadores.” Papa Francisco 9/05/2014

Agradecemos a Deus por este caminho trilhado com cada um de vocês, por este desejo de santidade partilhado por todos os batizados, e principalmente agradecemos pelo Seu infinito Amor que nos deu Jesus Cristo - único e verdadeiro Santo, Santo, Santo, que nos revieste de Si mesmo e nos convido a nos tornar como Ele é.


quinta-feira, 28 de maio de 2015

São Germano de Paris de Nossa Senhora

São Germano tinha a maior devoção para com a Virgem Maria e escreveu :

“Os rogos da Bem Aventurada Virgem como mãe em certo sentido são ordens. Não é possível não ser atendida quando pede. Ó Maria, vós que gozais da autoridade de mãe junto a Deus, alcançai o perdão aos maiores pecadores, já que o Senhor reconhecendo-vos sua Mãe, não pode deixar de vos conceder o que lhe pedis.”

E também escreveu esta linda oração a Virgem:

"Ó Mãe de misericórdia, quem depois de vosso Filho tem tanto zelo por nós e pelo nosso bem? Quem nos protege como vós nos males que nos afligem? Quem, como você, toma a defesa dos pecadores? Certamente Ó Maria, o vosso patrocínio é mais poderoso e mais afetuoso do que podemos compreender”.


São Germano de Paris

Germano nasceu no ano de 496 na cidade de Autun na França. A sagrada tradição nos remonta que Germano era filho de família rica. Sua infância foi marcada por muita dor: sua mãe não estava satisfeita com sua gravidez e tentou por muitas vezes abortá-lo, mas não conseguiu e depois, uma tia quis envenená-lo, mas os planos frustraram-se. Isto graças à criada que se equivocou. Em vez de dar a Germano o copo de vinho envenenado, deu-o a Estratídio, seu primo e filho da mandante. 
Foi criado por seu primo Escapilão e com ele viveu quinze anos vindo a concluir os estudos na cidade de Avalon e aprender os princípios cristãos. Germano foi desenvolvendo grande zelo pela doutrina e pela fé cristã e no ano de 530 foi requisitado pelo bispo de Autun para ser diácono e posteriormente foi ordenado sacerdote por São Agripino. Com a morte do bispo em 540, Germano assumiu o mosteiro de São Sinforiano. Em consequência de sua austeridade, os monges destituíram-no do cargo. 

Tempo depois foi a Paris e lá conheceu o rei Childebert I, que logo se encantou pela firmeza e austeridade de Germano em seus conselhos. Nomeou-o capelão e depois com a morte do Bispo Euzébio, em 555 assumiu o Bispado de Paris.
Nessa época, o rei Childebert I ficou gravemente enfermo, sendo curado com as orações do bispo Germano. Como agradecimento, mandou construir uma grande igreja e, bem próximo, um grande convento, que mais tarde se tornou o famoso Seminário de Paris, centro avançado de estudo eclesiástico e de vida monástica. 
Com a orientação de Germano, o rei contornou diversas situações difíceis causadas pela guerra e por seu comportamento antes mundano. Germano avançava no zelo para com os pobres e no acolhimento dos mais necessitados. Conseguiu ainda extirpar diversas práticas pagãs existentes na época. Teve participação no II Concílio de Tours no ano 567 e dos concílios de Paris em 556 e 573.

Fortunato, bispo de Poitiers, contemporâneo seu, descreve o seu amor incondicional pelos pobres: A voz de todo povo, reunindo-se numa só, nem assim exprimiria qual pródigo era ele em esmolas: frequentemente,  contentando-se com uma túnica, cobria com o resto das vestes um pobre nu, assim que, enquanto o pobre se sentia quente, o bem-aventurado padecia frio. Ninguém pode dizer em quantos lugares e em que quantidade libertou cativos...  Quando nada lhe restava, permanecia sentado, triste e inquieto, com fisionomia mais grave e conversação mais severa...

O rei Childebert I caiu em severa enfermidade e foi curado graças às orações de Germano. O rei ordenou que fosse construída uma igreja em honra a São Vicente, santo de devoção do seu povo e no ano de 588 foi concluída e entregue à Germano. Este foi o mesmo ano da morte do rei.
Germano continuou seu intenso trabalho pastoral, mesmo em meio aos desafios da época. Os ataques dos normandos por vezes atingiram a cidade e a Igreja que era sempre reconstruída graças aos esforços do Bispo Germano que faleceu no dia 28 de maio de 576 e foi enterrado na capela de São Sinforiano na Igreja de São Vicente.


