quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Santa Catarina Labouré

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.
Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade. Privada da ternura materna, refugia-se no imenso amor da Virgem Maria:
“De agora em diante, Tu serás a minha mamãe.”

Eis que certa noite Catarina teve um sonho: Ela encontrava-se na igreja de Fain, em seu lugar de costume, na capela de Labouré. Rezava. A certa altura, apareceu um velho padre. Ele vestia os paramentos sacerdotais e celebrava a missa no altar branco de moldura dourada. O que a impressionava era seu olhar, quando ele se voltava para dizer o Dominus vobiscum. Quando do Ite missa est, ele lhe fez sinal para que se aproximasse. O medo tomou conta de Catarina. Ela se afastou, mas de costas, fascinada. Não conseguia desprender-se daquele olhar, do qual se lembraria para o resto da vida. Ao sair da igreja, foi visitar uma doente(sempre em sonho); o velho padre a reencontrou e disse: “Minha filha, é bom cuidar dos doentes, Foges de mim agora, mas um dia ficarás feliz em me procurar. Deus tem seus desígnios para ti. Não te esqueças."
Em Châtillon, era uma felicidade ter a missa tão perto:numa igreja com o santo sacramento e um padre à disposição:o Abade Gaillac, pároco decano, um octogenário. Era fácil se confessar. Certo dia, Catarina foi ver as religiosas na rua de La Juiverie, e eis que no vestíbulo deparou-se com um retrato. Não seria o padre que ela vira em sonho? Quem seria ele? “Nosso pai, São Vicente de Paulo”, informaram as irmãs

A decisão de Catarina já estava tomada. Mas o que fazer? A entrada no postulado exigiria o consentimento do pai, o que estava fora de questão…
Mas eis que, em 3 de maio de 1827, ela completava 21 anos. E dessa vez declarou ao pai sua firme decisão. Ele a rejeitou com veemência, mas ela continuou insistindo e no começo de janeiro de 1830, Irmã Cany enviou parecer favorável à casa-mãe, e , em 14 de janeiro, o conselho a aceitou nos seguintes termos:
“Irmã Cany propõe a senhorita Labouré, irmã daquela que é superiora em Castelsarrasin. Ela tem 24 anos e convém à nossa organização:bem devota, de bom caráter, temperamento forte, tem amor pelo trabalho e é bem alegre. Comunga regularmente a cada oito dias. Sua família é íntegra aos costumes e à probidade, mas de pouca fortuna. Instamos que seja acolhida.

Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:
“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.
Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.

Foi o fim das visões. Todas aconteceram na capela da rua Du Bac. Em 30 de janeiro de 1831, Catarina tomava o hábito e, no dia seguinte, deixava o noviciado.
No confessionário Catarina relata seus encontros com Maria e depois de muita relutância, com a aprovação do Bispo, no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo. A partir de agosto de 1833, a medalha se espalhou pela Espanha, onde a invocação de ‘Maria concebida sem pecado’ realizou também maravilhas. Chamaram-na ‘milagrosa’; o título permanecia. Somente seu confessor e o Bispo sabem a origem da medalha. Catarina permanece no escondimento, a ninguém revela o seu segredo

Em 3 de maio de 1835, domingo do Bom Pastor, pronunciou enfim seus votos na modesta capela de Enghien.
Era, portanto, responsável pela acolhida aos pobres que batiam à porta – problema constante ao qual não se esquivava e tentava resolver de todo o coração. “Ninguém nunca se queixou de sua acolhida”.
Em 1876 chega o momento de falar, a Santíssima Virgem a libera do segredo, e ela faz suas confidências à Irmã Superiora, que emocionada ajoelha-se diante de sua humilde filha.
No dia 31 de dezembro, após ter recebido os últimos sacramentos, Irmã Catarina serenamente adormece no Senhor. Ela tinha 70 anos.



quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Beata Eugênia Ravasco

Eugenia Ravasco, nasceu em Milão em janeiro de 1845, terceira dos seis filhos do banqueiro genovês Francisco Mateus e de Carolina Mozzoni Frosconi.
A família rica e religiosa, lhe ofereceu um ambiente cheio de afetos, de fé e uma fina educação. Depois da morte prematura de dois filhinhos e também da perda da jovem mulher, o pai retornou a Gênova, levando consigo o primogênito Ambrósio e a última filha Elisa com apenas um ano e meio.
Eugênia ficou em Milão com a irmãzinha Constância, entregue aos cuidados da tia Marieta Anselmi. No ano de 1852 foi para Gênova onde reencontrou o pai e os dois irmãos. Conheceu o tio Luís Ravasco que tanto influenciou na sua formação. E também a tia Elisa Parodi e os seus dez filhos com os quais Eugênia viveu por algum tempo. Após três anos, em março de 1855, morreu também seu pai. O tio Luís Ravasco, banqueiro e cristão convicto, assumiu os seus sobrinhos órfãos.

