quinta-feira, 12 de abril de 2018

Cada um tem seu caminho de santidade - Gaudete et Exsultate – nºs 10 a 13

O que quero recordar com esta Exortação é sobretudo o chamado à santidade que o Senhor faz a cada um de nós, o chamado que dirige também a ti: “sede santos, porque Eu sou santo” (Lv 11, 45; IPd 1, 16). Todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho.

Por isso, uma pessoa não deve desanimar, quando contempla modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis. Há testemunhos que são úteis para nos estimular e motivar, mas não para procurarmos copiá-los, porque isso poderia até afastar-nos do caminho, único e específico, que o Senhor predispôs para nós. Importante é que cada crente discirna o seu próprio caminho e traga à luz o melhor de si mesmo, quanto Deus colocou nele de muito pessoal, e não se esgote procurando imitar algo que não foi pensado para ele. De fato, quando o grande místico São João da Cruz escrevera o seu Cântico Espiritual, preferia evitar regras fixas para todos, explicando que os seus versos estavam escritos para que cada um os aproveitasse “a seu modo”. Pois a vida divina comunica-se a uns duma maneira e a outros doutra.

A propósito de tais formas distintas, quero assinalar que também o gênero feminino se manifesta em estilos femininos de santidade, indispensáveis para refletir a santidade de Deus neste mundo. E precisamente em períodos nos quais as mulheres estiveram mais excluídas, o Espírito Santo suscitou santas, cujo fascínio provocou novos dinamismos espirituais e reformas importantes na Igreja. Podemos citar Santa Hildegarda de Bingen, Santa Brígida, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila ou Santa Teresa de Lisieux; mas interessa-me sobretudo lembrar tantas mulheres desconhecidas ou esquecidas que sustentaram e transformaram, cada uma a seu modo, famílias e comunidades com a força do seu testemunho.


Isto deveria entusiasmar e animar cada um a dar o melhor de si mesmo para crescer rumo àquele projeto, único e irrepetível, que Deus quis, desde toda a eternidade, para ele.

Gaudete et Exsultate – nºs 10 a 13



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