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Nossa Senhora do Capítulo

Entraram os frades menores em Portugal pelo ano de 1216, demandando logo a corte do rei Dom Afonso II, que residia em Coimbra. Foi, então, grande a afeição que lhes tomou a rainha Dona Urraca, sua mulher, que os adotou por filhos, e os mandou abrigar com exímia caridade. Daí passaram para a vila de Alenquer. Pela fama já divulgada de suas virtudes e do seu zelo pelo bem espiritual das almas, recebeu-os em Alenquer a infante Dona Sancha, com muita piedade e devoção, e, desejando muito que ali ficassem, deu-lhes um lugar para a fundação de um convento.
No capítulo (sala onde se reúnem os religiosos para deliberar sobre negócios de sua jurisdição; essas reuniões chamam-se “capítulos”, daí o nome da sala) deste convento se venera, desde a sua fundação, uma milagrosa imagem de Nossa Senhora, à qual se refere a seguinte maravilha:

Houve nesse convento um noviço de vida muito inocente, ao qual o guardião ordenou certo dia, em penitência de leve culpa, que não se apartasse do altar de Nossa Senhora enquanto ela mesma não lhe revelasse que oração lhe era mais aceita dentre todas as que lhe eram dirigidas.
O santo noviço perseverou de joelhos todo o dia, e, sendo já alta noite, do profundo da alma, com grande afeto, devoção e lágrimas, prorrompeu nestas palavras:
“Ó Virgem Santíssima, Mãe de Piedade, humildemente vos rogo, manifesteis a esse vosso servo o que o guardião me mandou perguntar-vos. Por obediência, Mãe Santa, daqui não hei de me afastar sem lhe levar a resposta.”
Eis que, inclinada a imagem de Nossa Senhora, a seus humildes rogos, do altar onde estava lhe responde:
“Vai, amantíssimo filho, e afirma que o hino ‘O gloriosa Domina’, que a Igreja me canta, é de todas as orações a que me é mais aceita, e, para provar o que te digo, este meu Infante Jesus, que até agora tive no braço direito, eu o passo para o esquerdo, por isso, vai confiante, que, vendo o mundo tão extraordinária maravilha, todo ele te dará crédito; e convida o guardião e os mais religiosos para virem me visitar”.
O santo noviço, consolado com tão grande favor, depois de agradecer a Nossa Senhora, foi obediente referi-lo ao guardião, que, alvoroçado, assim como os outros religiosos, foram todos, e, vendo o tão manifesto milagre que Nossa Senhora havia operado em sua santa imagem, creram no que o noviço afirmava da oração “O Gloriosa Domina”, crescendo nos fiéis, daquele dia em diante, a devoção a Nossa Senhora, que ainda hoje persevera.

Conservou-se sempre o Menino mudado, sendo evidentíssimos testemunhos da verdade deste sucesso os sinais que ficaram no lugar em que tinha estado o Menino. Sucedeu este prodígio no ano de 1224, e, para comemorá-lo, todos os sábados, depois das Completas, tocado o sino grande, vai a comunidade em procissão ao capítulo, com círios acesos, acompanhada de multidão, e, com solenidade e devoção, de joelhos cantam o hino “O Gloriosa Domina”.
Parece que foi deste fato que nasceu, em nosso Santo Antonio de Lisboa, a grande devoção que tinha a esse hino, valendo-se dele em suas maiores necessidades, como fez certa noite em que o demônio quis afogá-lo, invejoso do grande fruto que produzia na Itália a sua pregação, afugentando-o com a repetição deste hino. Este milagre é referido por todos os autores franciscanos.

Como a imagem milagrosa estava na sala do capítulo, deram a Nossa Senhora o novo título: Nossa Senhora do Capítulo.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Nossa Senhora de Caravaggio

A cidade de Caravaggio, terra da aparição, se encontrava nos limites dos estados de Milão e Veneza. No ano de 1432, época marcada por divisões políticas e religiosas, ódio, heresias, batida por bandidos e agitada por facções, traições e crimes. Além disso, teatro da segunda guerra entre a República de Veneza e o ducado de Milão, passou para o poder dos venezianos em 1431. Pouco antes da aparição, em 1432, uma batalha entre dois estados assustou o país.

Neste cenário de desolação, às 17 horas da segunda-feira, 26 de maio de 1432, acontece a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa. A história conta que a mulher, de 32 anos, era tida como piedosa e sofredora. A causa era o marido, Francisco Varoli, um ex-soldado conhecido pelo mau caráter e por bater na esposa. Maltratada e humilhada, Joaneta colhia pasto em um prado próximo, chamado Mezzolengo, distante 2 Km de Caravaggio.
Entre lágrimas e orações, Joaneta avistou uma senhora que na sua descrição parecia uma rainha, mas que se mostrava cheia de bondade. Dizia-lhe que não tivesse medo, mandou que se ajoelhasse para receber uma grande mensagem. A senhora anuncia-se como “Nossa Senhora” e diz: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça, e venho anunciar a Paz”.
Nossa Senhora de Caravaggio pede ao povo que volte a fazer penitência, jejue nas sextas-feiras e vá orar na igreja no sábado à tarde em agradecimento pelos castigos afastados e pede que lhe seja erguida uma capela. Como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam seus pés, brota uma fonte de água límpida e abundante, existente até os dias de hoje e nela muitos doentes recuperam a saúde.
Joaneta na condição de porta-voz, leva ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria para solicitar-lhes – em nome de Nossa Senhora – os acordos de paz. Apresenta-se a Marcos Secco, senhor de Caravaggio, ao Duque Felipi Maria Visconti, senhor de Milão, ao imperador do Oriente, de Constantinopla, João Paleólogo, no sentido de unir a igreja dos gregos com o Papa de Roma. Em suas visitas, levava ânforas de água da fonte Sagrada, que resultavam em curas extraordinárias, prova de veracidade da aparição. Os efeitos da mensagem de paz logo apareceram. A Paz aconteceu na Pátria e na própria igreja.