Em 21 de junho de 1855 na Igreja de Santo Ambrósio em Gênova, com dez anos, recebeu a Primeira Comunhão e a Crisma. Daquele dia em diante se sente atraída pelo mistério da Presença Eucarística. Quando passava diante de uma Igreja entrava para adorar o Santíssimo Sacramento. O culto à Eucaristia, de fato, é o fundamento da sua espiritualidade, unido ao culto do Coração de Jesus e de Maria Imaculada. Movida pela grande compaixão que tinha em sua alma por aqueles que sofrem, desde sua adolescência se doa com amor generoso aos pobres e aos necessitados, contente de fazer algum sacrifício.
Em dezembro de 1862, morreu o seu tio Luís que para ela, era mais que um pai. Dele herdou não só a retidão moral, mas também a coerência cristã e a generosidade para com os pobres.

Em 31 de Maio de 1863, entrou na Igreja de Santa Sabina em Gênova, para saudar Jesus Eucarístico. Através das palavras do sacerdote, que naquele momento falava aos fiéis, Eugenia Ravasco, recebe o convite divino a “consagrar-se a fazer o bem por amor ao Coração de Jesus”. Este foi o evento que iluminou o seu futuro e lhe transformou a vida. Com a ajuda do seu diretor espiritual, se coloca inteiramente a disposição de Deus, consagrando sem reservas à glória de Deus todo o seu ser: a energia da mente e do coração e também o patrimônio herdado da sua família: “esta riqueza — repetia — não é minha, mas do Senhor, eu sou somente a administradora”
Suportou com firmeza a reação dos parentes, as críticas e o desprezo dos senhores, da sua condição social. Começou com coragem a fazer o bem ao redor de si. Ensinou o Catecismo na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, colaborou com as Filhas da Imaculada na Obra de Santa Dorotéia, como assistente das crianças vizinhas. Abriu a sua casa para dar-lhes instrução religiosa e escola de costura e bordado. Com as damas de Santa Catarina de Portoria, assistiu aos doentes do Hospital de Pammatone. Visitou os pobres nas suas casas levando o conforto da sua caridade. Sentia grande dor, especialmente, ao ver tantas crianças e jovens abandonados a si mesmos, expostos a todos os perigos e sem conhecimento das coisas de Deus.
Em 6 de Dezembro de 1868, com 23 anos fundou a Congregação Religiosa das Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria com a missão de fazer o bem à juventude. Surgiram, assim as Escolas, o ensino do Catecismo, as Associações e os Oratórios. O projeto educativo de Madre Ravasco era: educar os jovens e formá-los a uma vida cristã sólida, operosa e aberta para que fossem “honestos cidadãos em meio a sociedade e santos no céu”, educá-los à transcendência e, ao mesmo tempo a uma leitura dos fatos numa perspectiva histórico-salvífica propondo-lhes a santidade como meta de vida.
Em 1878, numa época de grande hostilidade à Igreja, Eugênia Ravasco atenta às necessidades do seu tempo, abre uma Escola “Normal” Feminina, com o objetivo de dar às jovens uma orientação cristã e de preparar professoras cristãs para a sociedade. Por esta obra, que tanto amava, enfrentou com fortaleza, confiando só em Deus, os ataques maldosos da imprensa contrária. Rezava: “Coração de Jesus, concede-me de fazer este bem e — nenhum outro — em toda parte”.
O seu ideal apostólico foi: “Arder de desejo pelo bem dos outros, especialmente da juventude”, o seu empenho de vida: “Viver abandonada em Deus e nos braços de Maria Imaculada”.

Consumada em sua saúde, Madre Eugênia morre em Gênova, com 55 anos, na Casa Mãe do Instituto, na manhã de 30 de Dezembro de 1900. “Deixo-vos todas no Coração de Jesus”, foi sua saudação final às filhas e às caríssimas jovens.
Em 5 de Julho de 2002, o Papa João Paulo II firma o Decreto de Aprovação da cura da menina Eilen Jiménez Cardozo, de Cochabamba na Bolívia, concedido pela intercessão de Madre Eugênia Ravasco.

