quinta-feira, 5 de abril de 2018

05 de abril - Santa Maria Crescencia Höss


Prestar honra a Cristo, o rei: este desejo animou Santa Maria Crescencia Höss desde a sua infância. Pôs ao seu serviço as suas capacidades. Deus concedera-lhe uma linda voz. Desde tenra idade pôde cantar no coro como solista, não para se pôr em evidência, mas para cantar e tocar para Cristo Rei.

Também colocou os seus conhecimentos ao serviço do Senhor. Esta franciscana foi uma conselheira muito procurada. As pessoas juntavam-se diante das portas do convento: no meio de homens e mulheres simples, encontravam-se também príncipes e imperatrizes, sacerdotes e religiosos, abades e Bispos. Desta forma, ela tornou-se uma espécie de "parteira" que procurava ajudar a dar à luz a verdade no coração de quem lhe pedia conselhos.

Contudo, também não lhe foi poupado o sofrimento. Já naquele tempo existia o "Mobbing". Suportou os difamadores presentes na sua comunidade sem jamais pôr em questão a própria vocação. O grande alcance da paixão fez amadurecer nela a virtude da paciência. Conseguiu tornar-se Superiora: dirigir espiritualmente para ela significava servir. Tinha uma atitude generosa com os pobres, materna com as irmãs e sensível com todos os que precisavam de uma palavra de conforto. Santa Crescência amou o significado do reino de Cristo: "Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 40).

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 25 de novembro de 2001

Maria Crescencia Höss foi a penúltima de oitos irmãos. Nasceu no dia 20 de outubro de 1682 em Kaufbeuren, na diocese de Augusta na Baviera (Alemanha). Na escola se distinguiu por sua inteligência e sua devoção. Desde sua infância rezava muito e com fervor ao Espírito Santo, devoção que cultivou durante toda sua vida. Desejava que as pessoas vissem nEle um caminho mais fácil de vida espiritual. Tornou-se tecelã para ajudar seus pais, mas sua maior aspiração era entrar no mosteiro das Franciscanas de Kaufbeuren.
Embora seus pais apoiassem sua decisão, eram demasiado pobres para pagar o dote requerido e isto somente foi possível com a ajuda decisiva do prefeito protestante, sensível à vocação religiosa de Crescência. Enfrentou muitos empecilhos da superiora do Convento, mas no dia 5 de junho de 1703 foi admitida entre as Terceiras Franciscanas de Meyerhoff em Kaufbeuren.

Os primeiros anos de sua vida religiosa não foram fáceis, devido às incompreensões de sua superiora Madre Teresa Schmidt. Essa situação só mudou radicalmente em 1707 com a chegada de uma nova superiora chamada Madre Maria Joana Altwoegerin. De 1709 a 1744, Maria Crescencia desempenhou os ofícios mais importantes do convento: portaria, mestra das noviças e superiora.

Por dezesseis anos foi porteira, oficio este muito humilde, mas para ela um espaço de apostolado intenso que realizou com prudência e caridade. Católicos e luteranos socorridos por ela a chamava de “madre dos pobres”. Possuía a capacidade de reconhecer rapidamente os problemas e apresentar soluções apropriadas e racionais. Até mesmo o príncipe herdeiro e bispo de Colônia, Clemente Augusto, tinha-a como orientadora espiritual e sábia, tanto que solicitou ao papa sua canonização logo que ela morreu.

Em 1726 foi nomeada mestra nas noviças, oficio que desempenhou com bastante dedicação e em absoluta consagração durante quinze anos. Dia e noite estava inteiramente à disposição das noviças, escutando-as, estimulando-as e fortalecendo-as em todas as dificuldades, sempre exortando a todas à pratica da humildade por meio de inúmeros exemplos. Recomendava as noviças a pratica do silêncio, do recolhimento, da leitura de livros sagrados, em especial os evangelhos e dizia que o mestre das vidas delas era Jesus Crucificado. Também foi uma sabia conselheira para todos que recorriam a ela, dando tranquilidade e fortaleza nas dificuldades expostas. Suas numerosas cartas, publicadas umas, inéditas outras, são uma clara amostra do grande bem que fez às almas.

No dia 23 de julho de 1741, Maria Crescencia foi eleita superiora da comunidade apesar de seus muitos esforços de querer renunciar devido a sua humildade. O Ministro Provincial dos Franciscanos, que presidia o Capitulo, convenceu-a a aceitar. Em pouco mais de três anos como superiora, acabou tornando-se a segunda fundadora do Convento.
Sempre dizia às candidatas a vida conventual: “Deus quer nosso convento rico em virtudes e não em bens temporais”.

Os pontos principais de seu itinerário foram: uma ilimitada confiança na Providência Divina, prontidão e atos da vida comum, amor a pobreza, ao silencio e ao recolhimento, devoção a Jesus Crucificado, a Eucaristia e a Imaculada Mãe Celestial.

Durante a quaresma de 1744 adoeceu gravemente e na noite de Páscoa do dia 5 de abril de 1744 recebeu o prêmio de suas virtudes no céu. Foi beatificada por Leão XIII em 7 de outubro de 1900 e canonizada por João Paulo II em 25 de novembro de 2001.

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