Até mesmo Francisco melhorou nas suas atitudes para com a esposa Joaneta. Sobre ela, após cumprida a missão de dar a mensagem de Maria ao povo, aos estados em guerra e à própria Igreja Católica, os historiadores pouco ou nada falam. Por alguns anos foi visitada a casa onde ela morou que, com o tempo desapareceu no anonimato.


São Filipe Neri - Algumas Histórias

Na Festa de Pentecostes de 1544, Filipe erguia uma prece ao Senhor:
Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e renovareis a face da Terra".
Enquanto rezava, sentiu seu coração encher-se "de grande e inusitada alegria, uma alegria feita de amor divino, mais forte e veemente que qualquer outra sentida antes".
Uma bola de fogo - símbolo do Espírito Santo - refulgiu diante dele, entrou por sua boca e pousou em seu coração. Num instante, viu-se tomado de excepcional amor e entusiasmo pelas coisas divinas, bem como de uma capacidade incomum de comunicá-los. Sua constituição física, não podendo conter o ímpeto da ação sobrenatural, modelou-se milagrosamente a ela: o coração aumentou de tamanho e buscou lugar entre a quarta e a quinta costelas, as quais se arquearam docilmente para dar-lhe um maior espaço.
Esse episódio milagroso, ocorrido na vigília de Pentecostes, passaria para a História como "o pentecostes de São Filipe Néri".
E os frutos de tamanho prodígio não se fizeram esperar: a doçura, a persuasão e o fogo da caridade, a humildade, a paciência e o devotamento, que ele viveu antes de morrer, e sua congregação continuou depois de sua morte.

“O Senhor Deus é bom, como não vai alegrar-se de que seus filhos riam? A tristeza nos faz dobrar o pescoço e não nos permite olhar o Céu. Devemos combater a tristeza, não a alegria. Deus se alegra conosco! Longe de mim, o pecado e a tristeza!”

Os jovens se comprimiam ao seu redor, para ouvi-lo falar das coisas do Céu, brincarem juntos, cantarem. Quando um adulto ranzinza reclamou do barulho, e Filipe respondeu: “Eles não cometem nenhum pecado!”. Seu método de evangelização era inovador, são Filipe Neri dizia para os jovens: “Tudo é permitido, menos o pecado e a tristeza!”

“Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu ficaria contente até se eles me quebrassem paus na cabeça”.

São Felipe foi amigo de vários Papas: Clemente VIII, a quem curou milagrosamente de uma gota com um forte aperto de mão, Paulo IV, São Pio V e Gregório XIV. Manteve amizade também com vários outros santos: o Cardeal São Carlos Borromeu, que, ajoelhado diante dele, pediu-lhe várias vezes que o deixasse beijar suas mãos; Santo Inácio de Loyola, que gostava de estar junto dele, em silêncio, para admirá-lo e deu-lhe o apelido de "o Sino", dando a seguinte explicação: "Assim como um sino de paróquia, que chama todo mundo para a igreja e permanece no seu lugar, este homem apostólico faz os outros entrarem na vida religiosa e permanece de fora"; o Beato Alexandre Sauli, apóstolo da Córsega; São Camilo de Lélis, que sob sua orientação fundou a Congregação dos Clérigos Regulares para serviço dos enfermos.

Muito humilde, escondia os dons que o Senhor lhe dava em abundância. Tinha o dom da clarividência, e se um penitente omitia na confissão algum pecado, ele dizia: "Falta tal pecado". Mas se alguém lhe perguntasse: "Como sabes que cometi também esse pecado?", sua resposta seria: "Pela cor do teu cabelo!".
Evitava assim revelar o dom de discernimento dos espíritos com o qual a Providência o dotara.

Filipe escolheu as regiões mais pobres e em todos os bairros, mesmo nos de pior fama, pregava ao ar livre a ouvintes benévolos e obtinha conversões extraordinárias Sua fórmula para interpelar um pecador consistia em pousar a mão em seu ombro, no lugar onde o encontrasse, e dizer: "Vamos ver, irmão, é hoje que nos decidimos a comportar-nos bem?".

Filipe obtinha de Deus o favor de muitos milagres, que o povo não deixava de relacionar com a eficácia de suas preces. Para evitar isso, ele arranjou uma grande bolsa, onde afirmava estarem preciosas relíquias. Tocava os enfermos com ela, e quando algum se curava, atribuía o fato ao poder das relíquias. Esse argumento convenceu a muitos, até o dia em que se fez uma grande descoberta: a sacola estava vazia!

Filipe foi acometido de  grave doença, tendo os médicos o examinado e,  saindo do quarto desanimados, ouviram  o doente exclamar: "Ó minha Senhora, ó dulcíssima e  bendita Virgem!".   
Voltaram para ver o que tinha acontecido e encontraram o Santo elevado sobre o leito e, em êxtase, exclamou: "Não sou digno, não sou digno de  vós, ó dulcíssima Senhora, que venhais visitar-me!".   
Os médicos, respeitosos, indagaram ao doente o que sentia. Este, voltando a si e  tomando a posição costumeira no leito, perguntou:
"Não a vistes, a Santíssima Virgem, que me livrou das  dores?”
De fato se levantou completamente curado, e viveu mais um ano. 