O Milagre:
Os primeiros sintomas de uma doença incurável apareceram em Eilen por volta dos três anos em 1992. Ela perdeu força e parou de se mover as pernas; caminhar passou a ser impossível.
Um ano depois, ela foi internada no Hospital Albina Patino e até 1996 foi submetida a uma série de testes e tratamentos. Um ano antes, ela havia passado um tempo em coma. Foi hospitalizada 10 vezes por diversas complicações de saúde.
Em fevereiro de 1996, Eilen e três de seus quatro irmãos entram no Colégio Ravasco. Yolanda Mercado, sua primeira professora, lembra que sua aparência era chocante, porque com oito anos aparentava ter oito meses. Ela entrou na sala de aula em um carrinho de criança; seus novos companheiros de sala a cumprimentaram com aplausos e lágrimas.
Irmã Dominga Fontana, delegada da congregação na Bolívia, trouxe o busto de Irmã Ravasco e o colocou perto da capela, onde os estudantes e religiosos e rezavam pedindo a Deus pela cura de Eilen.
Desde aquele dia, todos os dias no início das aulas eles rezavam na capela e diante do busto da Irmã Ravasco pedindo a cura de Eilen.
A oração mais repetido dizia: "Pai Eterno, através dos méritos dos corações doces de Jesus e Maria, pedimos que glorifique na terra sua humilde serva Eugenia Ravasco, ouça a nossa oração. Por Cristo nosso Senhor. Amém. "
Em agosto de 1996 sua saúde piorou e Dr. Silvestre Arce ordenou sua hospitalização. A junta médica diagnosticou que a menina sofria de grave osteomalacia, raquitismo renal, acidose tubular renal e paralisia hipocalêmica.
Os raios X tirados em seguida, mostraram os ossos como vidro, por descalcificação e sinais de múltiplas fraturas. A "paciente de vidro" deve ser tratada com muito cuidado; Jaime Fiorilo médico tinha declarado que "devemos usar luvas brancas para evitar danos".
Em dezembro daquele ano, sua mãe sonhou que a menina caminhou em direção a ela "em um belo jardim de flores; como um anjo, porque batia uma espécie de asas." Ela pensou que iria morrer. Enquanto isso, a comunidade Ravasco continuou com as orações. Acamada, sem esperança, Eilen lembra que Jesus apareceu para ela em um sonho e chamou o seu nome no dia 31 de dezembro de 1996. "Você quer andar?", Perguntou o Redentor sem saber que sua vida nunca mais será a mesma.
Surpreendida, ela respondeu: "Sim, eu quero andar e correr como os outros colegas," e, em seguida, Jesus ordenou: "Levante e vá ao quarto de seu avô".
Naquele dia, "a doença que me prostrou por seis anos desapareceu por um milagre", recorda com um sorriso que ilumina seu rosto. Em fevereiro de 1997, ela entrou para a escola a pé, novamente, sob aplausos.


domingo, 27 de dezembro de 2015

Sagrada Família de Jesus, Maria e José

Esta festa nos recorda que o mistério da encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, exceto no pecado, da nossa condição humana; veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência e no trabalho dentro de uma família concreta, embora única e irrepetível.
Emergem nessa família os valores e as virtudes que devem caracterizar qualquer família cristã.

Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho.  Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo.

Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender quem é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade de observar o quadro de sua permanência entre nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu para revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido.

Aqui, nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo.

Ó como gostaríamos de voltar à infância e seguir essa humilde e sublime escola de Nazaré! Como gostaríamos, junto a Maria, de recomeçar a adquirir a verdadeira ciência e a elevada sabedoria das verdades divinas.

Mas estamos apenas de passagem. Temos de abandonar este desejo de continuar aqui o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. Não partiremos, porém, antes de colher às pressas e quase furtivamente algumas breves lições de Nazaré.

Primeiro, uma lição de silêncio. Que renasça em nós a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito; em nós, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos em nossa vida moderna barulhenta e hipersensibilizada. O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor das preparações, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê no segredo.

Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos qual é sua função primária no plano social.

Uma lição de trabalho. Ó Nazaré, ó casa do “filho do carpinteiro”! É aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e redentora, do trabalho humano; aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui, lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim. 
Finalmente, como gostaríamos de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu divino irmão, o profeta de todas as causas justas, o Cristo nosso Senhor.”

Beato Paulo VI


Beata Sara Salkahazi

Professora, encadernadora, modista, jornalista eram as atividades que desempenhava Sara Schalkház, nascida no dia 11 de Maio de 1899 em Kassa-kosice, na Hungria, quando fez o pedido para entrar no Instituto das Irmãs da Assistência, uma congregação religiosa húngara que atualmente é ativa também nos Estados Unidos, no Canadá, no México, em Taiwan e nas Filipinas.
As religiosas da nova Congregação (fundada em 1923 por Margit Schlachta e dedicada a causas caritativas, sociais e em favor das mulheres) estavam relutantes em acolher esta jornalista de sucesso e, inicialmente, enviaram-na para a Casa-Matriz, em Budapeste. Dezesseis anos depois, ela tornou-se a primeira mártir da Congregação.
Ao entrar em contato com as Irmãs da Assistência, Sara sentiu uma forte chamada para se unir a elas. Através de sua atividade intelectual, abriu-se à vocação e decidiu dedicar toda sua vida ao serviço do próximo. 
Em seu contato com os pobres, a irmã Sara descobriu a extrema necessidade das mulheres na sociedade de então, mulheres que eram obrigadas a trabalhar tendo inclusive a família para cuidar, que viviam em plena dependência e miséria, muito frequente. Após uma resistência inicial, parou de fumar com grande dificuldade, e foi admitida na Congregação com a idade de 30 anos, em 1929. Escolheu como lema Isaías: "Eis-me aqui, envia-me" (6, 8).

Foi enviada para Kassa, sua cidade natal (que no fim da primeira guerra mundial tinha sido anexada à Tchecoslováquia) a fim de organizar a obra caritativa católica. Depois, criou uma publicação feminina católica, administrou uma livraria religiosa, dirigiu um hospital para os pobres e lecionou.
Os Bispos da Tchecoslováquia confiaram-lhe a organização do movimento nacional dos jovens.
Recebeu encargos sobre encargos que a extenuaram física e espiritualmente. Num ano recebeu 15 diferentes encargos, desde cozinhar até lecionar no Centro de Formação Social. Quando algumas noviças decidiram deixar a Congregação, Sara também considerou a ideia de abandoná-la, em especial porque as suas Superioras não lhe teriam permitido renovar os votos (consideravam-na indigna) nem vestir o hábito por um ano. Embora estas decisões a tenham ferido profundamente, Sara aceitou e permaneceu fiel à sua vocação por amor Daquele que a tinha chamado. Professou os votos perpétuos em 1940.
Quando o partido nacional-socialista húngaro adquiriu poder e começou a perseguir os judeus, as Irmãs da Assistência ofereceram-lhes refúgio.

