Hoje encontramo-nos
na luz da Páscoa, que celebramos e continuamos a celebrar mediante a Liturgia.
Por isso, no nosso itinerário de catequese sobre a esperança cristã, hoje
desejo falar-vos de Cristo Ressuscitado, nossa esperança.
Aqui que nasce o
cristianismo. Não é uma ideologia, nem sequer um sistema filosófico, mas um
caminho de fé, que tem início num acontecimento, testemunhado pelos primeiros
discípulos de Jesus. Paulo resume-o deste modo: Jesus morreu pelos nossos
pecados, foi sepultado, ressuscitou no terceiro dia e apareceu a Pedro e aos
Doze (ICor 15, 3-5). Eis o acontecimento: Ele morreu, foi
sepultado, ressuscitou e apareceu. Ou seja, Jesus está vivo! É este o cerne da
mensagem cristã.
Com efeito, se tudo
tivesse acabado com a morte, nele teríamos um exemplo de dedicação suprema, mas
isto não poderia gerar a nossa fé. Ele foi um herói. Não! Morreu, mas
ressuscitou. Porque a fé brota da ressurreição. Aceitar que Cristo morreu, e
morreu crucificado, não constitui um gesto de fé, mas um acontecimento
histórico. Ao contrário, crer que ressuscitou, sim. A nossa fé nasce na manhã
de Páscoa.
Como é bom pensar
que o cristianismo é essencialmente isto! Não é tanto a nossa busca em relação
a Deus — na verdade, uma procura tão vacilante — como sobretudo a busca de Deus
em relação a nós. Jesus alcançou-nos, arrebatou-nos, conquistou-nos para nunca
mais nos deixar. O cristianismo é graça, é surpresa, e por este motivo
pressupõe um coração capaz de admiração. Um coração fechado, um coração
racionalista, é incapaz de admiração, e não consegue entender o que é o
cristianismo, porque o cristianismo é graça, e a graça só se sente, e além
disso só se encontra, no enlevo do encontro.
Ser cristão
significa não começar a partir da morte, mas do amor de Deus por nós, que
derrotou a nossa acérrima inimiga. Deus é maior do que o nada, e é suficiente
uma vela acesa para vencer a noite mais escura. Fazendo eco aos profetas, Paulo
clama: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão". Nestes dias de Páscoa, conservemos este brado no coração. E se nos
perguntarem o porquê do nosso sorriso concedido e da nossa partilha paciente,
então poderemos responder que Jesus ainda está aqui, que Ele permanece vivo
entre nós, que Jesus está ao nosso lado aqui na praça: vivo e ressuscitado!
Papa
Francisco – 17 de abril de 2017
Hoje celebramos:
São Pedro de Verona
Beata Pierina Morosini
Beato Zeferino Agostini
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