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Santa Madalena de Pazzi

“Para ser esposa e não serva” 
A mística de Santa Maria Madalena, na escola de Catarina de Sena, é uma mística eclesial que chama à conversão todo o povo de Deus, não para “repreendê-lo”, como afirmam alguns, mas para que, diante do Espírito que bate à porta, alguém “se abra a esse dom”. 
É bonito o testemunho dado pela prioresa Evangelista, em 1º de maio de 1595:
“Eu, irmã Evangelista, para a glória do Pai eterno, me lembro de como irmã Maria Madalena, neste dia primeiro de maio de 1595, prometeu a Deus querer ser sua esposa e não serva para maior glória Sua, e de como, para que se compadecesse dela e mais a ajudasse com seus dons, prometeu caminhar nua com seu Deus e ouvir apenas sua voz e a daqueles que ocupam seu lugar, e, quando tivesse dúvidas de alguma coisa, querer tomar conselho antes do Cristo nu e da alma mais nua que seus olhos e os de seus superiores divisassem”

Tendo nascido em Florença a 2 de Abril de 1566 e batizada com o nome de Catarina, santa Maria Madalena de Pazzi desde a juventude mostrou uma particular sensibilidade em relação ao sobrenatural e sentiu-se atraída pelo diálogo íntimo com Deus. Como era costume para as jovens de família nobre, a sua educação foi confiada às Damas de Malta, em cujo mosteiro recebeu a primeira comunhão a 25 de Março de 1576 e alguns dias depois entregou-se para sempre ao Senhor com uma promessa de virgindade. Regressando em família, aprofundou o caminho da oração com a ajuda dos Padres Jesuítas, que frequentavam o palácio.

Habilmente, conseguia não se deixar condicionar pelas exigências mundanas de um ambiente que, mesmo sendo cristão, não lhe era suficiente no seu desejo de se tornar mais semelhante ao seu Esposo crucificado. Neste contexto amadureceu a decisão de deixar o mundo e de entrar no Carmelo de Santa Maria dos Anjos, no Bairro São Fernando, onde a 30 de Janeiro de 1583 recebeu o hábito do Carmelo e o nome de irmã Maria Madalena. Tendo adoecido gravemente em Março de 1584, pediu para poder emitir a profissão antes do tempo e, a 27 de Maio, festa da Trindade, levada em coro numa maca, pronunciou para sempre diante do Senhor os seus votos de castidade, pobreza e obediência.

A partir daquele momento teve início uma intensa estação mística da qual derivou para a Santa a fama de grande extática. São cinco os manuscritos nos quais as Carmelitas de Santa Maria dos Anjos escreveram as experiências extraordinárias da sua jovem irmã de hábito. Seguem-se "Os quarenta Dias" do Verão de 1584, "Os Diálogos" da primeira metade do ano seguinte. O ápice do conhecimento místico que Deus concedeu de si à irmã Maria Madalena encontra-se em "Revelationi e Intelligentie", oito dias de maravilhosas êxtases que vão da vigília de Pentecostes à festa da Trindade do ano de 1585. Uma intensa experiência que, com apenas 19 anos de idade, a tornava capaz de abraçar todo o mistério da salvação, da encarnação do Verbo no sentido de Maria até à descida do Espírito Santo no Pentecostes. Seguiram-se cinco longos anos de purificação interior Maria Madalena de' Pazzi fala deles no livro da "Probatione" nos quais o Verbo seu Esposo lhe subtraiu o sentimento da graça e a deixou como Daniel na fossa dos leões, entre muitas provações e grandes tentações. É neste contexto que se insere o seu fervoroso compromisso pela renovação da Igreja, depois de ter visto, no Verão de 1586, clarões de luz do alto que lhe mostraram o verdadeiro estado em que ela se encontrava na época pós-tridentina.

Como Catarina de Sena, sentiu-se "forçada" a escrever algumas cartas para solicitar, junto do Papa, dos Cardeais da Cúria, do seu Arcebispo e de outras personalidades eclesiásticas, um decidido compromisso pela "Renovação da Igreja", como diz o título do manuscrito que as contém. Trata-se de doze cartas ditadas em êxtase, talvez nunca enviadas, mas que permanecem como testemunho da sua paixão pela Sponsa Verbi.

Com o Pentecostes de 1590 teve fim a dura provação. Isto permitiu-lhe dedicar-se com todas as energias ao serviço da comunidade e em particular à formação das noviças. A Irmã Maria Madalena teve o dom de viver a comunhão com Deus duma forma cada vez mais interiorizada, de modo a tornar-se uma referência para toda a comunidade, que ainda hoje continua a considerá-la como "mãe".
O amor purificado, que pulsava no seu coração, abria-lhe o desejo da plena conformidade com Cristo, seu Esposo, até partilhar com ele o "despojado partir" da cruz. Os últimos três anos da sua vida foram para ela um verdadeiro calvário de sofrimentos.
A tuberculose começou a manifestar-se claramente:  a Irmã Maria Madalena vê-se obrigada a retirar-se lentamente da vida ativa da comunidade para se imergir cada vez mais no "partir despojadamente por amor de Deus". Encontrou-se oprimida por sofrimentos atrozes no físico e no espírito que duraram até à morte, que aconteceu a 25 de Maio de 1607. Faleceu por volta das três da tarde, enquanto uma alegria incomum invadia todo o mosteiro.