Margit Slachta, superiora geral da congregação, prescreveu que em cada casa pertencente a sua Sociedade se escondessem as mulheres perseguidas. Além disso, as estudantes dos internatos foram mandadas para as suas casas, para ter lugar suficiente para as perseguidas. 

As leis húngaras da época eximiam as pessoas de origem judaica das conseqüências jurídicas desta pertença se eram membros de uma congregação religiosa, ou se eram sacerdotes ou clérigos de uma igreja cristã. Por isso, por exemplo, na cidade de Cluj, na atual Romênia, que também pertenceu à Hungria, esta Sociedade tinha uma casa grande, onde não poucas mulheres jovens estavam vestidas de religiosas para salvar a vida. 

Temos muitos testemunhos deste tipo. Em outra casa da Sociedade em Budapeste, até o último momento da ocupação nazista, havia muitos escondidos, inclusive homens. Naturalmente, não estavam vestidos de religiosas, mas eram ocultados em compartimentos sob o teto da casa e coisas pelo estilo. 

O assédio russo de Budapeste teve início no Natal de 1944. No dia 27 de Dezembro, a Irmã Sara dirigia uma meditação com as suas irmãs de hábito sobre o martírio, que para ela se tornou realidade naquele mesmo dia. Era uma ação muito bem organizada e muito arriscada e, por isso, a irmã Sara, em uma consagração solene, feita na capela da congregação, aqui em Budapeste, se ofereceu como sacrifício da sociedade para salvar todas as outras. 
Com efeito, após sua morte, nenhuma outra religiosa foi assassinada nem pelos nazistas nem pelos comunistas que vieram depois.

Antes do meio-dia, Irmã Sara e outra religiosa voltavam para casa a pé e viram os soldados nazistas armados diante da sua habitação. Irmã Sara podia fugir, mas decidiu que, sendo a diretora, devia voltar para casa. Dez dos 150 refugiados naquela casa foram declarados suspeitos e levados para o gueto.
Naquela noite, num porto do Danúbio, foi fuzilado um grupo de pessoas, entre as quais estava a Irmã Sara. Quando foram colocados em fila, ela ajoelhou-se e fez o sinal da cruz antes de ser fuzilada.
Foi canonizada em 17 de setembro de 2006

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

São Leão Magno - Sermão sobre a Natividade do Senhor

“Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com promessa da eternidade.

Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque nosso senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida.

Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com seu criador, de modo que o demônio, autor da morte, fosse vencido pela mesma natureza que antes vencera.

Eis por que, no nascimento do Senhor, os anjos cantam jubilosos: Glória a deus nas alturas; e anunciam: Paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14). Eles vêem a Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo. Diante dessa obra inexprimível do amor divino, como não devem alegrar-se os homens, em sua pequenez, quando os anjos, em sua grandeza, assim se rejubilam?
Amados filhos, demos graças a Deus Pai, por seu Filho, no Espírito Santo; pois, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós. E quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo (Ef 2,5) para que fôssemos nele uma nova criação, nova obra de suas mãos.

Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne.

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que cabeça e de corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus.

Pelo sacramento do batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de cristo.”


Natal do Nosso Senhor Jesus


Natal é a suprema manifestação do amor de Deus: nele se manifestou a bondade de Deus e o seu amor pelos homens.
Existem dois modos de manifestar a um outro o próprio amor:

O primeiro consiste no fazer dons à pessoa amada: quando brota um amor entre duas criaturas, a primeira necessidade é dar presentes e mimos para assegurar o próprio interesse e afeto. Deus nos amou assim na criação: a criação é toda um dom, um presente: o ser que possuímos, as flores, o ar, o sol, a lua, as estrelas, o cosmo...

Mas há um segundo modo de manifestar a um outro o próprio amor, muito mais difícil que o primeiro: é sofrer pela pessoa amada. E este é o amor com que Deus nos amou na sua encarnação. Inventou o próprio aniquilamento, se despojou, tomando forma de servo.

Deus não se contentou em amar-nos com amor de beneficência, mas nos amou também com amor de sofrimento.

