Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote,
religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade
esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das
ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo
com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada
um se encontra.
És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação.
Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido
ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja.
És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e
competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos.
És progenitor, avó ou
avô? Sê santo, ensinando com paciência
as crianças a seguirem Jesus.
Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e
renunciando aos teus interesses pessoais.
Deixa que a graça do teu
Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a
Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque
tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo,
esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida. Quando sentires a tentação de te
enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Crucificado e diz-Lhe: "Senhor, sou um miserável! Mas Vós podeis
realizar o milagre de me tornar um pouco melhor". Na Igreja, santa e
formada por pecadores, encontrarás tudo o que precisas para crescer rumo à santidade.
Esta santidade, a que o Senhor te chama, irá crescendo
com pequenos gestos. Por exemplo, uma senhora vai ao mercado fazer as compras,
encontra uma vizinha, começam a falar e… surgem as críticas. Mas esta mulher
diz para consigo: "Não! Não falarei mal de ninguém". Isto é um passo rumo à
santidade. Depois, em casa, o seu filho reclama a atenção dela para falar das
suas fantasias e ela, embora cansada, senta-se ao seu lado e escuta com
paciência e carinho. Trata-se doutra oferta que santifica. Ou então atravessa
um momento de angústia, mas lembra-se do amor da Virgem Maria, pega no terço e
reza com fé. Este é outro caminho de santidade. Noutra ocasião, segue pela
estrada fora, encontra um pobre e detém-se a conversar carinhosamente com ele.
É mais um passo.
Quando estava na prisão, o Cardeal Francisco Xavier
Nguyen van Thuan renunciou a desgastar-se com a ânsia da sua libertação. A sua
decisão foi “viver o momento presente, cumulando-o de amor"; eis o modo como a
concretizava: "aproveito as ocasiões que vão surgindo cada dia para realizar
ações ordinárias de maneira extraordinária”.
Deste modo, sob o impulso da graça divina, com muitos gestos vamos construindo aquela figura de santidade que Deus quis para nós: não como seres autossuficientes, mas “como bons administradores das várias graças de Deus” (1 Ped 4, 10).
Deste modo, sob o impulso da graça divina, com muitos gestos vamos construindo aquela figura de santidade que Deus quis para nós: não como seres autossuficientes, mas “como bons administradores das várias graças de Deus” (1 Ped 4, 10).
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