Não tinham transcorrido vinte anos da sua morte que já o Papa Urbano VIII a proclamava beata. Depois foi o Papa Clemente IX que a inscreveu no Álbum dos Santos a 28 de Abril de 1669. O seu corpo permaneceu incorrupto e é meta de constantes peregrinações. O mosteiro no qual a Santa viveu hoje é sede do Seminário arquiepiscopal de Florença, que a venera como Padroeira, e a cela na qual faleceu tornou-se uma capela em cujo silêncio se sente ainda a sua presença.
Santa Maria Madalena de Pazzi permaneceu uma espiritual presença inspiradora para as Carmelitas de Antiga Observância. Nela elas vêem a "irmã" que percorreu inteiramente o caminho da união transformadora com Deus e que indica em Maria a "estrela" do caminho rumo à perfeição. Para todos esta grande Santa tem o dom de ser mestra de espiritualidade, particularmente para os sacerdotes, para com os quais sempre sentiu uma verdadeira paixão.


domingo, 24 de maio de 2015

Pentecostes


Pentecostes é a palavra grega que significa “quinquagésimo”, porque esta festa era celebrada 50 dias após a Páscoa (Lv 23.15,16). Chamada em hebraico de “shavuot”, plural de “shavua”, significa “semana”, mas é também conhecida como a Festa das Primícias, pois coincidia com o fim da colheita de trigo. Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no qüinquagésimo dia.

-“Reunidos no mesmo lugar” (At 2.1)
No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinqüenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4).
Havia quase 120 discípulos, incluindo as corajosas e heroicas pessoas anônimas que tiveram participação efetiva na obra de Deus. O local era o cenáculo, em Jerusalém, onde perseveravam “unanimemente em oração e súplica”. À luz do contexto, “reunidos no mesmo lugar” fala da unanimidade de propósito, esperando a promessa do Pai.
A Virgem Maria esteve presente quando aconteceu o derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos e discípulos de Jesus Cristo, em Pentecostes. Depois da morte e ressurreição de Jesus, Maria permaneceu com os discípulos para confirmá-los na fé.

Catecismo da Igreja Católica:
§696
O fogo. Enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo O profeta Elias, que “surgiu como um fogo cuja palavra queimava como uma tocha” (Eclo 48,1), por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo que transforma o que toca. João Batista, que caminha diante do Senhor com o espírito e o poder de Elias” (Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que “batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá “Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas “que se diriam de fogo” o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. A tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo Não extingais o Espírito” (1Ts 5,19).  

§732
Nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que creem nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda e ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos “últimos tempos”, o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado:
Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, pois foi ela quem nos salvou.

§2623

No dia de Pentecostes, o Espírito da promessa foi derramado sobre os discípulos, “reunidos no mesmo lugar”, esperando-o, “todos unânimes, perseverando na oração”. O Espírito, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, vai também formá-la para a vida de oração.

Nossa Senhora do Divino Amor

Existe em Roma o famoso Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, localizado à via Ardeatina, km 12.
Tem-se notícia da devoção à Virgem sob este título já no século XIII, quando naquela região da planície romana foi construída uma espécie de fortaleza da família Savelli-Orsini, chamada Castel di Leva.

Sobre uma torre do castelo havia uma imagem da Virgem assentada no trono, tendo ao colo o Menino Jesus. Uma pomba desce sobre a Virgem como símbolo do Espírito Santo, que é mesmo o Divino Amor. 
A imagem, naquela época, era muito venerada pelos pastores da região.
Na primavera de 1740, um viajante que se dirigia a Roma, chegando perto da torre, foi assaltado por uma multidão de cães e estava para ser devorado; o pobrezinho levantou os olhos, viu a sagrada imagem e pediu ajuda à mãe de Deus; o milagre se realizou: os cães dispersaram-se de repente, fugindo pelos campos.

Em 1944, Roma corria o perigo de ser destruída por causa da guerra. Ao passear pelas ruas de Roma, quase ninguém imagina que todas aquelas maravilhosas igrejas, suntuosas edificações, fontes, ruas e praças correram o risco de serem varridas do mapa, devido a bombardeios e combates durante a Segunda Guerra Mundial. Afirma-se que se deve a uma promessa feita pelo Papa Pio XII a Nossa Senhora do Divino Amor o fato de a Cidade Eterna ter sido preservada desse desastre.
Com efeito, o referido Pontífice, prometeu que, se a cidade fosse poupada das destruições e horrores da guerra, promoveria sua renovação moral, faria uma obra de beneficência e construiria um santuário para a imagem de Nossa Senhora do Divino Amor.

As tropas americanas encontravam-se às portas de Roma. Seguindo ordens loucas de Hitler, o exército alemão deveria resistir sem ceder um metro de terreno, o que significaria um combate casa por casa e a destruição da cidade, bem como um morticínio inimaginável.