"A encarnação realiza em nós duas coisas: a primeira é que nos enche de amor; a segunda, nos dá a certeza da nossa salvação. a caridade que ninguém pode compreender! o amor além do qual não existe amor maior: o meu Deus se fez carne para me fazer Deus! 
O amor desentranhado: destruíste-te para construir-me.
Quando tu, Jesus, me fazes compreender que nasceste por mim, como é glorificante para mim compreender um tal fato." 
Santa Angela de Foligno

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Vigília de Natal


“A Liturgia desta santa noite de Natal nos apresenta o nascimento do Salvador: como luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A presença do Senhor no meio do seu povo cancela o peso da derrota e a tristeza da escravidão e restabelece o júbilo e a alegria.
Também nós, nesta noite abençoada, viemos à casa de Deus atravessando as trevas que envolvem a terra, mas guiados pela chama da fé que ilumina os nossos passos e animados pela esperança de encontrar a «grande luz». Abrindo o nosso coração, temos, também nós, a possibilidade de contemplar o milagre daquele menino-sol que, surgindo do alto, ilumina o horizonte.

A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos. Pensemos no obscuro momento em que foi cometido o primeiro crime da humanidade, quando a mão de Caim, cego pela inveja, feriu de morte o irmão Abel (cf. Gn 4, 8). Assim, o curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência. Mas Deus, que havia posto suas expectativas no homem feito à sua imagem e semelhança, esperava. Deus esperava. O tempo de espera fez-se tão longo que a certo momento, quiçá, deveria renunciar; mas Ele não podia renunciar, não podia negar-Se a Si mesmo (cf. 2 Tm 2, 13). Por isso, continuou a esperar pacientemente face à corrupção de homens e povos. A paciência de Deus... Como é difícil compreender isto: a paciência de Deus para conosco!
Ao longo do caminho da história, a luz que rasga a escuridão revela-nos que Deus é Pai e que a sua paciente fidelidade é mais forte do que as trevas e do que a corrupção. Nisto consiste o anúncio da noite de Natal. Deus não conhece a explosão de ira nem a impaciência; permanece lá, como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido; e todos os dias, com paciência. A paciência de Deus!

Quando os anjos anunciaram aos pastores o nascimento do Redentor, fizeram-no com estas palavras: «Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 12). O «sinal» é precisamente a humildade de Deus, a humildade de Deus levada ao extremo; é o amor com que Ele, naquela noite, assumiu a nossa fragilidade, o nosso sofrimento, as nossas angústias, os nossos desejos e as nossas limitações. A mensagem que todos esperavam, que todos procuravam nas profundezas da própria alma, mais não era que a ternura de Deus: Deus que nos fixa com olhos cheios de afeto, que aceita a nossa miséria, Deus enamorado da nossa pequenez.
Nesta noite santa, ao mesmo tempo que contemplamos o Menino Jesus recém-nascido e reclinado numa manjedoura, somos convidados a refletir. Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se? «Oh não, eu procuro o Senhor!» – poderíamos replicar. Porém a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente das suas carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?

E ainda: temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura! Paciência de Deus, proximidade de Deus, ternura de Deus.

A resposta do cristão não pode ser diferente da que Deus dá à nossa pequenez. A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quando nos damos conta de que Deus Se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo Se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de Lhe abrir o nosso coração pedindo-Lhe: «Senhor, ajudai-me a ser como Vós, concedei-me a graça da ternura nas circunstâncias mais duras da vida, dai-me a graça de me aproximar ao ver qualquer necessidade, a graça da mansidão em qualquer conflito».

Queridos irmãos e irmãs, nesta noite santa, contemplamos o presépio: nele, «o povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9, 1). Viram-na as pessoas simples, as pessoas dispostas a acolher o dom de Deus. Pelo contrário, não a viram os arrogantes, os soberbos, aqueles que estabelecem as leis segundo os próprios critérios pessoais, aqueles que assumem atitudes de fechamento.
Contemplemos o presépio e façamos este pedido à Virgem Mãe: «Ó Maria, mostrai-nos Jesus!»


Papa Francisco 24 de dezembro de 2014

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

São Pedro Canísio

São Pedro Canísio nasceu em Nimega (Ninwegen), Holanda no dia oito de maio de 1521. Seus pais Jacob Kanisius e Aegidia Van Houweningen eram muito religiosos e o educaram na fé. A mãe, de modo especial, marcou profundamente a vida de Canísio pelo exemplo e profunda piedade, muito querida por todos, era uma verdadeira “Serva do Senhor”, como escreveu mais tarde Canísio.

Canisio ficou órfão de mãe muito cedo. Seu pai casou-se novamente e o jovem Pedro viveu muito feliz na casa de seus pais tanto a sua infância como sua adolescência. Preocupado com a educação do filho e desejando que ele tivesse uma carreira brilhante, aos quinze anos de idade o matrícula na Universidade de Köln – Alemanha para estudar Humanística.

A catequese sempre exerceu um fascínio tão grande sobre Pedro Canísio que, quando tinha menos de treze anos, ele já reunia meninos e meninas à sua volta para ensinar passagens da Bíblia, orações e detalhes da doutrina da Igreja. Mais tarde, seria autor de um catecismo que, publicado pela primeira vez em 1554, teve mais de duzentas edições e foi traduzido em quinze línguas. Mas teve também grande atuação no campo teológico, combatendo os protestantes.

Estudou com entusiasmo, lia muito, ajudava os pobres, emprestava seus livros aos colegas e se aconselhava com mestres escolhidos a dedo, que não lhe ensinavam só as ciências humanas, mas também a ciência de Deus, a vida espiritual. Canísio se formou em Direito, fez Doutorado em Filosofia e mais tarde em Teologia.

