terça-feira, 10 de abril de 2018

Alegrai-vos e Exultai - Gaudete et Exsultate – nºs 01 a 05


“Alegrai-vos e Exultai” (Mt 5, 12), diz Jesus a quantos são perseguidos ou humilhados por causa d’Ele. O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa. Com efeito, o chamado à santidade está patente, de várias maneiras, desde as primeiras páginas da Bíblia; a Abraão, o Senhor propô-la nestes termos: “anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17, 1).

Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm conosco laços de amor e comunhão. O Apocalipse fala dos mártires intercessores: “Vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos, por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. E clamavam em alta voz: “Tu, que és o Poderoso, o Santo, o Verdadeiro! Até quando esperarás para julgar?” (6, 9-10). Podemos dizer que estamos circundados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me.

Nos processos de beatificação e canonização, tomam-se em consideração os sinais de heroicidade na prática das virtudes, o sacrifício da vida no martírio e também os casos em que se verificou um oferecimento da própria vida pelos outros, mantido até à morte. Esta doação manifesta uma imitação exemplar de Cristo, e é digna da admiração dos fiéis. Lembremos, por exemplo, a Beata Maria Gabriela Sagheddu, que ofereceu a sua vida pela unidade dos cristãos.

Gaudete et Exsultate – nºs 01 a 05


Maria Gabriela Sagheddu nasceu em Dorgali, na Sardenha, de uma família de pastores, em 1914, seguindo as indicações do seu diretor espiritual, entrou no Mosteiro de Grottaferrata.
Depois da profissão religiosa, assumiu uma atitude de abandono tranquilo, que a levou ao sacrifício total de si mesma: "Agora faz Tu", dizia simplesmente. A sua breve vida claustral (três anos e meio) consumou-se como uma Eucaristia, no empenho quotidiano de negar totalmente a si mesma para seguir a Cristo, obediente ao Pai até à morte.

Gabriela via na missão do sacrifício o sentido da sua vida. "A glória de Deus não consiste em fazer grandes coisas, mas no sacrifício total do próprio eu", escreveu numa carta.

Com a profissão religiosa, cresceu nela a experiência da pequenez: "a minha vida não vale nada... posso oferecê-la tranquilamente".

A sua abadessa, Madre Maria Gullini, tinha uma grande sensibilidade e um grande amor pela causa ecumênica, que soube comunicar também à sua comunidade.

Quando a Madre Pia, solicitada pelo Padre Couturier, apresentou à comunidade o pedido de orações e de oferecimentos pela grande causa da Unidade dos Cristãos, a Irmã Maria Gabriella sentiu-se logo comprometida e chamada a oferecer a sua jovem vida: "Sinto que o Senhor me pede" — confessa à Abadessa. "Sinto-me chamada mesmo quando não o quero pensar".


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