No dia 24 de janeiro de 1944 a imagem da Virgem foi transferida para Roma, onde peregrinou por várias Igrejas até chegar na igreja de Santo Inácio, onde, no dia 4 de junho de 1944, milhares de romanos foram rezar e comungar nesse templo, implorando proteção à Mãe de Deus, para obter a libertação da cidade e fizeram três promessas à Virgem:
  1. de mudar a própria vida,
  2. de erigir um novo Santuário e
  3. de realizar uma obra de caridade, em sua honra.
O Papa Pio XII ordenou a leitura das promessas feitas, e, para surpresa geral, menos de duas horas após o Santo Padre ter feito a promessa, as tropas alemãs retiravam-se sem combate.

Tal fato, considerado inusitado, foi noticiado pelo "L'Osservatore Romano" de 12-13/junho/1944, nos seguintes termos: "Claríssimo o prodígio, e tanto mais surpreendente quanto as circunstâncias humanas pareciam opostas; parecia impossível".

O Papa Pio XII, no dia 11 de junho de 1944, foi rezar com os romanos e deu a Nossa Senhora do Divino Amor o título de "Salvadora de Roma".
Nossa Senhora do Divino Amor, usou de misericórdia e poupou a Cidade Eterna, verdadeira jóia-símbolo da civilização católica.

Depois da guerra o Santuário abre de novo: desenvolvem-se obras de caridade, de cultura e, de apostolado.
Todos os sábados, desde Páscoa até ao fim de outubro, tem lugar a Peregrinação noturna a pé que parte a meia-noite desde Roma, Praça de Porta Capena, e alcança o Santuário às horas 5 de Domingo. Uma romaria noturna tem lugar mesmo no dia 7 de dezembro, véspera da Imaculada Conceição.
Os romeiros da noite percorrem a famosa Via Ápia Antiga até à igreja do Quo Vadis, depois tomam a famosa Via Ardeatina, passam por cima das catacumbas de São Calisto e à frente do Mausoléu das Fossa Ardeatinas, levando aos pés da Virgem, junto das própria intenções, mesmo as necessidades, as esperanças e a missão da Igreja de Roma e da cidade eterna.

"Nós olhamos para ti, Mãe do Divino Amor, esperando por ti, peia tua materna intercessão, a nossa salvação... Guarda a tua Roma".
Pio XII, 11 de junho de 1944


sábado, 23 de maio de 2015

Nossa Senhora Auxiliadora

Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico.
A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.

No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês sequestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.

O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa.
No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.
Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma – 24 de maio.
O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.

Oração á Nossa Senhora Auxiliadora

" Ó Maria, Virgem poderosa,
Tu, grande e ilustre defensora da Igreja,
Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos,
Tu, terrível como exército ordenado em batalha,
Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo:
nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo;
e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso.
Amem.

            







            

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Nossa Senhora Desatadora de Nós

O título de Nossa Senhora Desatadora dos Nós surgiu em 1700 com uma pintura do artista alemão Johann Schmidtner. A pintura, de 1,10 metros de largura por 1,82 metros de altura, encontra-se na capela de St. Peter am Perlach, em Augsburgo na Alemanha.

O artista, ao criar este painel, inspirou-se em Ap 12,1: “Apareceu um grande sinal no céu: uma mulher revestida do sol (Mãe de Deus), a lua debaixo de seus pés (Imaculada Conceição), e na cabeça uma coroa de doze estrelas (Mãe da Igreja)”; e na frase de Santo Irineu: “Eva, por sua desobediência, atou o nó da desgraça para o gênero humano; Maria por sua obediência, o desatou”.

Sobre a Virgem o Espírito Santo derrama suas luzes. Um dos anjos entrega a Maria uma fita com nós grandes e pequenos, separados e juntos, apertados e frouxos, que simboliza a nossa culpa original. Um outro anjo recebe das mãos de Maria a fita que cai livremente com os nós desfeitos. Significa uma vida mergulhada em Deus e na sua misericórdia e o poder libertador das mãos de Maria.
Na parte inferior do quadro, percebe-se uma área escura, simbolizando as sombras que dominam a terra. Nessa escuridão, vê-se um homem sendo guiado por um anjo até o topo da montanha. Na interpretação de muitas pessoas, trata-se do arcanjo Rafael, que acompanha Tobias e o ajuda a encontrar Sara, sua esposa, escolhida por Deus.


Oração à Nossa Senhora Desatadora de Nós

A senhora bem conhece o meu desespero, a minha dor, volta o seu olhar sobre mim, e vê o emaranhado de nós que há em minha vida, e o quanto estou amarrado por causa destes nós.
Mãe poderosa, por sua graça e seu poder intercessor junto a seu filho Jesus, ninguém, nem mesmo o maligno poderá me tirar do seu precioso amparo, portanto eu confio à senhora a fita da minha vida.
Recebe em suas mãos este nó que está amarrando minha vida, e eu humildemente te peço para desatá-lo para a glória de Deus, e para todo o sempre.
(fazer o pedido aqui)
Que todas as dificuldades sejam superadas, que todas as barreiras sejam derrubadas, que todos os caminhos se abram e que surjam todas as oportunidades de bem, a mim reservadas por Deus.
E humildemente peço que ninguém tenha a força e o poder de me prejudicar, que nada tenha a força e o poder de interferir em minha vida, em meu trabalho e minha saúde.
A senhora que é minha esperança, a minha consolação, a minha força, ouve minha súplica, me guarda, me guia e me proteja, seguro refúgio!
E à senhora serei profundamente grato(a) para sempre. Assim seja.