No ano seguinte ao da sua formatura, os pais, que planejaram um belo futuro financeiro para a família, lhe arranjaram um bom casamento. Mas Pedro Canísio recusou. Não só recusou como aproveitou e fez voto eterno de castidade. Foi para Mainz, dedicar-se apenas ao estudo da religião. Orientado pelo padre Faber, célebre discípulo do futuro santo Inácio de Loyola, em 1543 ingressou na recém-fundada Companhia de Jesus. Três anos depois, ordenado padre jesuíta, recebeu a incumbência de voltar para Colônia e fundar uma nova Casa para a Ordem. Assim começou sua luta contra um cisma que abalou e dividiu a Igreja: o protestantismo.

Sendo um dos primeiro Jesuítas, ele muito colaborou com Inácio de Loyola, ajudando a consolidar a Companhia de Jesus especialmente na Alemanha.

Trabalhou também na Áustria e Suíça. Nestes três países desempenhou, além do trabalho religioso, um importante papel na área da Educação. Fundou vários colégios, foi professor e Reitor da Universidade de Ingolstadt.

Para responder aos apelos de sua Congregação e da Igreja, Canísio enfrentou inúmeros desafios como: transferência percorreu centenas de quilômetros a pé, transpor montanhas, superar as intempéries do tempo como a chuva ou a neve, os insultos dos adversários na fé, os cargos que lhe eram impostos pela obediência.
Pedro Canísio viveu na conturbada época de Reforma liderada por Lutero e da Contra-Reforma organizada pela Igreja para conter a expansão do Protestantismo. Sendo uma pessoa culta, de uma fé convicta e ao mesmo tempo de muito bom senso e serenidade foi designado por seus superiores para muitas e árduas missões as quais sempre cumpriu em atitude de obediência.

Diversas vezes como representante da Igreja esteve diante de reis desempenhando o papel de conciliador/diplomata; foi presença importante em Conferencias, Congressos e até no Concílio de Trento como Conselheiro nos assuntos relacionados à Teologia.

Canísio viveu seus últimos dezessete anos na cidade de Friburgo/ Suíça onde fundou o Colégio São Miguel que funciona até hoje e ainda é considerado um dos melhores da cidade.

Faleceu em Friburgo no dia 21 de dezembro de 1597. Em 1864 foi beatificado pelo Papa Pio IX. Em 1897 recebeu o título de “Segundo Apostolo da Alemanha” através do Papa Leão XIII. Em 21 de maio de 1925, foi Canonizado pelo Papa Pio XI e Elevado Doutor da Igreja.

Lema da Vida de São Pedro Canísio: “PERSEVERAR” – diante de qualquer situação, por mais difícil que seja, perseverar na confiança e na fé em Deus. 

Quarta Semana do Advento - Bondade


“Tu, reza, e o resto virá da bondade de Deus.” 
São Padre Pio

domingo, 20 de dezembro de 2015

Quarta Semana do Advento - Bondade

Quarta Semana do Advento - Bondade
Estamos começando a Quarta Semana do Advento, tempo de preparação para a grande Festa do Natal.  Durante a primeira semana mergulhamos na Caridade, na segunda experimentamos a Confiança e na terceira a Alegria. Agora vamos refletir a Bondade. 
Quarta Semana:

Palavra  Bondade 

Texto Bíblico - (Fl 4,5) "Seja de todos conhecida a vossa bondade.”


Desafio para a vivência semanal – Ser bom! Diante das correrias de fim de ano, festas, compromissos, compras... disponibilizar-se para ajudar alguém, visitar um amigo, um vizinho, uma pessoa enferma, ligar para pessoas que estão distantes,convidar alguém que está sozinho para partilhar a ceia de Natal. Viver a bondade de Deus, que acolhe a todos e se entrega no amor.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Terceira Semana do Advento - Alegria

Beata Chiara Luce e um amigo

“Um cristão sem alegria não é cristão; um cristão que continuamente vive na tristeza também não o é. E um cristão que, no momento da provação, das doenças ou das dificuldades, perde a paz… é porque lhe falta algo”. 
Papa Francisco 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Terceira Semana do Advento - Alegria


“Alegra-te, cheia de graça, o Senhor é contigo.” Lc 1,28

Beata Nemésia Valle

Julia Nemésia nasceu a 26 de Junho de 1847 em Aosta (Itália), numa família abastada. Aos quatro anos faleceu sua mãe e ela, juntamente com o irmão menor, foram confiados aos cuidados dos familiares maternos. Ali transcorreram a infância num ambiente sereno e religioso.
Quando tinha onze anos, Júlia foi enviada para o Instituto das Irmãs da Caridade, em Besançon (França), para completar a sua educação. O afastamento da família constituiu uma nova experiência de solidão que a levou a estabelecer uma profunda amizade com "o Senhor que tem consigo a Sua mãe". Aprendeu bem a língua francesa e maturou uma bondade delicada que a tornaria atenta para com o próximo.

