sexta-feira, 6 de abril de 2018

06 de abril - Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Jo 21,14

Hoje encontramo-nos na luz da Páscoa, que celebramos e continuamos a celebrar mediante a Liturgia. Por isso, no nosso itinerário de catequese sobre a esperança cristã, hoje desejo falar-vos de Cristo Ressuscitado, nossa esperança.

Aqui que nasce o cristianismo. Não é uma ideologia, nem sequer um sistema filosófico, mas um caminho de fé, que tem início num acontecimento, testemunhado pelos primeiros discípulos de Jesus. Paulo resume-o deste modo: Jesus morreu pelos nossos pecados, foi sepultado, ressuscitou no terceiro dia e apareceu a Pedro e aos Doze (ICor 15, 3-5). Eis o acontecimento: Ele morreu, foi sepultado, ressuscitou e apareceu. Ou seja, Jesus está vivo! É este o cerne da mensagem cristã.

Com efeito, se tudo tivesse acabado com a morte, nele teríamos um exemplo de dedicação suprema, mas isto não poderia gerar a nossa fé. Ele foi um herói. Não! Morreu, mas ressuscitou. Porque a fé brota da ressurreição. Aceitar que Cristo morreu, e morreu crucificado, não constitui um gesto de fé, mas um acontecimento histórico. Ao contrário, crer que ressuscitou, sim. A nossa fé nasce na manhã de Páscoa.

Como é bom pensar que o cristianismo é essencialmente isto! Não é tanto a nossa busca em relação a Deus — na verdade, uma procura tão vacilante — como sobretudo a busca de Deus em relação a nós. Jesus alcançou-nos, arrebatou-nos, conquistou-nos para nunca mais nos deixar. O cristianismo é graça, é surpresa, e por este motivo pressupõe um coração capaz de admiração. Um coração fechado, um coração racionalista, é incapaz de admiração, e não consegue entender o que é o cristianismo, porque o cristianismo é graça, e a graça só se sente, e além disso só se encontra, no enlevo do encontro.

Ser cristão significa não começar a partir da morte, mas do amor de Deus por nós, que derrotou a nossa acérrima inimiga. Deus é maior do que o nada, e é suficiente uma vela acesa para vencer a noite mais escura. Fazendo eco aos profetas, Paulo clama: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão". Nestes dias de Páscoa, conservemos este brado no coração. E se nos perguntarem o porquê do nosso sorriso concedido e da nossa partilha paciente, então poderemos responder que Jesus ainda está aqui, que Ele permanece vivo entre nós, que Jesus está ao nosso lado aqui na praça: vivo e ressuscitado!

Papa Francisco – 17 de abril de 2017

Hoje celebramos:
São Pedro de Verona
Beata Pierina Morosini
Beato Zeferino Agostini


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