Virgem Maria, mãe de Jesus, que nunca deixa de me amparar e vir em meu socorro, e a quem Deus encarregou de desatar os nós da vida dos seus filhos aflitos, em suas mãos não há nó que não poderá ser desfeito.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Nossa Senhora dos Desamparados

Diz-nos a tradição que, no início do século XV, um padre da cidade de Valência, na Espanha, o padre Jofré, andava por uma rua, quando encontrou uns jovens praticando atos violentos contra um deficiente mental, que em um surto agredia algumas pessoas que estavam passando pelo local. O padre interrompeu o que os jovens faziam. Triste com o preconceito que o povo tinha daqueles com algum tipo de deficiência, os desamparados da sociedade, pensou em fundar uma instituição para apoiá-los. Auxiliado por algumas pessoas, construiu um abrigo com uma capela, a qual dedicou a Nossa Senhora, sob o título de Nossa Senhora dos Desamparados.

Tempos depois, em 1414, o padre Jofré percebeu que eles precisavam de uma imagem para enfeitar o altar da capela, e isto estava em falta.
Porém, três jovens peregrinos que passavam pela cidade haviam batido à porta de um confrade, peregrinos esses que disseram ser escultores e poderem esculpir uma imagem de Nossa Senhora para a instituição.
Abrigou-os num lugar isolado de maneira que ninguém os visitasse durante três dias. E, nesses três dias, a imagem ficou pronta. Quatro dias depois, conforme combinado, o padre Jofré foi ao lugar aonde os jovens peregrinos haviam ficado esculpindo a imagem da Virgem dos Desamparados. Porém, não havia ninguém lá, somente uma linda imagem de Nossa Senhora segurando o menino Jesus. Os jovens peregrinos, que haviam desaparecido misteriosamente, passaram a ser considerados anjos.

A esposa do anfitrião, uma mulher cega e paralítica, foi a primeira a chegar perto da imagem e, repentinamente, curou-se e passou a ver e andar.
A notícia do milagre se espalhou pela cidade e logo muitos deficientes foram ao local, também estes conseguindo cura, por intermédio de Nossa Senhora dos Desamparados.
Dois séculos depois, em 1667, a imagem foi transferida para uma igreja construída em sua honra e até hoje existe a confraria de Nossa Senhora dos Desamparados, instituição de apoio aos pobres, doentes e necessitados.


Oração a Nossa Senhora dos Desamparados

Ó Mãe Amabilíssima, vós que sois a Saúde dos Enfermos, Medianeira de todas as Graças, Consoladora dos Aflitos, olhai por todos nós, vossos filhos, que a vós recorremos.
Ó querida Rainha, Nossa Senhora dos Desamparados, atendei às súplicas dos que clamam por vossa intercessão. 
Fazei com que sejamos acolhidos no Coração misericordioso do vosso Filho Jesus. Protegei aqueles que padecem nesta vida, sem trabalho, sem alimento, sem moradia.
Mãe dos desamparados, olhai por aqueles que estão afastados do convívio social, que sofrem de doenças mentais, que vivem em abrigos ou asilos.
Enfim, piedosa Virgem, cobri com vosso manto de proteção a todos nós, vossos filhos desamparados, guiando-nos durante as nossas vidas até ver-nos a salvo no céu, bendizendo o vosso nome. Amém.

São Cristóbal Magalhães e Companheiros

São Cristóbal Magalhães, presbítero, e companheiros mártires, em diferentes regiões do México, perseguidos por ódio à fé cristã e da Igreja Católica, por professar Cristo Rei, obtiveram a coroa do martírio.

Em 1917, no México, foi promulgada uma nova Constituição baseada em princípios anticlericais, assinada pelo presidente Venustiano Carranza. Era o início de uma era de perseguição religiosa violenta à Igreja naquele país. Os bispos mexicanos expressaram sua oposição à nova lei, causando uma forte reação do governo.
A partir de 1926, sendo presidente Plutarco Elias Calles, a perseguição tornou-se ainda mais violenta, com expulsão de padres estrangeiros, o fechamento de escolas católicas e de algumas instituições de caridade mantidas pela Igreja, bem como com a proibição de se realizarem missas, batizados, confissões ou quaisquer outras manifestações religiosas públicas nas igrejas. 

Os políticos, militares, profissionais liberais e jornalistas católicos formaram uma organização  chamada “Liga Mexicana Para a Defesa da Liberdade Religiosa” que proclamou:
“Nós lamentamos a guerra, mas, insultou a nossa dignidade ser a nossa fé perseguida o que nos obriga a correr para nos defendermos no mesmo campo em que se espalha o ataque”.