Cinco anos mais tarde, regressou à sua terra, mas encontrou uma situação familiar completamente mudada. Seu pai voltou a casar, transferindo-se para Pont-Saint-Martin, e seu irmão, que não aceitava a nova situação, partiu e não deu mais notícias de si. Júlia encontrou nas Irmãs da Caridade, que ali se tinham estabelecido, a ajuda e a coragem de que necessitava. Em 8 de Setembro de 1866 entrou no Convento de Santa Margarida, em Vercelli, onde as Irmãs da Caridade tinham um noviciado. No fim do noviciado, além do hábito religioso Júlia recebeu o nome de Irmã Nemésia, nome de um mártir dos primeiros séculos, de quem fez o programa de vida:  testemunhar o amor a Jesus até ao fundo, para sempre.
Aos 40 anos foi nomeada superiora dessa Comunidade, cargo que aceitou com humildade, vendo nele o modo de servir o Senhor nos irmãos. Em 1903 tornou-se a mestra das noviças da nova Casa provincial das Irmãs da Caridade em Borgaro, perto de Turim. Aqui, cerca de quinhentas noviças aprenderam dela a caminhar pelas veredas do Senhor e a servir os pobres. O percurso da Irmã Nemésia estava terminando. O Senhor pediu-lhe que deixasse o seu noviciado aos outros.

Faleceu no dia 18 de Dezembro de 1916. Foi beatificada pelo Pape João Paulo II no dia 25 de Abril de 2004,  o Santo Padre disse a respeito de Nemésia: "Manifestar o amor de Deus aos pequeninos, aos pobres, a cada homem, em todas as partes da terra":  foi este o compromisso da beata Nemésia Valle durante toda a sua existência. Ela deixa este ensinamento particularmente às suas co-irmãs, as Irmãs da Caridade de Santa Joana Antida Thouret, assim como aos fiéis da Arquidiocese de Turim. Trata-se do exemplo de uma santidade luminosa, finalizada para o alto vértice da perfeição evangélica, e que se traduz nos simples gestos da vida quotidiana dedicada totalmente a Deus.
A nova Beata continua a repetir a todos nós:  "A santidade não consiste em fazer muitas coisas ou em fazer coisas grandes... Santo é quem se consome todos os dias no seu lugar de trabalho, pelo Senhor".»


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Terceira Semana do Advento - Alegria


“Deus é o Deus da Alegria. A alegria é, portanto, a atitude da verdadeira piedade.” 

São Francisco de Sales

Beata Matilde do Sagrado Coração Téllez Robles

Como em muitos casos, uma vocação forte, límpida, entusiasmada, contrasta com um pai que sonha para a própria filha um bom partido e um róseo porvir. Mas a fundadora da Congregação das Filhas de Maria Mãe da Igreja, educada desde pequena na fé católica, muito jovem havia decidido a se dedicar inteiramente a Nosso Senhor.
Matilde Téllez Robles nasceu em Robledillo de la Vera, nas proximidades de Cáceres, Espanha, no dia 30 de maio de 1841, solenidade litúrgica de Pentecostes. No dia seguinte ela recebeu o Batismo na igreja paroquial.
Ela era a segunda dos quatro filhos de Félix Téliez Gómez e de sua esposa Basilea Robles Ruiz. No mês de novembro de 1841, devido à profissão de escrivão do pai, a família se estabeleceu em Béjar (Salamanca), cidade importante pela sua indústria têxtil.
A mãe de Matilde era o centro do lar: desde muito pequenos seus quatro filhos eram ensinados a amar a Deus e a ficarem atentos às necessidades do próximo. O pai também era um bom cristão, mas, sendo um notário famoso, desejava uma vida social brilhante para seus filhos e ficou desiludido quando muito cedo sua filha manifestou claros sinais de vocação religiosa.
E, como esta vocação não diminuiu com o passar dos anos, ele passou ao ataque cronometrando o tempo que ela passava na igreja e obrigando-a a frequentar a sociedade. Obedecendo, ela se adorna e participa da vida social, encantando a todos com sua graça juvenil. Mas mesmo assim, a sua inclinação pelas coisas de Deus é clara, e o Sr. Félix, vencido pela constância da filha, deixa-a em liberdade para seguir o caminho por ela escolhido.
A jovem se entregou a um apostolado intenso: preside as Filhas de Maria, na Conferência de São Vicente exerce a função de enfermeira, ensina catecismo, ajuda na paróquia, numa intensa atividade que tem como centro e inspiração um só pensamento: levar almas a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Matilde se sente atraída pela Eucaristia; amando profundamente aquela presença silenciosa, passava horas em adoração, conciliando com inteligência a ação com a contemplação.
Pouco tempo depois de completar 30 anos, numa carta escrita no dia 4 de maio de 1874 ao Papa Pio IX, confia o desejo cultivado há anos: fundar um instituto religioso. Mas foi o pai que, novamente, criou obstáculos, desta vez devido ao clima anticlerical que se respirava na Espanha.
Matilde, no entanto, sofre em silêncio, reza e espera, confortada pelo seu diretor espiritual, Pe. Manuel da Oliva, sacerdote de São Filipe, até que seu pai lhe concedeu a desejada autorização.
No dia 19 de março de 1875, festa de São José, após a Missa na Paróquia de Santa Maria, ela e sete companheiras deveriam, unidas e solidárias, seguirem para a casa onde dariam início à vida religiosa. Mas, das sete jovens comprometidas só uma se apresenta: Maria Briz. Diante desta grande provação Matilde não desanima. Fortalecidas com a Eucaristia, ela e a sua única companheira se dirigem alegres e esperançosas, com heroica intrepidez, para a «casita de Nazaré», como Matilde a denomina.
Com Maria, Matilde acolhe em casa um grupo de órfãs, se dedica ao ensino das crianças pobres e passa de casa em casa para cuidar dos doentes.
No dia 23 de abril de 1876, o bispo de Plasencia, Dom Pedro Casas y Souto, autorizou provisoriamente a obra; no dia 20 de janeiro de 1878, Matilde e Maria vestem o hábito religioso naquela cidade. Nasceu assim, em meio às críticas de que aquela fundação era uma autêntica tolice, as “Adoradoras de Jesus e Filhas de Maria Imaculada”.No dia 19 de março de 1884, o mesmo bispo erige canonicamente a obra como Instituto religioso de direito diocesano, e no dia 29 de junho, a Fundadora com outras Irmãs emitem a profissão religiosa.
Na sua casa se respirava o espírito de Nazaré, com a vida em torno do tabernáculo, sendo Nossa Senhora amada de um modo particular. Deste modo as Irmãs encontravam coragem para trabalhar até em uma terrível epidemia de cólera, para passar tanto tempo em adoração, para dedicar-se inteiramente aos pobres e aos doentes, fieis ao moto “oração, ação, sacrifício” transmitido a elas por Matilde.
No dia 17 de dezembro de 1902, completamente consumida por sua dedicação, pelo trabalho intenso, pelas doenças, aos 61 anos, Matilde faleceu rodeada por suas filhas. Todo o povoado chorou a sua perda como se fosse uma mãe, proclamando ao mesmo tempo a sua grande caridade e as suas numerosas virtudes.
Suas filhas hoje se chamam Filhas de Maria Mãe da Igreja, estão presentes na Espanha, em Portugal, na Itália, na Venezuela, Colômbia, Peru e México, e continuam a ser uma “eucaristia perene” como ensinou a Fundadora.     
Matilde foi beatificada em 21 de março de 2002 por João Paulo II.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Terceira Semana do Advento - Alegria


Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!… O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com coisa alguma! (Fl 4, 4-6).

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Beata Maria Vitoria Fornari Strata

A Itália foi palco para esta santa, que nasceu em Gênova, em 1562. Ainda jovem, embora desejasse se tornar religiosa, assumiu o matrimônio com um genovês de nome Strata; um homem, sensato, respeitador, compreensivo e temente a Deus. Tiveram seis filhos, sendo quatro meninas e dois meninos. Maria Vitória ficou viúva aos vinte e cinco anos, quando estava grávida do seu sexto filho, e passou então a dedicar sua vida a Deus.

Em 1604 fundou a Ordem das Anunciadas Celestes. Tornou-se a primeira superiora da Ordem, mas o que realmente gostava de fazer era tratar dos pobres e dos humildes da comunidade Santa Maria. Vitória tudo fazia para o bem estar da sua comunidade, provando assim ser uma mulher santa e virtuosa.

Filha, esposa, mãe, viúva e religiosa. Atravessou todos os momentos de sua vida dentro dos preceitos de Deus, no caminho da santidade.
Dizia sempre: "Oh! Pudesse andar pelo mundo inteiro sempre a clamar: Confiai em Deus, esperai em Deus".

Oração:
Deus Pai de bondade, pela intercessão da bem-aventurada Maria Vitória Fornari, eu te peço que todas as mães saibam acolher e respeitar a vida como dom de Deus e eduquem seus filhos desde pequeninos na prática da generosidade para com seus irmãos. Amém.

Terceira Semana do Advento - Alegria


“O pecado é o motivo de tua tristeza. Deixa que a santidade seja o motivo de tua alegria.” 

Santo Agostinho

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Terceira Semana do Advento - Alegria

“A alegria cristã não é uma simples diversão, não é uma alegria passageira; a alegria cristã é um dom, é um dom do Espírito Santo. É ter o coração sempre alegre porque o Senhor venceu, o Senhor reina, o Senhor está à direita do Pai, o Senhor me olhou e me enviou, e me deu a sua graça e me fez filho do Pai.... Essa é a alegria cristã. Um cristão vive a alegria”  

Papa Francisco

domingo, 13 de dezembro de 2015

Terceira Semana do Advento - Alegria

Estamos começando a Terceira Semana do Advento, tempo de preparação para a grande Festa do Natal.  Durante a primeira semana mergulhamos na Caridade, na segunda experimentamos a Confiança e agora vamos refletir a grande Alegria de Saber que Jesus vem.
Terceira Semana:

Palavra  Alegria 

Texto Bíblico - Lc 1,41) "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio.”

Desafio para a vivência semanal – Aquele que encontra Jesus se enche de alegria e partilha essa alegria com todos. Nesta semana vamos viver e partilhar essa alegria: “Jesus te ama, e veio por ti.”