quinta-feira, 26 de abril de 2018

26 de abril - Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse:“Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. Jo 13,16


Jesus realizou um gesto que ficou gravado na memória dos discípulos: o lava-pés. Um gesto inesperado e perturbador, a ponto que Pedro não queria aceitá-lo. Gostaria de analisar as palavras finais de Jesus: Entendeis o que vos tenho feito? Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Deste modo Jesus indica aos seus discípulos o serviço como o caminho a percorrer para viver a fé n’Ele e dar testemunho do seu amor. O próprio Jesus aplicou a si a imagem do Servo de Deus usada pelo profeta Isaías. Ele, que é o Senhor, faz-se servo!

Lavando os pés aos apóstolos, Jesus quis revelar o modo de agir de Deus em relação a nós, e dar o exemplo do seu mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou, ou seja, dando a vida por nós. O próprio João o escreve na sua Primeira Carta: Nisto, conhecemos a caridade: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.

Por conseguinte, o amor é o serviço concreto que prestamos uns aos outros. O amor não são palavras, são obras e serviço; um serviço humilde, feito no silêncio e no escondimento, como o próprio Jesus disse: não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita. Ele significa pôr à disposição os dons que o Espírito Santo nos dispensou, para que a comunidade possa crescer. Além disso, expressa-se na partilha dos bens materiais, para que ninguém esteja em necessidade. A partilha e a dedicação a quem está em necessidade é um estilo de vida que Deus sugere também a muitos não cristãos, como caminho de humanidade autêntica.

Por fim, não esqueçamos que lavando os pés aos discípulos e pedindo-lhes para fazerem o mesmo, Jesus nos convidou também a confessar reciprocamente as nossas faltas e a rezar uns pelos outros a fim de nos sabermos perdoar de coração. Neste sentido, recordamos as palavras do santo bispo Agostinho quando escrevia: Que o cristão não desdenhe de fazer o que Cristo fez. Porque quando o corpo se inclina até aos pés do irmão, também no coração se acende, ou se já existia alimenta-se, o sentimento de humildade. Perdoemo-nos reciprocamente as nossas faltas e rezemos pelas culpas uns dos outros, de modo que de alguma maneira nos lavaremos os pés mutuamente. O amor, a caridade é o serviço, ajudar os outros, servir os outros. 

Papa Francisco – 12 de março de 2016

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