E o povo católico mexicano, não podendo mais suportar as dificuldades que o boicote do governo causava à liberdade religiosa, sem intervenção direta do clero, por meio de armas, resolveu lutar contra as arbitrariedades desse mesmo governo. Assim, começou a guerra civil, mais conhecida no México como “Movimento Cristero” ou “Cristiada”. Esse movimento não foi promovido pela hierarquia da Igreja, mas, pelo povo leigo, que buscou o apoio de seus pastores. O clero procurou primordialmente apoiar a resistência através de meios pacíficos. Alguns padres eram, inclusive, hostis ao movimento; outros abandonaram suas paróquias; alguns, no entanto, foram ativamente a favor deste e até participaram da luta.

Finalmente, deve-se dizer, porém, que a maioria dos religiosos preferiu empregar seus esforços no cuidado das almas do rebanho a eles confiado, apesar de estar bem conscientes de estarem arriscando suas vidas. Este é o caso dos santos mártires que foram canonizados em 21 de maio de 2000, no Ano Jubilar, por São João Paulo II, na Praça de São Pedro.

Cristóbal Magalhães nasceu em Totatiche,  México no dia 30 de Julho de 1869. Filho de Rafael de Magallhães e Clara Jara, que trabalhavam como fazendeiros. Seu trabalho durante a infância era de pastoreio e entrou no seminário São José em Guadalajara com 19 anos.
Foi ordenado com 30 anos em Guadalajara e trabalhou como capelão da escola do Espírito Santo na mesma cidade. Após alguns anos foi designado pároco de sua cidade natal Totatiche. Era um sacerdote piedoso e serviçal. Em sua paróquia ajudou a fundar escolas, carpintarias e planejou a represa conhecida como "La Candelária".
Executou um grande trabalho pastoral entro os índios huichol, ajudando a que estes repovoassem a cidade de Azqueltán. Fundou um orfanato, um asilo para idosos e criou capelas e pequenas Igrejas nas fazendas da sua paróquia.
Em 1916 fundou o Seminário Auxiliar de Nossa Senhora de Guadalupe donde saíram um de seus companheiros de martírio Agustín Caloca Cortés e o que o sucedeu na paróquia Pe. José Pilar Quezada Valdés.
Magalhães sempre escreveu e pregou contra a rebelião armada, mas foi falsamente acusado de promover a rebelião Cristeira na sua região. Preso em 21 de Maio de 1927 enquanto se dirigia para celebrar a Missa numa fazenda, deu aos seus assassinos seus bens, e sem julgamento, foi martirizado quatro dias depois com outros católicos em Colotlán, Jalisco.
Diante de seus assassinos, São Cristóvão de Magalhães disse em voz alta:
“Sou e morro inocente; perdôo de coração aos que me matam e peço a Deus que meu sangue sirva para a paz dos Mexicanos desunidos .”
Vendo um de seus companheiros assustado lhe disse:
“Padre, em uns momentos estaremos no Céu.”

Centenas de mexicanos foram mortos, na maioria das vezes, de forma sumária, sem julgamento algum. Eram capturados dentro ou ao saírem de suas igrejas ou em suas residências ou locais de trabalho, arrastados para a rua e, ali mesmo, eram fuzilados ou enforcados sumariamente, sem defesa ou recurso. Em pleno século XX, o tempo da barbárie romana parecia ter se instalado no México, tradicionalmente tão católico e piedoso.


Os 25 Santos Mártires Mexicanos (São Cristobal Magalhães e 24 Companheiros), por vontade do Santo Padre São João Paulo II, foram imediatamente incluídos no Calendário Romano no dia 21 de maio como “memória facultativa”.

  1. Cristóbal Magallanes Jara, presbítero, 25 de maio.
  2. Roman Adame Rosales, presbítero, 21 de abril.
  3. Rodrigo Aguilar Aleman, presbítero, 28 de outubro.
  4. Julio Alvarez Mendoza, presbítero, 30 de março.
  5. Luis Batis Sainz, presbítero, 15 de agosto
  6. Agustin Caloca Cortes, presbítero, 25 de maio.
  7. Mateo Correa Magallanes, presbítero, 06 de fevereiro.
  8. Atilano Cruz Alvarado, presbítero, 01 de julho.
  9. Miguel De La Mora De La Mora, presbítero, 07 de agosto.
  10. Pedro Esqueda Ramirez, presbítero, 22 de novembro.
  11. Margarito Flores Garcia, presbítero, 12 de novembro
  12. Jose Isabel Flores Varela, presbítero, 21 de junho.
  13. David Galvan Bermudez, presbítero, 30 de janeiro.
  14. Salvador Lara Puente, Leigo, 15 de agosto.
  15. Pedro de Jesus Maldonado Lucero, presbítero, 11 de fevereiro.
  16. Jesus Mendez Montoya, presbítero, 5 de fevereiro.
  17. Manuel Morales, leigo, 15 de agosto.
  18. Justino Orona Madrigal, presbítero, 01 de julho.
  19. Sabas Reyes Salazar, presbítero, 13 de abril.
  20. Jose Maria Robles Hurtado, presbítero, 26 de junho.
  21. David Roldan Lara, leigo, 15 de agosto.
  22. Toribio Romo Gonzalez, presbítero, 25 de fevereiro.
  23. Jenaro Sanchez Delgadillo, presbítero, 17 de janeiro.
  24. David Uribe Velasco, presbítero, 12 de abril.
  25. Tranquilino Ubiarco Robles, presbítero, 05 de outubro.